ARTIGO
ORIGINAL
Avaliação
vestibular de crianças e adolescentes com tontura
Analysis of vestibular system in children and teenagers with vertigo
Maria de Fátima Cruz
Ribeiro de Miranda, M.Sc.*, Cláudia M. Valete-Rosalino,
D.Sc.**, Márcia Cavadas Monteiro***, Shiro Tomita****, Clemax Couto Sant'Anna,
D.Sc.*****, Márcia Gonçalves Ribeiro, D.Sc.******
*Fonoaudióloga,
Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Medicina, Curso de Fonoaudiologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ, Programa de
Pós-graduação (Mestrado) em Ciência da Saúde do Departamento de Clínica Médica
da Faculdade de Medicina da UFRJ, **Médica, Departamento de
Otorrinolaringologia, Faculdade de Medicina da UFRJ, Instituto de Pesquisa
Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro/RJ,
***Fonoaudióloga, Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Medicina, Curso
de Fonoaudiologia da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, ****Médico, Departamento de Otorrinolaringologia,
Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, *****Médico, Departamento de
Pediatria, Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, ******Médica,
Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ
Trabalho
realizado no Departamento de Otorrinolaringologia, Faculdade de Medicina, Curso
de Fonoaudiologia da UFRJ, Rio de Janeiro (RJ), para conclusão de Dissertação
de Mestrado do curso de Pós Graduação (Mestrado) da Clínica Médica, Faculdade
de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Rio de Janeiro/RJ
Recebido em 15 de
dezembro de 2015; aceito em 5 de setembro de 2016.
Endereço
para correspondência:
Maria de Fátima Cruz Ribeiro de Miranda, Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho (UFRJ), Departamento de Fonoaudiologia, sala 9E11, Rua Rodolpho
Paulo Rocco, 255, Cidade Universitária Ilha do Fundão, 21941-913 Rio de Janeiro
RJ, E-mail: mirandafatimaufrj@gmail.com, Cláudia M. Valete Rosalino:
cmvalete@gmail.com, Márcia Cavadas Monteiro: marcavadas@gmail.com, Shiro
Tomita: shiro@openlink.com.br, Clemax Couto Sant'Anna: clemax01@gmail.com,
Márcia Gonçalves Ribeiro: marciargen@yahoo.com.br
Resumo
Objetivo: Descrever as
características clínicas da vestibulopatia e os fatores a ela associados, a partir
dos resultados da vectoeletronistagmografia (VENG) na população pediátrica
referida para avaliação no Setor de Otoneurologia de um Hospital Universitário.
Métodos: Estudo observacional,
descritivo, transversal, com coleta retrospectiva de dados de fichas do Setor
de Otoneurologia de um Hospital Universitário, contendo a anamnese
otoneurológica e os resultados de VENG realizados em crianças e adolescentes
com tontura, durante o período de maio de 1998 a dezembro de 2010. Resultados: Foram avaliadas 16 pacientes,
com idade entre quatro e 18 anos, com distribuição igualitária de gênero. A
maioria apresentava tontura rotatória, acompanhada de zumbido e de náuseas ou
vômitos, sem alteração à VENG. A história de traumatismo craniano foi o único
fator significativamente associado à presença de alteração à VENG, estando
presente nos três pacientes que apresentaram resultados compatíveis com
síndrome vestibular periférica. Conclusão:
A sintomatologia vestibular periférica predomina na infância. Ainda assim, na
maioria das vezes a VENG se apresenta normal, o que sugere uma limitação
diagnóstica deste exame. No entanto, quando a sintomatologia vestibular
persistente ocorre após quadro de traumatismo craniano, a VENG não só é útil à
diferenciação de afecções periféricas de centrais, como auxilia a conduta
terapêutica a ser tomada.
Palavras-chave: tontura, vertigem,
criança, adolescente, doenças vestibulares.
Abstract
Objective: To describe
the clinical features of vestibular disease and factors associated with it, based on the results of vectoelectronystagmography
(VENG) in the pediatric population evaluated at the Otoneurology
of an University Hospital. Methods:
This observational, descriptive, cross-sectional study, with retrospective data
collection of registration forms of Otoneurology
Department of a University Hospital, containing otoneurologic
interviews and the results of VENG, was performed in children and adolescents
with dizziness from May 1998 to December 2010. Results: Sixteen patients 4-18 years old were evaluated, with equal
gender distribution. Most patients had vertigo accompanied by tinnitus and
nausea or vomiting, without changing the VENG. A history of brain damage was
the only factor significantly associated with the presence of alterations in
the VENG, which was observed in three patients who showed consistent results
with peripheral vestibular syndrome. Conclusion:
The peripheral vestibular symptomatology predominates in childhood. However,
most cases the VENG seems to be normal, which suggests a limitation of this
diagnostic testing. But, when persistent vestibular symptoms occur after the
episode of brain trauma, VENG is useful to differentiate peripheral from
central disorders, and helps in the therapeutic conduct to be adopted.
Key-words: dizziness,
vertigo, child, adolescent health, vestibular diseases.
A tontura é um
sintoma frequente na população pediátrica, com uma incidência de até 15% [1-3].
Uma criança que não gosta de ser movimentada, com relato de enxaquecas, náuseas
e vômitos inexplicáveis, ou com história de uso de ototóxicos ou de otite média
recorrente, pode estar apresentando quadro de tontura [4]. Entretanto, na
maioria das vezes, a tontura por ser bem tolerada pelas crianças, só é
descoberta mediante questionamento direcionado [4]. Por isso mesmo, a população
pediátrica representa apenas aproximadamente 1% dos indivíduos com essa queixa
[5]. Nesse sentido, as consequências negativas em crianças podem ser
importantes, levando à diminuição da orientação espacial, quedas frequentes,
insegurança, alterações comportamentais, cefaleia, agitação, distúrbios do
sono, falta de atenção em sala de aula, dificuldades na escrita e na leitura,
alteração da postura e da coordenação motora [6-10].
O exame vestibular
avalia o funcionamento dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo, com a
finalidade de informar se há comprometimento periférico ou central [7,11].
Vários autores consideram a importância da vectoeletronistagmografia (VENG), na
criança e no adolescente, como um dos exames importantes no diagnóstico
diferencial dos distúrbios de equilíbrio [1,7-9,11-14]. Apesar disto, um
percentual pequeno de crianças é avaliado por este exame em comparação a
adultos [15].
Considerando as
repercussões sociais e emocionais da tontura na infância, houve interesse em
descrever as características clínicas da vestibulopatia e os fatores a elas
associados, a partir dos resultados da VENG na população pediátrica referida
para avaliação no Setor de Otoneurologia de um Hospital Universitário.
Foi realizado um
estudo observacional, descritivo, transversal, com coleta retrospectiva de
dados de fichas do Setor de Otoneurologia de um Hospital Universitário,
contendo a anamnese otoneurológica e os resultados de vectoeletronistagmografias
realizadas em crianças e adolescentes com tontura, durante o período de maio de
1998 a dezembro de 2010. Após esta data não foi mais realizado o registro de
nenhum exame otoneurológico no Setor. Foi considerado critério de inclusão
idade inferior a 19 anos e como critério de exclusão ausência de dados clínicos
nas fichas do exame otoneurológico.
Tontura e/ou vertigem
foi definida como sensação de alteração do equilíbrio corporal [16]. As
variáveis estudadas foram: gênero, idade, sintomas vestibulares, doenças
familiares e pessoais, hábitos alimentares, exposição a agentes externos e
dados da vectoeletronistagmografia.
Na
vectoeletronisgmografia, a avaliação quantitativa do nistagmo pós-calórico foi
considerada normal quando os valores absolutos obtidos nas estimulações quente
e fria, nas orelhas direita e esquerda, estavam entre 3º/s e 50º/s. Os valores
do predomínio labiríntico (PL) e da preponderância direcional do nistagmo (PD)
foram considerados normais quando foram menores que 33%. A hiporreflexia foi
definida como respostas nistagmográficas menores do que 3º/s, a arreflexia como
ausência de resposta e a hiperrreflexia como respostas maiores que 50º/s [17].
Foram calculadas
proporções para as variáveis categóricas. Como as variáveis
numéricas idade do paciente e idade do primeiro episódio de tontura
apresentaram-se com distribuição normal pelo teste de Shapiro-Wilk, foram
fornecidos média e desvio padrão (DP). A associação entre as variáveis
categóricas e a presença ou ausência de alterações da vectoeletronistagmografia
foi obtida através do teste exato de Fisher. A diferença entre as médias das
variáveis numéricas foi verificada pelo test de p valores < 0,05 e indicaram
resultados significativos. O programa Statistical Package for Social Sciences
(SPSS, IBM Corp, Armonk, NY, USA) version 16.0 foi utilizado para analisar os
dados.
Este estudo foi
aprovado em 17/11/2006 pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de
Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira - UFRJ com o nº 58/06 e os
pesquisadores assinaram o Termo de Compromisso de Utilização de Dados.
Foi encontrado o
total de 1.898 exames no caderno de registro do Setor de Otoneurologia no
período avaliado de 12 anos. Destes, foram realizados 19 exames em crianças e
adolescentes, correspondendo a 1,0% (19/1.898) do total, 75% dos pacientes
foram primariamente encaminhados para realização do exame por
otorrinolaringologistas, e os 25% restantes, por médicos de diversas
especialidades. Três pacientes foram excluídos por ausência de dados clínicos
na ficha de exame otoneurológico. Foram inclusos no estudo 16 indivíduos, na
faixa etária de quatro a 18 anos, com média de idade 12,6 anos (DP ± 4,18), com
distribuição igualitária (50%) em relação ao gênero.
O primeiro episódio
de tontura aconteceu em média aos 10,27 anos de idade (DP ± 3,3). As
frequências das características clínicas, hábitos, antecedentes pessoais e
familiares estão descritas na tabela I. A tontura rotatória, a sensação de flutuação
e a tendência a cair, acompanhadas de zumbido e náuseas ou vômitos foram
relatadas pela maioria das crianças e adolescentes. A mudança de posição foi o
fator desencadeante mais frequente. Em relação aos hábitos e antecedentes
pessoais ou familiares, destacaram-se a maior frequência de ingestão de
alimentos com cafeína e a ocorrência de diabetes na família. Nenhum paciente
tinha diabetes mellitus ou referia-se a consumo de drogas ilícitas ou
tabagismo. Apenas um adolescente referiu-se a consumo de álcool.
Os resultados da
avaliação vestibular dos 16 indivíduos estão na tabela II. As provas de
calibração (CAL), nistagmo espontâneo de olho fechado (NEOF), nistagmo
espontâneo de olho aberto (NEOA) e nistagmo semiespontâneo (NSE) foram normais
em todos os pacientes, não estão inseridas nesta tabela. A VENG foi normal em 81,25% dos pacientes e apenas três exames
apresentaram alterações compatíveis com síndrome vestibular periférica.
Características
clínicas, hábitos, antecedentes pessoais e familiares das 16 crianças ou
adolescentes foram comparados entre os grupos com e sem alteração à VENG
(Tabela III). Apenas a história de traumatismo craniano foi associada
significativamente (p = 0,04) à alteração neste exame: a história de
traumatismo craniano estava presente em todos os três (100%) pacientes com
alteração à VENG e apenas em 23,1% dos pacientes sem alteração a este exame
(Tabela III).
Tabela
I - Frequência das características clínicas,
hábitos, história pessoal e familiar de 16 crianças e adolescentes com tontura -Hospital Universitário Clementino Fraga Filho -
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, 1998-2010.
Tabela
II -
Resultado da avaliação vestibular em 16
crianças e adolescentes com tontura -Hospital
Universitário Clementino. Rio de Janeiro, 1998-2010.
PL = predomínio
labiríntico; PD = prepoderância direcional do nistagmo; OD = orelha direita; OE
= orelha esquerda; SVPD = síndrome vestibular periférica deficitária; SVP =
síndrome vestibular periférica; M = masculino; F = feminino; a = anos; m =
meses.
Tabela
III
- Comparação da presença ou não de
alteração no exame de vectoeletronistagmografia com características clínicas,
hábitos e antecedentes pessoais ou familiares em 16 crianças e adolescentes -
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 1998-2010.
*Valor
estatisticamente significante (p < 0,05); N = número total, n = números válidos
Ao avaliarmos os
dados de anamnese e da VENG de crianças e adolescentes com tonturas, examinados
pelo Setor de Otoneurologia de um Hospital
Universitário num período de 12 anos, observou-se que
a maioria apresentava tontura rotatória, acompanhada de zumbido e de náuseas ou
vômitos, sem alteração à VENG. A história de traumatismo craniano foi o único
fator significativamente associado à presença de alteração à VENG, e presente
nos três pacientes que apresentaram resultados compatíveis com síndrome
vestibular periférica.
Como se observou em
nosso estudo, em torno de 1% das VENG é realizado em crianças e adolescentes
[5], sendo estes exames majoritariamente solicitados por
otorrinolaringologistas [16], especialistas aos quais comumente são
encaminhados pacientes com tontura para investigação.
Verificou-se que não há
predomínio deste sintoma quanto ao gênero na faixa etária descrita [5]. Já a
idade média em torno de 12 anos também é relatada por outros estudos [3,5,14,18,19]. A maior frequência de crianças acima de sete
anos com tontura é justificada pelo fato dos sintomas vestibulares serem mais
facilmente descritos por crianças maiores, além das alterações do equilíbrio
associadas a determinados brinquedos como o de girar e o balanço serem também
melhor observados [18]. A diferença de dois anos entre o primeiro episódio de
tontura e a realização da VENG mostra que há demora entre o início da
sintomatologia e o atendimento especializado.
Os
sintomas mais
recorrentes em nossa amostra, tontura rotatória com
duração de minutos,
zumbido, sensação de flutuação,
náuseas e/ou vômitos são comuns em
afecções
periféricas, que predominam nesta faixa etária [5].
Sintomas como perda de
consciência ou desmaio, bem como a duração de horas
ou dias da tontura, que
podem estar relacionadas a uma causa central da vestibulopatia [5,18]
foram
menos frequentes. Além disso, nossa amostra era mais
sintomática em comparação
a outros estudos [1,12,18-20], fazendo-nos supor que,
em nossa população, apenas as crianças e adolescentes com queixas vestibulares
mais intensas foram encaminhados para avaliação otoneurológica completa.
Queixas otológicas,
como perda auditiva, sensação de orelhas tampadas e otorreia, também foram mais
frequentes em nossas crianças e adolescentes [5,12,18-20].
É recomendado que se faça
uma exploração vestibular
sistemática em crianças com hipoacusia sensorioneural
já que há indícios de uma
relação entre este sintomas na infância e
deterioração da função vestibular
[5], ocorrendo um predomínio de síndrome vestibular
periférica deficitária
bilateral em crianças deficientes auditivas, independente do
gênero, etiologia
e do grau da perda auditiva [21]. Na otite média secretora
é comum encontrar
instabilidade e tontura que regridem na maioria das vezes quando
é realizada a
colocação de tubo de ventilação para
tratamento [21]. Já a infecção otológica
pode estar associada à labirintite infecciosa com hiporreflexia
no ouvido
infectado, embora este quadro seja cada vez menos frequente com o
tratamento
adequado de otites [5].
É relatada a
associação entre os hábitos alimentares, antecedentes pessoais, antecedentes
familiares e o uso de medicamentos com os distúrbios de equilíbrio [22-24].
Além de observar-se a ingestão de café e coca-cola como um achado frequente, os
distúrbios cardiovasculares em nossa amostra apresentaram frequência semelhante
à da observada em adultos com queixa de tontura e/ou vertigem e exame
vestibular normal [24], sendo, portanto, elevada para a faixa etária estudada.
Embora nenhuma criança tenha apresentado diabetes mellitus, metade delas
apresentava história familiar compatível. Deve ser ressaltada a importância do
metabolismo do glicídio na etiopatogenia dos distúrbios do ouvido interno. O
mecanismo fundamental pelo qual o nível de insulina e glicose poderia causar
alterações da função vestibular permanece, porém desconhecido [25,26].
A normalidade na
vectoeletronistagmografia é o resultado mais encontrado na população pediátrica
[5]. Sintomas vestibulares como vertigem, tontura e desequilíbrio são comuns,
devido ao fato do labirinto sofrer influência de vários distúrbios clínicos
provenientes de diferentes órgãos. E é justamente a alta frequência de
pacientes com alterações não labirínticas associadas à vertigem que poderia
justificar um resultado normal ao exame vestibular [24]. Em especial em
crianças e adolescentes com queixas vestibulares, o resultado normal a VENG
também tem sido justificado pela possível ascensão dos problemas
psicoemocionais dessa faixa populacional [9,15]. Quando presente, a alteração
mais comumente encontrada na VENG, como foi em nosso estudo, é a afecção
periférica [5], o que está de acordo com a sintomatologia relatada em nossa
amostra.
As crianças em nosso
estudo com história de traumatismo craniano não apresentaram alterações
centrais à vectoeletronistagmografia, apesar de ser relatado que 31,6% de
crianças com vertigem central apresentaram como causa o traumatismo craniano
[13]. No entanto, a associação de traumatismo craniano à vertigem já foi
descrita [11,12] e a frequência da história de traumatismo craniano em nosso
estudo foi superior à de outros autores [20,27]. Acredita-se que o fato da
tontura e o zumbido estarem significativamente mais presentes em fratura de
osso temporal em adultos se deva ao baixo reconhecimento dos sintomas
otológicos pelas crianças [28]. Ainda assim, 51% das crianças que sofrem
contusão cerebral referem vertigem ou instabilidade, e não se pode duvidar de
uma síndrome pós-contusional mesmo quando os traumas são banais. Normalmente
ocorre melhora progressiva destes sintomas com as medidas convencionais de repouso,
mas naquelas em que não há melhora, a reabilitação vestibular (RV) tem mostrado
bons resultados, principalmente em crianças com sintomas de cinetose pura a RV
é o tratamento de primeira escolha [10,29,30].
A ampla variedade de
quadros clínicos associada aos distúrbios vestibulares na infância faz com que
o diagnóstico diferencial seja mais complexo que o normal [30]. Portanto,
apesar de as avaliações do equilíbrio na infância serem
consideradas de pouca relevância diagnóstica, tal estudo deve ser realizado
para casos selecionados [5].
A sintomatologia
vestibular periférica predomina na infância. Ainda assim, na maioria das vezes,
a VENG apresenta-se normal, o que sugere uma limitação diagnóstica deste exame.
No entanto, quando a sintomatologia vestibular persistente ocorre após quadro
de traumatismo craniano, a VENG é útil na diferenciação de afecções periféricas
de centrais, e auxilia na conduta terapêutica a ser tomada.
Às alunas do Programa
de Iniciação Cientificamente (PINC), Carla Santos de Morais, Luciana Rosa
Sisinno, Priscila Arruda Assis, Sarah Rimoli Pires e a Audiologista Patricia
Fabiane Marquete Capaz, por levantarem os dados dos prontuários (anamnese e
ficha clínica).