Fisioter
Bras 2021:22(1):49-60
doi: 10.33233/fb.v22i1.4514
ARTIGO
ORIGINAL
Avaliação
da mortalidade no pós-operatório de fraturas de fêmur em idosos com comorbidades
prévias
Evaluation of postoperative
mortality of femoral fractures in elderly with previous comorbidities
Victor
Bezerra de Menezes Monnerat*, Carolina de Paula Orioli da Silva*, Alice Maria Pereira Ramos**, Marcelo
Bezerra Mathias***, Pietro Novellino, D.Sc.****, Stenio Karlos Alvim Fiorelli****, Marco Orsini*****, Rossano Kepler
Alvim Fiorelli******
*Médico
pela Universidade de Vassouras, Vassouras, RJ, **Acadêmica de
Medicina pelo
Centro Universitário UNIFAS, Lauro de Freitas/BA, ***Mestrado
pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,RJ, ****Doutor pela
Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, *****Médico,
Neurologista, professor Titula da faculdade de medicina de Universidade
Iguaçu (UNIG), Nova Iguaçu, RJ, Brasil, Instituto
Caduceu, São Paulo, SP, Brasil, programade Doutorado em
Neurologia e neurociências, HUAP, Universodade federal
Fluminense, Niterói, RJ, Brasil, ******Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro, Hospital Universitário Gaffrée
e Guinle
Recebido
em 11 de dezembro de 2020: aceito em 12 de fevereiro de 2021.
Correspondência: Carolina de Paula Orioli
da Silva, Rua Purus, 100 Nova Niteroi 25802030 Três
Rios/RJ
Victor Bezerra de Menezes Monnerat:
victormonnerat@hotmail.com
Carolina de Paula Orioli da
Silva: carol_orioli@hotmail.com
Alice Maria Pereira Ramos: aliiceramos@hotmail.com
Marcelo Bezerra Mathias: marcelomathias@ymail.com
Pietro Novellino:
pietro.novellino@hotmail.com
Stenio Karlos Alvim Fiorelli: skfiorelli@uol.com.br
Marco Orsini: orsinimarco@hotmail.com
Rossano Kepler Alvim Fiorelli: fiorellirossano@hotmail.com
Resumo
Introdução: Queda é o acidente que ocorre com
maior frequência no idoso, sendo a principal causa de morte naqueles com mais
de 65 anos. As fraturas do quadril ocupam um papel de grande importância, gerando
grande problema de ordem clínica envolvendo pacientes e familiares e de
ordem econômica para a sociedade. Objetivo: Coletar dados de
questionário da admissão e correlacionar a presença de comorbidades prévias a
mortalidade em 30 dias do pós-cirurgia. Métodos: Estudo retrospectivo
observacional não randomizado com 216 pacientes com fraturas cirúrgicas do
quadril com 61 anos ou mais de idade atendidos no setor de emergência do Centro
Hospitalar São Lucas na cidade de Niterói, RJ, no período de 30/03/2016 a
20/03/2018. Resultados: A incidência de óbito após a cirurgia do quadril
é igual a 6,9% no primeiro mês. O paciente com fratura no quadril tem
comorbidades cardiovasculares (75,9%). O óbito está associado à comorbidade
hepática em 13,3% e ao baixo peso em 33,3%. O fato de ter duas ou mais
comorbidades não está significativamente associado ao óbito. Conclusão:
As comorbidades hepáticas, o baixo peso e a presença de disfunções
cardiovasculares são importantes preditores prognósticos na mortalidade do
paciente com mais de 61 anos após cirurgia de fratura do fêmur no primeiro mês.
Palavras-chave: fraturas do fêmur; idoso;
insuficiência hepática; doenças cardiovasculares.
Abstract
Introduction: Falls are the
leading cause of accidents and death in those aged 65 and above. The high
incidence of these injuries impact patients, their families and it represents
an economic problem for society. Objective: Collect data from the
admission survey and correlate previous comorbidities to mortality in 30 days
after surgery. Methods: Retrospective observational non-randomized
study. 216 patients were included, aged 61 years or older, who were admitted at
the emergency department of the Centro Hospitalar São
Lucas in Niterói city, Rio de Janeiro. All the
participants were candidates of hip fracture surgery between 03/30/2016 and
03/20/2018. Results: The mortality after hip surgery was 6.9% in the
first month. Patients who underwent hip surgery had, previously, cardiovascular
diseases (75.9%). Death was associated with liver comorbidity in 13.3% and low
weight in 33.3%. The fact of having two or more comorbidities was not
associated with death. Conclusion: Liver and cardiovascular diseases and
low weight are important prognostic predictors in mortality of patients over 61
years of age after femoral fracture surgery in the first month.
Keywords: femoral fractures; aged; hepatic
insufficiency; cardiovascular diseases.
Queda é o acidente que ocorre com maior frequência no
idoso, sendo a principal causa de morte naqueles com mais de 65 anos. Nesse
sentido, as fraturas do quadril no idoso ocupam um papel de grande importância,
tanto pela sua frequência quanto pela sua gravidade, gerando grande problema de
ordem clínica envolvendo pacientes e familiares e de ordem econômica para a
sociedade e o sistema de saúde [1].
A incidência de fraturas do quadril no Brasil é semelhante
às incidências nos países desenvolvidos, com aumento exponencial destas com o
avançar da idade em ambos os sexos, porém é maior em mulheres estando
relacionado a maior fragilidade destas em relação aos homens e às causas
hormonais levando a uma maior perda de massa óssea [1,2].
O risco aproximado até o final da vida de uma mulher branca
de 50 anos apresentar uma fratura do quadril é de 17% e o risco em homens
brancos neste período é de 6%. Na população idosa, encontramos redução da massa
óssea, da força muscular, fadiga, alteração da marcha e do equilíbrio, perda de
apetite com consequente redução do peso e baixo estado nutricional [3].
O envelhecimento da população é uma realidade brasileira.
Em 1950 a população acima de 60 anos era de 4,2%, em 2000 de 8,6% e em 2011 de
12,1%. A previsão pelo IBGE, para 2020 será de 14 % de idosos [4]. Este
envelhecimento é um processo dinâmico no qual ocorrem perda crescente de
reserva funcional com alterações bioquímicas, morfológicas, e psicológicas,
tornando o idoso mais propenso aos riscos ambientais e consequentemente ao
risco de quedas. A alta taxa de mortalidade a seguir a fratura do quadril
aumenta em 4% por ano de idade do paciente. E na presença de comorbidades esta
taxa se eleva em até 40% [5].
Existe uma grande discussão acerca da taxa de mortalidade
que ocorre nos pacientes idosos acometidos por fratura do quadril sendo vários
os fatores que interferem no prognóstico desta patologia: idade, estado
nutricional, estado cognitivo, comorbidades clínicas, tempo de espera entre a
fratura e a cirurgia e o tipo de anestesia usada [6,7].
Dentro da avaliação do risco pré-operatório é importante
salientar as peculiaridades do público alvo, a presença de mais de uma
comorbidade, dentre elas as cardiovasculares como mais frequentes, fato que não
é incomum para pessoas maiores de 65 anos [8]. É de grande relevância a
avaliação des comorbidades não somente físicas como também
psiquiátricas por terem impacto na qualidade de vida do paciente no
pós-operatório que em associação com as doenças físicas impacta na taxa de
mortalidade [9].
Foi realizado um estudo retrospectivo observacional não
randomizado numa amostra de 216 pacientes com fraturas cirúrgicas do quadril
com 61 anos ou mais de idade atendidos no setor de emergência do Centro
Hospitalar São Lucas na cidade de Niterói, RJ, no período de 30/03/2016 a
20/03/2018. Na admissão, os pacientes foram submetidos a um questionário antes
da realização de artroplastia de quadril com diversos
dados como presença ou não das seguintes comorbidades: cardiovascular, baixo
peso, renal, hepática, obesidade, respiratória, hipotireoidismo, diabetes,
Parkinson, plaquetopenia, miastenia, insuficiência renal crônica, glaucoma
grave, mialgia reumática e deficiência audiovisual. Após realização da cirurgia
foi avaliada a mortalidade em 30 dias do pós-artroplastia
e correlacionada a presença de comorbidade prévias ao procedimento. O artigo em
questão é parte do projeto Validação do Índice de Fratura do Quadril de
Nottingham como preditor da morte em 30 dias pós-cirurgia e sua correlação com
dados clínicos, aprovado pela Comissão de Ética e Pesquisa da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal Fluminense, sob parecer de número 2.172.270.
A partir dos dados coletados, foi construído um banco de
dados em planilha eletrônica que foi analisado pelo programa SPSS (Statistical Package for
the Social Science), versão 22.0 e pelo
aplicativo Microsoft Excel 2007®.
Na análise inferencial das distribuições de variáveis
qualitativas, a incidência de óbito foi estimada pontualmente e por intervalo
de confiança para proporção, ao nível de 95% de confiança. A significância da
associação entre duas variáveis, ou a diferença entre as distribuições de
proporções, foi investigada pelo teste Qui-quadrado
e, quando o teste Qui-quadrado se mostrar
inconclusivo e foi possível, foi utilizado o teste Exato de Fisher. Uma vez
identificada associação significativa entre um fator e o óbito nos primeiros 30
dias após a cirurgia, a medida (estimador) usada para expressar o risco foi a
razão de chances ou Odds Ratio
(OR), a qual avalia a relação entre a chance de um indivíduo de um grupo ir a
óbito nos primeiros 30 dias após a cirurgia, comparada à chance do indivíduo do
grupo complementar ir a óbito nos primeiros 30 dias após a cirurgia. A
significância da OR foi avaliada pelo intervalo de confiança ao nível de 95% de
confiança da OR, que não pode conter o valor 1, o que significaria indivíduos
de ambos os grupos terem a mesma chance de ir a óbito nos primeiros 30 dias
após a cirurgia.
Na análise inferencial das variáveis quantitativas, a
comparação de dois grupos independentes (não óbito e óbito) foi feita pelo
teste de Mann-Whitney dado o pequeno amostral do grupo que foi a óbito nos
primeiros 30 dias após a cirurgia.
Uma vez encontrada associação significativa de uma variável
quantitativa com um fator, a identificação de um ponto de corte ótimo para essa
variável quantitativa foi feita através da metodologia da Curva ROC (Receiver Operating Characteristic). A medida de desempenho do teste
diagnóstico proposto usando tal ponto de corte foi a área sob a curva ROC (Area Under the Curve- AUC), e a significância da área sob a curva
ROC foi avaliada pelo teste que julga a hipótese nula H0: a área sob a curva
ROC é igual a 0,5. Além deste teste de significância, foi obtido intervalo de confiança
assintótico para a área sob a curva, ao nível de 95% de confiança para o qual
se espera não conter o valor 0,5.
Todas as discussões foram realizadas considerando nível de
significância máximo de 5% (0,05), ou seja, foi adotada a seguinte regra de
decisão nos testes: rejeição da hipótese nula, sempre que o p-valor associado
ao teste foi menor que 0,05. Detalhes da metodologia citada podem ser
encontrados em Favero et al., Medronho et
al., Pagano et al. e Triola
[10,11,12,13].
O presente estudo, baseado numa amostra de 216 pacientes,
teve como principais resultados observados o óbito de 15 pacientes antes dos 30
dias pós-cirúrgicos, conforme mostra a distribuição da Figura 1. Logo,
estima-se que a incidência de óbito antes dos primeiros 30 dias após a cirurgia
do quadril foi de 6,9%. O intervalo de confiança ao nível de 95% de confiança
da incidência de óbito antes dos primeiros 30 dias após a cirurgia do quadril é
igual a (3,6%; 10,4%).
Figura
1 - Sobrevida e
óbito nos primeiros 30 dias após cirurgia do fêmur
A Tabela I traz a distribuição de frequências das
comorbidades dos pacientes submetidos a cirurgia do quadril, no global e nos
grupos determinados segundo o óbito nos 30 primeiros dias após a cirurgia.
Tipicamente, o paciente com fratura no quadril tem comorbidades
cardiovasculares (75,9%).
O fato de ter duas ou mais comorbidades não está
significativamente associado ao óbito nos 30 primeiros dias após a cirurgia
(p-valor = 1,000 do teste exato de Fisher).
O óbito está significativamente associado à comorbidade
hepática (p-valor = 0,013 do teste exato de Fisher). A frequência de pessoas
com comorbidades hepáticas no grupo dos que faleceram em até 30 dias após a
cirurgia (13,3%) é significativamente maior que a frequência de pessoas com
comorbidades hepáticas no grupo dos que não faleceram em até 30 dias após a
cirurgia (0,5%). A incidência de óbito no grupo que tinha comorbidade hepática
foi de 66,6% enquanto a incidência de óbito no grupo que não tinha comorbidade
hepática foi de 6,1%. A razão de chances é igual a 30,8 e é significativa já
que seu intervalo de confiança (5,6-362,0) não contém o valor 1. Estima-se que
a chance de um idoso com comorbidade hepática falecer dentro dos 30 dias após a
cirurgia de quadril é 30,8 vezes a chance de um idoso sem comorbidade hepática
falecer dentro dos 30 dias após a cirurgia de quadril.
Tabela
I - Distribuição de
frequências das comorbidades, doenças malignas e maus hábitos de saúde dos
pacientes submetidos à cirurgia do quadril, no global e nos grupos determinados
segundo o óbito nos 30 primeiros dias após a cirurgia
*Teste Exato de Fisher – Teste p
comparando os dois subgrupos*
As demais comorbidades avaliadas por ordem de ocorrência e
associada positivamente à mortalidade seguem na seguinte percentagem:
cardiovascular 86,7%; baixo peso 33,3%; renal 13,3% e hepática 13,3%. Em 6,7% foi
observado obesidade, respiratória, hipoteireoidismo,
diabetes e Parkinson. Não foram associadas (0%) ao óbito pós-cirúrgico
comorbidades como plaquetopenia, miastenia, insuficiência renal crônica,
glaucoma grave, mialgia reumática e deficiência audiovisual.
A taxa de mortalidade encontrada na amostra (6,9%), foi
semelhante aos percentuais encontrados em estudos similares como os realizados
por Wiles et al. [6], feito com 6.202 pacientes com um percentual de mortalidade de
8,3%. Em relação as comorbidades, identificaram que os candidatos a artroplastia apresentam, tipicamente, comorbidades
cardiovasculares prévias e o óbito pós-operatório a taxa de mortalidade está
significativamente associada a comorbidade hepática. Um estudo sulista
brasileiro que analisou 213 prontuários evidenciou um valor mais elevado de
23,6% na mortalidade nos pós-cirúrgico de fratura de fêmur proximal [14].
As limitações neste estudo consistem em alguns fatores como
a acurácia da coleta de dados baseada nas informações referidas em anamnese e
dados administrativos que podem estar prejudicados pela admissão de pacientes
desorientados devido a senilidade ou o momento de impacto emocional e
familiares ou acompanhantes que não sabem informar de maneira precisa a
história pregressa dos idosos. Apesar disso, as comorbidades encontradas no
nosso estudo estão em acordo com o encontrado na população de idosos que
apresentam fratura do fêmur proximal [15]. Outra questão limitante é não haver
abordagem em pacientes mais jovens (com menos de 65 anos de idade), às
diferentes características da população de cada região, assim como do sistema
de saúde disponível, tanto no que se refere a cuidados pré
e pós-operatórios.
Em discrepância dos valores adquiridos, Guerra et al.
[14] sugerem uma taxa de mortalidade de 23,6 % em pacientes com mais de 65 anos
submetidos ao procedimento cirúrgico ao longo de 1 ano com informações colhidas
de prontuários e acompanhamento telefônico. As principais comorbidades
identificadas foram anemia e demência num espaço
amostral de 215 prontuários revisados.
Em estudo prospectivo e observacional com 182 pacientes,
Barbosa et al. [16] avaliaram por meio de questionário e prontuário
eletrônico as complicações e comorbidades em pacientes idosos submetidos a
cirurgia do fêmur proximal, identificando como principal causa de morte no
pós-operatório a infecção seguida por choque séptico num intervalo de tempo de
um ano. Em dado diferente de nossa pesquisa, este estudo retrospectivo
apresentou que a cada nova complicação pré-operatória apresentada, a razão de
chance de óbito aumentou em 28%, sendo as mais frequentes: lesão renal aguda,
distúrbio eletrolítico e elevação da ureia.
A mortalidade intra-hospitalar de idosos na mesma faixa
etária, que apresentavam o mesmo tipo de fratura, segundo Sanz-Reiga et al. [17] em estudo espanhol, foi fortemente
associada a presença de duas ou mais comorbidades pré-operatórias com destaque
para hipertensão (63,2%), insuficiência cardíaca (39,5%) e doença reumática
(29,9%) presentes em pacientes que foram a óbito. O estudo propõe a criação de
protocolos para redução destas taxas.
A correlação positiva de 13,3% entre a taxa de mortalidade
com comorbidades hepáticas é um dado essencial, pois a presença de doença
hepática crônica pode gerar mudanças biológicas e estruturais nos ossos gerando
doenças metabólicas ósseas. Deleuran et al. [18],
em dado discordante, obteve uma taxa de mortalidade nos 30 dias de
pós-operatório da cirurgia de 1,38% num estudo dinamarquês com 363 pacientes
cirróticos, com ênfase em piores resultados naqueles
com hipertensão portal. Entretanto, em outros estudos pode-se corroborar o dado
adquirido como nos realizados por Cohen et al. que demosntraram
taxas de 7%, e na análise de prontuários de 110 pacientes cirróticos realizada
por Jun-Seol et al. encontrou-se um valor de 2.7% na
mortalidade intrahospitalar [19,20].
A sarcopenia, definida pela perda progressiva de massa
muscular, prolongou o tempo de hospitalização, mas não interferiu na
mortalidade perioperatória na cirurgia de fratura do
fêmur [2], não coincidindo com os dados obtidos demonstrando que a mortalidade
se associou em 33,3% com pacientes de baixo peso.
Tabela
II - Dados
comparativos de comorbidades prévias comparadas com artigos supracitados
*Bozic et al. =
Estudo com follow up de 90 dias de pós-operatório
As limitações do estudo consistem em falhas na coleta de
anamnese e preenchimento de questionário de admissão e, também devido a
restrição da idade dos pacientes participantes (pacientes com idade ≥ 61
anos).
Pode-se identificar de forma geral que o perfil de
pacientes deste estudo que apresentaram mais de uma comorbidade não apresentou
significância estatística, em desacordo com demais artigos. Com relação a taxa
de mortalidade pós-operatória, na maioria dos estudos com grande número de
participantes este percentual global foi similar. A comorbidade hepática
crônica foi um fator peculiar de correlação e corroborou-se em outros estudos
como fator risco de mortalidade, assim como o baixo peso se comprovou também
significante. Através do conhecimento de fatores de risco de mortalidade
podemos direcionar a construção de fluxogramas de risco pré-cirúrgico
para esta população e estarmos mais preparados para lidar com os pacientes mais
vulneráveis e com maior chance de um desfecho ruim.