Fisioter Bras 2022;23(4):495-507
ARTIGO
ORIGINAL
Conhecimento
de acadêmicos de educação física, enfermagem
e nutrição sobre reabilitação
cardiovascular
Knowledge of physical education, nursing and nutrition
students about cardiovascular rehabilitation
Patricia Luciene da Costa Teixeira, M. Sc*, Vivian Muniz Torres Rodrigues **, Bárbara Reis
Guimarães da Costa***
*Universidade
Federal Fluminense (UFF), Doutoranda em Biociências, Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Docente do curso de Fisioterapia no Centro
Universitário de Barra Mansa, RJ, **Discente da pós-graduação em Fisioterapia
Hospitalar Média e Alta Complexidade do Centro Universitário de Barra Mansa,
RJ, ***Estudante de graduação do curso de Fisioterapia, Centro Universitário de
Barra Mansa, RJ
Recebido
em 18 de julho de 2021; Aceito em 17 de maio de 2022.
Correspondência: Patricia
Luciene da Costa Teixeira, Rua Ver. Pinho de Carvalho, 267, 27330-550 Barra
Mansa RJ
Patricia Luciene da Costa Teixeira:
palufelix@gmail.com
Vivian
Muniz Torres Rodrigues: viviantorresvidaepaz@outlook.com
Barbara
Reis Guimarães da Costa: barbarareis2018100@gmail.com
Resumo
Introdução: A reabilitação cardiovascular é uma
estratégia de prevenção secundária envolvendo uma equipe multidisciplinar
voltada para indivíduos que tiveram um incidente cardíaco ou uma intervenção
cardíaca. Objetivo: Verificar se acadêmicos dos cursos de Educação
Física, Enfermagem e Nutrição, universitários do interior do estado do Rio de
Janeiro, possuem o conhecimento básico a respeito da reabilitação
cardiovascular (RCV). Métodos: Participaram deste estudo 90 estudantes
distribuídos em três grupos de 30 indivíduos de acordo com o curso em que
estavam matriculados. Como ferramenta para coleta de dados foi utilizado um
questionário online, contendo 9 questões objetivas e 1 dissertativa referente a
RCV. Resultados: Nenhum curso deteve elevado conhecimento acerca da RCV.
Observou-se que o curso de enfermagem acertou 52,2 % dos questionamentos,
seguido pelo de nutrição com 49,4% de acerto, e o de educação física com 48,2%
das respostas corretas. Conclusão: Os resultados apontam para uma
carência em relação a informações sobre este tema socialmente impactante nos cursos
incluídos, sendo necessárias abordagens mais enfáticas durante a vida
acadêmica.
Palavras-chave: reabilitação cardiovascular;
prevenção; equipe multidisciplinar.
Abstract
Introduction: Cardiovascular
rehabilitation is a secondary prevention strategy involving a multidisciplinary
team aimed at individuals who have had a cardiac incident or a cardiac
intervention. Objective: To verify if students of Physical Education,
Nursing and Nutrition courses, in the state of Rio de Janeiro, have basic
knowledge about cardiovascular rehabilitation (CVR). Methods: 90
students participated in this study, divided into three groups of 30
individuals according to the course in which they were enrolled. As a tool for
data collection, an online questionnaire was used, containing 9 objective
questions and 1 dissertation related to CVR. Results: No course has
gained high knowledge about the CVR. It was observed that the nursing course
got 52.2% of the questions right, followed by the nutrition course with 49.4%
of correct answers. Conclusion: The results point to a lack of
information on this socially impactful topic, requiring more emphatic
approaches during academic life.
Keywords: cardiovascular rehabilitation;
prevention; multidisciplinary team.
As
Doenças Cardiovasculares (DCV) além de gerarem um alto custo para o governo são
a principal causa de morte no mundo. Mais pessoas morrem anualmente por essas
enfermidades do que por qualquer outra causa [1].
Os
portadores de DCV estão sujeitos a desconfortos físicos, psicológicos e sociais
relacionados ao tratamento, que podem influenciar na capacidade de adaptação a
um novo estilo de vida. Na medicina, estratégias envolvendo o uso de fármacos
ou dispositivos médicos vêm reduzindo substancialmente a mortalidade das DCV. O
avanço nos diagnósticos terapêuticos tem contribuído com cerca de 80% no
aumento da expectativa de vida da população mundial [2,3].
No
programa de Reabilitação Cardiovascular (RCV) os profissionais de enfermagem
podem auxiliar na avaliação clínica, obtendo e fornecendo informações, podem
ser responsáveis pelas dosagens de glicemia e verificação da pressão arterial
(PA), antes e durante as sessões de exercícios, e em caso de intercorrências
podem participar do atendimento e auxiliar o médico, com eventuais
administrações de medicamentos, além de estar capacitado para atuar no suporte
básico de vida com o uso de desfibrilador externo automático [4].
O
campo de ação da nutrição afirma que quanto maior o número de fatores de risco
presentes ou associados na saúde do paciente, maior será a morbimortalidade
cardiovascular. Logo, a identificação e o controle de variáveis preditoras dos
fatores de risco como as antropométricas, bioquímicas e hemodinâmicas são
fundamentais para a prevenção de futuros eventos cardiovasculares [5].
O
tratamento das DVC envolve abordagens farmacológicas e não farmacológicas, como
a prescrição de medicamentos e a prática de exercícios físicos (EF)
supervisionados. Logo, os programas de RCV foram desenvolvidos com o objetivo
de trazer pacientes cardiopatas de volta às suas atividades habituais, com
ênfase na prática do EF, acompanhada por ações educacionais, sendo esta
constituída por 4 fases. Na quarta fase a supervisão do EF pode ser dada pelo
educador físico, o que torna não obrigatória a presença do fisioterapeuta. Os
programas de RCV vêm atenuando os altos custos de tratamentos avançados, devido
à ênfase a prevenção secundária, reduzindo a recorrência de eventos
cardiovasculares [4,6,7].
Já
foram extensamente discutidos na literatura os benefícios do EF como meio de
prevenção contra ocorrências/recorrências de DCV, de maneira que os
profissionais envolvidos têm um papel preponderante neste contexto [8]. Assim,
esta pesquisa visa determinar o grau de conhecimento dos acadêmicos de Enfermagem,
Educação Física e Nutrição sobre RCV.
Estudo
transversal com abordagem quali-quantitativa e
objetivo descritivo. A amostra total foi constituída por 90 acadêmicos de ambos
os gêneros, regularmente matriculados no último período dos cursos de
Enfermagem, Nutrição e Educação Física, por já terem realizado todas as
disciplinas que poderiam abordar tal tema.
A
pesquisa foi desenvolvida em um Centro Universitário localizado no interior do
Sul Fluminense após ter sido aprovada pelo Comitê de Ética da instituição sob
parecer de número 4.140.531.
Após
expressarem sua concordância através do Termo de consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) os acadêmicos foram divididos em três grupos de acordo com o
curso em que estavam matriculados. Aqueles que estivessem entre 18 e 35 anos de
idade, cursando os dois últimos períodos do curso foram incluídos na pesquisa.
Foi estabelecido como critérios de exclusão aqueles que estivessem com
dependência em disciplinas relativas aos primeiros anos do curso, bem como
aqueles que não concordassem em assinar o TCLE.
Os
acadêmicos foram convidados a participar da pesquisa, através das mídias
sociais (Facebook, Instagram e Whatsapp) que
continham informações sobre o público alvo, contexto resumido da pesquisa e a
identificação do e-mail e contato dos pesquisadores. A partir destes ponto foram efetuadas 5 etapas: Etapa 1 - ao entrar
em contato com pesquisador os procedimentos foram mais uma vez explicados.
Etapa 2 - após o aceite verbal de participação, o TCLE juntamente com o link
para acesso a um questionário online contendo 10 questões sendo 9 objetivas e 1
dissertativa sobre a RCV que foi encaminhado por e-mail. Assinalar a primeira
questão relativa ao aceite a participação na pesquisa determinava o prosseguimento
da avaliação. Etapa 3 - os participantes responderam ao questionário na própria
plataforma do Google Forms, quando e onde quisessem,
sem interferência dos avaliadores, ressaltando que as dúvidas poderiam ser
sanadas pelos mesmos com garantia de total sigilo referente às respostas. Etapa
4 - após respondidas todas as questões na plataforma Google Forms,
as respostas eram automaticamente enviadas para o e-mail do pesquisador para
posterior análise. Etapa 5 - avaliação dos resultados.
Os
dados foram compilados e exportados para uma planilha da Microsoft Excel onde
foram armazenados e pormenorizadamente organizados de acordo com os grupos de
respostas. O mesmo software foi utilizado para confecção das tabelas e figuras
sendo realizada estatística descritiva para análise dos dados dos valores
absolutos e as variáveis quantitativas apresentadas por meio de frequências e
porcentagens.
A
amostra inicial foi constituída por 111 indivíduos divididos entre os cursos de
Enfermagem, Nutrição e Educação Física. Destes foram excluídos 30% (1
participante não concordou em participar da pesquisa, 6 participantes por terem
dependência nos primeiros períodos, 12 participantes por terem mais de 35 anos
e 16 participantes por não cursarem os últimos dois períodos da faculdade).
Dessa forma, o estudo foi conduzido entre os meses de agosto e novembro de 2020
e contou com a participação de 77 acadêmicos, sendo 37,6% acadêmicos de
Educação Física, 27,2% de Enfermagem e 27,2% de Nutrição. A figura 1 apresenta
o fluxograma com número absoluto dos participantes do estudo.
Fonte:
dados do estudo, 2020.
Figura
1 – Fluxograma da
amostra
A partir da análise dos dados compilados,
observou-se que a maioria dos acadêmicos dos cursos de Educação Física (86,2%)
e Nutrição (83,3%) afirmaram que seus respectivos cursos estão inseridos no
programa de RCV, não obstante, mais da metade dos alunos de Enfermagem (54,1%)
afirmaram que seu curso não faz parte deste programa (Figura 2).
Fonte:
Dados do estudo, 2020.
Figura
2 – Total de
acadêmicos que afirmaram que a RCV está inserida no curso
Grande
parte dos acadêmicos dos cursos de Educação Física (86,2%), Enfermagem (91,6%)
e Nutrição (83,3%) indicariam a RCV para seus pacientes (Figura 3).
Fonte:
Dados do estudo, 2020.
Figura
3 – Total de
acadêmicos que indicaram a RCV a seus pacientes
Mais
da metade dos acadêmicos de Educação Física (55,1%) não conhecem o papel do
fisioterapeuta na RCV. Contudo, 89,6% destes sabem que as DCVs
são a maior causa de morte em todo mundo e afirmam que estas geram um alto
custo para o governo. Além disto, 100% dos acadêmicos acreditam que os
cardiopatas referem maior sensação de cansaço quando comparados com indivíduos
saudáveis (Figura 4).
Fonte:
Dados do estudo, 2020.
Figura
4 – Respostas dos
acadêmicos de Educação Física obtidas pelo questionário
Em
relação ao curso de nutrição, 66,6% dos acadêmicos desconhecem o papel do
fisioterapeuta na RCV. A maioria, 95,8%, afirma que as DCVs
são a maior causa de morte no mundo e 83,3% sabem que geram um alto custo para
o governo. Grande parte dos estudantes de Nutrição (95,8%) sabe que cardiopatas
referem mais sensação de cansaço e dispneia quando comparados a indivíduos
saudáveis (Figura 5).
Fonte:
Dados do estudo 2020.
Figura
5 – Respostas dos
acadêmicos de Nutrição obtidas pelo questionário
Conforme
demonstrado na figura 6, dos acadêmicos do curso de enfermagem, 62,5% afirmam
não conhecer o papel do fisioterapeuta na RCV, 87,5% asseguram que as DVCs são responsáveis pelo maior número de óbitos no mundo,
e 100% destes afirmaram que as DCVs geram um alto
custo para o governo e que indivíduos cardiopatas referem maior sensação
subjetiva de dispneia quando comparados a indivíduos saudáveis.
Fonte:
Dados do estudo, 2020
Figura
6 – Respostas dos
acadêmicos de Enfermagem obtidas pelo questionário
A
figura 7 reúne 3 componentes, subdivididos em A; B e C, para estratificação de
risco para participação de programas de RCV. Logo na 7A mais da metade dos
acadêmicos do curso de Nutrição, 66,6%, não foram assertivos nessa questão. Na
7B todos os cursos Educação Física (44,8%), Nutrição (41,6%) e Enfermagem
(54,1%) marcaram a presença de isquemia miocárdica como alto fator de risco.
Enquanto na 7C a minoria dos acadêmicos de Educação Física (10,3%), Nutrição
(16,6%) e Enfermagem (8,3%) afirmam que náuseas é sintoma considerado fator de
risco grave para o paciente cardiopata na RCV.
Fonte:
Dados do estudo, 2020
Figura
7 – Estratificação de risco
para programa de RCV. Referente: A. resposta da pressão arterial durante o
esforço do paciente cardiopata; B. ao paciente que apresenta isquemia
miocárdica; C. ao paciente com sintomas de náuseas.
O
questionário apresentava possibilidade de escolha, entre algumas doenças
referentes à indicação e contraindicação absoluta para inclusão do indivíduo no
programa de RCV. Logo as indicações são: insuficiência cardíaca, isquemia
miocárdica, endocardite, doença arterial coronariana e angina instável. Já as
contraindicações absolutas são: angina instável, tromboflebite, embolia
recente, obesidade, infecção sistêmica aguda, diabete mellitus controlada,
arritmia não controlada, tabagista, insuficiência cardíaca descompensada e
doença sistêmica aguda ou febre de origem desconhecida. A tabela I reúne o
número de respostas corretas e incorretas distribuídas pelos cursos avaliados.
Tabela
I - Número de
acertos e erros sobre indicações e contraindicações absolutas para inclusão dos
indivíduos nos programas de RCV
Os
dados estão apresentados em (N) valor absoluto e (%) relativos-percentuais. Fonte:
Dados do estudo, 2020
Para
categorizar o nível de conhecimento dos acadêmicos entre os cursos avaliados,
os pesquisadores idealizaram um escore. Foi classificado como (Ótimo) o acerto
de 80 a 100% das alternativas, (Bom) o acerto de 60 a 70% alternativas,
(Mediano) o acerto 40 a 50% alternativas e (Baixo) menor que 40% alternativas
apresentadas nas perguntas sobre indicações e contraindicações absolutas para
inclusão de pacientes nos programas de RCV bem como critérios para
estratificação de risco.
Nenhum
curso apresentou conhecimento ótimo acerca da RCV. O curso de enfermagem
apresentou um bom conhecimento. Enquanto os cursos de educação física e
nutrição apresentaram conhecimento mediano em relação ao tema abordado. O
número de respostas corretas e incorretas, relacionadas ao nível geral de
conhecimento dos acadêmicos dos cursos avaliados sobre RCV, bem como seu valor
percentual, está apresentado na tabela II.
Tabela
II - Nível de
conhecimento dos acadêmicos a respeito da RCV
Os
dados estão apresentados em (N) valor absoluto e (%) relativos-percentuais. Fonte:
Dados do estudo, 2020
A
equipe multidisciplinar tem o atributo de fornecer um trabalho diferenciado na
reabilitação cardiovascular (RCV) que proporciona uma melhora da qualidade de
vida para os pacientes cardiopatas. Desta forma, foram recrutados para esta
pesquisa alguns acadêmicos que podem fazer parte da equipe multidisciplinar da
reabilitação cardiovascular no futuro, a fim de analisar o grau de conhecimento
dos mesmos, já que a ausência do conhecimento acerca do tema pode impactar na
vida de pacientes cardiopatas futuramente [9].
Pode-se
observar que a maioria dos alunos dos cursos de Educação Física, 25 (86%) e
Nutrição 20 (83%), afirmaram que seus respectivos cursos estão inseridos no
programa de RCV, entretanto, mais da metade dos alunos do curso de Enfermagem
13 (54%) afirmaram que sua área de formação acadêmica não faz parte deste
programa. Gerando assim, um alerta para o programa de ensino para que a RCV
seja bem enfatizada no curso, uma vez que os profissionais de enfermagem
desempenham funções importantes principalmente na fase I (hospitalar) atuando
na educação a respeito dos fatores de risco e à cardiopatia [4].
Embora
grande parte dos acadêmicos dos cursos de Educação Física 25 (86%), Enfermagem
22 (91%) e Nutrição 20 (86%) indicariam a RCV para seus pacientes, existe uma
pequena porcentagem que não sabe se indicaria. Esse fato pode ser deletério a
saúde de indivíduos que podem se beneficiar com a abordagem destes programas,
bem como para vida profissional desses acadêmicos, uma vez que RCV é a forma
mais integra de reabilitar estes indivíduos de forma a retornar a sua vida com
qualidade, além de atenuar os fatores de risco e morbimortalidade [10].
Os
resultados apresentados indicam que 55,1% dos acadêmicos dos cursos de Educação
Física, 66,6% de Nutrição e 62,5% de Enfermagem não conhecem o papel do
fisioterapeuta na RCV, uma realidade incoerente principalmente para o
profissional de Educação Física, pois, embora os profissionais de Enfermagem e
Nutrição desempenhem um papel de extrema relevância, o educador físico está
diretamente vinculado ao fisioterapeuta e outros membros da equipe
multidisciplinar durante as fases II e III do programa de RCV [11].
Uma
pesquisa com hipertensos indicou que 77% dos entrevistados pertenciam ao grupo
de sedentarismo, e foi demonstrado que o exercício físico tem a autonomia de
regular a pressão arterial, sendo, assim, um fator de estratificação de risco
baixo para pacientes com PA adequada na RCV [2]. Entre os acadêmicos do curso
de nutrição, 45,8% afirmaram que a resposta adequada da pressão arterial (PA)
ao exercício físico é estratificada como de risco moderado para pacientes na
RCV.
A
7º Diretriz de Reabilitação Cardíaca relaciona diversos benefícios gerados pela
RCV, dentre eles aumento do volume sistólico, atenuação da taquicardia, melhora
na resposta vasodilatadora e aumento da perfusão na microcirculação
coronariana. Contudo, não isola o fato de que este paciente precisa ser
monitorizado de forma mais cuidadosa, já que esses pacientes apresentam risco
moderado para inclusão no programa de RCV [6]. Quando os acadêmicos foram
arguidos sobre a estratificação de risco para isquemia miocárdica, a maioria
assinalou de alto risco.
Apenas
10,3% dos acadêmicos matriculados no curso de Educação Física, 16,6% no curso
de Nutrição e 8,3% no curso de Enfermagem relataram que o sintoma de náuseas
reflete alto risco para continuidade no programa de RCV. Este é um dos sintomas
mais comuns, e os profissionais envolvidos devem perceber e parar com o
exercício físico imediatamente. É sugestivo que um paciente cardiopata e que
tenha realizado exercícios físicos durante a RCV possa ser acometido por
infarto agudo do miocárdio [12]. Esta informação pode ser colhida durante
anamnese destes profissionais, ao incluir a informação se o esforço e/ou
exercício causa sintoma de náusea.
Com
base no exposto, torna-se importante salientar que há a necessidade de
implementar, de forma mais aprofundada, a RCV nos cursos da área da saúde uma
vez que as fases desta necessitam de profissionais capacitados para compor a
equipe multidisciplinar.
Através
do escore elaborado pelas pesquisadoras, foi possível ter uma estimativa de que
os acadêmicos dos cursos de Educação Física, Nutrição e Enfermagem de uma
universidade, no interior do estado do Rio de Janeiro, não possuem bom
conhecimento a respeito da RCV preconizada pela Diretriz Brasileira de
Reabilitação Cardíaca. Embora esta pesquisa apresente limitações relacionadas
ao número amostral, os resultados apontam para uma carência em relação a
informações sobre este tema tão atual e socialmente impactante nos cursos
incluídos, sendo necessárias abordagens mais enfáticas durante a vida
acadêmica.
Conflitos
de interesse
Não
existem conflitos de interesse.
Fonte
de financiamento
Não
houve financiamento.
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Rodrigues VMT, Costa BRG; Plano de análise estatística: Teixeira PLC; Redação
do manuscrito: Rodrigues VMT, Costa BRG; Revisão crítica do manuscrito
quanto ao conteúdo intelectual importante: Teixeira PLC