Fisioter
Bras 2021;22(1):25-36
ARTIGO
ORIGINAL
Relação
entre função motora e cognitiva na paralisia cerebral hemiplégica
Relationship between motor and
cognitive function in hemiplegic cerebral palsy
Cláudio
Henrique Vieira Gusmão*, Esther Gonçalves Soares*, Larissa Stephanie Maria
Moreira*, Bruno Fernandes Batista*, Deisiane Oliveira
Souto, Ft., D.Sc.**
*Graduando
curso de Fisioterapia, Faculdade de Santa Luzia – Grupo UNIESP, Santa Luzia/MG,
Brasil, **Professora no departamento de Fisioterapia, Faculdade de Santa Luzia
– Grupo UNIESP, Santa Luzia/MG, Brasil
Recebido
em 25 de setembro de 2020; aceito em 17 de novembro de 2020.
Correspondência: Cláudio Henrique Vieira Gusmão,
Avenida Beira Rio, 2000, Distrito Industrial Simão da Cunha, 33040-260 Santa
Luzia MG
Cláudio Henrique Vieira Gusmão: claudiovgusmao@gmail.com
Esther Gonçalves Soares: esthergoncalvessoares@gmail.com
Larissa Stephanie Maria Moreira: larissalelis18@gmail.com
Bruno Fernandes Batista: brunofernandesbatista@gmail.com
Deisiane Oliveira Souto:
deisiane.souto@gmail.com
Resumo
Introdução: Crianças com paralisia cerebral
hemiplégica (PCH) exibem dificuldades funcionais na utilização do membro
superior hemiparético, repercutindo negativamente no
desempenho em realizar atividades de vida diária. Atualmente, os déficits
motores nessa população são acompanhados por distúrbios sensoriais,
dificuldades na aprendizagem, alterações de comportamento e comunicação e
défices cognitivos gerais. Objetivo: Investigar a possível associação
entre os déficits motores e cognitivos de crianças com PCH, verificando ainda a
influência da lateralidade da hemiplegia. Métodos: Participaram do
estudo 30 crianças com PCH (idade média = 10,48 ± 2,46 anos). Os participantes
foram submetidos aos seguintes testes: Assisting
Hand Assessment (AHA), Matrizes Progressivas
Coloridas de Raven, o Subteste
cubos do Wechsler Intelligence
Scale for Children fourth Edition - WISC IV e a
fluência verbal semântica de animais. Resultados: Os grupos foram
homogêneos em relação ao sexo e idade (p > 0.05). Os grupos não diferiram em
relação ao nível de desempenho motor, memória de trabalho, inteligência e
fluência verbal (p > 0,05). O desempenho motor correlacionou com todas as
variáveis cognitivas. Conclusão: Em crianças com PCH o desempenho motor
correlacionou fortemente com funções cognitivas. Além disso, a lateralidade da
lesão cerebral não influenciou o desempenho em tarefas motoras e cognitivas.
Palavras-chave: paralisia cerebral, hemiplegia,
desempenho motor, função cognitiva.
Abstract
Introduction: Children with
hemiplegic cerebral palsy (HCP) exhibit functional difficulties in using the
hemiparetic upper limb, negatively impacting their performance in carrying out
activities of daily living. Currently, motor deficits in this population are
accompanied by sensory disorders, learning difficulties, changes in behavior
and communication and general cognitive deficits. Objective: To
investigate the possible association between motor and cognitive deficits in
children with PCH, also verifying the influence of laterality in hemiplegia. Methods:
Thirty children with PCH participated in the study (mean age = 10.48 ± 2.46
years). Participants were subjected to the following tests: Assisting Hand
Assessment (AHA), Raven's Colorful Progressive Matrices, the Wechsler
Intelligence Scale for Children fourth Edition - WISC IV Subtest and the
semantic verbal fluency of animals. Results: The groups were homogeneous
in relation to sex and age (p > 0.05). The groups did not differ in relation
to the level of motor performance, working memory, intelligence
and verbal fluency (p> 0.05). Motor performance correlated with all
cognitive variables. Conclusion: In children with PCH, motor performance
correlated strongly with cognitive functions. In addition, the laterality of
the brain injury did not influence performance in motor and cognitive tasks.
Keywords: cerebral palsy, hemiplegia, motor
performance, cognitive function
A Paralisia Cerebral (PC) é uma das causas mais comuns de
incapacidade motora em crianças [1], é ocasionada por uma lesão não progressiva
que acomete o encéfalo em fase de maturação estrutural, de caráter não
progressivo, que interfere no desenvolvimento motor normal da criança [2].
Dentre os principais comprometimentos observados na PC,
destacam-se as alterações do movimento da postura, do equilíbrio, da
coordenação, dentre outros [3]. Na observação clínica da PC deve-se levar em
consideração a extensão e localização da lesão neurológica, sua gravidade e a
caracterização semiológica dos distúrbios motores [4]. Por se tratar de um
grupo heterogêneo, algumas classificações são utilizadas para descrever de
maneira mais precisa o quadro clínico dos pacientes acometidos.
Na paralisia cerebral hemiplégica (PCH) apenas um dos
hemisférios cerebrais é lesado, levando ao comprometimento das extremidades
inferior e superior contralateral a lesão [5]. As crianças com PCH apresentam
um atraso na aquisição dos marcos motores e um déficit na organização dos
movimentos corporais [6]. Exibem ainda dificuldades funcionais na utilização do
membro superior hemiparético, impactando
negativamente seu desempenho na realização de atividades de vida diária [7].
Cockburn et al. [8] descreveram que o membro
parético é menos utilizado durante a realização de tarefas diárias, levando a
um desuso aprendido. A não utilização do membro pode acarretar um
enfraquecimento da conectividade sináptica dos neurônios eventualmente
preservados em torno da lesão, o que contribui para o agravamento das
dificuldades no uso do membro [8].
A definição mais moderna de PCH ultrapassa as desordens
motoras. Frequentemente os déficits motores são acompanhados por distúrbios sensoriais,
dificuldades na aprendizagem, alterações de comportamento e comunicação e
défices cognitivos gerais [6]. Tem sido proposto que as limitações motoras
podem ocasionar alterações em funções cognitivas [9]. Dificuldades na
comunicação, bem como, na construção do espaço e suas relações, podem estar
relacionadas à deficiência motora. Dessa forma, não se pode descartar a
hipótese de que o nível intelectual das crianças possa ser afetado pelas
disfunções motoras [10].
Estudo anterior sugere que o domínio das próprias
habilidades está fortemente relacionado com o desempenho em tarefas diárias
[10]. Foi verificado em estudos anteriores que tanto o quadro motor quanto as
dificuldades de aprendizagem foram preditores de bom desempenho nas atividades
de vida diária [11]. Foi relatado que lesões cerebrais em crianças influenciam
o desenvolvimento da emoção e na aquisição de competências avançadas [12].
Existe evidencia correlacionando a habilidade de andar de crianças com PC e o
quociente de inteligência [13]. Além disso, crianças com PC apresentam
desenvolvimento mais lento em diferentes tipos de tarefas, sugerindo um
comprometimento geral na eficiência do processamento de informação [14]. Souto et
al. [15] encontraram correlações significativas entre desempenho funcional
dos membros superiores e memória de trabalho em crianças com PCH. Estes dados
apontam para uma relação entre a capacidade cognitiva e a independência
funcional de indivíduos com PC.
Em uma revisão de literatura realizada em 2010 por Vilibor e Vaz [16], os autores encontraram apenas quatro
estudos que investigaram a correlação entre as funções motoras e cognitivas em
crianças com PC. Além disso, os estudos revisados abordaram as crianças com PC diplégica ou quadriplégica. Sabe-se que nesses tipos de PC
as lesões são bilaterais, apresentando, portanto, maior chance de acometimento
de estruturas neurais ligadas às funções cognitivas. Até o momento, poucos
estudos têm investigado a relação entre os déficits motores e as funções
cognitivas de crianças com PCH, bem como o impacto dessas variáveis sobre a
capacidade funcional das crianças. Diante do exposto, o presente estudo
objetivou investigar a possível associação entre os déficits motores e
cognitivos de crianças com PCH, verificando ainda a influência da lateralidade
da hemiplegia.
Design
e participantes
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico,
de caráter quantitativo. Um total de 30 participantes (idade média = 10,48 ±
2,46 anos) com diagnóstico de PCH foram incluídos no estudo, recrutados a
partir de dois centros de reabilitação localizados no Sudeste do Brasil (Belo
Horizonte e Região Metropolitana, Minas Gerais). Os participaram foram alocados
em dois grupos: paralisia cerebral hemiplégica à direita (PCHD) composto por 14
voluntários (idade média = 11,09 ± 2,94 anos) e paralisia cerebral hemiplégica
à esquerda (PCHE) com 16 voluntários (idade média = 10,80 ± 2,49 anos). Todos
os participantes concordaram em participar do estudo mediante assinatura de
termo de assentimento. Os pais ou responsáveis assinaram o Termo de
Consentimento Livre Esclarecido. Os procedimentos da pesquisa foram previamente
aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa local (parecer:1.020.681).
Instrumentos
de medida
Desempenho Motor: O Assisting
Hand Assessment (AHA) foi utilizado para
mensuração da funcionalidade do membro superior das crianças com PCH. Trata-se
de um instrumento que descreve a eficácia com que uma criança com deficiência
unilateral faz uso de sua mão afetada durante atividades bi-manuais
[17]. O AHA é administrado em duas etapas. Primeiramente, uma sessão de jogo é
gravada conduzida com brinquedos específicos do kit do teste AHA que requer a
manipulação bi-manual (duração de 10 a 15 minutos) [17].
Posteriormente, a pontuação é dada através de uma análise do vídeo baseado em
22 itens predefinidos utilizando uma escala de classificação que varia de 1 a 4
pontos. A soma do escore bruto varia entre 22 (baixa capacidade) a 88 (alta
capacidade) pontos [17].
Inteligência: A avaliação da inteligência foi realizada
utilizando o teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven
[18] para as crianças de 7 a 11,9 anos. Para os adolescentes de 12 a 14 anos
foi aplicado o Subteste cubos do Wechsler
Intelligence Scale for Children fourth Edition - WISC IV [19]. Após a aplicação e definição da
pontuação os valores foram transformados em escore z.
Memória de trabalho: Para avaliação da capacidade de
memória de trabalho foi utilizado o teste Cubos de Corsi [20]. Esse teste
envolve a manipulação da informação vísuo-espacial
abstrato na recordação imediata e no reconhecimento. O teste consiste em um
tabuleiro com nove cubos numerados de 1 a 9 e distribuídos aleatoriamente. Para
aplicação do teste, o comprimento das séries varia de 2 até 9 e para cada nível
de alcance são fornecidas duas séries. O examinador toca com o dedo indicador
da mão direita o topo de cada bloco e imediatamente após a apresentação da
série os participantes são instruídos a tocar os blocos indicados [21]. O nível
máximo para o qual o indivíduo reproduziu corretamente uma das duas séries é um
indicador da sua capacidade atencional.
Fluência verbal semântica: Para avaliar a fluência verbal
foi utilizada a categoria animais do teste de fluência verbal [22]. Durante a
aplicação do teste, a criança foi orientada a falar, o mais rápido possível,
durante 60 segundos, o maior número de exemplos de animais. Todas as palavras
foram registradas, inclusive as palavras incorretas e repetidas. Porém, para as
análises do presente estudo, foram consideradas apenas as palavras corretas e
sem repetições. As crianças que apresentaram variação de 3 desvios-padrão acima
ou abaixo na média da tarefa foram excluídas das análises.
Análise
estatística
Os dados foram analisados usando o software Statistical Package for
the Social Science (SPSS), versão 20.0, adotando
como significante um alfa menor do que 5% (valor de p < 0,05). A
homogeneidade dos grupos em relação ao sexo foi analisada pelo teste Qui-quadrado. A comparação das médias obtidas pelos grupos
nos testes de desempenho funcional, inteligência, memória de trabalho e
fluência verbal foi realizada pelo teste T de amostras independentes. Por fim,
para verificar possíveis correlações entre desempenho funcional e as variáveis
cognitivas foi utilizada a correlação de Pearson. Para interpretação dos
resultados da análise de correlação, foram considerados os seguintes valores: r
entre 0,5 a 1 correlação forte, 0,30 e 0,49 moderada e 0,10 e 0,29 é fraca
(Jacob, 1998).
Os grupos foram homogêneos em relação ao sexo (c2 = 1,60; p = 0,205) e idade (t = 0,356, p < 0,727). Além
disso, os grupos não diferiram em relação ao nível de desempenho motor (t =
0,356, p < 0,727), memória de trabalho (t = 0,356, p < 0,727),
inteligência (t = 0,356, p < 0,727) e fluência verbal (t = 0,356, p <
0,727). A média de pontuação obtida pelos grupos em todas as variáveis
avaliadas é apresentada na tabela I.
Tabela
I - Pontuação média
dos participantes para as variáveis motoras e cognitivas
Para as análises de correlação todos os indivíduos foram
agrupados em um único grupo. A correlação de Pearson mostrou que o desempenho
motor correlacionou com todas as variáveis cognitivas. Encontramos uma
correlação forte entre desempenho motor e inteligência (r = 0,879, p <
0,001), desempenho motor e memória de trabalho (r = 0,886, p < 0,001) e
desempenho motor com a fluência verbal (r = 0,934, p < 0,001). A figura 1
mostra as correlações expressas através dos gráficos de dispersão.
Figura
1 - Correlação entre
desempenho motor e as variáveis inteligência, memória de trabalho e fluência
verbal
O presente estudo foi desenhado para investigar a associação
entre desempenho motor e cognitivo de crianças com PCH. Os resultados das
nossas análises revelaram dois achados principais. Primeiro, em uma amostra de
crianças com PCH, o desempenho motor correlacionou fortemente com a
inteligência, memória de trabalho e fluência verbal. Segundo, não encontramos
diferenças significativas entre o desempenho motor e cognitivo de crianças com
PCH à direita quando comparado a PCH à esquerda. Esses resultados serão
discutidos a seguir.
Nossos
resultados evidenciaram correlação entre desempenho
motor dos membros superiores e inteligência em crianças
com PCH. Estudos
anteriores corroboram nossos achados ao evidenciar
correlações significativas
entre alterações motoras e alterações de
quociente de inteligência linguagem e funções
executivas de crianças com PC [16]. Desde 1952, Piaget sugeriu que as
habilidades motoras e cognitivas estavam intimamente relacionadas, apoiando
nossos achados. O estudo de Dalvand et al.
[23] analisou a relação entre a função motora grossa e a função intelectual de
crianças com PC. Esses autores observaram que as crianças que apresentaram
níveis mais baixos no GMFCS, ou seja, melhor função motora também obteve
classificação mais alta nos testes de inteligência. Van der Fels
et al. [24] sugeriram que as habilidades motoras finas mostraram
correlações fortes com as habilidades cognitivas, enquanto a função motora
grossa mostrou correlação fraca com habilidades cognitivas. Esses achados podem
ser explicados pelo fato das habilidades motoras finas
demandarem um maior nível de destreza, atenção e concentração.
Nossos resultados apontaram correlação forte entre
desempenho motor e fluência verbal semântica em crianças com PCH. Esses
resultados são suportados por pesquisas anteriores. Em uma amostra de 152
crianças com PC, Sigurdardottir & Vik [25] constataram que alterações não verbais e disartria foram associadas a maior comprometimento motor.
Nossos resultados não mostraram diferenças no desempenho em fluência verbal das
crianças com PCH à direita quando comparada as crianças com PCH à esquerda. Em
contrapartida, Carlsson et al. [26] verificaram que os hemiplégicos à
direita foram mais prejudicados na função verbal em relação ao grupo de
hemiplégico esquerdo. Essa diferença de desempenho pode ser explicada pelo
fenômeno de especialização hemisférica. Funções ligadas à fala são
prioritariamente controladas pelo hemisfério esquerdo, o que explica pior
desempenho das crianças com hemiplegia à direita.
Nossos resultados apontam para uma relação significativa
entre desempenho motor e memória de trabalho. Embora sejam escassos os estudos
que avaliam essa relação em crianças com PCH, em crianças com desenvolvimento
típico essa relação é fortemente estabelecida. É consenso na literatura a
importância da memória para o processo de aprendizagem motora [27]. Durante a
realização de tarefas motoras, o indivíduo tende a resgatar informações da
memória de trabalho sobre como realizar a atividade. Assim, a atividade
realizada é desempenhada conforme desejado. Anguera et
al. [27] mostraram que a maior capacidade de memória de trabalho está
associada a uma maior tendência a usar processos explícitos durante o
desempenho motor. Nossos resultados apoiam os resultados de estudos em
populações saudáveis ao evidenciar a existência de uma relação entre desempenho
motor e memória de trabalho.
Nossos resultados não evidenciaram diferenças
significativas quando comparamos os indivíduos com PCH esquerda e direita, sobre
o desempenho motor, memória de trabalho, inteligência e fluência verbal,
sugerindo que a lateralidade da lesão não interfere nessas variáveis. Em
indivíduos saudáveis, existem evidências de especialização hemisférica para
determinadas funções. No entanto, acreditamos que a lesão cerebral precoce pode
interromper o desenvolvimento típico do cérebro. Conforme Staudt
[28], crianças com lesão cerebral precoce nem sempre apresentam um padrão
típico de reorganização contralateral. Assim, determinados padrões de projeção
cortical também podem se reorganizar ipsilateralmente
ou até mesmo de forma mista [27]. Para a função motora, por exemplo, a lesão
cerebral pode enfraquecer a projeção contralateral e fortalecer o trato corticoespinhal ipsilateral [29].
No entanto, só podemos especular correlações estrutura-função porque não temos
dados de neuroimagem, o que constitui uma limitação de nosso estudo.
Em conclusão, descobrimos que em crianças com lesão
cerebral precoce decorrente da PCH o desempenho motor dos membros superiores
está associado com funções cognitivas tais como, inteligência, memória de
trabalho e fluência verbal. Além disso, constatamos ainda que a lateralidade da
lesão cerebral não influenciou o desempenho em tarefas motoras e cognitivas.
Estes resultados têm implicações clínicas importantes para a reabilitação. Os
programas de reabilitação atuais se concentram em tratar apenas os déficits
motores. Programas de intervenção destinados a essa população devem levar em
consideração a complexa interação entre as habilidades motoras e cognitivas.
Dessa forma, previamente ao programa de tratamento, uma avaliação minuciosa das
habilidades motoras e cognitivas deve ser realizada. É importante destacar
ainda que o estudo atual foi desenvolvido com um tamanho amostral limitado.
Estudos futuros com amostras maiores ainda são necessários.