Fisioter Bras 2021;22(6):809-23

doi: 10.33233/fb.v22i6.4123

ARTIGO ORIGINAL

Prevalência da síndrome da fragilidade e perfil clínico e sociodemográfico dos idosos institucionalizados de Pindamonhangaba/SP

Prevalence of frailty syndrome and clinical and sociodemographic profile of institutionalized elderly in Pindamonhangaba/SP

 

Stephanie Pereira Ferreira*, Rafaela da Silva Palma*, Keyleytonn Sthil Ribeiro**, Vânia Cristina dos Reis Miranda**, Elaine Cristina Martinez Teodoro**, Elaine Cristina Alves Pereira**

 

*Fisioterapeuta, Centro Universitário FUNVIC, **Fisioterapeuta, docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FUNVIC

 

Recebido em 12 de maio de 2020; aceito em 18 de julho de 2021.

Correspondência: Elaine Cristina Alves Pereira, Avenida Cônego João Maria Raimundo da Silva, 217/162B, Vila Costa 12050-187 Taubaté SP

 

Stephanie Pereira Ferreira: tefa-stephanie@outlook.com

Rafaela da Silva Palma: rafaelaspalma@hotmail.com

Keyleytonn Sthil Ribeiro: ksthilr@yahoo.com.br

Vânia Cristina dos Reis Miranda: vcmiranda2@gmail.com  

Elaine Cristina Martinez Teodoro: teodoro.elaine18@gmail.com

Elaine Cristina Alves Pereira: elainecapereira@gmail.com

 

Resumo

Introdução: A Síndrome da Fragilidade (SF) é a resposta do organismo do idoso frente ao aumento da vulnerabilidade a estressores que redundam em diminuição das reservas fisiológicas e desregulação de múltiplos sistemas. Aspectos sociais e emocionais podem potencializar essa vulnerabilidade, sendo a institucionalização do idoso um agente potencializador desse quadro. Objetivo: Estimar a prevalência da SF e caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos idosos institucionalizados de Pindamonhangaba/SP. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo. Para tanto, foram incluídos 31 idosos de ambos os sexos, residentes em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) do município de Pindamonhangaba/SP. A SF avalia: perda de peso não intencional, autorrelato de exaustão ou fadiga, diminuição da força muscular pela força de preensão palmar, lentidão na marcha e baixo nível de atividade física. Resultados: A prevalência da SF em idosos institucionalizados foi de 67,4%. Considerando os cinco itens que compõe a SF, a perda de peso não intencional esteve presente em 61,9% dos idosos, o autorrelato de exaustão ou fadiga em 66,6%, o baixo nível de atividade física em 66,6%, a lentidão na marcha em 71,4% e a diminuição da força de preensão palmar em 95,2%. A maior prevalência de idosos frágeis esteve entre os homens (41,9%), e as morbidades mais comuns foram: depressão (32,3%), hipertensão arterial sistêmica (38,7%), sintomas musculoesqueléticos (67,7%), alterações no equilíbrio (74,2%) e características sugestivas de alterações cognitivas (83,9%). Conclusão: A prevalência da SF entre os idosos do estudo foi alta com predomínio no sexo masculino. Destacou-se no perfil clínico, também, a alta prevalência, as características sugestivas de alterações cognitivas, a alteração do equilíbrio e risco de quedas e o sobrepeso ou obesidade.

Palavras-chave: idoso; síndrome da fragilidade; institucionalização.

 

Abstract

Introduction: The Fragility Syndrome (FS) is the response of the elderly organism facing the increase of vulnerability to stressors that results in the decrease of the physiological reserves and the dysregulation of multiple systems. Social and emotional aspects can enhance this vulnerability, the institutionalization of the elderly being a potentiating agent of this picture. Objective: To estimate the prevalence of the FS and characterize the clinical and sociodemographic profile of the institutionalized elderly from Pindamonhangaba/SP. Methods: This is a descriptive transversal observational study. Thirty-one elderly of both sexes, residents in two Long-Stay Institutions for the Elderly (LSIE) from the municipality of Pindamonhangaba/SP were included. The FS evaluates: unintentional weight loss, self-report of exhaustion or fatigue, decrease of muscular strength by the hand grip strength, slowness in the march and low physical activity level. By these criteria the elderly was classified as fragile, pre-fragile or robust (not fragile). Results: The prevalence of the FS in institutionalized elderly was 67.4%. Considering the five items that compose the FS, the unintentional weigh loss was present in 61.9% of the elderly, the low physical activity level in 66.6%, the self-report of exhaustion or fatigue in 66.6%, the slowness in the march in 71.4% and the decrease of the hand grip strength in 95.2%. Most of the fragile elderly were of the male sex 41.9%, and the most common morbidities were: depression (32.3%), systemic arterial hypertension (38.7%), musculoskeletal symptoms (67.7%), change of balance (74.2%) and features suggestive of cognitive changes (83.9%). Conclusion: The prevalence of FS among institutionalized elderly from Pindamonhangaba/SP was high, with a predominance of males. In the clinical profile, the high prevalence of characteristics suggestive of cognitive alterations, alteration of balance, risk of falls and overweight or obesity were highlighted.

Keywords: elderly; frailty; institutionalization.

 

Introdução

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no último trimestre de 2019, 16,2% da população brasileira era formada por cidadãos acima de 60 anos, e a projeção de incremento desta proporção é de 33,7% de idosos em 2060 [1].

O transcurso do envelhecimento do organismo é multifatorial e gradativo em suas proporções biológica, psicológica, socioeconômica, cultural e espiritual. As modificações investigadas no sistema demográfico mostram uma atenuação das patologias infectocontagiosas, o que leva a uma ocorrência eminente de enfermidades correlacionadas à idade avançada, na qual, em sua maior parte comprometem o bem-estar e eficácia funcional dos cidadãos idosos. É primordial, nessa sequência, analisar as particularidades do envelhecimento, sendo a fragilidade um sinal significativo no estado de saúde do idoso [2].

Conforme Fried et al. [3] a síndrome da fragilidade (SF) é um fenótipo determinado pela diminuição de energia e está ligada a modificações fisiológicas nos sistemas imunológico, musculoesquelético e neuroendócrino que refletem, especialmente, no decréscimo da massa muscular, na mudança do apetite e na condição inflamatória crônica.

A prevalência da SF possui ampla variabilidade a depender do local onde é investigada. Em estudos populacionais a prevalência da SF varia de 4,0% a 59,1%; em pacientes hospitalizados de 6,0% a 86,0% e entre os idosos institucionalizados, de 19,0% a 75,6% [4]. Esta variação também ocorre quando são utilizados diferentes instrumentos para o diagnóstico, como o Fenótipo de Fragilidade, a Escala FRAIL-NH, o Indicador de Fragilidade de Tilburg e o Indicador de Fragilidade de Groningen, que devem ser elegidos de acordo com a população a ser investigada. Segundo estudo de Si et al. [5] comparando os instrumentos para o diagnóstico da fragilidade, o Fenótipo de Fragilidade de Fried et al. [3] apresenta boa propriedade diagnóstica para idosos institucionalizados.

A institucionalização do idoso é uma realidade que precisa ser considerada em diversas pesquisas que investigam a saúde do idoso. Muitas famílias pelas dificuldades ou impossibilidades de cuidarem de uma pessoa idosa fazem a opção de procurarem instituições de longa permanência para poder ofertar os cuidados necessários à saúde. No entanto, é importante ressaltar que o novo ambiente pode representar um agente estressor, com constante relato de sensação de abandono e solidão, potencializando a falta de motivação para atividades que visam a manutenção da funcionalidade e impedem a instalação de patologias ou síndromes como a SF [6].

Considerando o aumento da expectativa de vida que redunda em crescimento da população idosa, a queda funcional de múltiplos sistemas de forma concomitante durante o envelhecimento, mais preponderante entre o grupo de pessoas com maior vulnerabilidade social, e considerando ainda que a SF aumenta o risco de quedas, hospitalizações, perdas funcionais e até mesmo óbito [7], conhecer o perfil clínico e epidemiológico dos idosos que apresentam esta síndrome permitirá identificar precocemente os indivíduos em risco e estabelecer planos de ação para prevenção, tratamento e progressão do quadro.

Desta forma, o presente estudo teve por objetivo estimar a prevalência da Síndrome da Fragilidade (SF) e caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos idosos institucionalizados de duas Instituições de Longa Permanência para Idoso (ILPI) de Pindamonhangaba/SP.

 

Métodos

 

Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo, cujas variáveis investigadas foram: síndrome da fragilidade, características sociodemográficas (idade, sexo, raça, estado civil, escolaridade, ocupação e renda), histórico de morbidade (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatias, depressão, sintomas musculoesqueléticos e obesidade), hábitos de vida (tabagismo, etilismo e prática de exercícios físicos), cognição, funcionalidade multidimensional, equilíbrio, uso de medicamentos e qualidade de vida.

Participaram da pesquisa 31 idosos acima de 60 anos, de ambos os sexos, moradores de duas Instituições de Longa Permanência para Idosos do município de Pindamonhangaba/SP, compondo uma amostra por conveniência. Foram incluídos idosos em condições físico-funcionais de deambulação, com ou sem auxílio de dispositivos e com condições de realizar o movimento de preensão manual, e excluídos os idosos que apresentavam dificuldade de fala, audição ou compreensão, pela impossibilidade de responder à entrevista.

A variável síndrome da fragilidade foi investigada pelo instrumento de rastreamento autorreferido validado por Nunes et al. [8]. Esse instrumento possui questões baseadas no fenótipo da fragilidade segundo Fried et al. [3] que consideram os seguintes aspectos: 1) perda de peso não intencional (> 3 kg); 2) fadiga relatada, que impeça o idoso de seguir adiante com alguma atividade; 3) diminuição da força muscular, por meio da percepção da redução da força atual se comparada aos últimos 12 meses; 4) redução da velocidade de caminhada, relatado pela percepção de andar devagar atualmente, se comparado aos últimos 12 meses; e 5) baixo nível de atividade física, comparando a percepção do nível atual de atividade física se comparada aos últimos 12 meses.

Para confirmação do diagnóstico, utilizou-se a mensuração da força de preensão palmar e o teste de caminhada. A avaliação da força de preensão palmar foi realizada por meio do dinamômetro digital manual da marca CAMRY, modelo EH 101. Foram obtidas três medidas com intervalo de um minuto entre elas, e o resultado apresentado em quilograma/força (kg/f). Foi considerado o valor médio entre as medidas e adotado os pontos de corte propostos por Fried et al. [3]. Para a velocidade da caminhada foi avaliado o tempo em segundos que o idoso gasta para percorrer 4,6 metros. A distância real percorrida foi de 8,6 metros, no entanto, para avaliação deste quesito, foram desconsiderados os dois metros iniciais e os dois finais, considerando como velocidade da marcha a média entre três medidas. Para tanto, se utilizou o cronômetro digital disponível no aparelho de telefone celular da marca Apple, modelo 5S e considerou-se como lenta, a marcha superior a 6 segundos para distância de 4,6 metros.

      Os idosos foram classificados conforme os critérios de Fried et al. [3], considerando-se idosos frágeis aqueles que preenchiam três ou mais itens, pré-frágeis os que preenchiam um ou dois itens e robustos ou não frágeis, os que não preenchiam nenhum item.

Para a investigação das demais variáveis foi criado um roteiro para a coleta de dados elaborado pelos pesquisadores, contendo questões sobre as características sociodemográficas e investigação do perfil clínico, que incluía questões relacionadas a: hábitos de vida, histórico de morbidade, funcionalidade, equilíbrio, uso de medicamentos e qualidade de vida. Para avaliação de algumas variáveis optou-se pela utilização de instrumentos validados e traduzidos para o português como a Escala de Depressão Geriátrica (GDS), o Questionário Nórdico de Sintomas Ostomusculares, Timed Up & Go Test (TUGT), Performance - Oriented Mobility Assessment (POMA), Escala de Equilíbrio de BERG; Questionário Genérico de Qualidade de Vida – Short Form (SF-36), Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa.

A fim de complementar as informações sobre o perfil clínico, foram retirados dos prontuários médicos o resultado de exames laboratoriais ou de imagens realizados no último mês.

A coleta de dados aconteceu nas duas ILPI selecionadas em um período de 30 dias e contou com seis pesquisadores treinados e calibrados. Primeiramente os pesquisadores tiveram acesso aos prontuários médicos dos residentes e extraíram todas as informações relevantes sobre características sociodemográficas, história de morbidade, resultados de exames médicos e uso de medicamentos.

Em seguida os pesquisadores foram agrupados em duplas, se dirigiram até o quarto do idoso selecionado e realizavam o convite para pesquisa. Em caso de aceite, a avaliação era iniciada pela entrevista, que teve em média duração de 30 minutos.

A entrevista começou pelo questionário MEEM, e caso o idoso demostrasse dificuldade para compreender ou responder as questões, era automaticamente excluído da pesquisa. Em seguida foi aplicado o questionário sobre qualidade de vida (SF-36), para verificar a percepção atual deste componente, dando sequência a todos os outros instrumentos validados ou questões elaboradas pelos pesquisadores que inicialmente investigavam aspectos físicos, e em sequência a pesquisa de aspectos psicológicos.

Após a entrevista, o paciente se colocou em pé para a realização de testes e posteriormente passou por antropometria, com duração média de 20 minutos.

Os dados foram analisados por meio de medidas de tendência central e dispersão (média e desvio padrão), e apresentados em tabelas e gráficos, utilizando o programa Microsoft Office Excel, versão 10.

 

Aspectos éticos

 

O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do UniFUNVIC -Centro Universitário FUNVIC e aprovado com o número de protocolo 3.596.759. As duas ILPI envolvidas assinaram um termo de autorização para realização do estudo e todos os participantes assinaram por meio de grafia ou impressão da digital do polegar direito, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

 

Resultados

 

Foram avaliados 31 idosos residentes das ILPI de Pindamonhangaba, destes, 14 (45,2%) do sexo feminino e 17 do sexo masculino (54,8%), com faixa etária entre 63 e 98 anos e média de idade de 78 anos (DP ± 8,9 anos). Em sua maioria eram da raça branca (71,0%), viúvos (51,6%), aposentados (80,6%) e estudaram até o ensino fundamental I ou II (45,3%), como apresentado na tabela I.

 

Tabela ICaracterísticas sociodemográficas de 31 idosos residentes nas Instituições de Longa Permanência para Idosos de Pindamonhangaba/SP, 2019

 

 

Considerando as morbidades associadas, a tabela II apresenta em ordem crescente as mais prevalentes, com destaque para os sintomas musculoesqueléticos e as características sugestivas de alterações cognitivas, que estiveram presentes em mais da metade dos idosos que participaram do estudo, 67,7% e 83,9% respectivamente.

 

Tabela IIMorbidades associadas de 31 idosos residentes nas Instituições de Longa Permanência para Idosos de Pindamonhangaba/SP, 2019

 

*CSAC = Características Sugestivas de Alterações Cognitivas

 

Com relação aos hábitos de vida, 51,6% (16) praticavam algum tipo de atividade física como caminhada, exercícios resistidos ou dança, 9,7% (3) eram tabagistas atuais e 3,2% (1) etilistas atuais. Chama a atenção, que 35,5% (11) eram tabagistas pregressos, e essa mesma proporção também se declarou etilista pregresso.

A respeito do uso de medicamentos, todos os idosos faziam uso de algum fármaco e destes, 80,6% (25) utilizavam quatro ou mais medicamentos, caracterizando a polifarmácia.

Para avaliação da obesidade, utilizou-se o critério preconizado pela Organização Mundial da Saúde, o Índice de Massa Corporal (IMC) [9], caracterizado pela razão do peso (kg) dividido pela altura ao quadrado (m²). Entre os participantes, 71,0% (22) tinham sobrepeso ou obesos e 25,8% eram eutróficos.

Para avaliação do equilíbrio e possível risco de quedas foram utilizados os instrumentos de BERG, POMA e TUGT, que segundo Karuka et al. [10] são complementares considerando suas limitações individuais. Assim, entre os idosos avaliados 55,0% (17) apresentaram alteração de equilíbrio e risco de quedas pela escala de BERG, 67,0% (21) pelo POMA e 71,0% (27) pelo TUGT. Entre os idosos com risco de quedas, 58,8% (10) eram mulheres.

Em se tratando da qualidade vida, foi realizada uma média de pontuação no questionário SF-36, em que valores mais próximos de 100 indicaram melhor estado geral sobre o domínio avaliado e valores mais próximos de zero, um pior estado geral. São eles em ordem crescente de pontuação: limitação por aspectos físicos (42,6 pontos), capacidade funcional (48,5 pontos), dor (64,4 pontos), estado geral de saúde (68,7 pontos), vitalidade (70,2 pontos), aspectos sociais (75,5 pontos), limitação por aspectos emocionais (70,4 pontos) e saúde mental (76,9 pontos). Os idosos deste estudo descreveram percepções de melhor estado geral para o domínio saúde mental e pior estado geral para o domínio limitação por aspectos físicos.

 

Síndrome da fragilidade

 

Entre os participantes do estudo, 67,7% foram classificados com fenótipo de frágil. A maior prevalência esteve entre os homens, 41,9%, e os componentes da síndrome que mais apareceram entre os idosos considerados frágeis foram a fraqueza muscular (95,2%) e lentidão da marcha (71,4%), como pode ser observado nas tabelas III e IV.

Identificar a prevalência de cada característica que compõe a SF poderá indicar o componente que merece maior atenção na elaboração de um plano de tratamento fisioterapêutico focado na prevenção da síndrome da fragilidade.

 

Tabela IIIPrevalência do fenótipo da fragilidade segundo sexo, em 31 idosos institucionalizados, Pindamonhangaba/SP, 2019

 

 

Tabela IVPrevalência de cada característica que compõe o fenótipo da fragilidade dos grupos de idosos categorizados em Frágeis e Pré-Frágeis, segundo os critérios de Fried et al. [3], Pindamonhangaba/SP, 2019

 

 

Discussão

 

O presente estudo encontrou alta prevalência da SF entre os idosos institucionalizados de Pindamonhangaba, principalmente entre o sexo masculino. Dentre os componentes do Fenótipo da Fragilidade destacam-se com maior prevalência tanto na categoria Frágil quanto na Pré-Frágil, a fraqueza muscular. Entre as morbidades descritas no perfil clínico dos participantes, chama atenção as características sugestivas de alterações cognitivas, os sintomas musculoesqueléticos, o IMC indicativo de sobrepeso ou obesidade e as alterações do equilíbrio como um importante preditor para o risco de quedas.

O presente estudo identificou maior prevalência de fragilidade no sexo masculino, embora a literatura aponte o sexo feminino como de maior risco para desenvolver essa morbidade [4,11-13]. Um dos possíveis motivos deste achado, provavelmente está relacionado ao número equilibrado de residentes do sexo masculino e feminino nas ILPI de Pindamonhangaba, acompanhado do fato de muitas mulheres terem sido excluídas da pesquisa por apresentarem demência ou outras patologias que interferiam na compreensão e comunicação, o que as impediam de responder aos questionamentos, além das exclusões por limitações físicas que impossibilitavam a realização de testes físicos específicos da pesquisa.

Entre os componentes da fragilidade, destacam-se a diminuição da força muscular e a lentidão da marcha. Ambos se relacionam intrinsecamente e correspondem a alterações fisiológicas do envelhecimento, no entanto, quando aparecem de forma acentuada, representam importantes preditores de morbidades que diminuem a qualidade de vida e podem alterar a sobrevida do idoso. Segundo Guedes et al. [11], o envelhecimento por si contribui para o aparecimento de diversas patologias, entre elas a sarcopenia, que é a diminuição da massa e do comprimento muscular, do número de motoneurônios, do aumento da complacência tendínea que reduz a capacidade de transmissão de força ao osso, tendo como consequência a redução da força muscular global, principalmente nos membros inferiores.

Essas alterações no sistema musculoesquelético acontecem em ambos os sexos e um dos responsáveis são os esteroides sexuais (estrogênio nas mulheres e testosterona nos homens). Eles estimulam a produção de massa óssea e muscular durante a puberdade e meia idade e geram reserva para fase da senescência, quando suas concentrações séricas diminuem consideravelmente [14]. Entretanto, os hábitos de vida como a prática de atividade física, uma alimentação rica em cálcio, proteínas, sais minerais e vitaminas, além da exposição saudável ao sol contribuem para que esta reserva seja adequada e suficiente para um envelhecimento saudável. Quando isso não ocorre, há o aparecimento da sarcopenia que está associada a importantes alterações na funcionalidade do idoso, sendo uma delas a lentificação da marcha que aumenta expressivamente o risco de quedas [13].

O risco de quedas pode ser observado por meio de testes específicos para avaliação do equilíbrio estático e dinâmico e conforme identificado, no presente estudo, esteve presente em 74,2% dos participantes. Deve-se considerar que o envelhecimento progressivo resulta em modificações fisiológicas nos sistemas responsáveis pelo controle corporal e equilíbrio e, neste sentido, além das mudanças no sistema musculoesquelético, acentuam o quadro de lentificação da marcha, de alterações no equilíbrio e de risco de quedas, também as mudanças que ocorrem nos sistemas visual e vestibular. É importante compreender como estes dois sistemas se alteram no processo de envelhecimento e dedicar a eles avaliações mais específicas, se necessário.

No sistema visual acontece a diminuição do campo visual, da discriminação das cores, e da noção de profundidade, o tamanho da pupila diminui, reduzindo a capacidade de se recuperar da exposição da luz e de se adaptar ao escuro, podendo ter maior prejuízo na presença de patologias como a catarata [15]. No sistema vestibular, a principal consequência é a deterioração do reflexo vestíbulo-ocular, que ao ser afetado leva à desvios na marcha pelo desequilíbrio quando há rotações de tronco [16].

Neste sentido, vale ressaltar que o ganho de força muscular por si só poderá não resultar na melhora da velocidade da marcha, mas deve ser trabalhado em conjunto com outros objetivos que envolvam diferentes sistemas.

Considerando os três instrumentos utilizados para identificar o risco de quedas entre os idosos (BERG, POMA e TUGT), 58,8% (10) dos participantes que apresentaram escores compatíveis com risco de quedas eram mulheres. Assim como entre os idosos das ILPI de Pindamonhangaba, a literatura também descreve maior prevalência entre as mulheres, pois estas apresentam maior expressão nos fatores de risco como a redução da massa e da força muscular, e a lentificação da marcha [17]. Guedes et al. [11] em seu estudo populacional no Brasil, verificaram que 88,8% dos idosos frágeis possuem diminuição da velocidade da marcha, sendo mais acentuado entre as mulheres em virtude das alterações musculares associadas a biomecânica da pelve. Por apresentar um formato mais amplo, a pelve feminina influencia o movimento do quadril no plano frontal, o aumento de sua inclinação favorece também o aumento dos movimentos de adução e rotação interna do quadril, além do valgo de joelho, que contribui para uma menor amplitude e menor cadência.

A lentificação da marcha encontrada em 71,4% dos idosos frágeis que participaram do presente estudo, segundo a literatura, podem ter em sua gênese uma ligação com as alterações de equilíbrio, que contribuem para o aumento do risco de quedas, e que está diretamente relacionada ao aumento do risco de morte entre os idosos, chegando a ser duas vezes maior entre os idosos institucionalizados se comparado aos idosos da comunidade [18-20].

Segundo Ofori-Asenso et al. [7], a fragilidade está associada ao aumento do risco de mortalidade por todas as causas e, exatamente por isso, existe a necessidade de se realizar rastreamentos adequados em diferentes locais como a atenção primária, ambulatórios especializados, instituições de longa permanência e hospitais, identificando os principais fatores de risco.

Hanlon et al. [21] em estudo populacional identificaram que idosos com quatro ou mais morbidades possuem alto risco para o desenvolvimento da fragilidade, sendo as mais comuns o diabetes, a depressão, as demências e a obesidade. O presente estudo, embora com idosos institucionalizados e de caráter descritivo, também identificou alta prevalência de depressão, sobrepeso ou obesidade e características sugestivas de alterações cognitivas, levantando a hipótese de possíveis associações que devem ser investigadas em posteriores estudos analíticos sobre fatores de risco.

Considerando a alta prevalência de características sugestivas de alterações cognitivas identificadas por meio do MEEM (83,9%) entre os idosos de Pindamonhangaba, é importante considerar sua relação, segundo a literatura, com a fraqueza muscular e a lentificação da marcha, componentes do Fenótipo da Fragilidade.

Segundo Brigola et al. [22] dois componentes do fenótipo da fragilidade estão intimamente relacionados às alterações cognitivas: o primeiro a fraqueza muscular e segundo, a lentidão da marcha. Os diferentes fatores pelos quais eles se relacionam são: estresse oxidativo próprio do envelhecimento, desregulação hormonal, principalmente relacionada a redução dos androgênios e aumento da resistência insulínica, processos inflamatórios, acúmulo neurotóxico da proteína beta-amiloide no cérebro, perda de neurônios da substância negra, uso excessivo de medicamentos e sintomas depressivos.

Alguns idosos institucionalizados possuem uma história marcada pela dificuldade de gerenciar sua vida sozinhos e por isso a opção de residir em uma instituição onde possam contar com profissionais para ajudar nas tarefas dia a dia, sem demandar atenção da família ou dos amigos de forma constante. Porém, muitos chegam às ILPI abandonados por suas famílias ou sem qualquer ente familiar vivo ou próximo, sendo a única opção disponível. Tanto em uma situação quanto em outra, a institucionalização representa um grande desafio, pois o idoso abandona seu lar, precisa se adaptar a um novo ambiente, com novas rotinas, compartilhando espaços com pessoas desconhecidas, e passa a não realizar mais atividades básicas do cotidiano [23].

Como não se envolve com as atividades de vida diária AVD, associado ao sedentarismo e a uma alimentação inapropriada, pobre em nutrientes importantes para um envelhecimento saudável, o idoso gradativamente vai aumentando sua dependência e diminuindo sua capacidade funcional. As limitações físicas desenvolvidas pelos residentes das ILPI são agravadas pela dificuldade de convívio social e sensação de solidão, redundando em alterações psicológicas como a ansiedade e a depressão, que contribuem para o déficit cognitivo, potencializam o aparecimento da SF e consequentemente levam a diminuição da qualidade de vida [24].

Entre os idosos de Pindamonhangaba, 76,9% apresentaram características sugestivas de alterações cognitivas e 32,3% sintomas depressivos, o que sugere a existência de importantes fatores de risco para fragilidade. No entanto, quando questionados sobre a qualidade de vida, o domínio relacionado à percepção da saúde mental teve a maior pontuação, ou seja, a maioria dos idosos consideraram como boa, o que denota a dificuldade de percepção da realidade. Já os domínios sobre limitações físicas e capacidade funcional foram os que receberam menor pontuação, corroborando de forma clara com os resultados ruins encontrados nos testes para força muscular e velocidade da marcha, que são preditores de incapacidade funcional segundo o fenótipo de fragilidade.

Vale ressaltar que a fraqueza muscular e a lentidão da marcha, componentes da fragilidade, segundo os critérios de Fried et al. [3], são completamente modificáveis se adotados programas de atividade física regular, principalmente envolvendo exercícios de fortalecimento, com duração de uma hora, frequência de três vezes por semana e período mínimo de 10 semanas, associados a uma alimentação rica em leite, peixe, frango, ovos e bebidas comerciais de suplementação nutricional [25]. Para um programa mais completo, que tenha abrangência sobre a maior parte dos fatores de risco para fragilidade, sugerem-se intervenções relacionadas ao treinamento cognitivo e ao tratamento psicológico, sendo assim eficaz também na reversão de quadros de pré-fragilidade, impedindo a progressão da síndrome [26].

A principal limitação do presente estudo foi o número de participantes. O município de Pindamonhangaba possui apenas duas ILPI, ambas incluídas na pesquisa, no entanto, muitos idosos não puderam participar do estudo por se enquadrarem nos critérios de exclusão, principalmente os residentes do sexo feminino.

 

Conclusão

 

A prevalência da SF entre os idosos institucionalizados de Pindamonhangaba/SP foi alta com predomínio no sexo masculino. Destacou-se no perfil clínico, também, a alta prevalência, as características sugestivas de alterações cognitivas, a alteração do equilíbrio e risco de quedas e o sobrepeso ou obesidade.

 

Agradecimentos

A todos os gestores e funcionários das duas Instituições de Longa Permanência para Idosos que autorizaram a realização do estudo e contribuíram para sua execução.

 

Conflito de interesse

Não há conflitos de interesse

 

Contribuição dos autores

Orientadora da pesquisa: Elaine Cristina Alves Pereira; Coleta dos dados e discussão dos resultados: Stephanie Pereira Ferreira, Rafaela da Silva Palma e Keyleytonn Sthil Ribeiro; Elaboração dos resultados: Vânia Cristina dos Reis Miranda; Revisão dos resultados, discussão: Elaine Cristina Martinez Teodoro.

 

Fonte de financiamento

Não há fontes de financiamento

 

Referências

 

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