Fisioter Bras.
2023;24(3):356-70
REVISÃO
Práticas
integrativas e complementares aplicadas ao paciente oncológico adulto
Integrative and complementary practices applied to
adult patients with cancer
Aline
Silva Ramos¹, Lindsay Lopes Lima²
1Universidade Federal do Amapá, AP, Brasil
2Faculdade Estácio de Macapá, AP, Brasil
Recebido
em: 11 de fevereiro de 2021; Aceito em: 28 de janeiro de 2023.
Correspondência: Aline Silva Ramos, alineramos@hotmail.com
Como citar
Ramos AS, Lima LL. Práticas integrativas e complementares aplicadas ao paciente oncológico adulto. Fisioter Bras. 2023;24(3):356-70 doi: 10.33233/fb.v24i3.4326
Resumo
Introdução: O câncer é uma patologia capaz de
modificar as condições biopsicossociais dos indivíduos de forma negativa,
evidenciando a necessidade do cuidado integral no tratamento oncológico, e as
Práticas Integrativas e Complementares (PICs) emergem
com muitas promessas para este tipo de tratamento. Objetivos:
Identificar os efeitos das PICs nas condições
biopsicossociais do paciente oncológico adulto, o perfil dos usuários, as PICs mais estudadas e sua aplicação em pacientes
oncológicos. Métodos: Revisão Integrativa da Literatura,
quanti-qualitativa, a partir de artigos e trabalhos acadêmicos publicados na
Bireme/BSV, Periódicos CAPES, PEDro e Google
Acadêmico, entre 2010 e 2019, em português, inglês e espanhol, resultado de
busca utilizando os DeCS “Terapias
complementares” e “Câncer”. Resultados: O uso das PICs
foi predominante em pacientes do sexo feminino e masculino, entre 40 e 91 anos,
em tratamento quimioterápico, com câncer ginecológico; as principais técnicas
usadas foram de relaxamento e acupuntura, produzindo efeitos estatisticamente
significativos na redução de ansiedade, depressão, uso de analgésicos, fadiga,
náusea/vômito, dor, entre outros. Conclusão: Foram identificados poucos
estudos experimentais, abordando poucas PICs, com
grande variação de metodologias, contudo foi possível identificar efeitos
importantes nos âmbitos físico e psicológico, pouca comprovação de melhoria
social e cognitiva, e nenhum resultado estatisticamente significativo nos
aspectos qualidade de vida e uso de medicações não analgésicas.
Palavras-chave: câncer; terapias complementares;
práticas integrativas e complementares.
Abstract
Introduction: Cancer is a
pathology capable of modifying the biopsychosocial conditions of individuals in
a negative way, evidencing the need for comprehensive care in cancer treatment,
and Integrative and Complementary Practices (ICPs) emerge with many promises
for this type of treatment. Objectives: To identify the effects of ICPs
on the biopsychosocial conditions of adult cancer patients, the profile of
users, the ICPs most studied and their application in cancer patients. Methods:
Integrative Literature Review, quantitative-qualitative, from articles and
academic papers published in Bireme/BSV, CAPES, PEDro
and Google Scholar, between 2010 and 2019, in Portuguese, English and Spanish,
search result using the DeCS "Complementary
Therapies" and "Cancer". Results: The use of PICs was
predominant in female and male patients, between 40 and 91 years old,
undergoing chemotherapy treatment, with gynecological cancer; the main
techniques used were relaxation and acupuncture, producing statistically
significant effects on the reduction of anxiety, depression, analgesic use,
fatigue, nausea/vomiting, pain, among others. Conclusion: Few
experimental studies were identified, addressing few ICPs, with great variation
of methodologies; however, it was possible to identify important effects in the
physical and psychological spheres, little evidence of social and cognitive
improvement, and no statistically significant results in the aspects quality of
life and use of non-analgesic medications.
Keywords: cancer; complementary therapies;
integrative and complementary practices.
O
crescimento da população e o acesso às novas tecnologias e serviços de saúde
tem proporcionado o aumento da expectativa de vida da população, mas também
hábitos prejudiciais como má alimentação, sedentarismo e estilo de vida
desregulado, contribuindo para o aumento das Doenças e Agravos Não
Transmissíveis (DANT), que já estão entre as principais causas de morte no
mundo [1].
O
câncer faz parte do grupo das DANT e tem como característica fundamental o
aumento desregulado de células, gerando tumores que atingem variados órgãos e
tecidos, em números elevados. A estimativa de novos casos para o Brasil, no
biênio 2020-2022, aponta 625 mil novos casos por ano, somando 450 mil se for
excluído o câncer de pele não melanoma [1,2].
Com
o aumento do número de casos novos de câncer, ficaram evidentes as campanhas de
prevenção e surgimento de novos tratamentos, com ênfase no cuidado integral que
incluísse o olhar para os traumas e prejuízos emocionais vivenciados, inclusive
pelos familiares [3].
Dentre
os novos tratamentos, emergem as Práticas Integrativas e Complementares (PICs), que constituem um grupo com diferentes conhecimentos
e produtos que não fazem parte da medicina convencional, objetivando evitar o
modelo biomédico de medicalização [4,5].
As
PICs no Brasil possuem registro desde 1980 no Sistema
Único de Saúde (SUS), mas a efetivação só ocorreu por meio da portaria 971 de
2006 com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC),
ocasionando a expansão e acessibilidade dessas práticas para os pacientes do
SUS, com 29 PICs atualmente autorizadas nesse âmbito
[6,7,8].
A
busca por evidências científicas para estas práticas tem ganhado espaço no
país, especialmente em função dos incentivos da Organização Mundial de Saúde
(OMS) para que seus estados-membros implementem as práticas tradicionais e
complementares baseadas em evidência. A própria OMS destaca que o principal
desafio enfrentado para prosseguir na regulamentação das PICs
é a falta de dados de pesquisas no campo [9].
Partindo
desse contexto, uma parceria entre o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde
Integrativa (CABSIN) e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Bireme/OPAS/OMS), com
apoio da Coordenação Nacional das Práticas Integrativas e Complementares de
Saúde do Ministério da Saúde brasileiro, iniciou, em 2019, o projeto Mapa de
Evidências Clínicas em MTCI, que traz uma visão geral e uma síntese gráfica de
intervenções integrativas e complementares de saúde. Participaram do projeto
cerca de 40 pesquisadores brasileiros, analisando mais de 800 revisões
sistemáticas sobre variadas técnicas. A Figura 1, abaixo, indica o resumo dos
resultados encontrados nesta análise [9].
Figura
1 - Resumo dos
resultados do Mapa de Evidências Clínicas em MTCI
Pretende-se,
então, identificar como tem ocorrido a utilização das Práticas Integrativas e
Complementares e seus efeitos nas condições biopsicossociais especificamente do
paciente oncológico adulto, identificando também o perfil dos usuários
pesquisados e as práticas de PICs mais estudadas.
A
pesquisa foi do tipo Revisão Integrativa da Literatura, com abordagem
quanti-qualitativa. O cenário deste estudo foram os bancos de dados Bireme/BSV
(Biblioteca Virtual em Saúde), Periódicos CAPES e PEDro
e Google Acadêmico, buscando artigos científicos, teses, monografias,
dissertações e similares, publicados entre 2010 e 2019, em português, inglês e
espanhol, somente publicações originais, abordando o assunto “Práticas
Integrativas e Complementares em indivíduos com câncer” no título ou no resumo.
A busca ocorreu utilizando os DeCS “Terapias
Complementares” (nas bases BVS e Periódicos CAPES), “Complementary
Therapy” (na PEDro),
isoladamente, e a associação “Terapias Complementares” and
“Câncer” (no Google Acadêmico). Os critérios de exclusão foram publicações
repetidas, arquivos corrompidos ou incompletos, que não atendiam a pelo menos
50% dos objetivos propostos ou não tinham sido realizadas com seres humanos.
A
coleta de dados ocorreu em Junho de 2020, seguindo sete etapas: 1) definição do
tema e da pergunta norteadora, 2) delimitação dos critérios de inclusão e
exclusão, 3) elaboração do instrumento de análise individual das publicações
com as informações a serem extraídas, 4) seleção dos materiais nas bases
científicas, 5) avaliação das publicações selecionadas, 6) discussão dos
principais resultados encontrados, 7) apresentação da revisão/síntese do
conhecimento. Um total de 7 (sete) referências foram selecionadas e analisadas,
conforme indica o fluxograma abaixo.
Para
construção da questão norteadora, a fim de apresentar uma pergunta clara,
válida e aplicável, voltada para a resolução de questões clínicas atuais,
baseada em evidências, utilizou-se o método PICO (População-P, Intervenção-I;
Controle ou comparação-C; e Desfecho-O).
O
tema desenvolvido foi Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no paciente oncológico adulto. A questão norteadora
foi: Quais os efeitos que diferentes PICs têm gerado
nas condições biopsicossociais do paciente oncológico adulto? Assim, P
correspondeu a adultos em tratamento oncológico; I, a Práticas Integrativas e
Complementares; C, a pacientes que não receberam PICs;
e O, a aspectos biopsicossociais.
Foram
aplicados diferentes filtros nas bases de dados utilizadas, conforme
disponibilidade de cada base e adequação aos critérios de inclusão e exclusão.
Na BVS foram aplicados os filtros Idioma (Português, Inglês e Espanhol),
Período (2010 a 2019), Limite (Humanos) e Tipo de documento (Artigo); nos
Periódicos CAPES aplicaram-se os filtros Idioma (Português, Inglês e Espanhol)
e Período (2010 a 2019); na PEDro foram usados os
filtros Pesquisa no Título ou Resumo e Período (2010 a 2019); e no Google
Acadêmico aplicou-se Idioma (Português, Inglês e Espanhol) e Período (2010 a
2019).
As
etapas de seleção das publicações que compõem a amostra estão mostradas no
fluxograma (Figura 2).
Figura
2 – Fluxograma das
etapas de seleção das publicações
A
análise de dados foi feita a partir dos totais absolutos e percentuais de
respostas obtidas para as questões levantadas, bem como a partir da análise e
exposição descritiva dos textos encontrados das publicações originais.
Para
a avaliação da qualidade metodológica dos artigos, considerou-se a
classificação de trabalhos científicos com base no desenho empregado na geração
de evidência proposta por Melnyk e Fineout-Overholt (2005) (Quadro 1).
Quadro
1 -
Tabela
I - Publicações
selecionadas para análise Fonte: Dados primários (2020)
A
Tabela II indica os objetivos, metodologias e resultados de cada pesquisa
analisada.
Tabela
II – Objetivos,
métodos e resultados dos estudos analisados
A
fim de melhor compreender os efeitos identificados nas pesquisas, foi realizada
análise quantitativa dos resultados, demonstrada na Tabela III.
Tabela
III – Modificações
nos aspectos biopsicossociais através da MTC relatadas pelas pesquisas
Fonte:
Dados primários (2020)
Os
dados nos permitem verificar, portanto, que os benefícios estatisticamente
comprovados foram, em primeiro lugar, os físicos e os emocionais/ psicológicos/
de bem-estar, ambos comprovados por três estudos; seguidos da redução no uso de
analgésicos, comprovado por 2 estudos; e, por fim, dos efeitos sociais e
cognitivos, ambos comprovados estatisticamente por 2 artigos.
Além
destes efeitos, foram identificadas melhorias, ainda que não estatisticamente
significativas principalmente nos aspectos emocional/psicológico/bem-estar (2
artigos) e Qualidade de Vida (2 artigos), seguidos dos efeitos físico e uso de
medicamentos antieméticos, mencionados cada um por 1 artigo.
Relatos
qualitativos de melhorias nos aspectos emocionais/psicológicos/ bem-estar,
físicos e cognitivos foram mencionados pelos 2 artigos qualitativos (A6 e A7).
Nenhum
dos estudos referiu ausência de melhora de alguma das dimensões investigadas.
Os aspectos menos avaliados foram o social, cognitivo, Qualidade de Vida e uso
de medicações.
A
maioria dos estudos analisados foi do tipo ensaio clínico controlado, sendo 3
randomizados [10,13,14] e 2 não randomizados [11,12], porém também foram
incluídas 2 pesquisas descritivas qualitativas [15,16]. Nas amostras desses
estudos, foram abordados os públicos do sexo feminino e masculino, com
participantes adultos a idosos.
Nos
3 estudos randomizados, foram utilizados como instrumentos avaliativos
Inventário de Ansiedade Estatal de Spielberger
(STAI), Escala de Depressão do Center for Epidemiologic
Studies Depression (CES-D),
Escala de Avaliação Funcional da terapia geral do câncer (FACT-G) (A1); Escala
de performance (ECOG), Questionário do perfil dos sujeitos, Questionário
EORTC-QLQ-C30, Questionário EORTC-QLQ-H&N35 (A4); Escala Numérica da Dor
(EN), Consumo de analgésicos e Escada Analgésica da OMS [14].
As
intervenções realizadas foram Terapia de Resposta ao Relaxamento e Reiki [10];
Intervenção terapêutica RIME (Relaxamento, Imagens Mentais e Espiritualidade)
[13]; e Acupuntura auricular [14].
Os
resultados estatisticamente significativos encontrados nos ensaios clínicos
randomizados foram: redução da ansiedade de pacientes ansiosos ao início do
estudo e melhoria na subescala bem-estar emocional do FACT-G no grupo TRS, e
redução estatisticamente significante nos indivíduos com depressão no início do
estudo, nos 3 grupos [10]; menor prevalência do uso de medicamentos analgésicos
e melhores escores da Escala EORTC-QLQ-C30 nos aspectos função física,
desempenho de papéis, função emocional, função cognitiva, fadiga,
náusea/vômito, dor e falta de apetite, e na Escala EORTC-QLQ-H&N35,
incluindo dor, problemas nos sentidos, problemas com comer social, menos
sexualidade, trismo, saliva espessa, tosse, mal-estar
e consumo de analgésicos [13]; e intensidade da dor e uso de analgésicos (doses
diárias de analgésicos, número de analgésicos consumidos e posição do
participante nos degraus da Escada da OMS) [14].
Também
foram encontradas tendência de resultados positivos relacionados às
intervenções, porém sem significância estatística, nos aspectos de ansiedade e
escala de qualidade de vida [10];
perda de peso e prevalência de possíveis
interrupções temporárias das sessões de
radioterapia devido à condição clínica
desfavorável como consequência do tratamento, e uso de
medicações antieméticas [13].
Nos
2 estudos não randomizados, foram utilizados como instrumentos avaliativos
Questionário sociodemográfico, clínico e terapêutico, European
Organization for Research and Treatment of
Cancer (EORTC) Quality
of Life Questionnaire-Core30 (QLQ-C30),
Inventário de depressão de Beck adaptado [11]; Consulta médica integrativa
(PI), Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESAS), Questionário de
bem-estar de MYCAW, avaliação da alteração na gravidade geral dos sintomas e
contribuição do tratamento integrativo [12].
As
intervenções realizadas nestas 2 pesquisas foram Relaxamento com imagem guiada
e acupuntura [11]; Intervenção de medicina complementar integrativa na
qualidade de vida (QV) [12]; e os resultados estatisticamente significativos
encontrados foram: melhora da QV e depressão [11]; escores de fadiga do ESAS e
escores do MYCAW para cada uma das principais preocupações e para o bem-estar
[12].
Nos
2 estudos descritivos qualitativos incluídos, foram utilizados como formas de
avaliação os registros dos relatos de pacientes e acompanhantes, observação e
registro do comportamento dos envolvidos durante o processo [15] e entrevista
semiestruturada [16]; e a análise dos dados aconteceu por meio da análise das
falas e comportamentos dos participantes [15] e análise temática [16].
As
intervenções realizadas nestas pesquisas foram Arteterapia
[15] e Homeopatia [16]. As metodologias de análise dos efeitos foram claras,
porém não suficientes para mensurar os efeitos. Os resultados referidos, por
meio de análise temática, foram redução nos sintomas de depressão, falta de
memória e concentração e sintomas físicos, como cotovelo de tenista, doenças de
inverno e dor nas costas, além de melhora do
bem-estar geral, tanto fisicamente quanto mentalmente, e da falta de energia
[16]; e promoção de bem-estar e relaxamento, tornando o tempo de espera mais
produtivo, colaborando para a melhora do estado de ânimo, estimulando o
autoconhecimento e aumento da autoestima [15]. Pode-se sugerir que houve
melhora nos aspectos de qualidade de vida físicos, emocionais, mentais e
sociais.
Assim,
verificou-se que a terapia que mais apresentou resultados estatisticamente
significativos foi a Intervenção Terapêutica RIME, com efeitos positivos nas
áreas física, emocional, social, cognitivo e uso de analgésico; seguida da
Acupuntura Auricular e da Intervenção de medicina complementar integrativa na
qualidade de vida, as quais evidenciaram, respectivamente, efeitos físico + uso
de analgésico e físico + emocional; seguido da associação de Terapia de
Resposta ao Relaxamento e Reiki, que apresentou efeito emocional
estatisticamente significativo. O Relaxamento com Imagem Guiada associado a
Acupuntura identificou efeitos não estatisticamente significativos no âmbito
emocional e Qualidade de Vida; e a Arteterapia e a
Homeopatia apresentaram apenas relatos qualitativos de efeitos positivos, a
primeira com benefício emocional, e a segunda com benefícios físico, emocional
e cognitivo.
O
projeto Mapa de Evidências Clínicas em MTCI [9] investigou várias destas
práticas. A análise de Acupuntura resultou de 170 revisões, das quais 47 relatam
efeitos positivos sobre a dor, 21 focam os problemas de saúde fisiológicos e
metabólicos, 18 referem os efeitos sobre as doenças crônicas e 16, sobre os
transtornos mentais. No caso da Auriculoterapia,
prática integrativa da MTC de maior incidência no SUS nos últimos anos, foram
analisadas 38 revisões, com identificação de efeito sobre a dor na coluna e
regulação psíquico-orgânica do indivíduo [9].
Também
foram avaliadas as Práticas Mente e Corpo da Medicina Tradicional Chinesa, a
partir de 180 revisões, sendo referidos efeitos sobre redução de dor,
tratamento de transtornos mentais e doenças crônicas. A Meditação foi analisada
a partir de 191 estudos, verificando influência positiva na maneira de se lidar
com os desafios cotidianos, com redução do estresse e ajuda no tratamento de
doenças físicas. Além destas terapias, até o presente ano, foram divulgados os
mapas também do Yoga, Shantala, Reflexologia, Plantas
Medicinais e Ozonioterapia [9].
Conclui-se
que o uso de Terapia de Resposta ao Relaxamento e Reiki, Intervenção
terapêutica RIME (Relaxamento, Imagens Mentais e Espiritualidade), Acupuntura
auricular, Acupuntura, Intervenção de medicina complementar integrativa na
qualidade de vida, Arteterapia e Homeopatia
mostrou-se benéfico aos indivíduos, e os principais efeitos mencionados foram:
redução do consumo de medicamentos opióides,
analgésicos, diminuição de sinais e sintomas decorrentes do câncer, depressão e
ansiedade, melhoria do bem-estar geral, nas funções cognitivas, emocionais e
físicas, autonomia para desempenhar seu papel mediante o tratamento, sensação
de respeito, melhora na Qualidade de Vida.
Todos
esses resultados indicam a necessidade urgente de ampliação do olhar
terapêutico para com o paciente oncológico, bem como demais situações
clinico-patológicas, voltado não apenas para a cura ou alívio físico, mas para
todos os âmbitos da vida humana, um olhar integral e integrativo, para o qual
as Práticas Integrativas e Complementares têm, certamente, muitas contribuições
para oferecer.
Contudo,
ressalta-se o número reduzido de estudos clínicos realizados a respeito da
temática, ainda que a pesquisa tenha sido realizada num recorte temporal de 10
anos e tenha investigado todos os tipos de PICs. A
maioria das publicações encontradas sobre o assunto caracterizava-se como
pesquisas apenas descritivas, realizadas por meio de aplicação de questionários
e investigando razão de uso das técnicas ou compreensões acerca destas. Assim,
é urgente a necessidade de mais estudos experimentais com métodos de qualidade
que possibilitem comparação entre resultados para, somente então, ser possível
uma comprovação de fato segura dos efeitos destas terapias.
Conflitos
de interesse
Não
há
Fonte
de financiamento
Não
houve financiamento externo para desenvolvimento da pesquisa
Contribuição
dos autores
Ambas
as autoras (Ramos AS e Lima LL) participaram de todas as fases da pesquisa –
concepção e desenho, coleta de dados, análise e interpretação dos dados,
redação e revisão crítica do manuscrito