ARTIGO
ORIGINAL
Funcionalidade
e equilíbrio de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca
Functionality and
balance in patients after cardiac surgery
Cássio Magalhães da Silva e Silva,
Ft., M.Sc.*, Mansueto Gomes
Neto, Ft. D.Sc.**, Ivana Oliveira De Lamonica Freire***, Sara Carvalho de Oliveira Nogueira,
Ft.****, Micheli B Saquetto, Ft., M.Sc.*****,
Thaís Magalhães Cerqueira, Ft.******, Laíssa
Cerqueira Lima Santos*******
*Doutorando
em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas. Docente Assistente da Universidade
Federal da Bahia (UFBA), Departamento de Biofunção,
Curso de Fisioterapia da UFBA, Salvador/BA,**Docente Adjunto da UFBA,
Departamento de Biofunção, Curso de Fisioterapia
UFBA, ***Médica Cirurgiã Cardíaca e Vice-diretora do Instituto Nobre de
Cardiologia de Feira de Santana, Bahia, Feira de Santana/BA,****Mestranda em
bioenergia e coordenadora do Instituto Nobre de Cardiologia de Feira de Santana,
Bahia e Hospital Geral Cleriston Andrade, Feira de
Santana/BA, *****Docente Assistente da UFBA, Departamento de Biofunçāo, Curso de Fisioterapia da UFBA, ******Pós-graduanda
em Saúde Coletiva e ergonomia, autônoma, Feira de Santana/BA, *******Pós-graduanda
em UTI pediatria e neonatal, autônoma, Feira de Santana/BA
Recebido em 31 de julho de 2015;
aceito em 28 de fevereiro de 2016.
Endereço
para correspondência: Cássio Magalhães da Silva e Silva,
Departamento de Biofunção, Curso de Fisioterapia,
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde, Av. Reitor
Miguel Calmon s/n, Vale do Canela, 40110-100 Salvador
BA, E-mail: cassiofisio2@yahoo.com.br
Resumo
Introdução: Pacientes submetidos
à cirurgia de revascularização do miocárdio apresentam redução da função
pulmonar que, associado à imobilidade, favorece ao colapso alveolar e ao aumento
da carga elástica pulmonar, provocando distúrbio ventilação-perfusão com
alterações na oxigenação sanguínea e aumento no tempo de internação hospitalar.
Objetivo: Avaliar o impacto na
funcionalidade e no equilíbrio de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Material e métodos: Foi realizado um estudo
prospectivo e analítico com pacientes submetidos à cirurgia de revascularização
do miocárdio. A funcionalidade foi avaliada através da medida de independência
funcional no primeiro, terceiro e sexto dia do pós-operatório e o equilíbrio
através da escala de equilíbrio de Berg. Foi realizada análise estatística
descritiva e inferencial com análise do coeficiente de correlação de Spearman e nível de significância de 5%. Os dados obtidos
da medida de independência funcional em diferentes dias de pós-operatório foram
comparados utilizando o teste de Kruskal-Wallis. Resultados: Foram analisados 22 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Observou-se
aumento
estatisticamente significativo (p < 0,05) nos escores do 1º, 3º e 6º dia do
pós-operatório
da medida de independência funcional. Associação moderada entre a funcionalidade
e o equilíbrio foi identificada. Em adição, houve associação fraca entre tempo de
circulação extracorpórea, funcionalidade e equilíbrio. Conclusão: Cirurgia de
revascularização do miocárdio apresenta impacto negativo na funcionalidade e no
equilíbrio.
Palavras-chave: cirurgia torácica, Fisioterapia, classificação internacional de funcionalidade,
incapacidade, saúde.
Abstract
Introduction: Patients undergoing
coronary artery bypass surgery have reduced lung function, which associated
with immobility increases alveolar collapse and lung elastic load, causing
disorder with ventilation-perfusion changes in blood oxygenation and increasing
hospital stay. Objective: To evaluate
the impact of cardiac surgery on the functionality and balance of patients.
Methods: We conducted a prospective, analytical study of patients after
coronary artery bypass surgery. The functionality was assessed by functional
independence measure in the first, third and sixth day after surgery and the
balance by the Berg Balance Scale. A descriptive and inferential statistical
analysis with the Spearman correlation coefficient and 5% significance level
was performed. The data obtained from functional independence measured on
different days after surgery were compared using the Kruskal-Wallis
test. Results: 22 patients were
analyzed. Statistically significant increase was observed (p < 0.05) in
scores of 1, 3 and 6 day in postoperative functional independence measure.
Moderate association between the functionality and the balance has been
identified. In addition, there was a weak association between the
extracorporeal circulation time, functionality and balance. Conclusion: Coronary artery bypass
surgery has a negative impact on the functionality and balance.
Key-words: thoracic surgery, physical
therapy specialty, international classification of functioning disability and
health.
A cirurgia de
revascularização do miocárdio (CRM) proporciona remissão dos sintomas de angina
e, também, contribui para o aumento da expectativa e melhora da qualidade de
vida de pacientes com doenças coronarianas [1]. Pacientes submetidos à CRM
apresentam perdas estatisticamente significativas da função pulmonar logo no 1o
dia pós-operatório (DPO), evidenciada pela diminuição dos valores do volume
Expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), da capacidade vital forçada (CVF)
e da capacidade vital (CV) [2], podendo estar associados a restrições impostas
pelos procedimentos e potencializados pela imobilidade pós-cirurgia.
A
imobilidade associada
com a dor favorece a adoção de um padrão
respiratório superficial com redução
da capacidade pulmonar total (CPT) que, associado à debilidade
na tosse
favorece ao colapso alveolar e aumento da carga elástica
pulmonar. Isso provoca
distúrbio ventilação-perfusão com
alterações na oxigenação sanguínea e
aumento
no tempo de internação hospitalar, acarretando
restrições musculoesqueléticas e
redução na capacidade funcional, com maior mortalidade e
aumento nos recursos
financeiros [3].
Diante da perda de
função observada no pós-operatório da cirurgia cardíaca (POCC) vê-se a
necessidade justificável de analisar a funcionalidade destes pacientes no
ambiente hospitalar, para identificar o impacto cirúrgico na funcionalidade e possibilitar
os profissionais na elaboração de estratégias de prevenção, redução ou reversão do impacto funcional. Sendo assim, o objetivo
deste estudo foi avaliar
o impacto na funcionalidade e no equilíbrio de pacientes submetidos à cirurgia
cardíaca.
Trata-se de um estudo
prospectivo analítico. Foram incluídos neste estudo indivíduos no
pós-operatório de cirurgia cardíaca de um instituto em Feira de Santana/BA com idade
entre 18 e 70 anos de ambos os sexos, que tivessem uma participação voluntária
mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Foram
excluídas as gestantes, os pacientes com doenças ou com sequelas neurológicas
que afetam a cognição, interação e a execução das atividades propostas, além
dos pacientes que utilizavam dispositivos para auxiliar a marcha ou qualquer
dependência na medida de independência funcional (MIF) menor que 35. O trabalho
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da
Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), sob o parecer de número 4003.
Ao
iniciar a coleta, foram registradas na ficha de avaliação informações sociodemográficas (idade, sexo, estado civil, profissão,
raça). Para avaliação da funcionalidade foi aplicada a MIF no primeiro,
terceiro e sexto DPO. A MIF é um instrumento padronizado e validado no Brasil [4]
que avalia um conjunto de 18 tarefas, referentes às subescalas de autocuidados,
controle esfincteriano, transferências, locomoção, comunicação e cognição
social. Cada item pode ser classificado em uma escala de graus de dependência
em 7 níveis, sendo o valor zero correspondente à dependência
total e o valor 7 correspondente à normalidade na realização de tarefas de
forma independente.
No sexto DPO de cirurgia
cardíaca foi então aferida a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) [5] que
é composta por 14 itens que representam atividades comuns do dia a dia e avaliam
o controle postural estável, antecipatório e que requerem diferentes
forças, equilíbrio dinâmico e flexibilidade. Os pacientes foram instruídos a
realizar as tarefas de análise de equilíbrio com segurança e com supervisão do
fisioterapeuta. A avaliação dos sujeitos foi realizada por dois pesquisadores,
responsáveis pela aplicação do questionário. Estes foram treinados quanto à
abordagem do questionário nos pacientes, visando homogeneizar a forma e a
sequência em todos os momentos da avaliação. Os pacientes realizavam sessões de
Fisioterapia 2 vezes ao dia, durante todos os dias da
semana, duração de 30-60 min, com intervenção generalista de Fisioterapia
respiratória (padrões ventilatórios e tosse técnica) e motora (cinesioterapia
ativa livre ou resistiva, sedestação em leito e
deambulação).
Foi
realizada análise estatística descritiva e inferencial, com medidas de
tendência central e dispersão, seguida da análise do CCS (coeficiente de
correlação de Spearman) (ρ) que será considerada
pequena (“r” até 0,25), baixa (“r” entre 0,26-0,49), moderada (“r” entre
0,50-0,69), alta (“r” entre 0,70-0,89) e muito alta (“r” acima de 0,90), de
acordo com os valores de referência descritos por Domholdt
[13]. Foi adotado também nível de significância (p) de 0,05. Os dados obtidos
da MIF em diferentes dias de pós-operatório foram comparados utilizando o Kruskal-Wallis test. Os dados amostrais de todos os indivíduos que participaram do estudo
foram catalogados no Microsoft
Office Excel 2007 e analisados no
programa SPSS®, versão 20.0
O
estudo foi realizado com 22 pacientes no POCC, as características sociodemográfica, idade, sexo, antropometria e tipos de
cirurgias estão expostas na tabela I. Houve
acompanhamento fisioterapêutico em todos os pacientes estudados, duas vezes por
dia. Quanto ao tipo de cirurgia cardíaca, 20 (90%) dos
pacientes realizaram cirurgia de revascularização do miocárdio destes 13 (59%) passaram
pela circulação extracorpórea (CEC) com tempo médio de 71 ± 16,7 min.
CIA = Comunicação Interatrial,
CEC = Circulação extracorpórea, DPO = Dia no pós-operatório; Resultados expressos
em n (%) ou em média ± DP.
Na tabela II estão descritos os escores médios dos
pacientes no item equilíbrio e funcionalidade de acordo com os dias de pós-operatório.
Tabela
II – Análise dos pontos da funcionalidade (MIF) e equilíbrio (EEB).
MIF = Medida de Independência Funcional, EEB =
Escala de Equilíbrio de Berg, DPO = Dia no pós-operatório; Resultados expressos
em média ± DP.
Na
tabela III estão apresentados os resultados de acordo com a idade. Na
comparação entre idosos (maiores de 60 anos) e não idosos (menores de 60 anos),
observou-se menores escores em todas as variáveis analisadas, com diferença
estatisticamente significativa entre idosos e não idosos no terceiro e sexto
DPO da escala MIF e no 6º DPO da EEB.
Tabela III
– Comparação
dos pontos funcionalidade (MIF) e equilíbrio (EEB) de acordo com a idade dos
pacientes.
MIF = Medida de Independência Funcional, EEB =
Escala de Equilíbrio de Berg, DPO = Dia no pós-operatório; Resultados expressos em média ± DP; * p <
0,05.
A
tabela IV apresenta os resultados de acordo com o sexo dos pacientes. Não houve
diferença entre sexos em diferentes dias de pós-operatório para a MIF e no
sexto DPO para a EEB. Os pacientes de ambos os sexos evoluíram com melhora da
MIF do 1º DPO até o 6º DPO, porém não retornando aos escores normais das
escalas.
Tabela IV
– Comparação
dos pontos da funcionalidade (MIF) e equilíbrio (EEB) de acordo com o sexo dos
pacientes.
MIF = Medida de Independência Funcional, EEB =
Escala de Equilíbrio de Berg, DPO = Dia no pós-operatório; Resultados expressos
em média ± DP.
Na
comparação da MIF do primeiro, terceiro e sexto DPO, foi observado aumento
estatisticamente significativo (p < 0,05) nos escores do primeiro (44 ± 14)
para o terceiro (80 ± 31) e para o sexto DPO (94 ± 32). Não houve diferença
estatisticamente significativa nos escores da MIF entre o terceiro e sexto DPO
(p > 0,05).
A
análise do coeficiente de correlação de Spearman mostrou moderada associação entre a MIF e a EEB
(ρ = 0,6) no 6º DPO.
Quando
correlacionado o tempo de CEC com a MIF e EEB, observou-se uma associação baixa
com ρ
= – 0,4 e ρ = – 0,2, respectivamente. Os
valores da correlação estão descritos na tabela V.
Tabela V – Coeficiente de Correlação de Spearman (ρ) entre a pontuação do MIF e EEB e as variáveis de tempo de circulação extracorpórea, de idade e do 6º DPO do MIF.
MIF = Medida de Independência Funcional, EEB =
Escala de Equilíbrio de Berg, (NA) = Não avaliado, *Correlação baixa, **Correlação
moderada, ***Correlação alta, ****Sem correlação, TCEC = Tempo de circulação
extracorpórea. DPO = Dia no pós-operatório; Resultados expressos em média ± DP.
No
presente estudo foi observado que todos os pacientes apresentaram redução na
MIF no 1º DPO até o 6º DPO, e na escala de EEB no 6º DPO sem retorno aos
valores de normalidade. Porém, é percebido o aumento médio da MIF do 1º DPO até
o 6º DPO, sendo estatisticamente significante do 2º para o 3º e para o 6º DPO.
Conforme, Alsara et al. [7] que avaliaram 94 pacientes com dispositivo de
assistência ventricular esquerda no internamento hospitalar e reabilitação, mostrando
que a maioria dos pacientes eram idosos e melhoraram significativamente as 17
das 18 atividades avaliadas pela MIF de 77,1 pontos no pós-operatório para 95,2
pontos na alta. Nosso trabalho encontrou em média resultados melhores logo no
6º DPO com 94 pontos na MIF.
Martinez et al. [8] avaliaram o impacto do
internamento de pacientes em unidade de terapia intensiva na independência
funcional da admissão até a alta da unidade, em 54 pacientes e mostraram redução na independência de todos os domínios da MIF quando
comparados os valores de admissão e alta. A maior perda funcional foi no
domínio transferência, em relação aos demais tópicos (p = 0,001). Em concordância
com nossa pesquisa que demonstra um declínio no escore da MIF logo no 1º DPO e
que se mantém até o 6º DPO não assumindo pontuação correspondente ao total de
independência da funcionalidade.
Covinsky et al. [9] demonstraram que o declínio
funcional experimentado durante a internação para tratamento de processos
agudos foi de 35% para realização de atividades de vida diária quando
comparados a dados pré internação, e em pacientes com
mais de 85 anos a taxa de declínio excedeu a 50% e todos tiveram desfecho
desfavorável na alta, nosso trabalho demostrou um declínio de 34% na MIF no 1º
DPO.
Estudos sugerem que as intervenções cirúrgicas
geram complicações à funcionalidade e habilidade do paciente nas fases iniciais
pós-operatórias, e acrescentam outros distúrbios funcionais, tanto
respiratórios quanto motores, contribuindo para o aumento do tempo de
internação e redução do retorno à vida produtiva [10,11]. Este trabalho
demonstra além da alteração funcional da MIF também baixa pontuação na EEB no
6º DPO dos pacientes no POCC principalmente dos idosos, a EEB é a escala
mais acurada para detectar alterações no equilíbrio nos idosos saudáveis [12]. Ozan et al. demonstraram forte correlação
positiva entre qualidade de vida e equilíbrio e força nos idosos acima de 65
anos que pode ser explicada em razão do próprio processo do envelhecimento, que
compromete a habilidade do sistema nervoso central de realizar o processamento
dos sistemas vestibular, proprioceptivo e visual [13].
A limitação
no equilíbrio no 6º DPO pode refletir na evolução clínica e na necessidade de
uma abordagem fisioterapêutica mais cuidadosa. Conforme Forrest et al. [14], 182 pacientes foram avaliados com o teste de caminhada
de 6 minutos, teste de
Quando
analisamos a evolução funcional dos pacientes, observamos uma evolução estatisticamente
significativa no 3º para o 6º DPO tanto nos menores quanto nos maiores de 60
anos na MIF conforme pesquisa de Moraes et al. [15] que demonstraram que a intervenção cirúrgica provoca alterações no
desempenho funcional com aumento na pontuação da MIF quando comparado o 2°/3° DPO
com o 5°/6° DPO.
A
evolução favorável da funcionalidade no 6º
DPO
pode ser atribuída à ação da fisioterapia
que atua na prevenção e amenização de
complicações, melhorando do desempenho funcional.
Pesquisas demonstram que a
fisioterapia atua no POCC com a finalidade de reduzir riscos,
incrementar a
saída do paciente da unidade de terapia intensiva e
recuperação da
funcionalidade.
O
uso de circulação extracorpórea (CEC) constitui um recurso muitas vezes
indispensável para as cirurgias cardíacas. É conhecido na literatura o impacto
do tempo de CEC na função pulmonar e motora do paciente, apresentando maior
perda funcional aquele paciente que necessita de maior tempo de CEC especialmente
mais de 60 minutos. Nosso trabalho apesar de mostrar correlação fraca, traz
indícios que quanto maior o tempo de CEC menor é o escore da MIF no 6º DPO, ou
seja, estes pacientes demonstram mais limitação e dificuldade de recuperação da
independência funcional. Conforme estudo de Moraes et al. [15] com 22 pacientes no pós-operatório de cirurgia do
miocárdio, observou-se que o tempo de CEC associado à MIF no 2º/3º DPO e 5º/6º DPO
e apresentou regressão entre as variáveis calculadas, pois quanto maior o tempo
de CEC menor a pontuação da MIF.
Jung
et al. [16] observaram uma moderada
correlação entre a EEB e a MIF total (r = 0.51 e p > 0,01) em 92 hemiparéticos e indicaram que o equilíbrio pode afetar a
independência funcional destes pacientes e que a EEB pode ser útil para
predizer a recuperação motora nesta população. Azevedo et al. [17] mostraram que o déficit de equilíbrio se correlacionou ao
nível de independência funcional na hemiparesia crônica. Entretanto, não houve
relação entre o comprometimento motor e a independência funcional.
Na
análise da associação entre a escala de MIF e EEB
dos nossos pacientes, foi evidenciada
alta correlação entre a MIF e a EEB no 6º DPO (r =
0,8), demonstrando que a
população com menor funcionalidade também
apresenta menor equilíbrio e
vice-versa. O que nos refuta a pensar que os indivíduos que
não realizam
autocuidado, transferência, locomoção e não
apresentam controle esfincteriano, comunicação
e cognição social têm maior desequilíbrio na
descarga de peso.
Na
análise da correlação, apesar se ser fraca, parece que quanto maior a idade do
paciente menor o escore da MIF e da BERG no 1º, 2º e 3º DPO indicando que os
mais velhos tem maior limitação de funcionalidade e equilíbrio.
Os
pacientes que se submetem à cirurgia cardíaca apresentam impacto negativo na
funcionalidade e no equilíbrio, porém são capazes de demonstrar melhora
substancial em um programa de fisioterapia antes da alta hospitalar. A MIF e a
EEB apresentam correlação positiva de moderada intensidade no 6º DPO. Parece
que o maior tempo de CEC causa mais disfunções com menor equilíbrio no 6º DPO.
Estes achados permitem indicar uma correlação entre a funcionalidade e no
equilíbrio dos pacientes do POCC.