Fisioter Bras 2022;23(3):390-401
ARTIGO
ORIGINAL
Evolução
do perfil motor de autistas após intervenção psicomotora breve
Evolution of the motor profile of autistic persons
after brief psychomotor intervention
Larissa
Mirela da Silveira Alves*, Nilce Maria de Freitas Santos, M.Sc.**,
Gisélia Gonçalves de Castro, D.Sc.***
*Discente do Centro Universitário do Cerrado
(UNICERP), **Docente de pós-graduação do IBRAESP, ***Docente do Centro
Universitário do Cerrado (UNICERP)
Recebido
em 5 de agosto de 2021; Aceito em 3 de maio de 2022.
Correspondência: Nilce Maria de Freitas Santos, Av.
Bahia, 646, Centro, Limeira do Oeste MG
Larissa
Mirela da Silveira Alves: larissamalves@outlook.com
Nilce
Maria de Freitas Santos: dranilcesantos@gmail.com
Gisélia Gonçalves de Castro:
giseliagcastro@gmail.com
Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA)
é um distúrbio de desenvolvimento neurológico que pressupõe estar presente
desde a infância, apresentando comprometimentos sociocomunicativos
e comportamentais. Objetivo: Verificar a evolução do perfil motor de
autistas. Métodos: Estudo transversal intervencionista e quantitativo
realizado no Centro de Reabilitação Infantil em um município mineiro. A amostra
foi composta por 14 crianças com diagnóstico de TEA, com idade entre 2 e 10
anos, ambos os gêneros. Aplicou-se, inicialmente, instrumento de coleta de
dados com os responsáveis pela criança. A escala de desenvolvimento motor de
Rosa Neto (EDM) foi aplicada antes e após a intervenção. Os dados foram
analisados através do Excel. Resultados: Referindo-se à motricidade
fina, 42,86% das crianças obtiveram melhora. Quanto a motricidade global, 50%
mostraram resultados satisfatórios. A maioria da amostra obteve bons resultados
em relação ao equilíbrio (71,43), ao esquema corporal (64,28%) e à organização
espacial (64,28%). Referindo-se à organização temporal, 42,86% crianças
obtiveram resultados significativos. Apenas 14,28% mantiveram os resultados
obtidos anterior à intervenção, não ocorrendo melhora no desenvolvimento
psicomotor. Conclusão: Houve melhora no perfil psicomotor da maioria das
crianças com TEA em todas as variáveis da escala de EDM após período de
intervenção psicomotora breve.
Palavras-chave: criança; transtorno do espectro
autista; transtornos globais do desenvolvimento infantil.
Abstract
Introduction: The Autistic
Spectrum Disorder (ASD) is a neurological development disorder being present
since childhood, presenting social-communicative and behavioral impairments. Objective:
To verify the evolution of the autistic motor profile. Methods: Interventionist
and quantitative cross-sectional study carried out at the Child Rehabilitation
Center in a city in Minas Gerais. The sample consisted of 14 children diagnosed
with ASD, 2 to 10 years old, both genders. Initially, a data collection instrument
was applied with those responsible for the child. The Rosa Neto
Motor Development Scale (EDM) was applied before and after the intervention.
Data were analyzed using Excel. Results: Referring to fine motor skills,
42.86% of children improved. As for global motricity, 50% showed satisfactory
results. Most of sample obtained good results in relation to balance (71.43%),
body scheme (64.28%) and spatial organization (64.28%). Referring to the
temporal organization, 42.86% children obtained significant results. Only
14.28% maintained the results obtained before the intervention, with no
improvement in psychomotor development. Conclusion: The psychomotor
profile of most children with ASD improved in all variables of the EDM scale
after a period of brief psychomotor intervention.
Keywords: child; autism spectrum disorder;
child development disorders.
O
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio de desenvolvimento
neurológico que pressupõe estar presente desde a infância, apresentando
comprometimentos sociocomunicativos e comportamentais
[1]. Azambuja acredita que o desenvolvimento psicomotor engloba funções do
corpo e suas partes, e é por meio do movimento que a criança exerce, usando seu
corpo, que ela forma o conhecimento das coisas e cresce mentalmente [2].
O
TEA é caracterizado por lesar e reduzir o desenvolvimento psiconeurológico,
social e linguístico. Com isso, crianças que apresentam este transtorno possuem
reações anormais a sensações diversas como ouvir, ver, tocar, sentir e
equilibrar [3]. Ainda determina um acompanhamento perpétuo necessitando de uma
intervenção a qual dê respostas para esses déficits. As intervenções devem
estimular as áreas da cognição, da socialização, da comunicação, da autonomia,
do comportamento, do jogo e das habilidades educacionais. Dessa forma, a
intervenção psicomotora tem como princípio a psicomotricidade que é conhecida
como a ciência que analisa as relações e as influências do psiquismo e do corpo
mutuamente [3].
A
avaliação do desenvolvimento motor, das habilidades motoras e de suas áreas,
possibilita a percepção dos movimentos realizados pelas crianças durante
determinando período, podendo perceber precocemente alterações no
desenvolvimento motor infantil [3].
Na
infância, esse desenvolvimento representa um amplo conjunto de habilidades
motoras, proporcionando à criança o domínio do seu corpo em diferentes posturas
(estáticas e dinâmicas), movimentar-se pelo ambiente de várias formas (andar,
correr, saltar, etc.) e manusear objetos e instrumentos diversos (receber uma
bola, arremessar uma pedra, chutar, etc). A cultura
requer das crianças já nos primeiros anos de vida e, no início do processo de
escolarização, o controle de várias habilidades [4].
Autores
apontam que os transtornos do desenvolvimento motor impactam o funcionamento
social dos indivíduos com TEA. O controle postural depende de um nível de
estabilidade precedendo a efetivação da atividade motora. Déficit nesse
controle, apresenta atividade motora diminuída e consequentemente em um
indivíduo mais estático. Nos autistas, observa-se reduzida estabilidade e a
mesma está relacionada com conflitos sensoriais [5].
Os
aspectos do desempenho motor dos indivíduos com TEA não são utilizados como
critérios de diagnóstico, porém alguns autores discutem sobre a inclusão desses
padrões motores deficitários nesses critérios, argumentando que habilidades
motoras comprometidas, diagnosticadas primeiramente, necessitam de intervenção
precoce e, com isso, algumas dificuldades cognitivas e sociais poderiam ser
reduzidas [1].
Por
isso, problematiza-se que após a avaliação das crianças e a intervenção
fisioterapêutica, o perfil motor das crianças com TEA melhora em relação à
avaliação inicial? O perfil motor é um fator de
grande importância para o ser humano, pois sem ele não é possível realizar
várias tarefas. Partindo desse pressuposto, o tema proposto neste estudo tem
como finalidade estudar os tratamentos e intervenções que mostrem resultados
positivos na área do perfil psicomotor em crianças com TEA, instigando
profissionais a contribuírem para a melhora da qualidade de vida dessas
crianças.
Este
estudo tem como objetivo principal verificar a evolução do perfil motor de
autistas após a intervenção motora breve.
Trata-se
de um estudo transversal intervencionista, de caráter quantitativo. A pesquisa
foi realizada em um Centro de Reabilitação Infantil em um município mineiro no
ano de 2019.
O
estudo foi composto por crianças com diagnóstico clínico de TEA de acordo com
CID 14, de ambos os sexos com a faixa etária de dois a dez anos.
Em
sala individual o responsável pela criança foi convidado para esclarecimento
dos objetivos da pesquisa, e concordando com a participação foi assinado o
termo de assentimento.
Foram
critérios de inclusão crianças na faixa etária de 24 a 120 meses com TEA que
estão em tratamento fisioterápico no Centro de Saúde do Centro Universitário do
Cerrado de Patrocínio/MG (Centro de Saúde do UNICERP). Foram excluídas crianças
com tempo de tratamento inferior a três meses.
Inicialmente
foram coletadas variáveis do perfil da criança: idade e sexo.
Para
traçar o perfil psicomotor dentro da normalidade, foi utilizado o programa Excel
para demonstrar os dados obtidos, no qual foram analisados os níveis que
representam as etapas evolutivas nas variáveis, tendo como base os itens 0 e 1
e 0,5, onde zero significa resultado negativo, um resultado positivo e quando
houver êxito nas habilidades com lado direito e lado esquerdo e, meio quando
tem resultado positivo em apenas um lado. Os testes foram realizados de acordo
com a idade cronológica da criança. Para as crianças especiais, iniciamos os
testes a partir do nível dois em todas as áreas. Os dados obtidos foram
analisados e organizados em tabelas e quadros.
Posteriormente
foi utilizada a Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto (EDM) para
avaliação motora e a mesma aplicada após a intervenção. A escala de EDM avalia
o desenvolvimento motor de crianças entre 02 e 11 anos de idade. Mediante as
provas de habilidade formada pela motricidade fina e global, equilíbrio,
esquema corporal, organização espacial e temporal, bem como a lateralidade.
Este instrumento determina a idade motora geral (obtida por meio da soma dos
resultados positivos expressados em meses conseguidos nas provas em todos os
elementos da motricidade) e o quociente motor geral (obtido pela divisão entre
a idade motora geral e idade cronológica; o resultado é multiplicado por 100)
[6].
Quando
a idade cronológica é mais avançada do que a idade motora pode-se dizer que a
criança se encontra numa EDM abaixo do normal sendo considerada em uma idade
negativa (escala de desenvolvimento inferior), e quando a idade motora é mais
avançada do que a idade cronológica pode se dizer que a criança se encontra
numa EDM acima do normal sendo considerada em uma idade positiva (escala de
desenvolvimento superior). Esse conjunto de provas que fazem parte da EDM
possui como características ser bem diversificada e de dificuldade graduada de
acordo com a habilidade avaliada. Possuem ainda como tabela de classificação do
desenvolvimento motor os seguintes níveis, grau leve, moderado e grave [6].
Em
seguida iniciou-se a intervenção motora que foi feita em uma sala individual
com duas sessões semanais de 45 minutos, por um período de três meses. Foram
realizados os exercícios da escala de desenvolvimento motor de Rosa Neto, que
são subdivididos em: motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema
corporal/rapidez, organização espacial e linguagem/organização temporal. Após a
intervenção foi reaplicada a Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto para
verificar os resultados obtidos.
Esta
pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos do
Centro Universitário do Cerrado Patrocínio sob o número 2019 1450 FIS 013.
Participaram
do estudo 14 crianças diagnosticadas com TEA, sendo cinco (36%) meninas e nove
(64%) meninos com idade entre 2 e 10 anos.
Tabela
I - Apresentação do
resultado da avaliação motora dos sujeitos, antes e após intervenção
psicomotora breve
IM
= idade motora, MF = motricidade fina, MG = motricidade global, E = equilíbrio,
EC = esquema corporal, OE = organização temporal, IC = idade cronológica, IMg = idade motora global, m = meses, pré
= pré-intervenção psicomotora, pós = pós-intervenção
psicomotora
A
avaliação motora inicial demonstrou que todas as 14 (100%) crianças tinham
atraso em todas as variáveis avaliadas e, por fim, apresentaram idade motora
inferior (negativa), em relação a idade cronológica, como aponta a Tabela I.
No
que se refere à Escala de Desenvolvimento Motor, anterior a intervenção, das quatorze
crianças participantes, onze (78,5%) crianças foram classificadas como grau
grave e três (21,4%) crianças com grau moderado. No que diz respeito às
variáveis da escala de EDM, dez (71,43%) crianças tiveram resultados acima de
zero referindo-se à motricidade fina, doze (85,71) crianças em motricidade
global, onze (78,57%) crianças em equilíbrio, sete (50%) crianças em esquema
corporal, onze (78,57%) crianças em organização espacial e, por fim, seis
(42,8%) crianças em organização temporal. Constatou-se, assim, que os
resultados mais significativos foram em motricidade global, equilíbrio e
organização espacial.
Após
a intervenção motora, as crianças foram submetidas à reavaliação com os mesmos
instrumentos já descritos na Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto.
Referindo-se
à motricidade fina, seis (42,86%) crianças obtiveram melhora. Quanto à
motricidade global, seis (42,86%) crianças mostraram resultados satisfatórios.
A
respeito do equilíbrio, notou-se bons resultados em nove (64,29%) das quatorze
crianças participantes.
Em
relação ao esquema corporal, oito (57,14%) crianças mostraram resultados
positivos.
No
que se refere à organização espacial, oito (57,14%) crianças mostraram
resultados positivos e, referindo-se à organização temporal, seis (42,86%)
crianças obtiveram resultados positivos. Apenas duas (14,28%) crianças
mantiveram os resultados obtidos anterior à intervenção, não ocorrendo melhora
no desenvolvimento psicomotor. No que se refere à Escala de Desenvolvimento
Motor, posterior à intervenção, nove (64,28%) crianças foram classificadas como
grau grave, quatro (28,57%) crianças como grau moderado e uma (7,14%) criança
como grau leve.
Na
Tabela I, destaca-se o período de pré e
pós-intervenção psicomotora breve, no qual houve evolução no perfil psicomotor
de doze crianças (85,71%) participantes, apresentando melhora significativa,
com ênfase em equilíbrio, esquema corporal e organização temporal.
Um
dos aspectos essenciais para a saúde infantil é o conhecimento sobre o processo
normal de maturação e de desenvolvimento motor da criança, pois desse modo se
pode fazer o diagnóstico e tratamento precoce daquelas que tem atraso no
desenvolvimento.
Autores
constataram-se que o desempenho prejudicado nos domínios motricidade fina,
motricidade global, equilíbrio, esquema corporal e organização espacial, podem
estar relacionados às disfunções motoras presentes no TEA, como, movimentos
repetitivos, andar na ponta dos pés, e alterações no planejamento do movimento
[7]. A Motricidade fina é caracterizada por movimentos apendiculares
espontâneos que incluem a exploração de objetos com as mãos e as atividades de
manipulação em determinadas tarefas [3]. No estudo de Fournier
et al. [8] a motricidade fina apresentou maior discrepância, em
comparação com o grupo controle, quando os testes dependiam da estabilidade
postural, portanto a imaturidade desse sistema influenciou nos resultados. Os
autores também observaram uma elevada prevalência de distúrbios motores no TEA,
qualificando como um problema central que deveria ser usado também como padrão
de diagnóstico.
Segundo
o presente estudo, constatou-se que os achados em relação às crianças avaliadas
apresentaram atrasos no desenvolvimento motor em relação a motricidade fina
anterior à intervenção, 71,43% das crianças tiveram resultados acima de zero.
Após a intervenção, constatou-se que 42,86% crianças obtiveram melhora
significativa, enquanto as demais crianças mantiveram os resultados. Pode-se perceber
que ainda há um atraso no desenvolvimento da motricidade fina, mas houve uma
evolução após a intervenção.
Motricidade
global é a habilidade de dominar as contrações dos grandes músculos corporais
na geração de movimentos amplos. Tais habilidades correspondem às capacidades
como, por exemplo, sentar-se, andar e correr [9].
O
baixo desempenho nas variáveis motricidade global, motricidade fina e
equilíbrio, indicam a diminuição da aquisição de habilidades motoras, e sua
aprendizagem. Estudos apontam que o tempo de reação de resposta no TEA é
elevado [10], seu sequenciamento motor é lesado [11], que resulta em diminuição
de adaptações motoras quando necessárias [12].
Ressalta-se
no presente estudo, déficit em motricidade global, no qual anterior à
intervenção, 85,71 das crianças mostraram resultados acima de zero e após a
intervenção, apenas 50% das crianças mostraram resultados positivos.
Constata-se então a dificuldade da criança com TEA em correr e andar, praticar
atividades esportivas, pois são com elas que as crianças podem desenvolver esse
domínio.
Equilíbrio
é a capacidade do organismo de garantir posturas, posições e atitudes,
compensando e anulando todas as forças que atuam sobre o corpo [13]. Para o
desenvolvimento do equilíbrio é essencial que já tenha sido desenvolvido certo
tônus muscular, o que permite ao corpo se reajustar a diversas posturas [14].
Um estudo que utilizou o teste PANNES identificou baixo desempenho na marcha,
no equilíbrio e na capacidade de repetição de movimentos cronometrados em
crianças com TEA comparado com um grupo controle, sugerindo disfunção em áreas
neurais responsáveis pela execução do movimento [12]. Estudos compararam as
alterações na marcha no TEA com alterações estruturais e fisiológicas em região
de gânglios da base, igualando seu padrão de marcha ao de indivíduos portadores
de doença de Parkinson [15].
Identificou-se
no presente estudo que, na pré intervenção, 78,57%
das crianças obtiveram resultados acima de zero no que diz respeito ao equilíbrio
e, após intervenção motora breve, 71,43% das crianças mostraram melhora no
mesmo, obtendo grande melhora na marcha, a qual é prejudicada em crianças com
TEA, apresentando na tríade sintomatológica os movimentos repetitivos e
estereotipados e características como andar nas pontas dos pés.
Rosa Neto define esquema corporal como
núcleo central da personalidade, pois o corpo é toda organização do sujeito que
acompanha o desenvolvimento infantil. Através da comunicação do corpo com o
meio externo a criança desenvolve suas ações [16].
As
alterações no desenvolvimento do equilíbrio, esquema corporal e motricidade
global fazem com que as crianças construam previamente seus atos motores, e
assim apresentem dificuldades com a orientação corporal e localizações [17].
Por esses motivos, estudo descreve que escolares com Transtorno do Espectro
Autista mostram dificuldades em reproduzir gestos, tarefa que contribui para a
aquisição de movimentos certos [18].
No
presente estudo pode-se verificar que anterior à intervenção, 50% das crianças
mostraram resultados acima de zero e, após intervenção resultados positivos
foram encontrados, já que 64,28% das crianças melhoraram essa comunicação com o
meio externo e, consequentemente, a imitação e reprodução de gestos.
As
noções de tempo e espaço são as bases do desenvolvimento motor, cognitivo e
social da criança [19]. E para que isso se desenvolva, é necessário que as
noções de esquema corporal e imagem do corpo estejam adaptadas [20].
O
presente estudo confirma essa teoria, uma vez que resultados positivos, após a
intervenção motora, foram encontrados em esquema corporal e organização
temporal.
Os
tratamentos precoces no TEA necessitam ter como objetivo principal praticar
habilidades comunicativas, estimular os padrões motores, sensoriais e afetivos,
proporcionando que a criança aprenda a iniciar as interações, melhorando seu
desempenho em atividades de vida diária e seu comportamento social [21].
Avaliar
o perfil psicomotor no TEA auxilia para o encaminhamento de terapias em equipes
multidisciplinares [22], todavia é fundamental criar metas individualizadas,
aprimoradas no relato dos pais.
Após
uma avaliação criteriosa, as metas terapêuticas podem ser concentradas em
trazer melhoras de autocuidado e de socialização, e devem comtemplar a
organização espacial e corporal. Preparando as crianças com TEA para planejar,
se auto-organizar e para executar o movimento [23].
Intervenções
fundamentadas no treino de habilidade motoras funcionais podem melhorar o
manuseio de objetos e o quociente motor geral de desempenho motor em crianças
com TEA, aprimorando, dessa forma, a capacidade de participar de jogos e
contextos sociais [24,25].
O
estudo revelou que intervenções psicomotoras breves registram bons resultados
nas variáveis avaliadas, sugerindo continuação para que a beneficiária, a
criança, melhore em seus domínios e, consequentemente, sua qualidade de vida.
As
crianças com TEA mostram características que carecem de ser detectadas e
trabalhadas precocemente. Diante de um diagnóstico de TEA, é de suma
importância avaliar seu desenvolvimento neuropsicomotor, para traçar uma
estimulação precoce e iniciar um tratamento que favoreça seu desenvolvimento. O
uso da EDM é um fator importante para verificar as dificuldades e alterações
que uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui, norteando para
uma intervenção fisioterapêutica, a qual ainda é um desafio nesse diagnóstico.
Conclui-se
que o presente estudo evidência alterações do perfil psicomotor na maioria das
crianças após intervenção psicomotora breve.
Os
resultados deste estudo apontaram que o desenvolvimento motor geral de crianças
com TEA é inferior ao esperado para sua idade cronológica. Entretanto,
destaca-se que houve melhora no perfil psicomotor da maioria das crianças com
TEA em todas as variáveis da escala de EDM, após período de intervenção
psicomotora breve.
Conflitos
de interesse
Não
houve.
Fontes
de financiamento
Não
houve financiamento.
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Alves LMS, Castro G; Coleta de dados: Alves LMS; Análise e
interpretação dos dados: Alves LMS, Castro G, Santos NMF; Análise
estatística: Santos NMF; Redação do manuscrito: Alves LMS, Castro G,
Santos NMF; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual
importante: Santos NMF, Castro GG