Fisioter Bras 2022;23(6):798-812
ARTIGO ORIGINAL
Perfil epidemiológico de
pacientes amputados atendidos em um centro público de reabilitação
Epidemiological profile of amputees in a public rehabilitation center
Gabriel Pinto Ferreira*,
Jessica Vaz Goncalves*, Daniela Branco Liposcki*
*Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES)
Recebido em 9 de dezembro de
2021; Aceito em 1 de outubro de 2022.
Correspondência: Gabriel Pinto Ferreira, Rua José Neves
Cypreste 29060-300 Vitória ES
Gabriel
Pinto Ferreira: fisiogabrielpf@gmail.com
Jessica
Vaz Goncalves: jessicavazcontato@gmail.com
Daniela
Branco Liposcki: liposcki@yahoo.com.br
Resumo
Introdução: A perda parcial ou total de um membro
causa inúmeros desafios físicos e psicossociais, incluindo redução na qualidade
de vida, bem como limitações e restrições na participação social do indivíduo. Objetivos:
Este estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico, coletar dados
da amputação e da reabilitação dos pacientes atendidos no Centro de
Reabilitação Física do Espírito Santo (CREFES). Métodos: Trata-se de um
estudo retrospectivo e descritivo que consistiu na análise de 509 prontuários
devidamente preenchidos de pacientes amputados atendidos na Unidade de Trabalho
de Órteses e Próteses do CREFES de 2012 a 2018. Resultados: Observou-se
predomínio de amputados do sexo masculino (72%), maiores de 60 anos (36%) e de
amputações de membro inferior (94,4%). A principal etiologia das amputações foi
a vascular (59%), seguida de acidentes de trânsito (23%). O tempo de início de
reabilitação foi em média 27 meses e 34,97% chegaram de fato à protetização. Conclusão: As principais etiologias de
amputação são de natureza preveníveis. Consiste, portanto, em um problema de
saúde pública que requer atenção de uma equipe multidisciplinar.
Palavras-chave: amputação, epidemiologia,
reabilitação, fisioterapia, prótese.
Abstract
Introduction: Partial or total loss of a limb causes numerous
physical and psychosocial challenges, including reduced quality of life, as
well as limitations and restrictions of the social participation. Objectives:
This study aimed to determine the epidemiological profile and collect data on
amputation and rehabilitation of patients treated at the Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (CREFES). Methods: This is a
retrospective and descriptive study that consisted of the analysis of 509
properly completed medical records of amputees treated at the CREFES from 2012
to 2018. Results: Male amputee patients were predominant (72%), over 60
years old (36%) and lower limb amputations (94.4%). The main etiology of
amputations was vascular (59%), followed by traffic accidents (23%). The
average time to start rehabilitation was 27 months and only a small number of
patients (34.97%) actually got to receive an artificial limb. Conclusion:
The main etiologies of amputation are preventable factors. Therefore, it is a
public health problem that requires the attention of a multidisciplinary team.
Keywords: amputation, epidemiology, rehabilitation, physical
therapy modalities, artificial limbs.
Define-se
amputação como a retirada cirúrgica ou traumática, parcial ou total de um
segmento corpóreo [1,2,3]. As principais etiologias da ocorrência das amputações
são traumas mecânicos, doenças vasculares periféricas como a diabetes e
acidentes ocupacionais [4]. A perda parcial ou total de um membro possui
implicações sociais, econômicas e psicológicas. Consiste, portanto, em um
problema de saúde pública que requer atenção de todos os profissionais de
saúde, incluindo o fisioterapeuta [5].
No
Brasil, estima-se que a incidência de amputações seja de 13,9 por 100.000
habitantes [6]. Entre 2011 e 2016 o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou
102.056 cirurgias de amputação, sendo 70% destas em indivíduos com diabetes
mellitus e em sua maioria (94%) amputações do membro inferior [6,7]. De 2010 a
2022 a taxa de amputação de membros inferiores (MMII) esteve em torno de 24,4
procedimentos por 100.000 habitantes [8,9].
A
amputação pode trazer ao indivíduo diversos desafios tanto físicos e
psicossociais, como uso de prótese, dor, mudança de emprego ou na ocupação,
dificuldades nas habilidades básicas de autocuidado e atividades cotidianas.
Alterações na imagem corporal e no autoconceito, depressão e ansiedade,
transtornos afetivos além de elevados custos para tratamento e reabilitação.
Diversos estudos demonstram o impacto da amputação na qualidade de vida dos
indivíduos e sociedade [10,11].
Diante do
impacto na qualidade de vida em decorrência de amputações, a importância do
problema e a escassez de literatura, torna-se importante identificar o perfil
desses pacientes no sentido de implementar medidas de prevenção e gerar
informação para o processo de reabilitação. Tal achado poderá servir como
subsídio para trabalhos posteriores que visem à análise aprofundada sobre o tema,
assim como base para elaboração de Políticas Públicas que abordem tal
população. Portanto, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil
epidemiológico, dados da amputação e da reabilitação de pacientes amputados
atendidos em uma instituição pública de reabilitação física.
Trata-se
de um estudo retrospectivo e descritivo que consistiu na análise dos
prontuários dos pacientes amputados atendidos entre 2012 e 2018 na Unidade de
Trabalho de Próteses e Órteses do Centro de Reabilitação Física do Estado do
Espírito Santo (UTPO/CREFES); aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade Federal do Espírito Santo sob o número 3.069.879.
Iniciou-se
o estudo com 2085 prontuários e após aplicados os critérios de exclusão, 1576
prontuários foram excluídos. Portanto, foram analisados dados de 509
prontuários.
Foram excluídos os
prontuários que: a) não se encontravam armazenados nas dependências do CREFES;
b) deram entrada na UTPO, mas que não pertenciam a pacientes com histórico de
amputação; c) não continham o preenchimento adequado das informações essenciais
como nível de amputação, data da amputação ou data da protetização
e d) prontuários duplicados de um único paciente.
Para as
análises estatística foi utilizado o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Primeiramente realizou-se a
estatística descritiva das variáveis segundo o cálculo de frequências absolutas
e relativas, com intervalo de confiança de 95%. Para a correlação entre as
variáveis etiologia, idade e sexo, aplicou-se o Teste qui-quadrado
de Pearson, adotando o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05).
Observou-se,
conforme descrito na Tabela I, uma maior porcentagem de pacientes do sexo
masculino 365 (72%) e a média de idade foi de 53,94 ± 15,84 anos.
Tabela I – Características dos pacientes
Fonte:
CREFES - Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo
A Tabela
II apresenta os dados sobre a etiologia e nível das amputações. Quanto à
extremidade amputada, o predomínio foi em membro inferior, 475 pacientes
(94,6%), com nível de amputação transfemoral, 226
(47,6%), seguida do nível transtibial, 202 (42,5%).
No membro superior, o nível mais comum foi a amputação transumeral
(46%), seguida pela amputação transradial (21%). A
distribuição predominante observada quanto à etiologia da amputação foi
vascular (59%) seguida por acidente de trânsito (23%).
Tabela II – Etiologia e nível das amputações
Fonte:
CREFES - Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo
Observou-se
que 52,85% dos pacientes realizaram Fisioterapia e destes, 43,61% optaram por
realizá-la no CREFES. Dos 509 pacientes, apenas 34,97% chegaram de fato a protetizar, no entanto, 45,38% deles receberam outras
concessões. A média de tempo entre a amputação e o primeiro atendimento no
CREFES foi de 2 ±1,4 anos e três meses. Os pacientes realizaram em média 7,22 ±
8,3 meses de fisioterapia, sendo o tempo mínimo 1 mês e máximo 4 anos. A protetização ocorreu em uma média de 13 ± 10,6 meses após o
início da reabilitação, sendo o máximo em 5,2 anos. Esses dados estão descritos
na Tabela III.
Tabela III - Dados do processo de reabilitação e
protetização
DP =
Desvio Padrão. Fonte: CREFES - Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo
Foi realizada a correlação
entre etiologia da amputação e o sexo e entre etiologia e a idade, figura 1 e
2, respectivamente. Quanto a distribuição entre os sexos, a etiologia vascular
predomina em ambos, no entanto a sua proporção é maior no sexo feminino
ocorrendo em 102 e representando 76% (p = 0,003) destas pacientes, já no sexo
masculino ocorre em 200 pacientes, representando 60% (p = 0,003) das amputações
nesses indivíduos.
Fonte:
CREFES - Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo
Figura 1 - Etiologia das amputações por sexo
Fonte:
CREFES - Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo
Figura 2 - Etiologias das amputações por
faixa etária
As
amputações por acidente de trânsito têm proporção superior no sexo masculino,
representando 29% (p = 0,003) das amputações totais dos homens e 16% (p =
0,003) das amputações totais nas mulheres. Da mesma forma amputação por
acidente de trabalho são superiores nos homens, representando 7% (p = 0,003)
das causas das amputações do sexo masculino e 2% (p = 0,003) do sexo feminino.
Nos indivíduos de 50 a 60 anos predominam as amputações por causas vasculares,
acometendo 145 pacientes (81% p < 0,001) enquanto nos indivíduos de 21 a 49
anos as amputações por acidente de trânsito totalizam 76 pacientes (76%, p <
0,001).
A idade
média dos amputados do presente estudo foi de 53,94 anos, sendo a maioria do
sexo masculino. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Fernandes
[12] que cita a predominância do sexo masculino com 74,70%, bem como outros
estudos [13,14,15,16] corroboram essa predominância. Segundo Rosa [17], o fator determinante
para maior amputação no sexo masculino seria a maior exposição aos fatores de
risco. Senefonte [18], Brasil [19] trazem o
tabagismo, etilismo, obesidade, hábitos de vida e alimentares como fatores
agravantes. Além disso, os indivíduos do sexo masculino procuram menos ou
demoram mais para buscar os serviços de saúde [20,21,22].
O estado
do Espírito Santo é dividido em 4 regiões: Norte, Sul, Noroeste e Região
Metropolitana. O CREFES é um centro de reabilitação público responsável por
atender os pacientes de todo o estado e o único que realiza o processo de protetização. Neste estudo 25% dos pacientes eram
procedentes do norte do Estado, 19% do Sul e nenhum dos prontuários analisados
pertenciam a pacientes procedentes da região Noroeste. Dados como esses são
importantes, pois interferem diretamente na vida do amputado, principalmente no
processo de reabilitação/protetização e acesso aos
serviços de saúde como, por exemplo, fisioterapia e terapia ocupacional.
Em
relação ao grau de instrução, 47% dos amputados deste estudo possuíam ensino
fundamental incompleto o que vai ao encontro com outros estudos [23,24,25]. A
baixa escolaridade, principalmente entre pessoas com doenças crônicas,
constitui um fator agravante para o desencadeamento de complicações devido a dificuldade ao acesso às informações, e a compreensão
para o autocuidado [26].
No
presente estudo, não foi possível realizar o levantamento da renda dos
pacientes devido à falta da informação nos prontuários, porém, foi possível
coletar o vínculo empregatício, que se constituíam em sua maioria em
profissionais liberais (43%). Silva [24] relata o impacto econômico causado
pela amputação e a sequência de acontecimentos pós-trauma, como a visita a
serviços sociais e de saúde; a redução da produtividade, a perda de emprego e o
impacto nas famílias, intensificam as despesas para o indivíduo, família e
comunidade.
Quanto à
extremidade amputada, houve o predomínio da amputação do membro inferior
(94,6%). Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Cassefo [27] no qual foram analisados 262 prontuários,
sendo 225 pacientes (85,9%) com amputação de membro inferior; no estudo de Giehl [28], 80,41% dos pacientes sofreram amputação no
membro inferior. Estima-se que entre os anos de 2014 a 2018 foram realizadas, pelo
SUS, 133 mil cirurgias de retirada do membro inferior no Brasil [29].
Dos
prontuários analisados no presente estudo, 47,6% dos pacientes realizaram
amputação transfemoral, seguida por 42,5% de
amputações transtibiais. Chamlian
[30] mostrou maior prevalência de amputação transtibial,
44,4% e a mesma autora em 2013 [31] trouxe que as amputações transtibiais foram de 50,6% e transfemoral
47,8%. Jesus-Silva [32] e Monteiro [25] apresentaram resultados semelhantes ao
presente estudo sendo a amputação transfemoral a mais
frequente. Estudos afirmam que a amputação transtibial
favorece a diminuição do gasto energético durante a marcha, além de facilitar a
colocação e remoção da prótese [33]. Desta forma, o objetivo cirúrgico deve ser
o de salvar o joelho, para uma melhor mobilidade e protetização.
Entretanto, o comprometimento vascular é geralmente pior abaixo do nível do
joelho, resultando em um maior risco de revisão ou re-amputação
após amputação transtibial, em comparação a com
amputação transfemoral [34].
A principal
etiologia responsável por amputação, neste estudo foi a vascular 59%, seguida
por acidente de trânsito 23% e acidente de trabalho 5%. No estudo de Monteiro
[25] houve maior frequência de amputações por causas vasculares/diabetes
(76,67%). O estudo de Fernandes [12] também relata as causas vasculares como
principal motivo de amputação (44%) seguida por causa traumática (41%). Segundo
a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia, indivíduos diabéticos
possuem 15 a 30 vezes mais possibilidade de sofrerem amputação, principalmente
em membros inferiores. Além disso, 25% dos diabéticos terão úlceras em membros
inferiores, e 50% destes casos terão como desfecho final a amputação [35].
A
presente pesquisa mostrou que 52,85% dos pacientes realizaram fisioterapia e
destes, 43,61% optaram por realizá-la no CREFES. A adesão à reabilitação atua
como elemento motivador no enfrentamento à amputação [36].
Dos 509
pacientes, apenas 34,97% foram protetizados e 45,38%
deles receberam outras concessões como cadeira de rodas, cadeira de banho,
andador, muletas e bengalas. Faltam estudos investigando as causas da baixa protetização. A hipótese deste estudo é que ela se dá pelo
fato de 64% dos amputados possuírem idade superior a 50 anos, comorbidades e
devido à dificuldade de locomoção até o centro de tratamento. O estudo de Diogo
[37] traz que a indicação da prótese para marcha é relevante, porém em sua
maioria a prótese acaba sendo indicada para o idoso somente para fins
estéticos, sem a finalidade de deambulação. Lima [14] em seu estudo observou
que indivíduos que não utilizavam a prótese correspondiam aos indivíduos mais
inativos no seu dia a dia.
A média
de tempo entre a amputação e o primeiro contato com o centro de reabilitação
foi de 27 ± 16 meses. Schoeller [20] relatou que o tempo médio entre a
amputação e o primeiro cadastro foi de 5,63 anos. No estudo de Kamrad [38] o tempo desde a cirurgia até o início da
reabilitação protética da amputação transtibial foi
de 82 dias e 112 dias para amputações transfemorais.
Dados sobre o tempo para o início da reabilitação são importantes pois
recomenda-se que a reabilitação comece o mais precocemente possível, para que
aumente as possibilidades de reabilitação da pessoa amputada [39].
O tempo
médio de fisioterapia realizada pelos pacientes foi de 7,22 ± 8,3 meses sendo o
mínimo 1 mês e máximo 4 anos. O estudo de Souza [35] relata que os pacientes
amputados tiveram uma média de 5,5 meses de reabilitação sendo o tempo mínimo
de 2 e máximo de 13 meses. Ozaki [40] observou em seu estudo uma média de 5
meses e Mafra [41] entre 6 meses e 1 ano de reabilitação. Não foi possível
comparar com a literatura o tempo entre início da reabilitação até a protetização, pois não foram encontrados estudos para
subsidiar essa análise.
As
amputações
são um grande problema de saúde pública, pois
necessitam de um longo processo
de intervenção, desde a cirurgia até a
reabilitação e reinserção do
indivíduo à
sociedade. A perda da funcionalidade em pacientes amputados deve ser
associada
com cautela à condição de saúde. O processo
de reabilitação deve ser composto
por uma equipe multiprofissional que acompanha as ações
no programa de
reabilitação com o ideal de delinear um processo de
reabilitação mais voltado
para a participação social do usuário e as
demandas funcionais [42].
Observou-se
que a etiologia vascular predominou em ambos os sexos, apresentando proporção
maior no sexo feminino. No estudo de Fernandes [12] o sexo masculino possui
predomínio nas amputações por causas vasculares e traumáticas. Ainda no
presente estudo as amputações por acidente de trânsito apresentaram proporção
superior entre os indivíduos do sexo masculino, o que corrobora os achados de
Diniz [43] sobre perfil dos pacientes amputados por acidentes automobilísticos,
em que o sexo masculino apresentou 81% dos casos de amputação. A literatura
traz que os indivíduos do sexo masculino são mais expostos a amputações por
trauma, devido a atividades que favorecem o desenvolvimento de lesões
traumáticas e atividades que oferecem riscos como condução de ciclomotores e/ou
automóveis [44].
Nos
indivíduos maiores de 50 anos predominaram as amputações por causas vasculares,
enquanto nos indivíduos de 21 a 49 anos, as amputações por acidente de
trânsito. Há um consenso na literatura de que a amputação de origem traumática
é predominante entre jovens e adultos jovens e com o avançar da idade,
principalmente acima de 60 anos, torna-se relativamente mais frequente a
amputação por problemas vasculares [25,45,46].
A
Atenção
Básica (AB) representa o nível de atenção
responsável por ações de promoção e
prevenção em saúde. Quando se fala em
amputação de membro, é impossível
não
falar dos níveis de atenção primário e
secundário, apesar de se tratar de um
procedimento realizado pelos níveis de maior complexidade. Isso
deve-se ao fato
de que as pessoas com amputações de membros serão
atendidas e acompanhadas
pelos profissionais da Atenção Básica e
direcionadas aos demais níveis caso
necessário. A Atenção Básica também
é responsável pelos cuidados desses
usuários em momento anterior ao procedimento cirúrgico,
por exemplo, promover a
educação em saúde, monitorar e oferecer cuidado a
usuários que apresentam
diagnóstico de doenças que podem ter como
consequência a amputação de membros
(por ex.: diabetes e hanseníase). Assim como tem como papel
fornecer ao
amputado o cuidado integral através das equipes de
Atenção Domiciliar e dos
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
Atenção Básica (NASF-AB) [47].
Diante
disso, destaca-se a relevância da caracterização do perfil clínico e
epidemiológico de amputados, com o objetivo de identificar precocemente fatores
de risco e morbidades. Sendo assim, a prevenção pode ser a melhor alternativa
para diminuir o percentual de indivíduos amputados, principalmente de causas
vasculares, diminuindo o impacto nas vidas dessas pessoas e da sociedade [25].
Os
achados deste estudo apontam que os pacientes amputados atendidos no Centro de
Reabilitação do Espírito Santo são em sua maioria do sexo masculino, maiores de
60 anos, com baixo grau de instrução, que sofreram amputações de membro
inferior, à nível transfemoral, devido a complicações
vasculares ou acidentes automobilísticos.
Considerando
que a maioria das amputações são causadas por fatores preveníveis, as ações e
políticas em saúde no âmbito da atenção primária possuem um papel indispensável
na redução da sua ocorrência. Além disso, ressalta-se que o fisioterapeuta
desempenha um papel importante em todos os níveis de atenção por meio do
cuidado ao paciente em risco de amputação, quanto na sua reabilitação depois de
amputado.
Conflitos
de interesse
Os autores
declaram não haver conflito de interesses
Fontes
de financiamento
Este
trabalho foi desenvolvido com financiamento próprio
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Ferreira GP, Gonçalves JV, Liposcki DB; Coleta de
dados: Ferreira GP, Gonçalves JV, Liposcki DB; Análise
e interpretação dos dados: Ferreira GP, Gonçalves JV, Liposcki
DB; Análise estatística: Ferreira GP, Gonçalves JV, Liposcki
DB; Redação do manuscrito: Ferreira GP, Gonçalves JV, Liposcki DB; Revisão crítica do manuscrito quanto ao
conteúdo intelectual importante: Ferreira GP, Gonçalves JV, Liposcki DB