Fisioter Bras. 2023;24(6):961-78

doi: 10.33233/fb.v24i6.5533

REVISÃO

Eficácia dos exercícios proprioceptivos na reabilitação pós lesão ligamentar do tornozelo em adultos: uma revisão sistemática

Effectiveness of proprioceptive exercises in ankle ligament injury rehabilitation in adults: a systematic review

 

Vitorugo dos Santos Rocha, Nicolle Aragão Fernandes, Bruna Wandscher, Kethely Karine Brito Silva, Leticya Sousa Teixeira, Ana Júlia dos Santos Monteiro, Manoel Campos de Carvalho Neto, Samara Sousa Vasconcelos Gouveia

 

Universidade Federal do Delta do Parnaíba, Parnaíba, PI, Brasil

 

Recebido em: 27 de agosto de 2023; Aceito em: 27 de novembro de 2023.

Correspondência: Vitorugo dos Santos Rocha, vitorugosantos.inf@gmail.com

 

Como citar

Rocha VS, Fernandes NA, Wandscher B, Silva KKB, Teixeira LS, Monteiro AJS, Carvalho Neto MC, Gouveia SSV. Eficácia dos exercícios proprioceptivos na reabilitação pós lesão ligamentar do tornozelo em adultos: uma revisão sistemática. Fisioter Bras. 2023;24(6):961-78. doi: 10.33233/fb.v24i6.5533

 

Resumo

Objetivo: Avaliar a eficácia e os efeitos do exercício proprioceptivo na reabilitação de pacientes após lesão ligamentar do tornozelo. Métodos: Trata-se de uma Revisão Sistemática, realizada por meio da busca de artigos nas bases de dados eletrônicos PubMed, Scielo, Scopus, Web of Science, Science Direct, PEDro e Portal Regional BVS, sendo estabelecidos critérios de elegibilidade conforme estratégia PICOS. A qualidade metodológica e a certeza das evidências foram avaliadas por meio da ferramenta de colaboração Cochrane Scale. Resultados: A busca eletrônica resultou em 3217 artigos, foram excluídos 24 artigos duplicados e 3160 após leitura de título e resumo pelos critérios de elegibilidade, restando assim 33 artigos para leitura completa do texto. Após a leitura, 19 estudos foram excluídos por não atenderem aos critérios de elegibilidade. A avaliação metodológica pela escala Cochrane foi realizada com 14 estudos, dos quais sete tiveram sua elegibilidade confirmada com a média de cinco escores, sendo então, incluídos nesta revisão. O treino proprioceptivo foi eficaz no tratamento de pacientes com lesão ligamentar de tornozelo. Os principais efeitos reportados pelos estudos foram melhora da amplitude de movimento, desempenho funcional, equilíbrio e função muscular. Conclusão: Esta revisão sistemática evidenciou que o treino proprioceptivo pode ser eficaz no tratamento de pacientes com lesão ligamentar de tornozelo, com melhoras significativas, principalmente, para melhora da amplitude de movimento do tornozelo, na funcionalidade e qualidade de vida.

Palavras-chave: Fisioterapia; lesões do tornozelo; propriocepção.

 

Abstract

Objective: To evaluate the effectiveness and effects of proprioceptive exercise in the rehabilitation of patients after ankle ligament injury. Methods: This is a systematic review, conducted by searching for articles in electronic databases such as PubMed, Scielo, Scopus, Web of Science, Science Direct, PEDro, and Portal Regional BVS, with eligibility criteria established according to the PICOS strategy. The methodological quality and certainty of evidence were assessed using the Cochrane Collaboration Scale. Results: The electronic search resulted in 3,217 articles, with 24 duplicate articles excluded, and 3,160 excluded after title reading based on exclusion criteria, leaving 33 articles for full-text reading. After reading, 19 studies were excluded either because they were not related to the topic or did not meet inclusion criteria. Methodological evaluation using the Cochrane scale was performed on 14 studies, of which seven were confirmed eligible with an average of five scores and were thus included in this review. Overall, proprioceptive training was effective in treating patients with ankle ligament injuries. The main effects reported by the studies included improvement in ankle range of motion, functional performance, balance, and muscle function. Conclusion: This systematic review showed that proprioceptive training can be effective in the treatment of patients with ankle ligament injuries, with significant improvements, particularly in ankle range of motion, functionality, and quality of life.

Keywords: Physical therapy; ankle ligament injury; proprioceptive training.

 

Introdução

 

As lesões ligamentares do tornozelo estão entre as causas mais comuns de atendimentos nos serviços de pronto atendimento e consultórios. É relatado que as mesmas são responsáveis por 10 a 30% de todas as lesões do esporte [1]. Elas são classificadas de acordo com a gravidade da lesão: grau 1, trata-se do estiramento do ligamento acometido; grau 2, refere-se a lesões parciais, sem instabilidade articular; e as lesões completas com prejuízo da estabilidade articular são grau 3 [2].

A população mais propensa à lesão ligamentar é composta por pessoas fisicamente ativas, praticantes de atividades que exigem saltos, mudança de direção e pivoteamento [3,4]. Após uma entorse inicial do tornozelo, as estruturas internas da articulação ficam debilitadas, deixando a articulação desprotegida, o que aumenta o risco de uma nova lesão [4]. Essas lesões podem resultar na redução da amplitude do movimento, e consequente perda de mobilidade articular, o que pode levar ao desuso do membro lesionado, afetando as atividades diárias do paciente [5].

Dentre as intervenções presentes na reabilitação de uma lesão ligamentar está o treino de propriocepção, que utiliza um processo neural, no qual receptores periféricos recebem e enviam informações relativas ao movimento, posição ou grau de deformação ao sistema nervoso central que a integra para produzir uma resposta motora [6,7].

Diante disso, a literatura aponta como efeitos dos exercícios proprioceptivos o aumento da capacidade do sistema sensório-motor de se adaptar a um ambiente em mudança e, posteriormente, proteger o corpo de lesão, em razão da demanda sensorial dos mecanorreceptores [7,8]. Na articulação do tornozelo, o treinamento pode melhorar o tempo de reação do músculo fibular, déficits de oscilação cinestésica e postural. Entretanto, ainda persiste uma lacuna correspondente a esse tema, sendo necessárias revisões com melhor qualidade metodológica abordando esta temática [9].

Ao analisar as intervenções fisioterapêuticas em pessoas que apresentaram lesão ligamentar de tornozelo, busca-se comprovar a eficácia do treinamento proprioceptivo. Sendo assim, o objetivo desta revisão foi avaliar a eficácia e os efeitos do exercício proprioceptivo na reabilitação de pacientes após lesão ligamentar do tornozelo.

 

Métodos

 

Protocolo e registro

 

Trata-se de uma revisão sistemática conforme as recomendações do “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA). Este estudo tem o número de registro no PROSPERO CRD42023344280.

 

Estratégia de busca

 

A estratégia de busca foi baseada na “PICOS” (P – population; I – intervention; C – comparison; O – outcomes; S - study), sendo P: Adultos com lesão ligamentar de tornozelo; I: Treino proprioceptivo; C: Grupo controle, outros treinos proprioceptivos ou outras intervenções; O: Controle da dor, equilíbrio, retorno às atividades, incluindo esportes e índice de recorrência; S: Ensaios clínicos randomizados. Os descritores foram baseados no Descritor em Ciência da Saúde (DeCS), selecionados em inglês e combinados com operador booleano AND, conforme Quadro 1.

 

Quadro 1 - Estratégia PICOS, descritores e palavras-chave

 

Fonte: Desenvolvido pelos autores (2023)

 

Com base na “PICOS” estabelecida, a questão norteadora da pesquisa foi: O treinamento proprioceptivo na reabilitação de pacientes após lesão ligamentar do tornozelo é eficaz para o controle da dor, melhora da estabilidade percebida, equilíbrio, retorno às atividades e prevenção de recorrências?

A busca foi realizada nas bases de dados: PubMed, Scielo, Scopus, Web of Science, Science Direct, PEDro e biblioteca virtual pelo Portal Regional da BVS. As estratégias de buscas foram utilizadas associando um descritor (DeCS), uma palavra-chave, e os operadores booleanos “OR” e “AND” e de proximidade (Quadro 2).

 

Quadro 2 - Estratégias de buscas utilizadas nas bases de dados e biblioteca virtual

 

Fonte: Desenvolvido pelos autores (2023)

 

Critérios de elegibilidade

 

Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos científicos disponíveis na íntegra do período entre os anos de 2017 a 2022 sem restrições de idioma, de gênero e da etnia dos participantes; ensaios clínicos randomizados em adultos com lesão ligamentar de tornozelo, sendo o grupo experimental com tratamento conservador contendo treino proprioceptivo sendo ou não pós-cirúrgico e grupo controle com tratamento conservador com ou sem treino proprioceptivo; e estudos que avaliassem algum desfecho como dor, equilíbrio, retorno às atividades, incluindo esportes e índice de recorrência de lesão. Os critérios de exclusão foram artigos que incluíram em sua pesquisa crianças (<14 anos) ou idosos (>60 anos), artigos duplicados, grupos que utilizaram terapia medicamentosa durante o estudo como intervenção e artigos que não atingiram o mínimo de quatro escores na avaliação de qualidade metodológica.

 

Seleção dos estudos

 

Os artigos foram exportados das bases, salvos na plataforma Parsifal e os duplicados foram removidos. Foi anotada a soma dos artigos de cada plataforma para leitura do título e resumo, realizado por três autores de forma independente. Foram excluídos os artigos de acordo com os critérios de elegibilidade. Todos os artigos selecionados para esta revisão tiveram sua elegibilidade confirmada pela leitura completa do artigo. Quando houve discordância entre os revisores, estas foram resolvidas por consenso ou consulta de um quarto revisor.

 

Extração de dados

 

Os estudos incluídos na revisão passaram pela extração das informações por meio de um formulário elaborado previamente. Os seguintes itens foram registrados: autores, ano de publicação, país de publicação, perfil dos participantes, critérios de inclusão, grupos, tamanho da amostra, medidas de resultados, intervenções e desfechos.

 

Avaliação de qualidade

 

A qualidade metodológica dos estudos foi analisada por meio da ferramenta de Colaboração Cochrane Scale que mede a qualidade metodológica em duas partes, contendo sete domínios. A primeira parte refere-se à descrição detalhada das informações contidas no artigo, e a segunda parte atribui ao julgamento das informações quanto ao risco de viés, que podem ser classificados em: baixo risco de viés, alto risco de viés e risco de viés incerto. Quanto aos domínios, são denominados: 1 - geração da sequência aleatória; 2 - ocultação da alocação; 3 - cegamento de participantes e profissionais; 4 - cegamento de avaliadores de desfecho; 5 - desfechos incompletos; 6 - relato de desfecho seletivo; 7 - outras fontes de vieses [10].

 

Resultados

 

Seleção de estudos

 

A busca eletrônica resultou em 3217 artigos. No Parsifal, foram excluídos 24 artigos duplicados e 3160 após leitura de título e resumo pelos critérios de elegibilidade, restando assim 33 artigos para leitura completa do texto. Após essa leitura 19 estudos foram excluídos por não atenderem os critérios de elegibilidade. A avaliação metodológica pela escala Cochrane foi realizada com 14 estudos, dos quais sete tiveram sua elegibilidade confirmada com a média de cinco escores, sendo então incluídos nesta revisão.

 

 
Fonte: Desenvolvido pelos autores (2023)

Figura 1 - Fluxograma de seleção dos estudos segundo critérios de inclusão e exclusão

 

Caracterização dos artigos selecionados

 

Os dados coletados dos sete estudos incluídos [11-17] estão no Quadro 3. O total da amostra dos estudos foi de 263 participantes, com 167 de mulheres e 96 de homens, com uma idade mínima de 18 anos e máxima de 27 anos. O tempo de tratamento variou de 4 até 8 semanas e a frequência semanal de 2 a 3 atendimentos.

 

Quadro 3 - Dados dos artigos selecionados para a revisão

 

 

Risco de viés

 

Sobre a avaliação metodológica do risco de viés, todos os ensaios clínicos eram randomizados, preenchendo assim o domínio de aleatorização dos grupos de participantes. Os artigos foram classificados de 4 até 6 escores, com uma média geral de 5 escores. O resultado detalhado da avaliação metodológica está descrito no Quadro 4.

 

Quadro 4 - Classificação dos artigos selecionados em cada domínio da escala Cochrane

s = sim; n = não. Critérios: 1: geração da sequência aleatória; 2: ocultação da alocação; 3: cegamento de participantes e profissionais; 4: cegamento de avaliadores de desfecho; 5: desfechos incompletos; 6: relato de desfecho seletivo; 7: outras fontes de vieses. Fonte: Desenvolvido pelos autores (2023)

 

Discussão

 

Este trabalho teve como objetivo avaliar os artigos disponíveis na literatura referentes ao uso do treino proprioceptivo na reabilitação de pacientes após lesão ligamentar do tornozelo. O treino proprioceptivo foi eficaz no tratamento de pacientes com lesão ligamentar de tornozelo. Os principais efeitos reportados pelos estudos foram melhora da amplitude de movimento, desempenho funcional, equilíbrio e função muscular.

Os estudos de Anguish, et al. [11]; Chen & Tsou [12] utilizaram o SEBT (Star Excursion Balance test/Teste de equilíbrio da excursão em estrela) para avaliar o equilíbrio dinâmico em 3 direções: anterior, posterior-medial, póstero-lateral. No estudo de Anguish et al. [11], um grupo realizou treino proprioceptivo unipodal, enquanto o outro realizou treino com saltos. Houve um efeito significativo em relação ao tempo de pré-intervenção e pós-intervenção para ambos os grupos, o tamanho de efeito entre os grupos foi pequeno e todos os intervalos de confiança (IC) de 95% cruzaram zero. Já Chang et al. [12] utilizaram de exercícios unipodais e dividiram os grupos: um realizando sobre uma plataforma vibracional, outro com uma bola de equilíbrio. Os dois grupos comparados ao controle obtiveram resultados estatisticamente superiores na pontuação no SEBT. Um pequeno tamanho de efeito foi observado nesses dois grupos (IC = 95%). Os estudos de Kuhn et al. [20], e Silva et al. [21], usaram protocolos variando entre base estável e instável e também obtiveram bons resultados.

Outro sistema utilizado pelos autores Youssef et al. [17], Lazarou et al. [18] e Elsotohy et al. [13] foi BBS (Biodex Balance System/ Sistema de Equilíbrio Biodex). O BBS fornece medidas objetivas da capacidade do paciente de se equilibrar em superfícies estáveis e instáveis. Youssef e sua equipe dividiram as participantes em três grupos: grupo controle (C); grupo intervenção A, com exercícios de base diminuída; grupo intervenção B, com exercícios unipodais e com prancha oscilante [17]. Comparando os resultados entre os três grupos testados, foi revelado que houve uma melhora significativa (tamanho do efeito muito grande) no pós-teste entre grupo A e C, B e C. Não houve diferença significativa (pequeno tamanho do efeito) nos valores médios pós-teste entre os dois grupos experimentais (A) e (B). Para Elsotohy et al. [13], em termos de diferença entre o grupo com exercícios de equilíbrio e outro com facilitação neuromuscular proprioceptiva, a maioria das comparações com a linha de base não teve significância. Lamb et al. [22], também aplicaram exercícios em apoio unipodal e bipodal em seu protocolo para ginastas e obtiveram bons resultados.

Lazarou et al. [18] investigaram os efeitos de dois programas de treinamento proprioceptivo pós-agudo em indivíduos com entorse de tornozelo. Todos os participantes receberam 10 sessões de treinamento, em um período de seis semanas. Os grupos melhoraram a AM de dorsiflexão e a maioria das medidas de desempenho funcional, após o treinamento. Porém, apenas o grupo de equilíbrio melhorou significativamente o desempenho no teste de equilíbrio no plano frontal e relatou redução significativa da dor, o que vai ao encontro dos achados de Basset e Prapavessis [23].

Elsotohy et al. [13] usaram o BBS para examinar o efeito de 6 semanas de um programa de treinamento de equilíbrio de membro único do lado não afetado (cross-training) no Índice de Estabilidade Geral (OASI), Índice de Estabilidade Antero-Posterior (APSI) e Estabilidade Médio-Lateral Índice (MLSI) do lado afetado em mulheres com ICT unilateral. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre grupos no OASI, MLSI e APSI após o treinamento. No artigo de El-Gohary et al. [24] encontraram-se resultados semelhantes, mostrando que o treino de equilíbrio unipodal para o lado não afetado tem efeito de cross-training no controle postural do lado afetado em mulheres com ICT.

No estudo de Shih et al. [15], o equilíbrio dinâmico também foi avaliado com o YBT (Y Balance Test / Teste de equilíbrio Y). Diferente dos demais artigos selecionados nesta revisão, os autores inseriram um grupo com a mobilização articular na intervenção junto com o treino de equilíbrio, outro grupo com uma simulação da mobilização junto com o treino de equilíbrio e o grupo controle com apenas alongamentos. O efeito adicional da mobilização proporcionou resultados significativos na comparação pós-intervenção entre os grupos na gravidade do tornozelo autorrelatada, mobilidade de dorsiflexão do tornozelo e desempenho do equilíbrio na direção póstero-lateral do YBT, o que é consonante aos resultados do estudo de revisão de Santos et al. [25], que ainda adiciona a ação analgésica da mobilização articular nesse tipo de lesão.

O estudo de Mohammadi et al. [15] avaliou antes e depois do treinamento realizado, a capacidade funcional dos indivíduos por testes de desempenho funcional, e pôde concluir que Wii fit plus melhorou a força muscular em indivíduos com instabilidade articular e resultou em melhora da função muscular. Outro benefício do dispositivo, como exercícios de realidade virtual, é a promoção de mais interesse e disposição para a realização de exercícios no público alvo. Os resultados dos autores estão de acordo com a literatura anterior de Kim et al. [26,27], que apontam a reabilitação Wii como terapia eficaz com indicação preventiva para instabilidade do tornozelo.

Sendo assim, o atual estudo teve como limitação principal, os diferentes desfechos encontrados nos artigos selecionados, o que impossibilitou a realização de uma comparação mais efetiva dos resultados com metanálise, após intervenção com treino proprioceptivo no público alvo do estudo. Outra limitação importante, foi o baixo número de artigos selecionados na presente pesquisa. É salutar a publicação de novos estudos sobre esse tema, a fim de que o melhor tratamento baseado em evidência, possa ser ofertado aos pacientes.

Apesar dos desafios na escrita desta revisão de literatura, destaca-se como pontos fortes do estudo, a vasta pesquisa que foi feita em sete bases de dados amplamente utilizadas por profissionais e pesquisadores da fisioterapia e demais áreas da saúde e o crivo metodológico que foi aplicado aos resultados encontrados, por meio da análise de viés e avaliação da qualidade metodológica dos ensaios clínicos.

 

Conclusão

 

Esta revisão sistemática evidenciou que o treino proprioceptivo pode ser eficaz no tratamento de pacientes com lesão ligamentar de tornozelo, com melhoras significativas, principalmente, para ganho da amplitude de movimento do tornozelo e melhora na funcionalidade e qualidade de vida. No entanto, os resultados não foram significativos ou foram conflitantes para diminuição da dor em quadro pós-agudo da lesão.

 

Conflitos de interesse

Não há conflito de interesses

 

Fontes de financiamento

Sem financiamento

 

Contribuição dos autores

Concepção e desenho da pesquisa: Rocha VS, Fernandes NA, Wandscher B, Silva KKB, Teixeira LS, Monteiro AJS, Carvalho Neto MC, Gouveia SSV; Coleta de dados: Rocha VS, Fernandes NA, Wandscher B, Silva KKB, Teixeira LS, Monteiro AJS, Carvalho Neto MC, Gouveia SSV; Análise e interpretação dos dados: Rocha VS, Fernandes NA, Wandscher B, Silva KKB, Teixeira LS, Monteiro AJS, Carvalho Neto MC, Gouveia SSV; Redação do manuscrito: Rocha VS, Fernandes NA, Wandscher B, Silva KKB, Teixeira LS, Monteiro AJS, Carvalho Neto MC, Gouveia SSV; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Rocha VS, Fernandes NA, Wandscher B, Silva KKB, Teixeira LS, Monteiro AJS, Carvalho Neto MC, Gouveia SSV.

 

Referências

 

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