Fisioter Bras.
2023;2494):412-25
ARTIGO
ORIGINAL
Fatores
associados à ocorrência e tipos de lesões em corredores amadores no Distrito
Federal, Brasil
Factors associated with the occurrence and types of
injuries in amateur runners in the Federal District of Brazil
Andreia
Cristina Alves Salomão Teixeira1, Cristine Gobbato
Brandão Cavalcanti1, Alessandra Vidal Prieto1, Roberto
Brandão Cavalcanti2
1Centro de Ensino Unificado de Brasília (UniCEUB), Brasília, DF, Brasil
2Universidade de Brasília, Campus Darcy
Ribeiro, Brasília, DF, Brasil
Recebido
em: 31 de março de 2023; Aceito em: 31 de julho de 2023.
Correspondência: Andreia Cristina Alves Salomão
Teixeira, andreia.cristina@sempreceub.com
Como citar
Teixeira ACAS, Cavalcanti
CGB, Prieto AV, Cavalcanti RB. Fatores associados à ocorrência e tipos de
lesões em corredores amadores no Distrito Federal, Brasil. Fisioter
Bras. 2023;24(4):412-25. doi:10.33233/fb.v24i4.5438
Resumo
Introdução: A facilidade e acessibilidade da
corrida de rua atrai pessoas em todos os tipos de condição física, implicando
em diversos riscos de lesão. Objetivo: Analisar o padrão de lesões
registradas em corredores amadores adultos do Distrito Federal e identificar
fatores associados à ocorrência destas, utilizando a metodologia de
questionários observacionais por resposta espontânea no ano de 2022. Métodos:
Examinamos o número total e tipos de lesões no último ano: pé e tornozelo,
joelho, quadril, dor lombar e panturrilha, e coletamos variáveis sobre as
características físicas, comportamentais e práticas por meio de um questionário
online respondido por 230 pessoas. Os dados foram analisados usando modelos de
regressão logística, correspondência múltipla e teste exato de Fisher. Resultados:
A ocorrência de lesões no último ano foi significativamente associada ao número
de anos de prática do esporte. Quanto ao tipo de lesão, o fator significativo
para a presença de lesões no quadril foi a distância percorrida por semana,
especialmente acima dos 50 km. Entretanto, estes modelos explicam apenas 5% da
variância total na ocorrência de lesões. Conclusão: Podemos inferir que
não há um conjunto coeso de variáveis que expliquem a ocorrência de lesões
neste grupo, sendo consistentes com os dados da literatura. Mesmo assim, há um
consenso que as pessoas que correm há mais tempo e distâncias maiores têm
suscetibilidade significativa a lesões. O grande número de fatores envolvidos
dificulta a interpretação de estudos com amostragem espontânea, e sugerem-se
estudos com uso de modelos estatísticos multivariados e amostragem direcionada.
Palavras-chave: corrida de rua; corredor amador;
lesões.
Abstract
Introduction: The ease and
accessibility of street running attracts people in all types of physical
condition, implying various risks of injury. Objective: To analyze the
pattern of injuries recorded in adult amateur runners from Distrito Federal and
identify factors associated with their occurrence, using the methodology of
observational questionnaires by spontaneous response in the year 2022. Methods:
We examined the total number and types of injuries in the last year: foot and
ankle, knee, hip, low back pain and calf, and collected variables on physical,
behavioral and practical characteristics through an online questionnaire
answered by 230 people. Data were analyzed using logistic regression models,
multiple correspondence, and Fisher's exact test. Results: The
occurrence of injuries in the last year was significantly associated with the
number of years of sport practice. As for the type of injury, the significant
factor for the presence of hip injuries was the distance traveled per week,
especially above 50 km. However, these models explain only 5% of the total
variance in the occurrence of injuries. Conclusion: We can infer that
there is not a cohesive set of variables that explain the occurrence of
injuries in this group, being consistent with data in the literature. Even so,
there is a consensus that people who have been running longer and longer
distances have significant susceptibility to injury. The large number of
factors involved makes it difficult to interpret studies with spontaneous
sampling, and studies using multivariate statistical models and targeted
sampling are suggested.
Keywords: street running; amateur runner;
lesions.
A
corrida de rua é uma modalidade recente de atletismo, inspirado no fenômeno de
“jogging” promovido na década de 1970 pelo médico Kenneth Cooper [1]. Trata-se
de um esporte coletivo ou individual, que pode ser praticado em trechos com
variadas distâncias e ambientes, em ruas, parques, estradas asfaltadas ou de
terra. Atualmente é considerado o segundo esporte mais popular do país [2].
A
facilidade e acessibilidade da corrida de rua atrai pessoas em todos os tipos
de condição física, implicando em diversos riscos de lesão não-intencional. Por
exemplo: uma pessoa sedentária pode ser estimulada a correr distâncias acima de
sua capacidade, a pessoa pode estar usando calçados inadequados ou a pessoa
pode estar em boa forma, mas ignorar sinais de cansaço muscular e treinar em
excesso. Alguns estudos têm estimado a frequência de lesões, variando de 19,4%
a 92,4% dependendo da população alvo e da definição musculoesquelética
utilizada [3]. As lesões mais frequentes listadas pelos autores são tendinopatia, distensão, entorse, fascite
plantar, dor lombar, lesões meniscais, e fratura por
estresses. As principais recomendações para evitar lesões na corrida de rua são
buscar uma assessoria esportiva e estabelecer um programa de treinos
estruturados e de fortalecimento muscular. O treinamento de força deve
priorizar os membros inferiores, inclusive porque algumas das fontes de lesões
são o desalinhamento desses membros, a fraqueza muscular, e a frequência e
volume de treinamento [4].
Um
estudo recente com 56 corredores de rua de Vitória, ES não detectou diferenças
significativas nas ocorrências de lesões entre pessoas com diferentes padrões
de distância percorrida, tempo de treinamento, e outras variáveis de
comportamento. As únicas diferenças significativas deste estudo foram entre
pessoas com e sem orientação profissional de treinamento [5]. Outro estudo
sobre corredores de rua, realizado com 288 pessoas do Rio Grande do Sul,
registrou que 46,5% tinham algum tipo de lesão, e a maioria ocorreu nos membros
inferiores, com 28,1% musculares e 35,8% articulares [6]. Um estudo realizado
na cidade do Gama, DF com 46 corredores de rua encontrou maior prevalência de
lesões no sexo masculino, o que foi associado ao fato destes realizarem maior
quantidade de treinos semanais, percorrerem maiores distâncias e usarem o mesmo
calçado por mais tempo [7]. Um estudo realizado na cidade de Brasília, DF com
44 pessoas encontrou incidência de lesão de 48%, com a maior taxa na perna e
pé, e diferenças significativas nas distâncias percorridas por semana entre os
corredores com lesão e corredores sem lesão [8].
Finalmente,
uma meta-análise de dados publicados com 23 artigos e 3786 corredores de rua no
Brasil indicou que a prevalência de lesões é de 36,5%, com maior prevalência no
sexo masculino e com a área mais afetada sendo o joelho [9]. Entretanto, há
variações relevantes nos resultados obtidos entre diferentes estudos, como
observado por Cruz [8].
Um
fator que chama a atenção é o elevado número de variáveis investigadas em
relação ao tamanho das amostras de cada estudo, o que dificulta a interpretação
dos dados e evidencia a necessidade de continuar coletando dados sobre o tema.
Como os dados obtidos até o presente são bastante sugestivos de potenciais
associações entre prevalência de lesões e o comportamento de corredores de rua,
fomos encorajadas a fazer o presente trabalho.
O
objetivo deste estudo foi analisar o padrão de lesões registradas em corredores
amadores adultos do Distrito Federal, e identificar fatores preditivos para
ocorrência de tais lesões, utilizando a metodologia de questionários
observacionais por resposta espontânea.
Realizamos
um estudo observacional transversal realizado por meio de um questionário
amplamente distribuído para a comunidade adulta de corredores de rua do
Distrito Federal por via eletrônica (aplicativos de mensagens instantâneas - Whatsapp e redes sociais).
Construído
a partir dos objetivos do estudo, na plataforma Google Forms
e disponibilizado para resposta de julho a novembro de 2022, devido ao
calendário de provas do Distrito Federal. Contendo 33 perguntas, sendo 31 de
múltipla escolha e 2 de resposta espontânea (nome da pessoa, citar lesão
sofrida adicional). O questionário e o projeto de pesquisa foram aprovados pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (parecer 5.460.175) e
os participantes homologaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
As
variáveis coletadas foram: sexo, idade, peso, altura, há quanto tempo corre, se
faz fortalecimento muscular, tipo de tênis usado, distância usada antes de
trocar tênis, frequência semanal de corrida, quilômetros percorridos por semana,
se está treinando para prova, se corre em grupo, se consulta assessoria, tipos
de lesão no último ano, quantas lesões no último ano, tipo de terreno da
corrida, se faz fisioterapia, frequência de fisioterapia, se pratica outros
esportes, qual motivação para corrida, qualidade do sono, pace médio, se faz
aquecimento e/ou desaquecimento, se faz recovering,
se usa fones de ouvido, turno do treino, se faz testes para treinos, relevo do
terreno de treino, se usa monitor de treino, drop do
tênis e se consulta-se nutricionista esportivo.
Como
critérios de inclusão da pesquisa foi estabelecido que os voluntários fossem
corredores amadores de rua, moradores do Distrito Federal, serem maiores de 18
anos e terem aceitado participar da pesquisa após a leitura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). E como critérios de exclusão, menores
de 18 anos e questionários respondidos pelo mesmo corredor mais de uma vez.
Para
fazer as análises estatísticas separamos as 33 variáveis dos questionários em
três categorias: 19 variáveis descritivas da pessoa e seus hábitos; 11
variáveis de corrida que potencialmente influenciam a ocorrência e o tipo de
lesões; 03 variáveis caracterizando as lesões sofridas (teve lesão, quantas
lesões, tipo de lesão). Não utilizamos na análise cinco variáveis referentes
aos dados de contato dos participantes, restando, portanto, 14 variáveis
descritivas pessoais. Para examinar a possibilidade de correlações entre as
variáveis e potencialmente reduzi-las a um conjunto menor de variáveis independentes,
fizemos uma análise de correspondência múltipla das variáveis de corrida e das
variáveis de hábitos, extraindo os dois primeiros eixos multivariados [10].
Para
analisar as diferenças na prevalência de lesões entre grupos diferentes usamos
o teste exato de Fisher [11]. Para comparar a importância relativa das diversas
variáveis de corrida na determinação de lesões, usamos a análise de regressão
logística [12]. Todas as análises foram feitas no ambiente computacional RStudio [13] usando a linguagem de programação R 4.2.2 [14]
e os pacotes cluster, stats, aod,
pscl, tidyverse, factominer, factoextra.
O
questionário foi respondido por 230 voluntários praticantes amadores de corrida
de rua, de grupos de corridas, assessorias, de ambos sexos, maiores de 18 anos
e que corriam distâncias variadas. Foram excluídas respostas duplicadas. O
grupo de corredores apresentou pouca diferenciação quanto ao comportamento das
11 atividades de corrida, conforme a análise de correspondência múltipla apresentada
na a figura 1a.
Os
dois primeiros eixos representam apenas 15% da variância total, e separam um
grupo pequeno de pessoas que correm pouco (acima à direita) das demais.
Conforme a figura 1b, verificamos que as variáveis que contribuem para esta
diferenciação são o pace médio, quilômetros percorridos por semana e frequência
de corrida. Para verificar se esta interpretação é estatísticamente
significativa, fizemos uma análise usando o teste de Fisher para comparar a
ocorrência de lesões em função de sexo masculino/feminino, anos que pratica
corrida, distância percorrida por semana, frequência de corrida por semana,
pace médio de corrida e biotipo segundo IMC (Tabela I). Nenhum destes fatores
apresentou efeito significativo sobre a ocorrência de lesões, embora o pace
médio e a frequência de corrida fossem muito próximas de significativas. Para
refinar mais a análise, fizemos uma regressão logística, desdobrando as
diversas categorias de algumas das variáveis em função da ocorrência de lesões
(Tabela II). Nesta análise, a variável anos que pratica corrida foi
significativa e as demais não significativas.
Entretanto,
este modelo explica apenas 5% da variância total na ocorrência de lesões.
Portanto, podemos inferir que não há uma única variável e nem um conjunto coeso
de variáveis que expliquem a ocorrência de lesões no grupo de corredores que
estudamos. Há uma tendência de maior ocorrência de lesões nas pessoas que têm
atividade mais intensa (pace alto, frequência semanal de corrida maior,
praticam há mais tempo), mas grande parte da variância da amostra não é
explicada pelo modelo estatístico (Tabela I e Tabela II). Avaliamos a seguir o
tipo de lesão apresentada pelos corredores em função de pace médio, distâncias
percorridas, frequência semanal, e anos que pratica corrida. Apenas as lesões
de quadril tiveram efeito significativo, com distância percorrida por semana,
segundo a análise de regressão múltipla (não corre toda semana, p < 0,020).
Figura
1 - (a) Análise de
correspondência múltipla mostrando as duas primeiras dimensões do ordenamento
das variáveis de corrida e dos participantes; (b) Contribuição relativa de cada
variável de corrida para a composição dos eixos das dimensões 1 e 2 da análise
de correspondência múltipla
Figura
1 - (b) Verificamos
que o pace médio, a frequência de corrida e a distância percorrida destacam um
subgrupo dos demais.
Tabela
I - Características
individuais dos participantes e ocorrência de tipos de lesões apresentadas
relacionadas à prática de corrida de rua. Total de 230 participantes
NS
= não significativo. Para os tipos de lesões, os números podem estar acima do
total de participantes, pois cada participante pode apresentar mais de um tipo
de lesão. Análises estatísticas: Teste exato de Fisher comparando as classes
com lesão / sem lesão para cada variável da primeira coluna
Tabela
II - Valores dos
coeficientes e significância da regressão logística de pace de corrida, há
quantos anos corre, km que corre por semana, e frequência de corrida por
semana, sobre a variável dependente ocorrência de lesão no último ano (sim/não)
A
segunda etapa da análise foi verificar se havia alguma relação entre a
ocorrência de lesões e os hábitos e características das pessoas independente do
comportamento durante a corrida. Ao analisar as 14 variáveis de hábitos e
perfil pessoal, os dois primeiros eixos da análise de correspondência múltipla
explicaram apenas 9% da variância, ou seja, há muito pouca correlação de
comportamentos entre os participantes, o que é confirmado na visualização da fig 2a. Verificamos que há poucas variáveis que contribuem
para a separação entre os participantes, destacando-se as pessoas que fazem recovery supervisionado, as que fazem testes para ritmo, e
o principal motivo para corrida (fig 2b). A análise
de regressão logística não mostrou relação significativa entre estas variáveis
e a ocorrência de lesões, sugerindo a ausência de relação entre o estilo de
vida e o índice de lesões nos participantes da amostra. Em seu conjunto este
modelo explicou apenas 10% da variância, confirmando a avaliação. Uma inspeção
visual dos dados é consistente com os resultados das análises estatísticas
multivariadas, mostrando que o grupo estudado é bastante homogêneo quanto à
frequência de lesões entre os participantes agrupados por sexo, por
comportamento de corrida, e por biotipo (figura 3).
Figura
2 - (a) Análise de
correspondência múltipla mostrando as duas primeiras dimensões do ordenamento
das variáveis de hábitos e perfil pessoal e participantes; (b) Contribuição
relativa de cada variável de hábito e perfil pessoal para a composição dos
eixos das dimensões 1 e 2 da análise de correspondência múltipla
Figura
2 - (b) O gráfico
mostra a distribuição dos participantes ao longo dos dois eixos, caracterizando
um grupo homogêneo de pessoas. Verificamos que o principal motivo para a
corrida destaca um subgrupo dos demais
Há
pouca variação entre subgrupos. Há ocorrência de lesões presente em 40 a 70%
dos participantes de cada categoria: sexo, há quantos anos corre, quantos km
corre por semana, frequência semanal de corrida, pace médio de corrida, índice
de massa corporal
Figura
3 - Percentagem de
lesões registradas no último ano em corredores de rua de Brasília, amostra de
230 corredores, desdobrada por subgrupos da amostra
Nossos
resultados mostraram baixo nível de associação entre as variáveis de
comportamento de corrida e de estilo de vida estudados sobre a ocorrência de
lesões em corredores de rua do DF, embora a maioria das pessoas amostradas
tenha tido lesão no último ano. A única variável que se destacou
significativamente foi o tempo de anos de corrida, embora o efeito fosse
relativamente pequeno. Constatamos que o grupo estudado é bastante homogêneo
quanto aos hábitos e comportamento de corrida, e que seria necessário fazer uma
amostragem mais ampliada incluindo participantes com comportamento mais
variável para examinar melhor os determinantes de lesões. Em comparação com
dois outros estudos sobre corredores de rua no DF, verificamos que ambos
encontraram maior frequência de lesões nos corredores do sexo masculino, talvez
por hábitos de corrida diferentes nos homens e mulheres amostrados [7,8].
Um
dos estudos encontrou, como o nosso, efeitos significativos da duração de
prática de corrida, mas chamou a atenção para que este efeito não condiz com
avaliações da literatura [8]. Um dos estudos também encontrou, ao contrário do
nosso, efeitos significativos de idade e frequência semanal de corrida [8]. Já
no estudo com corredores de rua em Vitória, estes efeitos não foram observados,
e o único fator significativo foi a presença de orientação profissional [5].
Esta
diversidade de resultados chama a atenção, e alguns elementos poderiam estar
explicando o que aconteceu. Em amostras de tamanho limitado em com muitas
variáveis, é comum obter efeitos aleatórios observados que não se repetem.
Nestes casos, realizar um grande número de testes estatísticos no mesmo
conjunto amostral traz o risco de apresentar resultados significativos não
replicáveis [15]. Outro problema é a "maldição da dimensionalidade”, ou
seja, numa amostra o número de combinações possíveis aumenta exponencialmente
com o número de variáveis, e pode haver correlação entre as variáveis, de forma
que um efeito aparente é causado na verdade por outra variável correlacionada
[16].
Os
trabalhos que citamos tem número amostral razoável, variando de cerca de 40 a
300 indivíduos, mas é alto o número de variáveis estudadas, de 18 a 33. Em
nosso estudo, verificamos que o número de dimensões da amostra é alto, pois os
dois primeiros eixos da análise de correspondência múltipla explicam baixa
porcentagem de variância, e os modelos de análise de regressão múltipla também
tem baixa variância explicada. Estes resultados são consistentes com os dados
da literatura, de que não há um ou poucos fatores dominantes para explicar a
ocorrência de lesões em corredores de rua. Ao contrário, o grande número de
fatores possíveis exige estudos com uso de modelos estatísticos multivariados e
amostragem mais ampla.
Este
estudo mostrou uma associação positiva significativa do tempo em anos de
prática sobre a ocorrência de lesões em corredores de rua no Distrito Federal
(DF). Outros estudos realizados no DF e em outras regiões apresentam grande
heterogeneidade de conclusões sobre o tema, inclusive registrando efeitos
significativos para fatores que não apresentaram tais associações na nossa
amostra. Concluímos que o grande número de variáveis estudadas em relação ao
tamanho das amostras neste e em outros estudos aumenta a probabilidade de
efeitos aleatórios, especialmente se tratando de participação espontânea de
participantes. Recomendamos a necessidade de continuar os estudos, adaptando os
métodos para incorporar abordagens bayesianas com coleta de dados direcionada,
tamanhos amostrais suficientes, e medição de correlações entre as variáveis.
Agradecimentos
Agradecemos
aos corredores que participaram do estudo, aos colegas do curso de Fisioterapia
do CEUB pelo incentivo e companheirismo, às professoras Kelly Boscato e Jaqueline Greicy da
Silva pela participação e sugestões.
Conflitos
de interesse
Não
há conflitos de interesse
Fontes
de financiamento
Apoio
institucional do CEUB e da UnB
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Teixeira ACAS, Cavalcanti CGB, Prieto AV; Coleta de dados: Teixeira
ACAS, Cavalcanti CGB; Análise e interpretação dos dados: Teixeira ACAS,
Cavalcanti CGB, Prieto AV, Cavalcanti RB; Análise estatística:
Cavalcanti RB; Redação do manuscrito: Teixeira ACAS, Cavalcanti CGB,
Prieto AV, Cavalcanti RB; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo
intelectual importante: Teixeira ACAS, Cavalcanti CGB, Prieto AV,
Cavalcanti RB