ARTIGO ORIGINAL
Reabilitação do polegar
reimplantado: avaliação dos resultados funcionais em uma unidade de saúde no
Rio de Janeiro
Rehabilitation of replanted thumb:
evaluation of functional results in a health unit in Rio de Janeiro
Ivens Messias de
Oliveira Pereira1, Camila Rodrigues de Almeida1, Stenio Karlos Alvim Fiorelli1, Mauricio de Sant’ Anna
Jr4, Julio Guilherme Silva2,5, Marco Azizi2, Marco Orsini2,3,
Renata Castro2, Jacqueline F do Nascimento2, Rossano Kepler Alvim Fiorelli1
1Programa de
Pós-graduação em Neurologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
– UNIRIO
2Universidade Iguaçu –
Escola de Medicina – UNIG
3Instituto Caduceu de
Especialização Médica - SP /Escola de Pós-graduação Médica
4Curso de Fisioterapia
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFRJ
5Departamento de
Fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Correspondência: Rossano
Kepler Alvim Fiorelli, Programa de Pós-graduação em
Neurociências, Rua Mariz e Barros, 775 Maracanã 20270-004 Rio de Janeiro RJ
Ivens Messias de
Oliveira Pereira: ivenspereira@hotmail.com
Camila Rodrigues de
Almeida: rodrigues.camila24@hotmail.com
Stenio Karlos Alvim Fiorelli:
fiorellistenio@gmail.com
Mauricio
de Sant’ Anna Jr : mauricio.junior@ifrj.edu.br
Julio Guilherme Silva:
jglsilva@yahoo.com.br
Marco Orsini: orsinimarco@hotmail.com
Marco Azizi: marcoazizimed@gmail.com
Renata Castro:
castrorrt@gmail.com
Jacqueline F. do
Nascimento: jac.fn@hotmail.com
Rossano Kepler Alvim Fiorelli: fiorellirossano@hotmail.com
Resumo
Introdução: O polegar é o dedo de
maior importância funcional da mão, por isso a justificativa de reimplantação e
reabilitação do mesmo. Objetivo: Realizar uma
análise retrospectiva dos resultados, via revisão de prontuários de pacientes
submetidos à reimplante de polegar, realizados pelo Serviço SOS-Reimplante do
Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. Metodologia: Trata-se de um estudo
retrospectivo com amostra de conveniência, abrangendo o período entre janeiro
de 2010 a dezembro de 2015, realizado através de prontuários de pacientes
submetidos a processo de reimplante de polegar, atendidos no Serviço de Terapia
Ocupacional/TO-Mão no Hospital estadual Adão Pereira
Nunes, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Foram coletadas informações
sociodemográficas, além de força muscular, sensibilidade e tempo de
reabilitação. Resultados: Foram revisados 63 prontuários de pacientes
submetidos a procedimento de reimplante de polegar, na faixa etária de 18 a 65
anos. Quanto ao local do acidente, 76,1% dos casos foi decorrente de acidente
de trabalho e 23,2% acidentes domésticos. Ao observamos à lateralidade da
lesão, 92% dos pacientes eram destros, enquanto o polegar com maior número de
lesões foi o esquerdo, com um total de 82,5% pacientes. Quanto ao nível da
lesão, 25,3% pacientes sofreram lesão na falange proximal, 20,8% pacientes
sofreram lesão na região da interfalangeana, e 53,9%
dos pacientes apresentaram lesão na falange distal. Dentre os reencaminhados
para nova avaliação, 28,5% pacientes, foram submetidos a outros procedimentos
cirúrgicos. Houve ganho de força em global em 88,2% dos pacientes em de
sensibilidade. Conclusão: A maioria dos pacientes que sofreram
reimplante do polegar conseguiram obter ganho de força muscular e
sensibilidade, conseguirem retornar as suas atividades laborais, com um tempo
de reabilitação que variou de 4 a 14 meses.
Palavras-chave: terapia da mão,
reabilitação, reimplante.
Abstract
Introduction: The thumb is the greatest functional finger of the hand, which is
justifies its replantation and rehabilitation. Objective: To carry out
a retrospective analysis of the medical records of patients undergoing thumb
replantation, performed by the SOS-Replantation Service of the State
Hospital Adão Pereira Nunes. Methodology: This
is a retrospective study with a convenience sample, covering the period between
January 2010 and December 2015, conducted thorough medical records of patients
undergoing the process of thumb replantation, attended at the Occupational
Therapy Service / TO - Hand at the Adão Pereira Nunes
State Hospital, in Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Sociodemographic
information was collected, in addition to muscle strength, sensitivity, and
rehabilitation time. Results: 63 medical records of patients who
underwent thumb replantation procedure, aged 18 to 65 years, were reviewed.
As for the accident site, 76.1% of the cases were due to occupational accidents
and 23.2% to domestic accidents. When observing the laterality of the lesion,
92% of the patients were right-handed, while the thumb with the largest number
of lesions was left, with a total of 82.5% patients. As for the level of the
lesion, 25.3% of patients suffered an injury to the proximal phalanx, 20.8% of
patients suffered an injury to the interphalangeal region, and 53.9% of the
patients had lesions to the distal phalanx. Among those referred for further
evaluation, 28.5% of patients underwent other surgical procedures. There was
overall strength gain in 88.2% of patients in sensitivity. Conclusion:
Most patients who underwent thumb replantation were able to obtain gains in
muscle strength and sensitivity, being able to return to their work activities,
with a rehabilitation time that varied from 4 to 14 months.
Keywords: hand therapy, rehabilitation, replantation.
Ao se analisar os
resultados de intervenções de reabilitação, podemos observar que se conhece
relativamente pouco sobre os seus efeitos, resultados e as respectivas mudanças
que esta produz ao paciente. Discute-se a necessidade de avaliar os resultados
de programas de reabilitação, para tal, algumas questões devem ser levadas em
consideração: características dos contextos funcionais e/ou socioeconômicos,
serviço de reabilitação em que está inserido, e a eficácia dos procedimentos
terapêuticos. Os desfechos avaliados são principalmente os componentes da
função, tais como a força de preensão e pinça, amplitude de movimento e sensibilidade
[1,2].
Através de habilidades
manuais o homem realizar suas atividades, consideradas únicas, quando
comparadas aos animais. Constantemente em ação, a mão, é um órgão sensitivo e
motor, apresentando grande complexidade funcional, além de importância
psicossocial e econômica. Por estar sempre em atividade e por ser um importante
instrumento de interação do corpo com o meio externo, a mão pode estar sujeita
a uma série de lesões e traumatismos [1,2].
Assim, as lesões na mão
apresentam grande risco alteração funcional e/ou limitações graves, que
representam consequências socioeconômicas, tanto para o sujeito como para seu
núcleo familiar, e toda a sociedade, além de representar um elevado custo assistencial
[1]. A perda do polegar pode levar a uma perda funcional significativa da mão,
levando a incapacidade de pegar e/ou manipular objetos, muitas vezes
incapacitando o sujeito para determinadas atividades laborais envolvidas em seu
dia a dia, daí a importância em preservá-lo [2-4].
Os resultados
funcionais dos reimplantes representam um desafio tanto para cirurgiões, quanto
para os profissionais envolvidos no processo de reabilitação. Desde o primeiro
reimplante de polegar, este processo vem passando por evoluções, possibilitando
abordagem precoce e favorecendo os resultados obtidos [5,6].
O polegar é responsável
por, aproximadamente, 60% da função de preensão da mão por isso é fundamental a
sua recuperação, seja na tentativa de reimplante ou caso não seja possível,
proporcionar um coto adequado ao retorno funcional ou mesmo transplante para
favorecer a recuperação funcional da pinça [7].
O objetivo deste artigo
foi realizar uma análise retrospectiva dos resultados, via revisão de
prontuários de pacientes submetidos à reimplante de polegar, realizados pelo
Serviço SOS-Reimplante do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.
Características da
amostra
Trata-se de um estudo
retrospectivo com amostra de conveniência, abrangendo o período entre janeiro
de 2010 a dezembro de 2015, realizado através de prontuários de pacientes
submetidos a processo de reimplante de polegar, atendidos no Serviço de Terapia
Ocupacional/T.O – Mão no Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de
Caxias, Rio de Janeiro. Uma unidade estadual de referência neste tipo de
procedimento.
Foram coletadas
informações sociodemograficas (idade, gênero, raça,
área de atuação/profissão, local onde aconteceu a lesão, mecanismo da lesão,
lateralidade e dedo lesado, nível da amputação e necessidade de cirurgia
posterior), além de força muscular, sensibilidade e tempo de reabilitação
Critério de inclusão e
exclusão
Os critérios de
inclusão no estudo foram: Reimplante de polegar, encaminhados ao Setor de
Terapia Ocupacional/TO-Mão, provenientes dos serviços
de emergência e principalmente do serviço SOS-Reimplante da Unidade. Foram
excluídos do estudo pacientes que além do reimplante do polegar apresentavam
outras lesões na mão.
Avaliação da força
muscular
A mensuração da força
muscular foi realizada com dinamômetro do tipo “Pera”, no momento de alta.
Foram realizadas três avaliações, com intervalos de um minuto entre elas, onde
o paciente aperta o bulbo do equipamento, até o máximo que conseguir. Foram
coletados o valor máximo de cada avaliação. Os valores de referências foram
obtidos através de mensuração com dinamômetro tipo “Pera”, mensurados de acordo
com posicionamento descritos pela Sociedade Brasileira de Terapeutas da Mão:
Avaliação da sensibilidade
A sensibilidade foi
avaliada por meio de estesiômetro (Semmens-Weinsten), utilizando os parâmetros sugeridos pelo
Ministério da Saúde, utilizado nas avaliações de Hanseníase, com seis monofilamentos, com cores e respectivas equivalência: (1)
verde – equivalente a sensibilidade normal; (2) azul - equivalente a
sensibilidade diminuída; (3) violeta - equivalente a sensibilidade protetora
diminuída; (4) vermelho - equivalente perda sensibilidade protetora; (5)
laranja – equivalente a perda da sensibilidade do pé; (6) pode sentir pressão
profunda e dor e (7) magenta – equivalente a sensibilidade à dor profunda,
podendo ainda sentir dor.
Foram revisados 63
prontuários de pacientes submetidos a procedimento de reimplante de polegar, na
faixa etária de 18 a 65 anos, todos do sexo masculino. A tabela I apresenta a
descrição das faixas etárias em valores absolutos e relativos.
Tabela I – Faixa etária dos
componentes da amostra em valores absolutos e relativos.
Quanto a auto declaração
racial, 39 (61,9%) dos sujeitos se auto declarou negro e/ou, seguido por 21
(33,3%) que se auto declararam brancos, além de 3 (4,8%) pacientes que não
optaram por não realizar a auto declaração.
A tabela II apresenta
os resultados em valores absolutos e relativos referentes a profissão dos
componentes da amostra
Tabela II – Distribuição da
amostra quanto à profissão em valores absolutos e relativos.
Quanto ao local do
acidente, 48 casos (76,1%) dos casos foi decorrente de acidente de trabalho e
15 casos (23,2%) acidentes domésticos. A tabela III apresenta os resultados
quanto aos mecanismos de lesões dos componentes da amostra.
Tabela III – Distribuição da
amostra em valores absolutos e relativos quanto ao local do acidente.
Ao observamos à
lateralidade da lesão, 58 (92%) dos pacientes eram destros, enquanto o polegar
com maior número de lesões foi o esquerdo, com um total de 52 (82,5%)
pacientes.
Quanto ao nível da
lesão, 16 (25,3%) pacientes sofreram lesão na falange proximal, 13 (20,8%)
pacientes sofreram lesão na região da interfalangeana,
e 34 (53,9%) dos pacientes apresentaram lesão na falange distal.
Por tratar-se de um
procedimento de alta complexidade, alguns pacientes não apresentaram bons
resultados iniciais, evoluindo com queixas, como a perda de mobilidade ativa do
polegar. Em outros casos, apresentavam queixa de dor na articulação interfalangeana, sendo necessário o reencaminhamento desses
casos à Cirurgia da Mão para nova avaliação com o cirurgião de mão.
Dentre os pacientes
reencaminhados para nova avaliação, 18 (28,5%) pacientes, foram submetidos a
outros procedimentos cirúrgicos para que a função do polegar pudesse ser
alcançada de forma satisfatória. Os procedimentos realizados encontram-se
descritos na tabela IV.
Tabela IV – Distribuição da
amostra quanto ao a tipo de novo procedimento
cirúrgico.
Dos 63 prontuários
avaliados, todos apresentaram resultados importantes na questão funcional,
inclusive voltando a exercer suas atividades laborais de forma significativas.
Ao longo do tratamento, foram realizados e anotados nos prontuários dos
pacientes, os ganhos relatados pelos mesmos, assim como as avaliações e
mensurações periódicas e no momento da alta. O tempo de reabilitação variou de
4 a 14 meses, os resultados quanto ao tempo encontram-se descritos na tabela V.
Os resultados referentes a força muscular no momento da alta da reabilitação
são apresentados na tabela VI.
Tabela V - Distribuição da
amostra quanto ao tempo de reabilitação.
Tabela VI – Distribuição da
amostra quanto ao grau de força muscular no momento da alta da reabilitação.
Realizada a avaliação
para aferição da sensibilidade para identificação do grau de incapacidade e
sensibilidade. Na avaliação inicial, os pacientes apresentaram sensibilidade
nula, porém no momento de alta, 11 (17,4%) pacientes apresentaram resposta ao monofilamento verde, 48 (76,1%) pacientes apresentaram
resposta ao monofilamento azul e apenas 4 (6,3%)
pacientes apresentaram resposta ao monofilamento
violeta.
Em relação ao retorno
às atividades laborais, 47 (74,7%) pacientes retornaram às atividades realizadas
anteriores ao acidente e 13 (20,6%) pacientes necessitaram desenvolver outras
atividades. Cabe destacar que 3 (4,7%) pacientes eram aposentados.
Embora existam poucas
evidências relacionadas à reabilitação específica de reimplante do polegar,
buscamos através de estudo, apresentar à comunidade científica os resultados
obtidos através de nossa abordagem. Podemos observar que uma boa parte dessa
população apresentou resultados significativos, tendo inclusive retornado às
suas atividades laborais, mantendo a função e a qualidade de vida anteriores ao
acidente.
Desde o primeiro
reimplante de polegar, este processo vem passando por evoluções, possibilitando
a abordagem precoce no início da reabilitação, favorecendo o resultado
funcional deste importante dedo da mão.
Komatsu & Tamai, em 1968, realizaram o primeiro reimplante de dedo
descrito na prática clínica. Schlenker et al.,
em 1980, publicaram os resultados de 64 reimplantes de polegar realizados no
período de 1976 a 1979 com cerca de 73,4 % de sobrevida do reimplante [3-6]. O
fato que merece ser destacado é que apesar dos resultados no que diz respeito a
cirurgia serem de excelência, nenhum dos estudos autores citam os processos de
reabilitação. Esses achados são similares aos descritos por Zumiotti
[6], em 1992, descreveu os resultados referentes a 60 dedos reimplantados com
sobrevida de 70% (42 dedos), que também não descreveu os resultados obtidos
quanto a reabilitação.
Tal característica
também pode ser observada no estudo de Gulgonen [8],
que realizou um estudo de coorte, onde analisou 72 casos de reimplante de
polegar, com 84% de sucesso na sobrevida, porém sem nenhuma descrição
relacionada ao protocolo de reabilitação específica para os casos
Pereira
[7] realizou uma
elegante descrição de todos os procedimentos que
envolveram o reimplante
(indicações, contraindicações,
complicações e a reabilitação). E destaca
de
forma contundente a importância de se iniciar a
mobilização o mais precoce
possível, resguardando para todo cuidado em
relação à perda das suturas, mas
também, para evitar as complicações, entre elas,
perda de sutura e a rigidez
que pode comprometer estruturas recém suturadas. Este
também é o ponto de vista
de nosso grupo, uma vez que podemos inferir que os resultados
satisfatórios por
nós obtidos estão diretamente relacionados ao inicio imediato da reabilitação e também a sua
sequência.
Ozçelik [9] descreve em seu
estudo retrospectivo composto por 14 casos, sendo 12 do sexo masculino, que
todos retornaram ao trabalho anterior a lesão, porém não especificando quais
atividades. Cabe ressaltar que apesar dos resultados exuberantes encontrados,
os autores não descrevem a abordagem específica ou protocolo de reabilitação.
Lamardi & Miura [13] apresentam três casos de reimplante de polegar,
onde descrevem as fases de reabilitação precoce, iniciando a mobilização
passiva em 48 horas de pós-operatório, mobilização ativa dentro da imobilização
da segunda a terceira semana, mantendo a imobilização por mais uma semana. Na
4ª semana, retirada da imobilização e iniciada a mobilização ativa do segmento,
com treinos das atividades do cotidiano, mas ainda de forma leve, obtendo bons
resultados funcionais, inclusive sensitivos, dos segmentos reimplantados.
Weber et al. [10]
afirmaram que o objetivo é tornar a mão funcional, considerando inaceitável um
reimplante de dedo sem função e sensibilidade preservada. Outra observação do
autor é em relação à reabilitação, que deve ser o mais precoce possível, para
que o paciente recupere a função temporariamente perdida. Cita a presença de
profissionais de reabilitação competentes, dentre os quais, fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais, para assumirem este papel, uma vez que, há a
possibilidade de recuperação funcional satisfatória do segmento reimplantado.
Acreditamos que os nossos resultados são considerados satisfatórios em virtude
da reabilitação iniciada o quanto antes.
Agarwal [11] realizou uma
análise retrospectiva de 52 pacientes, onde observou que em 92% dos casos, os
pacientes apresentavam ganho de força do polegar e da mão. Esses achados são
similares aos alcançados em nosso estudo.
Hass [12] descreveu 34
casos de reimplantes de polegar. O autor utilizou dois testes para comparação e
avaliação funcional, o DASH e o Mayo Modificado, além
de avaliações, além da medida de força muscular e sensibilidade através de
discriminação de dos pontos, encontrando resultados satisfatórios.
Silva et al. [13]
afirmam que o processo de reabilitação deve começar na segunda ou terceira semana
de pós-operatório, com movimentos passivos e ativos. Descrê ainda que, tais
procedimentos devem ser realizados por fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais especializados na área.
Paulus et al. [14] reforçam a
importância da preservação do membro, das estruturas que garantam a
sensibilidade do polegar reimplantado e da importância da equipe
multidisciplinar, contando com profissionais habilitados para que estes possa
garantir o sucesso na recuperação funcional do segmento. Em seu estudo composto
por 43 casos de reimplante, foi relatado de 93% de sucesso.
Pisa [15] descreve
brevemente o processo de reabilitação nos casos de reimplante do polegar, onde
a mobilização precoce é iniciada na primeira semana, estendendo-se até a quarta
semana, e descolamento da cicatriz acompanhado do uso de órtese de posicionamento
do punho, evitando a flexão do mesmo. Da quarta semana
em diante, até o terceiro mês, os autores sugerem prosseguir com a mobilização
passiva e ativa suave do punho e dedos, e ainda os procedimentos de liberação
da cicatriz. A partir do quarto mês de pós-cirúrgico, iniciam-se as atividades
para ganho de força muscular da mão e do polegar e estimulação tátil. O autor
cita anda que todo o trabalho de recuperação funcional do polegar, no que tange
a ganhos de pinça e sensibilidade, assim como ganhos de força muscular da mão e
do polegar, foi acompanhado simultaneamente pela Terapia Ocupacional, para
recuperação funcional do polegar, através das atividades que favorecessem esta
recuperação.
A maioria dos pacientes
que sofreram reimplante do polegar conseguiram obter ganho de força muscular e
sensibilidade, conseguirem retornar as suas atividades laborais, com um tempo
de reabilitação que variou de 4 a 14 meses