Fisioter Bras
2021;22(2);261-271
REVISÃO
A
importância da reabilitação pulmonar em pacientes com COVID-19
The importance of pulmonary
rehabilitation in patients with COVID-19
Paula
Lima Bosi*, Luciana Fernanda de Freitas Januzzi*,
Priscila Barreto de Paula*, Camila Carvalho de Oliveira*, Claudio Alvin Scianni*, Thais Aparecida Nunes da Costa*, Claudia Teixeira
Monteiro de Freitas Teixeira*, Raphael Borges de Oliveira Gomes*, Adriano
Santos Clovis*, Giselle Aline dos Santos Gonçalves*, Paulo Henrique Silva Maia,
D.Sc.**
*Docente
do curso de Fisioterapia da Faculdade Pitágoras, Betim, MG, Brasil,
**Enfermeiro, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG
Recebido
em 28 de agosto de 2020; aceito em 16 de abril de 2021.
Correspondência: Paula Lima Bosi, Rua Níquel 68, 1102
Serra 30220-280 Belo Horizonte MG
Paula Lima Bosi: plimab@gmail.com
Luciana Fernandes Freitas Januzzi:
lufjanuzzi@gmail.com
Priscila Barreto de Paula: pricala@uol.com.br
Camila Carvalho de Oliveira: camila.carvalho@kroton.com.br
Claudio Alvin Scianni:
claudio.scianni@kroton.com.br
Thais Aparecida Nunes da Costa: thais.nunes@kroton.com.br
Claudia Teixeira Monteiro de Freitas
Teixeira:claudia.t.teixeira@kroton.com.br
Raphael Borges de Oliveira Gomes: raphaelbogomes@gmail.com
Adriano Santos Clovis: adriano.cloves@kroton.com.br
Giselle Aline dos Santos Gonçalves:
giselle.goncalves@kroton.com.br
Paulo Henrique Silva Maia: caremaia@gmail.com
Resumo
Introdução: Uma doença altamente infecciosa do
trato respiratório, a doença de coronavírus 2019 (COVID-19) pode causar
disfunção respiratória, física e psicológica em pacientes. Portanto, a
reabilitação pulmonar é crucial para pacientes admitidos e que recebem alta da
COVID-19. As sequelas de longo prazo são desconhecidas, mas as evidências de
surtos anteriores de CoV demonstram comprometimento
da função pulmonar e física, redução da qualidade de vida e sofrimento
emocional. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura
realizada através de busca digital em artigos publicados em revistas impressas
e eletrônicas, ensaios clínicos, estudos randomizados, revisões sistemáticas,
no período compreendido entre os anos de 2003 e 2020. Resultados: Muitos
sobreviventes da COVID-19 que necessitam de cuidados críticos podem desenvolver
comprometimentos psicológicos, físicos e cognitivos. Conclusão: Existe
uma clara necessidade de orientação sobre a reabilitação dos sobreviventes da
COVID-19.
Palavras-chave: infecções por coronavírus; betacoronavírus; medicina física e de reabilitação
Abstract
Introduction: A highly
infectious disease of the respiratory tract, coronavirus disease 2019
(COVID-19) can cause respiratory, physical, and psychological dysfunction in
patients. Therefore, pulmonary rehabilitation is crucial for patients admitted
and discharged from COVID-19. The long-term sequelae of COVID-19 are unknown,
but evidence of previous CoV outbreaks demonstrates
impaired lung and physical function, reduced quality of life and emotional
distress. Methods: This is a systematic review of the literature carried
out through digital bibliographic search of scientific articles published in
printed and electronic journals, clinical trials, randomized studies,
systematic reviews, in the period between the years 2003 and 2020. Results:
Many survivors of COVID-19 that require critical care can develop
psychological, physical, and cognitive impairments. Conclusion: There is
a clear need for guidance on the rehabilitation of COVID-19 survivors.
Keywords: coronavirus infection; betacoronavirus; physical and rehabilitation medicine
Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) anunciou a epidemia de 2019-nCoV, uma emergência de saúde pública de
interesse internacional. E em 11 de fevereiro de 2020, a OMS nomeou formalmente
a doença desencadeada por 2019-nCoV como doença de coronavírus 2019 (COVID-19).
No mesmo dia, o grupo de estudo sobre coronavírus do Comitê Internacional de
Taxonomia de Vírus nomeou 2019-nCoV como coronavírus 2 da síndrome respiratória
aguda grave (SARS-CoV-2) [1]. Ainda em 11 de março de 2020, a OMS elevou o
status do novo coronavírus (COVID19) a uma pandemia [1]. Embora as avaliações
quanto à pandemia estejam mudando rapidamente, o COVID19 infectou e tirou a
vida de milhares de pessoas. Desde que os primeiros casos surgiram, no final de
2019, a COVID19 provocou um caos generalizado nos sistemas de saúde público e
privado, que se esforçam para responder ao aumento na demanda. Caos provocado
também na economia global, pois trabalhadores foram impedidos de trabalhar, e
há assim um declínio na economia geral. Constata-se que uma profunda ansiedade
está se espalhando quase tão rapidamente quanto a própria doença [2].
O coronavírus é um dos principais patógenos que tem como
alvo principal o sistema respiratório humano. O SARS-CoV-2 pertencente à
família Coronaviridae, com uma única fita de RNA e um
nucleocapsídeo (estrutura composta pelo ácido
nucleico do vírus - neste caso RNA - e seu invólucro proteico, o capsídeo)
helicoidal. O nome se deve a espículas (estruturas proeminentes) presentes na
superfície do vírus, o que lhe dá a aparência de uma coroa solar. As proteínas
não estruturais desse vírus desempenham um papel crucial na replicação do vírus,
enquanto as proteínas estruturais e auxiliares estão envolvidas na morfogênese
e interferem na resposta da imunidade do hospedeiro, respectivamente [3].
Aparentemente o vírus conseguiu fazer a transição de
animais para humanos no mercado de frutos do mar de Huanan
em Wuhan, China [4]. Os surtos anteriores de coronavírus (CoVs)
incluem a síndrome respiratória aguda grave (SARS)-CoV
e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)-CoV,
que foram anteriormente caracterizados como agentes que representam uma grande
ameaça à saúde pública [5].
Relevante citar que os casos tendem a ser em aglomerados,
que chegam em ondas, e se desenvolvem em surtos maiores em todo o mundo. O
primeiro surto documentado ocorreu principalmente em Wuhan [2]. De acordo com o
relatório diário da Organização Mundial da Saúde, a epidemia de SARS-CoV-2, até
agora registrou 13.876.441 casos confirmados e 593.087 mortes em todo mundo, e
no Brasil atingiu 2.012.151 casos com 76.688 mortes, até 18 de julho de 2020
[1]
Com base nas avaliações da OMS e de outras agências de
saúde pública, a COVID19 ataca principalmente o sistema respiratório inferior,
e o vetor de transmissão parece ser principalmente através de gotículas
respiratórias de tosse, espirro e contato próximo [6]. Shi et al. [7]
sugeriram que o vírus também pode se espalhar indiretamente através da
“contaminação de objetos comuns, aerossolização do
vírus em um espaço confinado ou disseminação de pessoas infectadas
assintomáticas”.
Quanto aos sintomas, a maioria dos pacientes apresenta
sintomas leves a moderados. Os sintomas mais comuns são febre,
tosse seca, fadiga. Outros sintomas como, faringalgia,
dores de cabeça e mialgia também podem ocorrer. Há também relatos descrevendo
pacientes com sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal e diarreia
[8]. Aproximadamente 20% dos pacientes com COVID-19 desenvolvem doença
respiratória grave, com uma taxa geral de letalidade de cerca de 2,3%.
Pacientes em estado grave da doença geralmente apresentam febre, tosse seca,
dispneia e infiltrados pulmonares bilaterais no tórax. As complicações mais
comuns do COVID-19 incluem síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA),
insuficiência respiratória, lesão hepática, lesão miocárdica aguda, lesão renal
aguda, choque séptico e até falência de múltiplos órgãos [9]. Dentre as
pesquisas laboratoriais, os estudos apontam para leucopenia e linfopenia os
mais comuns [10,11,12], sendo a linfopenia uma característica fundamental da COVID-19,
podendo ser observado pelo aumento do lactato desidrogenase (LDH), da creatina
quinase (CK) e aumento nos níveis de marcadores inflamatórios como proteína C
reativa e citocinas pró-inflamatórias.
A manifestação clínica usual após um período de incubação
de 4 dias inclui febre, tosse seca e persistente, mialgia e falta de ar. Casos
raros, mas com risco de vida, resultam em pneumonia e síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA). De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC), até 80% das pessoas infectadas experimentam doenças leves a
moderadas, exigindo poucas intervenções, mas as demais serão seriamente
afetadas e exigirão cuidados médicos intensivos. Embora tenha dificuldade para
estimar com precisão, a OMS relata uma taxa de mortalidade de 3,4% [13]. Essa
estimativa, no entanto, camufla a realidade de que as taxas de mortalidade
diferem por idade e, para aqueles com mais de 80 anos, a taxa está mais próxima
de 15% [14,15].
De qualquer forma, o segmento da população que parece ser
mais afetado inclui pessoas com mais de 50 anos e pessoas com doenças crônicas
pré-existentes [16]. Aproximadamente 20% dos pacientes com COVID-19 desenvolvem
doença respiratória grave, com uma taxa geral de letalidade de cerca de 2,3%.
Pacientes com doença grave geralmente apresentam febre, tosse seca, dispneia e
infiltrados pulmonares bilaterais na imagem do tórax [17].
Com isso, avaliar os efeitos de um programa de reabilitação
respiratória em pacientes com COVID-19 com alta hospitalar se faz pertinente ao
momento atual.
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura realizada
através de busca digital em artigos publicados em revistas impressas e
eletrônicas, ensaios clínicos, estudos randomizados e revisões sistemáticas, no
período compreendido entre os anos de 2003 e 2020, nas bases de dados
eletrônicas Pubmed, e Science Direct, e que
apresentassem dados atuais sobre a COVID-19. Foram selecionados estudos com
idioma de publicação em inglês e chinês em diferentes estratégias para
assegurar uma busca abrangente. A questão norteadora deste estudo abordou como
um programa de reabilitação pulmonar pode ajudar os pacientes com COVID-19 após
a alta hospitalar.
Quadro
I - Descritores
e operadores booleanos utilizados na busca em bases de dados
As buscas foram realizadas por dois avaliadores
independentes que selecionaram os estudos potencialmente relevantes a partir
dos títulos e resumos dos resultados obtidos nas bases de dados. Quando essas
seções não forneceram informações suficientes para serem incluídas, o texto
completo foi verificado. Posteriormente, os mesmos revisores avaliaram
independentemente os estudos completos e realizaram a seleção de acordo com os critérios
de elegibilidade, ou seja, o uso de uma metodologia que tenha envolvido uma
intervenção através da reabilitação pulmonar em pelo menos um grupo pesquisado.
Os casos discordantes foram resolvidos por consenso.
Na busca realizada, 101 referências foram localizadas. Na
base de dados Science Direct, foram encontrados 56 artigos, 1 artigo foi
selecionado para uma leitura analítica e os outros artigos não se aplicavam ao
objetivo de análise ou encontravam-se em duplicidade com outras bases de dados.
Na base de dados PubMed foram encontrados um total de
55 artigos, sendo 15 duplicados e 31 abordavam outras técnicas ou não
reportavam reabilitação pulmonar ou COVID-19. Finalmente, após a leitura
analítica, 6 estudos foram selecionados como objeto de análise, por
apresentarem aspectos que respondiam à questão norteadora.
Está claro que a COVID-19 ataca principalmente o trato
respiratório inferior. A pneumonia ocorre principalmente na segunda ou terceira
semana de uma infecção sintomática. Sinais proeminentes de pneumonia viral
incluem diminuição da saturação de oxigênio, alteração na gasometria arterial,
alterações visíveis através de raios X do tórax e/ou outras técnicas de imagem,
com exsudatos alveolares e envolvimento interlobular,
indicando eventualmente deterioração. A linfopenia parece ser comum e há
aumento nos níveis de marcadores inflamatórios como proteína C reativa e
citocinas pró-inflamatórias [4].
Semelhante ao observado em resposta ao SARS-CoV,
a lesão imunomediada pode desempenhar um papel
crítico na patogênese da COVID-19, principalmente entre aqueles que estão
gravemente doentes devido a doença grave. A infecção viral de pneumócitos induz respostas inflamatórias locais e promove
a liberação de citocinas, incluindo fator de crescimento transformador-b1 (TGF-b1), fator de necrose tumoral-α
(TNF-α), interleucina-1b
(IL-1b), IL-6,
bem como numerosas quimiocinas que servem para
recrutar leucócitos circulantes [18]. Nas formas graves de COVID-19, a cascata
inflamatória resultante pode levar a um aumento de citocinas, como observado em
um estudo recente que documentou níveis séricos elevados de citocinas,
incluindo IL-2, IL-7, IL-10, fator estimulador de colônias de granulócitos
(G-CSF), proteína quimiotática de monócitos (MCP) e TNF-α [19].
As consequências físicas da COVID-19 ainda não foram
totalmente esclarecidas a longo prazo, mas há um consenso que os pacientes que,
na fase aguda da doença, que necessitaram de ventilação mecânica podem desenvolver
diversos efeitos colaterais, principalmente, a síndrome
pós-cuidados intensivos [17]. Essa síndrome é caracterizada
primariamente por alterações físicas, cognitivas e psiquiátricas, que têm o
potencial de levar à redução da qualidade de vida dos pacientes e, muitas
vezes, também de seus familiares. Neste sentido, as complexas interações entre
comorbidades, complicações da doença aguda (por exemplo: hipotensão, hipóxia, hipo ou hiperglicemia e polineuromiopatia),
tratamentos de suporte de vida (por exemplo: sedação, ventilação mecânica e
diálise), aspectos organizacionais dos cuidados intensivos (por exemplo:
restrição do contato do paciente com seus familiares) e adaptação ao período
pós-UTI (por exemplo: alteração da imagem corporal, incapacidades, dificuldades
de retorno ao trabalho e pobre rede de suporte social) podem contribuir para
ocorrência, em longo prazo, de redução do status físico funcional, disfunção
cognitiva, ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático
[20,21].
Embora a COVID-19 seja nova, houve surtos anteriores de CoVSARS [17]. Em surtos anteriores, o teste da função
pulmonar de 6 a 8 semanas após a alta hospitalar após a SARS mostrou padrão
restritivo leve ou moderado, consistente com fraqueza muscular em 6% a 20% dos
indivíduos [22]. Um estudo de coorte prospectivo de 94 sobreviventes da SARS
relatou comprometimento persistente da função pulmonar em cerca de um terço dos
pacientes durante 1 ano de acompanhamento. O estado de saúde desses
sobreviventes da SARS também foi significativamente pior em comparação com a
população saudável [23]. Um outro estudo de coorte prospectivo de 97 pacientes
que sobreviveram a SARS demonstrou que 27,8% tinham achados anormais de
radiografia de tórax, além de persistentes reduções na capacidade de exercício
(teste de caminhada de 6 minutos (TC6)) em 12 meses [23].
Apesar de o COVID-19 afetar predominantemente o sistema
respiratório, as evidências indicam uma doença multissistêmica
que é frequentemente grave, resultando em morte. As sequelas de longo prazo da
COVID-19 são desconhecidas, mas as evidências de surtos anteriores de CoV demonstram comprometimento da função pulmonar e física,
redução da qualidade de vida e sofrimento emocional. Existe uma clara
necessidade de orientação sobre a reabilitação dos sobreviventes do COVID-19
[20].
Além da função respiratória, um estudo de coorte
prospectivo de 171 sobreviventes da SARS demonstrou déficits no desempenho
cardiorrespiratório (TC6min) e músculo-esquelético
(dinamometria manual dos principais grupos musculares), bem como na QV em
comparação com as normas da mesma faixa etária [24]. Um quadro semelhante foi
relatado após a epidemia de influenza H1N1 em 2009 [25].
A reabilitação pulmonar refere-se ao tratamento individualizado
de reabilitação de pacientes com doenças pulmonares crônicas após uma avaliação
detalhada. Com o treinamento físico como núcleo, a reabilitação pulmonar
compreende intervenções abrangentes, incluindo, entre outras, suporte
psicológico e nutricional, além de mudanças educacionais e comportamentais. O
objetivo da reabilitação pulmonar é não apenas melhorar as condições físicas e
mentais do paciente, mas também ajudar o paciente a retornar à família e à
sociedade mais rapidamente [26].
Como
os pacientes com COVID-19 sofrem de
vários graus de disfunção respiratória,
física e psicológica, a reabilitação
pulmonar é igualmente importante para pacientes admitidos e com
alta para o
tratamento da doença [27]. Atualmente, as evidências sobre o prognóstico de
pacientes com COVID-19 são insuficientes, principalmente para pacientes idosos
nos quais a doença é complicada por outras doenças. Ainda não está claro se o
comprometimento de múltiplas funções sistêmicas é reversível ou se a existência
prolongada do vírus pode causar disfunção física nesses pacientes. Além disso,
como a COVID-19 causou uma emergência pública, os pacientes com COVID-19 podem
demonstrar diferentes graus de distúrbios psicológicos, como raiva, medo,
ansiedade, depressão, insônia e solidão, além de falta de cooperação e abandono
de tratamento devido ao medo da doença [28].
Com base no consenso e referências, especialistas em
reabilitação na China desenvolveram diretrizes práticas e viáveis de
reabilitação respiratória para pacientes com COVID-19. As instruções principais
dessas diretrizes são as seguintes: o objetivo a curto prazo da reabilitação
pulmonar é aliviar a dispneia, a ansiedade e depressão, enquanto o objetivo a
longo prazo é preservar a função do paciente ao máximo, melhorar sua qualidade
de vida e facilitar seu retorno à sociedade [29].
No estudo de Liu et al. [30] foi utilizado o
treinamento muscular respiratório, com um dispositivo de resistência manual (Threshold PEP; Philips Co) por três séries com 10
respirações em cada série; os parâmetros foram fixados em 60% da pressão
expiratória máxima do indivíduo, com um período de descanso de 1 min entre
os dois conjuntos. Três séries de 10 tosses ativas serão adotadas para
exercícios de tosse. Para o treinamento diafragmático, cada participante
irá realizar 30 contrações diafragmáticas voluntárias máximas na posição
supina, colocando um peso médio (1 a 3 kg) na parede abdominal anterior para
resistir à descida diafragmática. Nos exercícios de alongamento, os músculos
respiratórios serão alongados sob a orientação de um fisioterapeuta. Com
relação aos exercícios em casa, os indivíduos serão instruídos a treinar a
respiração com freno labial e a tossir, 30 séries por dia. Esta reabilitação
respiratória melhora a função respiratória, a qualidade de vida e a ansiedade
de pacientes com COVID-19, mas apresenta pouca melhora significativa na
depressão em idosos.
A incorporação efetiva da reabilitação pulmonar no manejo
da doença e na vida diária do paciente, para que ele se torne um comportamento
consciente, pode fornecer benefícios a longo prazo para o paciente e sua
família. Com o aprofundamento da compreensão da COVID-19, um número crescente
de pacientes se recuperou. A reabilitação pulmonar para esses pacientes
recuperados tornou-se um grande desafio para a equipe médica, cuja resolução
requer colaboração multidisciplinar e exploração conjunta, para que seja
possível fornecer suporte de alta qualidade e baseado em evidências [31].
A reabilitação pulmonar deve ser realizada durante todo o
processo de gerenciamento de doenças, independentemente de o paciente estar
hospitalizado ou em casa. Além disso, as prescrições de reabilitação devem ser
individualizadas com base na condição específica do paciente. A incorporação
efetiva da reabilitação pulmonar no manejo da doença e na vida diária do
paciente pode fornecer benefícios a longo prazo para o paciente e sua família.