Fisioter Bras 2023;24(5)Supl1:S1-S138
doi:
10.33233/fb.v24i5.5553



VI Congresso Brasileiro de Fisioterapia na Saúde da Mulher (VI COBRAFISM)

I Congresso Internacional de Fisioterapia na Saúde da Mulher

 

Vitória, Espírito Santo

 

5 e 6 de outubro de 2023

 

 

PRESIDENTE DA ABRAFISM

Ana Carolina Rodarti Pitangui, Universidade de Pernambuco

carolina.pitangui@upe.br

 

PRESIDENTE DO VI COBRAFISM

Néville Ferreira Fachini de Oliveira, Universidade Federal do Espírito Santo

neville.oliveira@ufes.br

 

PRESIDENTE DE HONRA

Patricia Driusso, Universidade Federal de São Carlos

pdriusso@ufscar.br

 

PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA

Cristine Homsi Jorge, Universidade de São Paulo

cristine@fmrp.usp.br

 

COMISSÃO CIENTÍFICA

Cristine Homsi Jorge

ABRAFISM - Ribeirão Preto/SP

Universidade de São Paulo

cristine@fmrp.usp.br

 

Patricia Driusso

Universidade Federal de São Carlos

pdriusso@ufscar.br

 

Ana Carolina Rodarti Pitangui

(ABRAFISM - Petrolina/PE)

Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina

carolina.pitangui@upe.br

 

Néville Ferreira Fachini de Oliveira

Universidade Federal do Espírito Santo

neville.oliveira@ufes.br

 

Mariana Maia Oliveira Sunemi

Universidade Federal de Minas Gerais

marimfo@gmail.com

 

Licia Santos Santana

(ABRAFISM - Aracaju/SE)

Universidade Tiradentes, Aracaju, SE

licia2s@hotmail.com

 

Caroline Caetano Pena

Universidade de São Paulo

carolinecpena@usp.br

 

Cintia Helena Santuzzi

Universidade Federal do Espírito Santo

cintiasantuzzi@yahoo.com.br

 

Daiana Meneguelli Leal

Faculdade Multivix de Cachoeiro de Itapemirim

daianamene@gmail.com

 

Luciana Mamede Gomes

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

mamede2010@gmail.com

 

Letícia Maciel de Freitas

Universidade de São Paulo

leticiamaciel@usp.br

 

Waleska Oliveira Modesto

Universidade Estadual de Campinas

waleskaomodesto@gmail.com

 

Eloisa Pascoal Rizzo

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória

zizarizzo@gmail.com

 

Glaucimeire Rocha Carvalho

Universidade Federal do Espírito Santo

glauci_meire21@hotmail.com

 

Patrícia Caldeira

Universidade de Vila Velha

patriciacaldeira@uvv.br 

Como citar

Oliveira NFF, Jorge CH, Sunemi MMO, Pitangui ACR, Driusso P. VI Congresso Brasileiro de Fisioterapia na Saúde da Mulher (VI COBRAFISM) - I Congresso Internacional de Fisioterapia na Saúde da Mulher. Fisioter Bras. 2023;24(5)Supl1:S1-S138. doi: 10.33233/fb.v24i5.5553

 

EDITORIAL

 

A Fisioterapia na Saúde da Mulher é a especialidade voltada à assistência fisioterapêutica ao longo do ciclo vital feminino. No Brasil a especialidade é reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional por meio da Resolução Nº. 372/2009 e regulamentada por meio da Resolução-COFFITO nº 401. Trata-se de uma especialidade que congrega a atuação do fisioterapeuta considerando as abrangentes necessidades de saúde das mulheres e ao mesmo tempo reconhece a especificidade em cinco áreas de atuação, a saber: assistência fisioterapêutica em uroginecologia e coloproctologia, ginecologia, obstetrícia, disfunções sexuais femininas e mastologia. Sua filosofia de trabalho é alinhada aos preceitos contidos no sistema único de saúde (SUS) do Brasil e globalmente nas necessidades de saúde das mulheres, especialmente relacionados à integralidade do cuidado, aspectos biopsicossociais, perfil de morbimortalidade feminina e impacto na funcionalidade. As mulheres possuem necessidades ímpares de assistência fisioterapêutica considerando também as morbidades mais prevalentes e aquelas diretamente relacionadas aos aspectos reprodutivos, incluindo o ciclo menstrual, ciclo gravídico-puerperal e ao climatério/ envelhecimento.

Em nível nacional a Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM) realiza desde 2005 um trabalho hercúleo em prol de uma assistência fisioterapêutica qualificada voltada à saúde das mulheres, incluindo entre outras atividades a organização de eventos científicos como o Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Saúde da Mulher. Por isso, temos a imensa satisfação de apresentar os anais do VI COBRAFISM e do I Congresso Internacional de Fisioterapia em Saúde da Mulher. Os resumos submetidos ao VI COBRAFISM e aprovados para serem publicados nesta edição especial da revista Fisioterapia Brasil, refletem a amplitude da produção científica e da atuação do Fisioterapeuta na Saúde da Mulher. No total temos 95 resumos publicados entre as cinco áreas de atuação da especialidade de Fisioterapia em Saúde da Mulher, adicionando-se área de ensino e extensão como a sexta área de classificação dos resumos. Com desenhos metodológicos e em cenários de prática variados os estudos abordam aspectos importantes da Fisioterapia em saúde da mulher, incluindo relatos de experiências, avaliação e evidência cientificas sobre os efeitos do tratamento fisioterapêutico.

            O Brasil tem se tornado referência na produção de estudos clínicos de alta qualidade metodológica na área da Fisioterapia em Saúde da Mulher. Esperamos que a apresentação dos trabalhos no VI COBRAFISM e publicação dos resumos neste número especial, possa inspirar acadêmicos e pesquisadores a atingirem a excelência em pesquisa que necessitamos para obtenção de níveis de evidência científica cada vez mais altos e que possam favorecer uma prática fisioterapêutica baseada em evidência nos diversos níveis de atenção fisioterapêutica voltada à saúde da mulher.

 

Cristine Homsi Jorge

Patricia Driusso

Néville Ferreira Fachini de Oliveira

Ana Carolina Rodarti Pitangui

 

 

 

TRABALHOS ORAIS PREMIADOS

 

 

Análise da função sexual em mulheres com incontinência urinária: estudo clínico transversal cego

Izabela Mendes, Ana Carolina Dias Oliveira, Marcela Cristina Levino da Silva, Marcele Florêncio das Neves

 

Efeito de um programa de treinamento da musculatura do assoalho pélvico utilizando aplicativo móvel sobre a queixa urinária de gestantes: ensaio clínico randomizado

Natasha Moreno Bazilio Silva, Thayna Martins Cunha, Letícia Rodrigues Silva, Juliana Silveira Alves, Vanessa Santos Pereira Baldon, Rogério Melo Costa Pinto

 

Comparação da experiência de parto entre mulheres que usaram ou não recursos não farmacológicos para alívio da dor

Alice Moralez de Figueiredo, Jordana Barbosa da Silva, Patricia Driusso

 

Avaliação da função sexual de pessoas transgêneras

Thays Marina Roncato Barcelos, Luiz Gustavo Oliveira Brito, Cristine Homsi Jorge, Silvio Antonio Franceschini, Julia Kefalás Troncon, Lucia Alves da Silva Lara

 

Orientações para prevenção da estenose vaginal em mulheres com câncer ginecológico pós braquiterapia pélvica nos serviços de radioterapia no Brasil

Suellen Aline Porcino Gonzaga, Maria Gabriela Baumgarten Kuster, Samantha Karlla Lopes de Almeida Rizzi

 

 

TRABALHOS EM PÔSTERES PREMIADOS

 

 

Características sociodemográficas e de parto das puérperas internadas na maternidade de alto risco do Hospital Universitário de Vitória - ES: dados preliminares

Mariana de Oliveira, Ester Junger Lumbreras, Natalia Gonçalves Cordeiro, Hellen Pedracini Gottardo, Adrieny do Nascimento Borges, Fernanda Mayrink Gonçalves Liberato, Néville Ferreira Fachini de Oliveira

 

Caracterização do uso de medicamentos em mulheres com Dismenorreia Primária

Jéssica Cordeiro Rodrigues, Mariana Arias Avila, Patricia Driusso

 

Efeitos da oficina de parto na percepção do medo e expectativas em relação ao parto: um estudo de viabilidade

Bruna Gonçalves Dias, Amanda Martins Silva, Clara Gualter, Júlia Cortes Cavalcante, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Elyonara Mello de Figueiredo

 

Disfunção sexual em sobreviventes ao câncer de mama: o impacto da terapia hormonal

Giulia Batista Palma, Julia Melo Rocha Xavier, Júlia Cortes Cavalcante, Juliana Pereira Campos, Natália Cardoso Campos, Elyonara Mello de Figueiredo, Mariana Maia de Oliveira Sunemi

 

Conhecimento e prática em relação à prevenção de linfedema secundário ao tratamento oncológico mamário: estudo multicêntrico

Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Marcela Ponzio Pinto e Silva, Ticiana Mira, Miriam Raquel Diniz Zanetti, Tânia Terezinha Scudeller, Maria Teresa Pace do Amaral

 

 

Área Temática: Disfunções sexuais femininas

 

 

Tratamento da dispareunia em mulheres sobreviventes de violência sexual: relato de experiência

 

Waleska Oliveira Modesto

 

Universidade Estadual de Campinas

waleskaomodesto@gmail.com

 

Introdução: A violência sexual provoca uma interação complexa de repercussões físicas, emocionais e sociais. A resposta emocional de luta, fuga e congelamento pode manifestar em ativação física crônica do assoalho pélvico, causando dispareunia por aumento do tônus, quando associada a hipervigilância o vaginismo, ou quando persistente a vulvodínia. As respostas ao trauma da violência são individualizadas, desta forma, entender sobre a abordagem acolhedora e diferentes métodos pode contribuir para melhores resultados no tratamento da fisioterapia. Objetivo: apresentar um relato de intervenção com mulheres sobreviventes de violência sexual com queixas de dispareunia. Métodos: análise crítica e descritiva de um relato de experiência, no qual foram revisados prontuários entre 2021 e 2023 de um ambulatório de fisioterapia, e avaliadas variáveis como, idade do abuso, número de sessões até a alta, ansiedade, aversão ao toque, abandono do tratamento e distração cognitiva sexual. Entre os tipos de intervenção: prática sensível, educação sobre o trauma, massagem perineal, consciência corporal, dilatadores, mindfulness sexual e treino da fantasia (CAAE 72124123.6.0000.5404). Resultados: foram avaliadas 24 mulheres com declaração espontânea de história prévia de violência sexual, sendo abuso infantil o tipo de violência mais relatado (n = 16). Ansiedade foi o sintoma mais prevalente (n = 19), seguido de distração cognitiva sexual (n = 8). Todas as mulheres que abandonaram o tratamento (n = 6), o abandono aconteceu entre os dois primeiros encontros, apresentavam aversão ao toque e relataram altos níveis de ansiedade. Duas mulheres relataram “quase desmaiar” ao realizar a automassagem perineal, foi recomendado o uso de dilatador a sete mulheres, 4 relataram medo e ansiedade e uma se recusou a usar. Conclusão: foi identificado a necessidade do desenvolvimento de diversas abordagens na administração do toque físico, das orientações quanto a massagem perineal domiciliar e na abordagem e apresentação do uso dos dilatadores. E a elaboração de condutas para tornar o tratamento mais seguro e com práticas acolhedoras.

Palavras-chave: violência sexual; fisioterapia; dispareunia

 

Referências

Padoa A, McLean L, Morin M, Vandyken C. The Overactive Pelvic Floor (OPF) and sexual dysfunction Part 1: Pathophysiology of OPF and its impact on the sexual response. Sex Med Rev. 2021;9(1):64-75. doi: 10.1016/j.sxmr.2020.02.002

Quaghebeur J, Petros P, Wyndaele JJ, De Wachter S. The innervation of the bladder, the pelvic floor, and emotion: A review. Auton Neurosci. 2021;235:102868. doi: 10.1016/j.autneu.2021.102868

Schachter, CL et al. Handbook on Sensitive Practice for Health Care Practitioners: Lessons from Adult Survivors of Childhood Sexual Abuse. Ottawa: Public Health Agency of Canada; 2008.

 

 

Fisioterapia Pélvica em Foco: apresentação de ações de extensão da UDESC - CEFID voltadas para a Saúde da mulher

 

Djanara Barbosa Brito1, Ana Beatriz Pereira Silva2, Soraia Cristina Tonon da Luz2

 

1CREFITO 10

2Universidade do Estado de Santa Catarina

 

djanbrito12@gmail.com

 

Introdução: O Grupo de Reabilitação do Assoalho Pélvico e Disfunção Sexual (GRAPEDIS) atende mulheres com Incontinência Urinária (IU) e diversas disfunções sexuais. Suas atividades incluem atendimentos individuais às mulheres no ambulatório de Fisioterapia de um Hospital referência em Saúde da Mulher. Essa ação se especializa em avaliações e intervenções não cirúrgicas para minimizar ou curar os sinais e sintomas de IU e outros diversos sintomas do assoalho pélvico. Objetivo: Apresentar o método dos atendimentos individuais do GRAPEDIS com foco em Fisioterapia Pélvica na saúde da mulher. Método: Relato de caso de mulheres que participaram do GRAPEDIS durante o primeiro semestre de 2023 no Hospital de referência em saúde da Mulher, que ocorriam uma vez por semana, nestes atendimentos foram incluídas (CAAE 62639516.8.3001.0114): o caso de uma mulher de IU no pós operatório de cirurgia ginecológica e uma mulher com Incontinência Urinária de Urgência (IUU), no qual realizou-se uma avaliação física individualizada utilizando o New Perfect e o questionário Internacional Consultation on Incontinence QuestionnaireUrinary Incontinence (ICIQ-UI) com plano de tratamento fisioterapêutico personalizado para cada paciente. Resultados: As pacientes apresentaram perda de urina antes de chegar ao banheiro e a esforços físicos, com ICIQ-UI e New perfect com valor baixo antes do tratamento e após o protocolo de tratamento fisioterapêutico Pélvico que incluiu: Exercícios globais de condicionamento físico; Mobilidade Pélvica; Educação em Saúde; Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico (TMAP) e orientações para TMAP domiciliar, ocorreu uma evolução no resultado após novas avaliações. Conclusão: O protocolo de tratamento fisioterapêutico proporcionou para as pacientes aumento de força e resistência dos músculos do Assoalho Pélvico e diminuição das perdas urinárias após os atendimentos que ocorriam uma vez por semana. O método proposto na ação de extensão cumpriu com seu papel em diminuir as perdas urinárias e melhorar a qualidade de vida das mulheres.

Palavras-chave: saúde da mulher; fisioterapia pélvica; incontinência urinária

 

Referências

Brasil DM, Nicolau AI, Bilhar AP, Karbage AS, Lucena SV, Carmo TF et al. Incontinência urinária e função sexual feminina: revisão integrativa de questionários validados. Acta Paul Enferm. 2018;31(5):558-63.

Piassarolli VP, Hardy E, Andrade NF, Ferreira NO, Osis MJD. Treinamento dos músculos do assoalho pélvico nas disfunções sexuais femininas. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010;32(5):234–40.

 

 

Experiência de mulheres com dor associada ao intercurso sexual: um estudo qualitativo

 

Andresa Aguiar dos Santos1, Felipe Reis1,2

 

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

2Vrije Universiteit Brussel

 

andresafoltz@gmail.com

 

Introdução: A dor sexual ainda é pouco explorada na literatura, principalmente relacionada a experiência de dor, crenças e a relação com os profissionais. Objetivo: Investigar a experiência de mulheres com dor sexual considerando diferentes aspectos do modelo biopsicossocial. Método: Estudo qualitativo composto por mulheres com dor sexual (CAAE 64505922.9.0000.5268). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com perguntas abertas. Para avaliar a função sexual foi utilizado o Índice de Função Sexual Feminina (IFSF). A análise qualitativa foi realizada através do Taguette. A análise temática dos dados considerou: 1) leitura inicial; 2) identificação preliminar de códigos; 3) alocação dos códigos nos temas; 4) revisão de temas; 5) alocação dos temas em categorias; 6) síntese final do estudo. Resultados: O estudo foi composto por 31 mulheres com média de idade de 29,2 (DP = 9,7) anos e média de 52,6 (DP = 41,9) meses de duração da dor. A pontuação média no IFSF foi de 19,7 pontos. As experiências das participantes foram agrupadas nos temas: (1) histórico de dor sexual; (2) experiência de viver com dor; (3) crenças; (4) comportamento; (5) busca por ajuda; (6) tratamentos; (7) relação com profissionais da saúde; (8) facilitadores e barreiras; (9) expectativas. A maioria das participantes relaciona o início da dor à primeira relação sexual e a descrevem comumente como ardência, queimação e/ou sensação de rasgar. Os impactos negativos na relação sexual, no relacionamento e na autoestima foram as consequências mais comuns. As emoções evocadas em relação a experiência de dor foram comumente reportadas como sensação de culpa, frustração e inferioridade. Conclusão: A pesquisa sobre a vivência de participantes com dispareunia revelou convivência prolongada com dor, frequentemente ligada as primeiras relações sexuais. As crenças das mulheres sugerem múltiplas causas para essa dor, enquanto que a falta de informação e o constrangimento dificultam a busca por ajuda profissional.

Palavras-chave: dor; dispareunia; pesquisa qualitativa

 

Referências

Faubion SS, Rullo JE. Sexual dysfunction in women: a practical approach. American family physician. 2015;92(4): 281-88.

McCool-Myers M et al. Predictors of female sexual dysfunction: a systematic review and qualitative analysis through gender inequality paradigms. BMC women's Health. 2018;18(1):1-15.

Tayyeb M, Gupta V. Dyspareunia. [Updated 2023 Jun 5]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023

Thomtén J, Linton SJ. A psychological view of sexual pain among women: applying the fear-avoidance model. Women’s Health. 2013;9(3):251-63.

 

 

Análise da função sexual em mulheres com incontinência urinária: estudo clínico transversal cego

 

Izabela Mendes, Ana Carolina Dias Oliveira, Marcela Cristina Levino da Silva, Marcele Florêncio das Neves

 

Universidade do Vale do Paraíba

 

izasmendes@hotmail.com

 

Introdução: As disfunções sexuais femininas são prevalentes entre as mulheres com incontinência urinária, e podem estar relacionadas com alterações anatômicas e/ou fatores emocionais, o que gera constrangimento, ansiedade e insegurança na relação sexual. Objetivo: avaliar a função sexual de mulheres com incontinência urinária. Método: Foi realizado um estudo clínico transversal cego, constituído por 18 voluntárias com idade média de 52,4 ± 14,7 anos e diagnóstico de IU. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE 32416720.5.0000.5503) e todas as voluntárias assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida foram obtidos os dados sociodemográficos e o questionário Female Sexual Function Index (FSFI). A análise estatística foi realizada por porcentagem, teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov com valor de unilateral p=0,001 e correlação de Pearson. Resultados: Os dados obtidos mostraram que 61,1% das mulheres com IU apresentaram queixa sexual e 38,9% nenhuma queixa. Em relação a IU 55,6% apresentaram IUE, 27,8% IUM e 16,7% IUU. Foi observado forte correlação entre o domínio lubrificação e excitação (r = 0,81); excitação e orgasmo (r = 0,74); orgasmo e lubrificação (r = 0,64); satisfação e excitação (r = 0,85); satisfação e lubrificação (r = 0,81); satisfação e orgasmo (r = 0,80). O domínio dor apresentou forte correlação com a excitação (r = 0,67), lubrificação (r=0,65), orgasmo (r = 0,774) e satisfação (r = 0,71). Entretanto, o domínio desejo apresentou correlação nula em relação aos demais domínios. Foi possível observar forte correlação (r = 0,69) entre a queixa sexual referida apenas com o domínio dor do FSFI. Conclusão: As mulheres com incontinência urinária apresentam queixas sexuais relacionadas à dor, que impactam de forma negativa nas fases do ciclo sexual. Portanto, destaca-se a importância da prevenção e tratamento das disfunções sexuais pela equipe multidisciplinar, com educação em saúde sexual e recursos terapêuticos para melhora dos sintomas e qualidade de vida da mulher.

Palavras-chave: incontinência urinária; função sexual; ciclo sexual

 

Referências

Moradinasab S et al. Efect of cognitive–behavioral therapy on sexual self esteem and sexual function of reproductive aged women sufering from urinary incontinence. Int Urogynecol J. 2023 Aug;34(8):1753-63.

Hwang J, Lee MS. Relationship between female sexual function, vaginal volume, vaginal resting tone, and pelvic floor muscle strength in women with stress urinary incontinence. Obstet Gynecol Sci. 2023;66(4):327-33.

Frigerio M et al. Quality of life, psychological wellbeing, and sexuality in women with urinary incontinence—where are we now: A Narrative Review. Medicina 2022;58:525.

Wang Y, Chen W, Wei L. To compare the effects of two pelvic floor muscle treatments on quality of life and sexual function in female patients with urinary incontinence. Sex Med 2022; 10:100561.

Hwang UJ et al. Relationship between sexual function and pelvic floor and hip muscle strength in women with stress urinary incontinence. Sex Med. 2021;9:100325.

 

Agradecimentos: Clínica Spazio Saúde e Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Vale do Paraíba

 

Alterações físicas e emocionais decorrentes do tratamento de câncer de mama impactam na função sexual de mulheres pós mastectomia? Estudo clínico transversal cego

 

Izabela Mendes, Larissa Garcez Coelho, Larissa Lima de Souza, Rafaela Ester de Lima

 

Universidade do Vale do Paraíba

 

izasmendes@hotmail.com

 

Introdução: A mastectomia gera uma transformação relacionada a imagem corporal, assim como no âmbito funcional, social, emocional e sexual. Fatores estes que podem agravar com a quimioterapia e radioterapia, conhecidos pelos efeitos colaterais como queda de cabeça, aumento de peso, fadiga, menopausa induzida, dispareunia, baixa excitação e lubrificação vaginal. Objetivo: avaliar a função sexual de mulheres após mastectomia devido câncer de mama. Método: Foi realizado um estudo clínico transversal cego, constituído por 5 voluntárias com idade média de 59 ± 9,7 anos e que realizaram mastectomia unilateral devido câncer de mama. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE 67524023.2.0000.5503) e todas as voluntárias assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida foram obtidos os dados sociodemográficos e o questionário Female Sexual Function Index (FSFI). A análise estatística foi realizada pelo teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov com valor de unilateral p = 0,001 e correlação de Pearson. Resultados: Os dados sociodemográficos mostraram que as 5 mulheres realizaram quimioterapia e radioterapia após mastectomia, sendo que 3 entraram em menopausa induzida devido ao tratamento e 2 estavam em menopausa antes do tratamento. Os dados obtidos do FSFI mostraram que o domínio desejo apresentou correlação fraca e/ou nula com os domínios excitação (r = 0,33), lubrificação (r = 0,32), orgasmo (r = 0,30), satisfação (r = -0,06) e dor (r = 0,21). Entretanto, o domínio dor apresentou forte correlação com a lubrificação (r = 0,82), orgasmo (r = 0,91) e satisfação (r = 0,77). E forte correlação ao comparar excitação e lubrificação (r = 0,98), excitação e orgasmo (r = 0,95), excitação e satisfação (r = 0,90), lubrificação e orgasmo (r = 0,98), lubrificação e satisfação (r = 0,92), orgasmo e satisfação (r = 0,90). Conclusão: A mastectomia é uma condição complexa com impacto negativo na função sexual feminina, principalmente devido aos quadros de dor, o que impacta na aceitação de imagem, depressão e desvalorização, além da insegurança na relação sexual, trazendo prejuízo em todas as fases do ciclo sexual.

Palavras-chave: câncer de mama; mastectomia; função sexual

 

Referências

Mahshid B, Firouzabadi O, Joulaee A. The efectiveness of group problem-solving therapy on women’s sexual function and satisfaction after mastectomy surgery. BMC Women’s Health. 2022;22:50. doi: 10.1186/s12905-022-01628-x

Vegunta S et al. Sexual health after a breast cancer diagnosis: addressing a forgotten aspect of survivorship. J Clin Med. 2022;11:6723. doi: 10.3390/jcm11226723

Haris I et al. Sexual Dysfunction following breast cancer chemotherapy: a cross-sectional study in Yogyakarta, Indonesia. Cureus. 2023;15(7): e41744. doi:10.7759/cureus.41744

 

Agradecimentos: Clínica Spazio Saúde e Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Vale do Paraíba

 

 

Avaliação da função sexual de pessoas transgêneras

 

Thays Marina Roncato Barcelos1, Luiz Gustavo Oliveira Brito2, Cristine Homsi Jorge3, Silvio Antonio Franceschini3, Julia Kefalás Troncon3, Lucia Alves da Silva Lara3

 

1Hospital Israelita Albert Einstein

2Universidade de Campinas

3Faculdade de Medicina de Ribeirão da Universidade de São Paulo

thaysmroncato@gmail.com

 

Introdução: Atualmente, há um gap no conhecimento sobre a função sexual (FS) de pessoas transgêneras na literatura. A maioria dos estudos usa de termos e conceitos inadequados para avaliar a FS, como por exemplo libido. Objetivo: Avaliar a FS de homens e mulheres transgêneros. Métodos: Uma amostra de pessoas trans frequentadoras do Ambulatório de Incongruência de Gênero do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto participaram deste estudo transversal. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número CAAE 29969419.8.0000.5440. O Inventário de Função Sexual Feminina (FSFI) e o Inventário de Função Sexual Masculina (IFSM) foram usados para avaliar a função sexual de homens (58) e mulheres (50) trans. Além disso, os participantes responderam a um questionário semiestruturado que acessou os sentimentos com relação à condição trans e a satisfação com a vida sexual. Dados clínicos foram acessados por meio do prontuário médico. Resultados: Em comparação com as mulheres trans, os homens tiveram resultados melhores no escore total do IFSF (p = 0,01), e nos domínios de excitação (p = 0,01), lubrificação (p = 0,01), orgasmo (p = 0,01) e satisfação (p = 0,01). Além disso, eles também obtiveram melhores escores no questionário IFSM, tanto no escore total (p = 0,01), como nos domínios de ereção (p = 0,01), excitação (p = 0,01), orgasmo (p = 0,01) e satisfação (p = 0,01). A avaliação semi-estruturada indicou que mais da metade dos homens trans e quase metade das mulheres trans estavam satisfeitos com a vida sexual. Conclusão: Os escores de homens e mulheres nos questionários IFSF e IFSM são de risco para disfunção sexual, mesmo os homens trans apresentando melhores escores que as mulheres. Porém, na avaliação semiestruturada mais da metade dos homens e quase metade das mulheres estavam satisfeitos com a vida sexual.

Palavras-chave: função sexual; transgêneros; afirmação de gênero

 

Referências

Pacagnella RC, Martinez EZ, Vieira EM. Validade de construto de uma versão em português do Female Sexual Function Index. Cad Saúde Pública. 2009. Nov;25(11):2333–44.

Kalmbach DA, Ciesla JA, Janata JW, Kingsberg SA. The Validation of the Female Sexual Function Index, Male Sexual Function Index, and Profile of Female Sexual Function for Use in Healthy Young Adults. Arch Sex Behav. 2015 Aug;44(6):1651–62.

Barcelos TMR, Ferreira CHJ, Lerri MR, Brito LGO, Sá MFS, Sá ACS, et al. Sexual function of transgender women after gender affirming surgery: A mini review. Clinical Anatomy. 2022 Jul;35(5):560–70.

Rosen, C. Brown, J. Heiman, S. Leib R. The Female Sexual Function Index (FSFI): A multidimensional self-report instrument for the assessment of female sexual function. Journal of Sex & Marital Therapy. 2000 Apr;26(2):191–208.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Disfunção sexual em sobreviventes ao câncer de mama: o impacto da terapia hormonal

 

Giulia Batista Palma, Julia Melo Rocha Xavier, Júlia Cortes Cavalcante, Juliana Pereira Campos, Elyonara Mello de Figueiredo, Mariana Maia de Oliveira Sunemi

Universidade Federal de Minas Gerais

giuliapalmafisio@gmail.com

 

Introdução: O câncer de mama é altamente incidente em mulheres no Brasil e a sobrevida tem aumentado graças ao diagnóstico precoce e avanço dos tratamentos. O tratamento envolve diversas possibilidades, como hormonioterapia, a qual reduz o estrogênio, podendo causar a Síndrome Genito-urinária da Menopausa e queixas como secura vaginal e dispareunia. Para melhorar a qualidade de vida das sobreviventes por câncer de mama é crucial explorar os efeitos adversos, incluindo disfunções sexuais (DS). Objetivos: Investigar os impactos da hormonioterapia na função sexual de mulheres em tratamento para câncer de mama. Método: Revisão de literatura empregou os termos "breast cancer", "sexual dysfunction" e "endocrine therapy", nas bases de dados PubMed e SciELO e incluiu artigos publicados nos últimos 10 anos, na língua inglesa. Dos 70 artigos encontrados, 2 foram selecionados para análise. Resultados: Total de 465 mulheres foram estudadas. Pesquisa com 278 mulheres encontrou prevalência de DS 1,6 vezes maior no grupo de mulheres tratadas com inibidores de aromatase (IA) comparado a mulheres sem tratamento hormonal, sendo que os IA foram associados com piora da função sexual mesmo quando ajustado por tipo de cirurgia, outros tratamentos adjuvantes, idade, anos desde a cirurgia e status menopausal. Outro estudo (n = 187) que comparou a função sexual de mulheres tratadas com IA versus mulheres tratadas com tamoxifeno (TAM) e controles saudáveis observou maior perda do interesse sexual no primeiro grupo, pior função vaginal e maior insatisfação geral com a vida sexual do que as demais. Enquanto que, mulheres em uso de TAM apresentaram mais dispareunia do que controles saudáveis. Conclusão: Os IA são associados à piora da função sexual e TAM à dispareunia. Diante disso, mulheres em uso de hormonioterapia necessitam de cuidados da equipe interprofissional visando melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.

Palavras-chave: câncer de mama; disfunções sexuais fisiológicas; inibidores da aromatase

 

Referências

Instituto nacional de câncer (INCA). Dados e números. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais/DSM-5. 5ed. Artmed: Porto Alegre; 2014.

Crean-Tate KK et al. Management of genitourinary syndrome of menopause in female cancer patients: a focus on vaginal hormonal therapy. Am J Obstet Gynecol. 2020;222(2):103-13.

Gandhi C et al. Sexual dysfunction in breast cancer survivors: is it surgical modality or adjuvant therapy? Am J Clin Oncol. 2019;42:500-6.

Baumgart J et al. Sexual dysfunction in women on adjuvant endocrine therapy after breast cancer. Menopause. 2013;20(2):162-8.

 

 

Atuação da fisioterapia no tratamento da dispareunia: uma revisão da literatura

 

Milena Maria Pires Marques, Jaqueline de Freitas Oliveira Ribeiro

 

Centro Universitário - FAMINAS

 

milena_marques_@hotmail.com

 

Introdução: A dispareunia é a ocorrência de dor durante ou após a relação sexual, afeta diretamente a saúde sexual, física e mental, causando depressão, ansiedade e baixa autoestima. Devido à sua etiologia multifatorial, é necessária uma abordagem multidisciplinar, os fatores musculoesqueléticos desempenham um papel importante, assim, reabilitar o assoalho pélvico é fundamental para tratar essa disfunção. Objetivo: Elaborar e analisar um levantamento bibliográfico sobre a atuação da fisioterapia no tratamento da dispareunia. Método: Trata-se de uma revisão da literatura baseada na análise de artigos científicos, indexados nos últimos 10 anos, utilizando as bases de dados BVS, SciELO, PEDro e PubMed. Foram encontrados 266 estudos, 82 foram excluídos por estarem fora do período estipulado, foram removidos 3 resultados duplicados, após análise do título e resumo 176 estudos foram excluídos por estarem fora do tema, sendo selecionados 5 artigos que se enquadravam na proposta do estudo. Resultados: A melhora do quadro de dor foi um resultado presente em todos os estudos. Através de estudos randomizados foram acompanhadas 199 mulheres com queixa de dispareunia, as técnicas aplicadas foram a massagem de Thiele, termoterapia, terapia manual, eletroterapia, fortalecimentos dos músculos pélvicos e terapia extracorpórea por ondas de choque. As intervenções duraram entre 4 e 12 semanas, 1 estudo não disponibilizou este dado, o tempo médio do atendimento foi de 35 minutos, 2 estudos não disponibilizaram os dados. Outros resultados encontrados foram a melhora da qualidade de vida, da função sexual e da função muscular do assoalho pélvico. Conclusão: A fisioterapia dispõe de diversos recursos para o tratamento da dispareunia, melhorando a dor, a função sexual e a qualidade de vida. Porém os estudos não apresentaram um consenso quanto a um protocolo específico para o tratamento, não estabelecendo quantidade e tempo do atendimento, sendo necessários novos estudos randomizados para padronização desses protocolos de tratamento.

Palavras-chave: Dispareunia; Fisioterapia; Reabilitação

 

Referências

Ghaderi F et al. Pelvic floor rehabilitation in the treatment of women with dyspareunia: a randomized controlled clinical trial. Int Urogynecol J. 2019;30:1849–55.

Hurt K et al. Extracorporeal shock wave therapy for treating dyspareunia: A prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled study. Annals of Physical and Rehabilitation Medicine. 2021;64:101545.

Pereira FS. Treinamento dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com dispareunia: um ensaio clínico randomizado. Fisioter Bras 2020;21(4):380-7.

Schwartzman R et al. Intervenção fisioterapêutica para mulheres com dispareunia: um ensaio clínico randomizado. J Sexo Conjugal. 2019;45(5):378-94.

Silva APM et al. Perineal Massage Improves the Dyspareunia Caused by Tenderness of the Pelvic Floor Muscles. Rev Bras Ginecol Obstet. 2017;39:26–30.

 

 

Área Temática: Ensino e extensão

 

 

Ignorar não funciona! Comportamento sexual inapropriado por parte do paciente (CSIP) no estágio de fisioterapia

 

Waleska Oliveira Modesto1, Kauany Beatriz Belfort das Neves2, Layna Kellen Pãozinho Campelo2, Erica Silva Martins2

 

1Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

2UNICEUMA

 

waleskaomodesto@gmail.com

 

Introdução: O comportamento sexual inapropriado por parto do paciente (CSIP) é definido como qualquer ato verbal, físico explícito, ou percebido, de natureza sexual inaceitável nos cuidados em saúde. Uma das suas principais consequências é o adoecimento físico e mental de mulheres submetidas a esse tipo de violência, em estudantes provoca diminuição na motivação para o estudo, em assistir aulas, notas mais baixas e menos atenção durantes as aulas, acarretando assim, em prejuízos em suas carreiras, tanto no presente quanto no futuro. Objetivo: Avaliar a frequência do CSIP em relação a estudantes de fisioterapia. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal, na UNICEUMA, em São Luíz, MA, com uma amostra de conveniência entre estudantes de fisioterapia atuantes na prática clínica por no mínimo seis meses, de ambos os sexos. Foi utilizado um questionário validado sobre violência sexual no trabalho. CAAE 69547423.2.0000.5084. Resultados: Um total de 93 estudantes participaram do estudo, 74 (79,6%) do sexo feminino, com uma média de idade de 23,4 ± 2,7; 51 (54,8%) estudantes relataram ter sofrido episódios de CSIP durante os estágios, sendo que 24 (47,1%) dos atendimentos não eram realizados em local privativo. Trinta e nove (76,5%) estudantes relataram que o assediador era do sexo masculino e 44 (86,3%) pacientes não apresentavam distúrbios psiquiátricos. As estratégias utilizadas para lidar com o CSIP foram: 22 (48,9%) estudantes ignoraram, 8 (17,8%) lidaram com humor, 6 (13,3%) mudaram o comportamento e a dinâmica do atendimento e apenas 1 pessoa relatou o caso ao professor. As consequências relatadas da violência foram que 39 (86,6%) estudantes tiveram sentimento de inferioridade e tristeza, 30 (66,6%) irritação e raiva, 27 (60%) ansiedade e estresse e 20 (44,4%) relataram perda da concentração. Conclusão: A magnitude das consequências do CSIP é imensurável, desta forma, são necessários mais estudos sobre prevalência e o desenvolvimento de práticas de educação e treinamentos de combate à violência.

Palavras-chave: violência sexual; saúde dos estudantes; fisioterapia

 

Referências

Johnson C, Knight C, Alderman N. Challenges associated with the definition and assessment of inappropriate sexual behaviour amongst individuals with an acquired neurological impairment. Brain Inj. 2006;20:687–93.

Cambier Z, Boissonnault JS, Hetzel SJ, Plack MM. Physical therapist, physical therapist assistant, and student response to inappropriate patient sexual behavior: results of a national survey. Phys Ther. 2018;98(9):804-14. doi: 10.1093/ptj/pzy067

Ang AYC, Cooper I, Jenkins S. Sexual professional boundaries: Physiotherapy students experiences and opinions. N. Z. J. Physiother. 2010;38:106–13.

 

 

Prevalência de doenças reumatológicas em mulheres: revisão narrativa

 

Marina Almeida de Souza, Patricia Driusso

 

Universidade Federal de São Carlos

 

marina.almeida@estudante.ufscar.br

 

Introdução: Doenças reumatológicas podem estar associadas a disfunções dos sistemas cardiovascular, osteoarticular e muscular, podendo causar limitações de atividade laborais e de vida diária afetando a qualidade de vida. Conhecer a prevalência de doenças reumatológicas em mulheres é importante para uma compreensão abrangente dessas condições e seu impacto na vida e na sociedade, contribui também para que seja desenvolvida intervenções assertivas, facilitando o diagnóstico e tratamento. Com isso, espera-se que haja um auxílio em melhorar os resultados dos cuidados de saúde e no planejamento à assistência a saúde por parte dos órgãos públicos e privados. Objetivo: Realizar análise das evidências sobre a prevalência de doenças reumatológicas em mulheres. Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa. Os termos foram pesquisados por meio dos Descritores em Ciência da Saúde (DECS) em suas equivalências em inglês na base de dado Pubmed-Medline, em maio de 2023. A estratégia de busca foi feita por meio do acrômio PECO, sendo P: mulheres, E: doenças reumatológicas, O: prevalência. Foram incluídas revisões sistemáticas e ensaios clínicos aleatorizados publicados nos últimos 10 anos, publicados em inglês, espanhol ou português. Resultados: A literatura nos indica que as doenças reumatológicas mais prevalentes na população feminina, são: Osteoporose 35,3% (95%IC: 27,9 – 43,4); Osteoartrite de joelho 4,8% (95%IC: 4,4 – 5,2); Osteoartrite de quadril 8,5% (95%IC: 4,8 – 13,1); Fibromialgia 3,9% (95%IC: 2,7 – 5,1); Lúpus Eritematoso Sistêmico 7,8% (95%IC: 0,0002 – 0,001) e Esclerose Sistêmica 2,8% (95%IC: 0,0002 – 0,0003). Conclusão: A prevalência de doenças reumatológicas na população feminina é alta, no entanto estes dados podem estar subestimados para algumas doenças, como no caso da fibromialgia. A maioria dos estudos primários de prevalência foi realizado na Europa e Estados Unidos, necessitando de dados mundiais sobre a prevalência e impacto das doenças reumatológicas sobre a qualidade de vida de mulheres acometidas.

Palavras-chave: doenças reumatológicas; prevalência; saúde da mulher

 

Referências

Kolasinski SL, Neogi T, Hochberg MC, Oatis C, Guyatt G, Block J, Callahan L, et al. American College of Rheumatology/Arthritis Foundation Guideline for the Management of Osteoarthritis of the Hand, Hip, and Knee. Arthritis Care Res (Hoboken). 2020 Feb;72(2):149-62. doi: 10.1002/acr.24131

Anupama DS, Norohna JA, Acharya KK, Ravishankar, George A. Effect of exercise on bone mineral density and quality of life among postmenopausal women with osteoporosis without fracture: A systematic review. Int J Orthop Trauma Nurs. 2020 Nov 1;39:100796.

Salari N, Darvishi N, Bartina Y, Larti M, Kiaei A, Hemmati M, Shohaimi S, Mohammadi M. Global prevalence of osteoporosis among the world older adults: a comprehensive systematic review and meta-analysis. J Orthop Surg Res. 2021 Nov 13;16(1):669. doi: 10.1186/s13018-021-02821-8

Cross M, Smith E, Hoy D, Nolte S, Ackerman I, Fransen M, et al.The global burden of hip and knee osteoarthritis: estimates from the global burden of disease 2010 study. Ann Rheum Dis. 2014 Jul;73(7):1323-30. doi: 10.1136/annrheumdis-2013-204763

Fan Z, Yan L, Liu H, Li X, Fan K, Liu Q, Li JJ, Wang B. The prevalence of hip osteoarthritis: a systematic review and meta-analysis. Arthritis Res Ther. 2023 Mar 29;25(1):51. doi: 10.1186/s13075-023-03033-7

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001e Grupo Carrefour

 

 

Relato de experiência de um grupo educativo relacionado ao assoalho pélvico feminino voltado às mulheres da comunidade

 

Leticia Maciel de Freitas

 

leticiam.f@hotmail.com

 

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

 

Introdução: Oferecer informações de qualidade acerca do assoalho pélvico (AP) proporciona melhores chances às mulheres buscarem tratamento para incontinência urinária. Apesar disso, grande parte das mulheres não recebem nenhuma informação sobre este tema e não existem políticas públicas implementadas. Objetivos: Relatar a experiência de oferecimento de um grupo educativo relacionado ao assoalho pélvico feminino, voltado às mulheres da comunidade. Método: O grupo educativo é oferecido há mais de 10 anos, como parte das atividades do estágio dos alunos do curso de fisioterapia. O grupo é composto por quatro encontros, com duração de uma hora cada. O objetivo é informar as mulheres da comunidade sobre a anatomia, funções, disfunções dos AP e opções de tratamento com foco no treinamento dos músculos do AP. São utilizados recursos didáticos variados incluindo um protótipo simulador do AP feminino, que se encontra em processo de registro de patente. Além disso, o grupo oferece atividades práticas por meio de exercícios de consciência e treinamento dos músculos do assoalho pélvico. Resultados: Em média, são oferecidas sete atividades ao ano, totalizando cerca de 55 participantes/ano. O grupo possibilita propagação de conhecimento acerca do AP feminino, favorecendo a prevenção de disfunções do AP e a busca por tratamento fisioterapêutico. Essa atividade tem possibilitado a integração de atividades de ensino e pesquisa, contribuindo para dar visibilidade aos problemas vivenciados pelas mulheres com disfunções do AP, por meio de reportagens, entrevistas, monografias, dissertações, teses e publicação de artigos científicos. Conclusão: O relato de experiência desta atividade pode contribuir servindo como um modelo norteador de atividade educativa voltada ao assoalho pélvico feminino no contexto da atenção primária à saúde, e apresenta potencial de ser assimilado dentro das políticas públicas voltadas à atenção integral à saúde da mulher.

Palavras-chave: educação em saúde; assoalho pélvico; fisioterapia

 

Referências

Fernandes ACNL, Palacios-Ceña D, Hay-Smith J, Pena CC, Sidou MF, de Alencar AL, Ferreira CHJ. Women report sustained benefits from attending group-based education about pelvic floor muscles: a longitudinal qualitative study. J Physiother. 2021 Jul;67(3):210-16. doi: 10.1016/j.jphys.2021.06.010

de Andrade RL, K, Antonio FI, Driusso P, Mateus-Vasconcelos ECL, Ramos S, Julio MP, Ferreira CHJ. An education program about pelvic floor muscles improved women's knowledge but not pelvic floor muscle function, urinary incontinence or sexual function: a randomised trial. J Physiother. 2018 Apr;64(2):91-96. doi: 10.1016/j.jphys.2018.02.010

de Freitas LM, K, Fernandes ACNL, Uechi N, Duarte TB, Ferreira CHJ. Pelvic floor muscle knowledge and relationship with muscle strength in Brazilian women: a cross-sectional study. Int Urogynecol J. 2019 Nov;30(11):1903-1909. doi: 10.1007/s00192-018-3824-y

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Fisioterapia na Saúde da Mulher: conhecimento dos discentes da área da saúde

 

Gabriela Favorido de Carvalho, Leda Tomiko Yamada da Silveira, Ana Claudia Germani, Elizabeth Alves Ferreira

 

Universidade de São Paulo

 

gabrielafavorido@gmail.com

 

Introdução: O desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a atuação da Fisioterapia na Saúde da Mulher (FSM) pode prejudicar o encaminhamento e tratamento global da paciente. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos alunos da saúde sobre a atuação da FSM, e se este está associado aos cursos e anos de graduação. Métodos: Estudo transversal, método survey para estudantes da saúde da Universidade de São Paulo, sobre a atuação da FSM. Realizou-se análise descritiva, com associações feitas por teste qui-quadrado e regressão logística (p = 0,05). Parecer Número 4.863.697. Resultados: Participaram 208 discentes: Enfermagem (12%), Fisioterapia (20%), Fonoaudiologia (12%), Medicina (18%), Nutrição (11%), Psicologia (11%), Saúde Pública (8%) e Terapia Ocupacional (8%), de diversos anos da graduação: primeiro (31%), segundo (17%), terceiro (16%), quarto (20%), quinto (14%) e sexto (2%). A mediana de idade foi 21,5 (20,0 - 24,0) anos, sendo 77,4% mulheres e 68,3% brancos. As respostas foram analisadas de forma dicotômica (resposta correta versus incorreta, incompleta ou “não sei”) para os tópicos: Incontinência Urinária: 26% versus 74%; Bexiga Hiperativa: 25% versus 75%; Prolapso: 13% versus 87%; Obstetrícia: 43% versus 57%; Mastologia: 19% versus 81%; Disfunção Sexual: 33% versus 67%. Dessas, 27% das respostas gerais foram consideradas corretas. Houve associação entre a porcentagem de respostas corretas com os cursos e ano da graduação, exceto para Incontinência Urinária. A chance de acertar foi 3 vezes maior quando a Fisioterapia foi abordada nas aulas [OR = 2,96 (1,6-5,6), 96% respondeu que interdisciplinaridade auxilia no raciocínio clínico para o tratamento global do paciente e gostaria de ter mais conteúdos interdisciplinares. Conclusão: Alunos dos cursos da saúde possuem pouco conhecimento sobre a atuação da FSM, sendo este associado ao curso e ao ano de graduação.

Palavras-chave: Palavras-chave: saúde da mulher; educação interprofissional; conhecimento.

 

Referências

Mazzali L, Nascimento GR. Análise do tratamento fisioterapêutico na diminuição da dor durante o trabalho de parto normal. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde. 2008;XII(1):7-17.

Mcdowell D, Gobert D. Patient Access to Pelvic Floor Dysfunction Physical Therapy: Challenging Trends to Adequate Patient Care. Medical Research Archives. 2020;8(4). doi: https://doi.org/10.18103/mra.v8i4.2078

Rocha MMA. Papel do fisioterapeuta na área de saúde materno-infantil: em busca da dignificação de uma área profissional. [Dissertação]; 2014.

Van Diggele C, Roberts C, Burgess A, Mellis C. Interprofessional education: tips for design and implementation. BMC Med Educ. 2020 Dec 3;20(Suppl2):455. doi: 10.1186/s12909-020-02286-z

Davisson L, Nuss M, Cottrell S. Women's Health Curriculum for Internal Medicine Residents: Development, Implementation, and Evaluation. J Grad Med Educ. 2010 Sep;2(3):398-403. doi: 10.4300/JGME-D-09-00069.1

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

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Fisioterapia na gestão em saúde relacionada ao ciclo gravídico-puerperal: relato de experiência da participação no PET-saúde com a temática gestão e Assistência 2022/2023

 

Ana Cristina de Oliveira Novaes1, Elisa Aparecida Gomes de Souza1, Inaê Lima Vaccari Sant’anna1, Marjorie Toledo Nogueira1, Rafaela Zandonadi Souza2, Meyrielle Belotti1, Néville Ferreira Fachini de Oliveira1

 

1Universidade Federal do Espírito Santo

2Secretaria Municipal de Saúde de Vitória

 

anacristina_on@hotmail.com

 

Introdução: A gestão em saúde é uma temática que tem sido discutida entre profissionais, população geral e gestores. A fisioterapia possui, em sua diretriz curricular, a competência de gestão em saúde e pode atuar nesse campo, no entanto, este mercado é pouco explorado na graduação. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) em seu edital 2022-2023 trouxe como temática a assistência e gestão e o município de Vitória por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) estabeleceu a realização de atividades vinculadas ao ciclo gravídico-puerperal. Objetivos: Descrever um relato de experiência sobre a participação da Fisioterapia na gestão em saúde no ciclo gravídico-puerperal. Método: Trata-se de um relato de experiência de graduandas de Fisioterapia da UFES em vivência interprofissional com uma graduanda da Terapia Ocupacional, na SEMUS de Vitória, de agosto/2022 a julho/2023, que participaram do grupo tutorial de gestão do PET-Saúde (edital 2022/2023). Resultados: As graduandas realizaram diversas atividades sobre a gestão: capacitação acerca dos sistemas de informação em saúde, estudo do programa de financiamento da atenção primária por meio dos indicadores de saúde relacionados à temática do Programa Previne Brasil, organização dos processos de trabalho e treinamento dos profissionais de saúde sobre as plataformas de saúde e registros profissionais. Conclusão: A atuação da fisioterapia no PET-Saúde Gestão mostrou-se relevante especialmente na formação profissional. As graduandas vivenciaram estratégias de gestão o que proporcionou maior entendimento do papel dos gestores e importância do serviço para a assistência. Além disso, foi possível fomentar a inclusão da fisioterapia nos serviços de gestão em saúde. Espera-se que, por meio dessa experiência, a gestão do trabalho em saúde possa ser ampliada para outros cargos e disseminado durante a graduação.

Palavras-chave: gestão em saúde; fisioterapia; ensino; saúde da mulher

 

Referências

Ameida KM, Avena RP. Contribuição da formação acadêmica em gestão: desafios do Fisioterapeuta para atender às demandas do mercado de trabalho. Braz J. Development. 2020; 6(8):55974-7. doi:10.34117/bjdv6n8-130

Brasil. Conselho Nacional de Educação Superior. Resolução CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia; 2002.

COFFITO. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Formação Acadêmica e Profissional.

 

Agradecimentos: Secretaria Municipal de Saúde, Vitória/ Espirito Santo e Universidade Federal do Espírito Santo pelo apoio institucional. Este trabalho foi financiado pelo Ministério da Saúde por meio de bolsas PET/Saúde.

 

 

MaternAção: experiência de programa de extensão em fisioterapia na saúde materna

 

Ester Pereira Dezan Martins Gonçalves, Cristiane Kilian, Júlia Cardoso Teotônio da Silva, Bárbara Farias Martins Rabello, Natália Aguiar, Jaqueline Silva De Oliveira Zanatta, Gesilani Júlia da Silva Honório

 

Universidade do Estado de Santa Catarina

 

ester.pdmg@gmail.com

 

Introdução: O Programa de Extensão MaternAção - Fisioterapia na Saúde Materna está vinculado ao Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), iniciando suas atividades início de 2023. Desenvolve ações com o objetivo principal de avaliar e oferecer atendimento fisioterapêutico à mulher durante o ciclo gravídico-puerperal. O Programa MaternAção possui três projetos vinculados: MaternAção Ambulatorial; MaternAção Hospitalar; e MaternEducAção. Objetivo: Descrever os atendimentos e experiências do Programa MaternAção. Métodos: Relato de experiência das atividades realizadas no Programa MaternAção (CEFID/UDESC). As atividades contemplaram assistência à gestantes e puérperas, encontros para discussão de casos e capacitação dos profissionais e acadêmicos envolvidos nos atendimentos. Resultados: Ao todo, foram realizadas 14 avaliações iniciais, sendo oito gestantes e seis puérperas. Das gestantes, duas procuraram o serviço com o objetivo de se prepararem para o parto vaginal, uma para melhora do condicionamento físico, quatro para tratamento da incontinência urinária (IU) e uma para melhorar postura e desconfortos decorrentes da gestação. Das puérperas, a principal queixa foi IU, prolapso de órgãos pélvicos e diástase abdominal. As atividades desenvolvidas incluíram avaliação inicial, reeducação postural, exercícios respiratórios, reabilitação abdominal e do assoalho pélvico, e orientações a respeito do período gestacional, trabalho de parto, amamentação e puerpério. Os atendimentos foram conduzidos por acadêmicas do curso de graduação e pós-graduação em fisioterapia e fisioterapeutas voluntárias, sob supervisão da professora coordenadora. Os atendimentos ocorreram em ambiente ambulatorial, semanalmente ou quinzenalmente de acordo com a necessidade. Ao todo, foram desenvolvidos 30 atendimentos no semestre. Conclusão: As mulheres atendidas até o momento tiveram benefícios sobre sua saúde durante o ciclo gravídico-puerperal, compreendendo melhor as modificações do período e reduzindo queixas. Além disso, as acadêmicas e fisioterapeutas aprimoraram sua prática clínica e construção profissional, tendo o programa consonância com a abordagem extensionista a que se destina.

Palavras-chave: gestantes; puérperas; fisioterapia

 

Referências

Woodley S et al. Pelvic floor muscle training for preventing and treating urinary and faecal incontinence in antenatal and postnatal women. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2021;3: 1-220.

Khorasani F et al. Physiotherapy and pelvic floor muscle exercises for the prevention and treatment of pregnancy-related pelvic floor dysfunctions: a systematic review and meta-analysis. International Journal of Women's Health and Reproduction Sciences. 2019;8(2):125-32.

Keil MJ, et al. Fisioterapia em obstetrícia pelos olhos das gestantes: um estudo qualitativo. Fisioterapia em Movimento. 2022;35:1-7.

 

 

Projeto de Extensão “Abordagem Fisioterapêutica na Saúde da Mulher” na formação acadêmica: um relato de experiência das graduandas integrantes

 

Ana Cristina de Oliveira Novaes, Sandy Christina Silva, Jussiara Freitas Ferraz Pereira, Kemily Vasconcelos Armondes da Silva, Marjorie Toledo Nogueira, Flávia Azevedo de Brito, Néville Ferreira Fachini de Oliveira

 

Universidade Federal do Espírito Santo

 

anacristina_on@hotmail.com

 

Introdução: A extensão universitária tem como responsabilidade a disseminação do conhecimento gerado na instituição de ensino superior para a sociedade, com propósito de desenvolvimento da nação, podendo ser capaz de contribuir significativamente para a mudança da sociedade e deve ser ofertada de forma obrigatória a partir de 2023. O projeto "Abordagem Fisioterapêutica na Saúde da Mulher" (PROEFISM) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) tem como objetivo oferecer cuidado em saúde a mulheres da comunidade, mas também promover vivência prática a discentes da especialidade de Fisioterapia na Saúde da Mulher (FISM), que tem robustez científica, sendo primeira linha para prevenção e tratamento de diversas incapacidades que acometem as mulheres. Objetivos: Relatar a experiência de graduandas integrantes do PROEFISM/UFES na perspectiva da formação acadêmica. Método: Trata-se de um relato de experiência de cinco graduandas do Curso de Fisioterapia da UFES integrantes do projeto de extensão PROEFISM no período entre setembro/2022 a julho/2023. Resultados: Foi possível vivenciar a prática de diversos conteúdos discutidos na disciplina de FISM e cenários de assistência em saúde: 1. assistência fisioterapêutica em nível hospitalar (Hospital Universitário Antônio Cassiano de Moraes - HUCAM) e ambulatorial (ambulatório de uroginecologia do HUCAM e Clínica Escola Interprofissional em Saúde da UFES); 2. educação em saúde por meio de produção e entrega de cartilhas; 3. avaliação, planejamento e intervenções fisioterapêuticas nas diversas condições de saúde de mulheres. Conclusão: A participação no projeto de extensão PROEFISM representou grande relevância para as graduandas integrantes e impacto positivo na formação. Foi possível ampliar as oportunidades de aprendizado da prática profissional que é ofertada de forma insuficiente na graduação, por meio da vivência de assistência fisioterapêutica a mulheres da comunidade, promovendo mais segurança para a prática profissional.

Palavras-chave: ensino; relações comunidade-instituição; especialidade de fisioterapia; saúde da mulher

 

Referências

Brasil. Plano Nacional de Extensão Universitária. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e SESu / MEC, 2001.

Brasil. Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024 e dá outras providências.

Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher. Ensino em Fisioterapia na Saúde Mulher, 2021.

 

Agradecimentos: Hospital Universitário Antônio Cassiano de Moraes e a Clínica Escola Interprofissional de Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) pelo apoio institucional. Este trabalho foi financiado pela UFES por meio de bolsa de extensão PIBEX da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX/UFES).

 

 

“Diversifica, Lafism! Como eu, enquanto fisioterapeuta, posso contribuir para minimizar as barreiras ao acesso a serviços de saúde de qualidade?”

 

Ana Luiza Ferreira de Castro, Júlia Marques Rodrigues, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Elyonara Mello de Figueiredo, Giulia Batista Palma, Bárbara De Melo Bicalho

 

Universidade Federal de Minas Gerais

 

ninhaluiza123@gmail.com

 

Introdução: A Liga Acadêmica de Fisioterapia na Saúde da Mulher- LAFISM, filiada à UFMG, é uma entidade sem fins lucrativos que trabalha junto à comunidade científica e universitária, com vistas à promover acesso à temas relevantes e atuais. Semestralmente, diretoria e ligantes elegem temas a serem abordados nas palestras e atividades - capacitações ou ações de extensão. Objetivos: No primeiro semestre de 2023, o objetivo foi compreender as demandas das minorias sociais frente aos atendimentos da fisioterapia na saúde da mulher e o acesso à saúde. Métodos: foram realizadas 8 palestras onlines, com profissionais de referência nas áreas, abordando o atendimento fisioterapêutico à população LGBTQIA+, à mulheres vítimas de violência sexual, com deficiência, quilombolas e aquelas reclusas em unidades prisionais. Além disso, foi realizada uma capacitação presencial sobre a relação entre a biomecânica da dança e estados emocionais, com enfoque em saúde mental. Resultados: Dados apresentados pelos palestrantes evidenciaram a restrição de acesso à saúde das minorias. Foram apontadas adversidades, tais como desconhecimento de terminologias, de condições de saúde e dificuldade de comunicação, e escassez de profissionais capacitados para ofertar adequada assistência para esta população. A adesão dos ligantes foi alta e a maioria apresentava pouco ou nenhum conhecimento sobre os temas. A capacitação despertou reflexões sobre a importância do movimento com propósito visando não só melhora funcional, mas também sobre o estado emocional. Conclusão: Nota-se um despreparo profissional e escassez de recursos para atender às minorias sociais, demonstrando a necessidade de uma formação mais ampliada para os profissionais e estudantes da área da saúde, que reduza as barreiras de acesso e promova o direito à saúde de qualidade.

Palavras-chave: assistência integral à saúde; fisioterapia na saúde da mulher; saúde das minorias

 

Referências

Biz MCP, Chun RYS. Operationalization of the International Classification of Functioning, Disability and Health, ICF, in a specialized rehabilitation center. Codas. 2019 Oct 28;32(2):e20190046. Erratum in: Codas. 2019 Dec 13;32(2):e20190085.

Coimbra Jr CEA, Santos RV. Saúde, minorias e desigualdade: algumas teias de inter-relações, com ênfase nos povos indígenas no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. 2020;5(1):125–32.

Higa R, Mondaca ADCA, Reis MJ, Lopes MHBM. Atendimento à mulher vítima de violência sexual: protocolo de assistência de Enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2008;42(2):377–82.

 

 

Relato de experiência do ensino da fisioterapia em saúde da mulher para graduação

 

Luciana Mamede Gomes, Maria Eduarda Oliveira da Silva, Ana Clara M. S. Cruz, Lara Brandão Silva Barcellos

 

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

 

mamede2010@gmail.com

 

Introdução: As diretrizes de ensino ressaltam a humanização na formação profissional em saúde. Na graduação de fisioterapia o ensino sobre saúde da mulher (SDM) justifica-se pela maioria populacional feminina, demandando assistência interprofissional à saúde. O ensino desta área na fisioterapia pautado nas evidências científicas, pesquisa, extensão, centrado na paciente e políticas públicas, requer métodos ativos. Objetivos: relatar a experiência de ensino humanizado de fisioterapia em SDM para a graduação, e estratégias pedagógicas utilizadas. Método: Relato de experiência de caráter descritivo, sobre o ensino humanizado da fisioterapia em SDM, e as estratégias pedagógicas utilizadas, na graduação de instituição de ensino público no Rio de Janeiro, nos últimos 5 anos. A disciplina apresenta conteúdo 50% prático, em consonância com a Resolução nº 401 de 2011 da especialidade em SDM, e recomendações de ensino da Associação Brasileira de Fisioterapia na Saúde da Mulher (ABRAFISM). O estágio na clínica escola (CE) abrange todas as subáreas da resolução. Múltiplas estratégias pedagógicas despertam o interesse do acadêmico, dentre elas, liga acadêmica, monitoria, visitas na CE, treinamento prático entre pares e projetos de extensão. O processo de sensibilização inicia com depoimentos de acadêmicas veteranas, sobre a relevância da área e do treinamento prático. Utiliza-se sala invertida, pontuação para artigos discutidos. Visitas na CE para observar tratamentos das pacientes e seus depoimentos, devidamente consentidos. A liga acadêmica oferta discussão científica e workshop. Conteúdos práticos são ministrados continuamente e há treino do exame ginecológico entre pares, sob supervisão docente, respeitando adesão voluntária, privacidade, e termo de consentimento. A avaliação é processual, incluindo casos clínicos reais com simulação de atores, e presença na monitoria. No estágio são ofertados treinamentos práticos e monitoria. Percebe-se resultados na segurança, habilidades técnicas e manuais, autonomia, protagonismo e humanização das acadêmicas para a condução do tratamento e satisfação das pacientes. Vale ainda ressaltar que há adesão integral nas aulas práticas.

Palavras-chave: fisioterapia; saúde da mulher; ensino.

 

Referências

Andrade C et al. O Role Playing como estratégia de ensino-aprendizagem em curso técnico de enfermagem. Brazilian Journal of Development. 2020;7.

CNE. Resolução CNE/CES 4/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 11.

COFFITO. Resolução nº 401 de 18 de Agosto de 2011. Dispõe sobre a Disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia na Saúde da Mulher e dá outras providências. Brasília: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 2011.

Ferreira CHJ et al. Ensino em fisioterapia na saúde mulher: Orientações e esclarecimentos da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM). 1 ed. Belém: Associação Brasileira de Fisioterapia em saúde da mulher, 2021.

 

 

A importância da inserção e participação de uma liga acadêmica de fisioterapia em saúde da mulher: relato de experiência

 

Rayssa Vieira Tavares, Luana Cristhian Moura Lascosky, Jaissa de Jesus Oliveira, Raquel Coutinho Luciano Pompermayer

 

EMESCAM

 

rayssa.tavares@edu.emescam.br

 

Introdução: As Ligas acadêmicas são corporações sem fins lucrativos criadas por discentes e docentes com interesse de aprimorar e proporcionar conhecimento, pesquisa e extensão em determinada área. Objetivo: Descrever a percepção de diretores de uma liga de fisioterapia em saúde da mulher, acerca da importância da inserção no meio acadêmico e participação de discentes em ligas acadêmicas. Métodos: A liga de fisioterapia em saúde da mulher da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM (LAFEM) foi fundada em junho de 2022 e continua operando desde então. Sua diretoria inicial de 12 alunos expandiu-se para incluir 5 ligantes por meio de processo seletivo. As reuniões ocorriam a cada 15 dias. A diretoria atuou como organizadora e participante, selecionando temas, convidando palestrantes, gerenciando documentação, divulgando encontros, definindo datas e locais para as reuniões, comunicando decisões aos membros, promovendo a escrita científica e incentivo à participação. Tudo voltado para a saúde integral da mulher, destacando o papel da fisioterapia. Resultados: Evidencia-se o importante papel da LAFEM no desenvolvimento profissional de discentes e docentes, tendo em vista, que a liga proporciona a aplicação da teoria na prática, por meio de palestras e visitas a instituições de saúde feminina, como hospitais, maternidades e ambulatórios. Após um ano de funcionamento da liga, é notório a adesão dos alunos quanto a liga, pois a partir do segundo processo seletivo há ativamente 27 alunos (diretores e ligantes) na participação da LAFEM, a orientadora permanece a mesma, enquanto uma nova coorientadora foi incluída, ambas profissionais da área de saúde da mulher. A liga mantém seu foco em ensino-pesquisa-extensão. Conclusão: Conclui-se que, a liga oferece experiências enriquecedoras, produções científicas, networking e desenvolvimento de competências, estendendo para estudantes e professores vínculos interpessoais dentro e fora da instituição, ampliando as chances de uma carreira profissional bem-sucedida.

Palavras-chave: estudantes; fisioterapia

 

 

Área Temática: Ginecologia

 

 

A dor lombar está associada a dismenorreia primária? estudo transversal com mulheres brasileiras

 

Pâmela Calixto, Mariana Arias Avila, Caren Beatriz Firão, Patricia Driusso

 

Universidade Federal de São Carlos

 

pamelacalixto@estudante.ufscar.br

 

Introdução: A Dismenorreia Primária (DP) é uma condição ginecológica, que consiste em um quadro doloroso na região pélvica relacionado ao período menstrual e que acomete entre 50 a 90% das mulheres em período reprodutivo. A DP é associada a fatores tais como mal-estar, enjoo, enxaqueca, dor muscular, entre outros. A dor lombar é um dos problemas de saúde mais frequentes globalmente, sendo uma das queixas mais comuns entre as mulheres. Objetivos: Este estudo buscou verificar a associação entre a DP e a dor lombar em mulheres brasileiras. Métodos: Foi realizada uma pesquisa transversal com mulheres brasileiras, por meio de um questionário online. A DP foi avaliada pela Escala Numérica de Dor (END) sendo classificada 0 (sem dor), 1 a 3 (dor leve), 4 a 6 (dor moderada) e 7 a 10 (dor severa), enquanto a dor lombar foi avaliada por autorrelato de dor lombar. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética de pesquisa da instituição (CAAE 63941722.0.0000.5504). Foi analisada a associação entre DP e dor lombar, por meio do teste qui-quadrado no programa estatístico SPSS, sendo adotado um nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliadas 989 mulheres, das quais 90,7% relataram dor menstrual (9,1% sem dor, 24,5% leve, 30,7% moderada, e 35,3% severa), com intensidade média de 4,8±2,8. Houve associação significativa entre a dor lombar e a DP (p < 0.001), sendo que 10%, 18,5%, 24,8% das mulheres com DP leve, moderada e severa, respectivamente, apresentaram dor lombar. Conclusão: Nosso estudo conclui que existe uma associação entre DP e dor lombar em período menstrual.

Palavras-chave: menstruação; dismenorreia; fisioterapia; saúde da mulher

 

Referências

Schoep ME, Nieboer TE, van der Zanden M, Braat DDM, Nap AW. The impact of menstrual symptoms on everyday life: a survey among 42,879 women. Am J Obstet Gynecol. 2019 Jun;220(6):569.e1-569.e7. doi: 10.1016/j.ajog.2019.02.048

Oliveira RF. Prevalência de dismenorreia e sintomas menstruais em mulheres brasileiras: estudo transversal. Dissertação [Mestrado]. Universidade Federal de São Carlos; 2021.

Fernández-Martínez E, Onieva-Zafra MD, Parra-Fernández ML. Lifestyle and prevalence of dysmenorrhea among Spanish female university students. PLoS One. 2018 Aug 10;13(8):e0201894. doi: 10.1371/journal.pone.0201894

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Caracterização do uso de medicamentos em mulheres com dismenorreia primária

 

Jéssica Cordeiro Rodrigues, Mariana Arias Avila, Patricia Driusso

 

Universidade Federal de São Carlos

 

jessica.rodrigues@estudante.ufscar.br

 

Introdução: A dismenorreia primária (DP) é uma condição ginecológica caracterizada por dores na região do abdômen antes ou durante o período da menstruação na ausência de doença pélvica. Algumas intervenções medicamentosas são recomendadas para o tratamento da DP, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e os contraceptivos hormonais. Objetivo: Caracterizar as intervenções medicamentosas utilizadas por mulheres com DP. Métodos: Estudo transversal, de dados secundários, de um ensaio clínico randomizado realizado no Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Participaram do estudo 174 mulheres com idade superior a 18 anos, nulíparas, com ciclo menstrual regular e com dor igual ou maior a 4 pontos na Escala Numérica da Dor (END). As informações sobre as intervenções medicamentosas utilizadas para a DP foram coletadas 24 horas antes até 72 horas depois do primeiro dia da menstruação. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 16530619.3.0000.5504). Resultados: A idade média das participantes foi de 25,6 ± 5,8 anos e a média de dor foi de 7,2 ± 1,5 pontos. Mais da metade das participantes (72,4%) utilizava AINEs para o tratamento da DP, sendo que 37,8% utilizavam mais de um tipo de AINEs. A média de comprimidos utilizados pelas participantes do estudo foi de 2,37 ± 1,4. Os contraceptivos hormonais por método oral com estrogênio e progesterona combinados foram utilizados por 13,7% das participantes. Conclusão: Muitas mulheres recorrem ao uso de medicamentos para o tratamento da DP. O alto consumo de medicamentos sugere que esta condição afeta a qualidade de vida das mulheres, que buscam maneiras de aliviar a dor e desconforto associados à cólica menstrual. Métodos não farmacológicos para alívio da dor menstrual devem ser amplamente divulgados para a população feminina.

Palavras-chave: dismenorreia; uso de medicamentos; saúde da mulher.

 

Referências

Rodrigues JC, Avila MA, Driusso P. Transcutaneous electrical nerve stimulation for women with primary dysmenorrhea: Study protocol for a randomized controlled clinical trial with economic evaluation. PLoS One. 2021 May 20;16(5):e0250111. doi: 10.1371/journal.pone.0250111

Burnett M, Lemyre M. No. 345-Primary Dysmenorrhea Consensus Guideline. J Obstet Gynaecol Can. 2017 Jul;39(7):585-595. doi: 10.1016/j.jogc.2016.12.023

Marjoribanks J, Ayeleke RO, Farquhar C, Proctor M. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs for dysmenorrhoea. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Jul 30;2015(7):CD001751. doi: 10.1002/14651858.CD001751.pub3

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2019/14672-7

 

 

Prática baseada em evidência: conhecimento dos fisioterapeutas em saúde da mulher sobre a estimulação elétrica nervosa transcutânea no tratamento não farmacológico da dismenorreia primária

 

Jéssica Cordeiro Rodrigues1, Ana Jéssica dos Santos Sousa2, Jordana Barbosa da Silva3, Patricia Driusso1

 

1Universidade Federal de São Carlos

2Universidade Federal do Ceará

3Universidade Federal do Paraná

 

jessica.rodrigues@estudante.ufscar.br

 

Introdução: A Prática Baseada em Evidência (PBE) é uma abordagem composta pelo uso das evidências científicas, a experiência profissional e a preferência do paciente. A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) é considerada um método não farmacológico eficaz no tratamento da Dismenorreia Primária (DP). Objetivo: Investigar o conhecimento de fisioterapeutas brasileiros relacionado à PBE e a TENS no tratamento não farmacológico da DP. Método: Estudo transversal realizado no Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os pesquisadores criaram um questionário semiestruturado e autoaplicável disponibilizado via Google Forms para avaliar as características sociodemográficas, acadêmicas e profissionais dos fisioterapeutas, assim como o conhecimento relacionado à PBE e a TENS. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 31374820.7.0000.5504). Resultados: Trinta fisioterapeutas brasileiros foram incluídos nesta pesquisa. Todos eram mulheres e 43,3% pertenciam a faixa etária de 20 a 29 anos. A maior parte dos profissionais (93,3%) respondeu que a sua tomada de decisão terapêutica é pautada pela PBE. No entanto, a interpretação da análise estatística (40,0%) e o idioma do artigo científico (40,0%) foram considerados barreiras para incorporar a PBE. Vinte e quatro profissionais (80,0%) utilizavam a TENS para o tratamento da DP, sendo que 56,6% utilizavam a TENS de baixa frequência e 23,3% utilizavam a TENS de alta frequência. Estudos sugerem que a TENS de alta frequência é mais eficaz no tratamento da DP do que a TENS placebo, enquanto a TENS de baixa frequência pode não ser mais eficaz do que a TENS placebo. Conclusão: Fisioterapeutas apresentam algumas barreiras que podem dificultar a interpretação e implementação das evidências científicas disponíveis sobre a TENS no tratamento não farmacológico da DP, e mais da metade dos fisioterapeutas desta pesquisa utilizaram TENS de baixa frequência, que não apresenta eficácia de acordo com as evidências científicas disponíveis.

Palavras-chave: dismenorreia; prática clínica baseada em evidências; fisioterapia; saúde da mulher

 

Referências

da Silva TM, Costa LCM, Garcia AN, Costa LO. What do physical therapists think about evidence-based practice? A systematic review. Man Ther. 2015 Jun;20(3):388-401. doi: 10.1016/j.math.2014.10.009

Rodrigues JC, Avila MA, Driusso P. Transcutaneous electrical nerve stimulation for women with primary dysmenorrhea: Study protocol for a randomized controlled clinical trial with economic evaluation. PLoS One. 2021 May 20;16(5):e0250111. doi: 10.1371/journal.pone.0250111

Arik MI, Kiloatar H, Aslan B, Icelli M. The effect of TENS for pain relief in women with primary dysmenorrhea: A systematic review and meta-analysis. Explore (NY). 2022 Jan-Feb;18(1):108-113. doi: 10.1016/j.explore.2020.08.005

Proctor ML, Smith CA, Farquhar CM, Stones RW. Transcutaneous electrical nerve stimulation and acupuncture for primary dysmenorrhoea. Cochrane Database Syst Rev. 2002;2002(1):CD002123. doi: 10.1002/14651858.CD002123

 

Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2019/14672-7

 

 

Assoalho pélvico, qualidade de vida, função e COVID-19 em mulheres

 

Natacha Machado Costa, Isabela Sousa Morais, Isadora Savi, Lígia Maria Canellas Tropiano, Marilia Rezende Callegari, Gisela Rosa Franco Salerno

 

Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

natacha_m99@outlook.com

 

Introdução: A Síndrome respiratória aguda grave causada pelo Coronavírus 2 (SARS-CoV-2) determinou o cenário de pandemia global, em março de 2020, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) devido às altas taxas de morbidade e mortalidade. No entanto, ainda não existem dados exatos sobre os indivíduos que desenvolveram complicações prolongadas sendo evidente que instituições de saúde estabeleçam serviços de saúde e reabilitação para minimizar os impactos socioeconômicos. Objetivo: Sendo assim, foi objetivo dessa pesquisa avaliar sintomas prolongados e/ou sequelas relacionadas ao sistema uroginecológico feminino, alterações na qualidade de vida e função corporal, força muscular e a presença da fadiga. Método: Desta forma foi realizado um estudo observacional, transversal, descritivo para avaliação das complicações secundárias pós-COVID-19 em mulheres (CAEE: 55821422.5.0000.0084) que tiveram Covid comparando ao grupo controle. As participantes foram avaliadas por meio de equipe especializada utilizando testes específicos que focaram na qualidade de vida, atividades funcionais, fadiga, perda de massa muscular, satisfação sexual e presença de sintomas urinários persistentes pós-Covid. Resultados: Como resultados foi observado que o grupo Covid apresentou peso médio maior, classificando como sobrepeso, massa muscular se alterou de forma importante, qualidade de vida não se alterou, as atividades de trabalho foram mais impactadas, a locomoção foi a mais alterada, a fadiga foi um dado bem observado, além de apresentar alterações na satisfação sexual e o sintoma urinário não foi um problema encontrado comparado ao grupo controle. Conclusão: Concluindo que a Covid causou sintomas longos na mulher, necessitando por sua vez de atendimentos especializados e em longo prazo para a minimização dos danos futuros.

Palavras-chave: COVID-19; distúrbios do assoalho pélvico; sexualidade

 

Referências

Boller S et al. A prevenção da incontinência urinária no contexto da pandemia da Covid-19: Ações educativas de uma Liga Acadêmica de Enfermagem. Extensão em Foco. 2021;23.

Brilhante M. Isolamento social devido a SARS-COV-2: impacto nas disfunções do assoalho pélvico. 2021. [Dissertação]. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Norte; 2021.

Kropf SP, Lopes TC, Cerqueira E, Valente PA, Lima ALS, Souto EP, Bermudez L, Almeida BA, Pimenta DN, Melo CPL. A Fiocruz no tempo presente: ciência, saúde e sociedade no enfrentamento da pandemia de Covid-19. In: Matta GC, Rego S, Souto, EP and Segata J. Os impactos sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia. Rio de Janeiro: Observatório Covid 19; Editora fiocruz; 2021, pp.197-208.

Pitanga FJG et al. Inatividade física, obesidade e COVID-19: perspectivas entre múltiplas pandemias. Revista Brasileira de Atividade Física. 2020.

 

 

Estudo de confiabilidade inter e intra-avaliadores e validade do dispositivo Dualpex Plus™ em mulheres com incontinência urinária

 

Daniela Fantin Carro, Leda Tomiko Yamada da Silveira; Adriana Claudia Lunardi, Débora Françoes Porto, Thais Naomi Sawada, Jorge Haddad, Elizabeth Alves Ferreira

 

Universidade de São Paulo

 

daniela.carro@fm.usp.br

 

 

Introdução: A manometria, método objetivo de avaliação dos músculos do assoalho pélvico (MAP), pode ser realizada com o Peritron™ (Pr), que tem adequada confiabilidade intra e inter-avaliador, mas é um equipamento importado de difícil aquisição. O aparelho Dualpex Plus™ (DP) é um eletroestimulador e biofeedback de pressão produzido no Brasil que não teve suas propriedades de medida testadas. Objetivo: Testar a confiabilidade inter e intra-avaliadores e a validade do DP em mulheres com IU. Métodos: Foram avaliadas 76 mulheres (20 a 65 anos) com diagnóstico de IU de esforço. Parecer Comitê de Ética 3.373.832. A manometria foi realizada com o Pr e o DP, em ordem aleatória, com intervalo de 5 minutos. O DP foi aplicado novamente no mesmo dia por um segundo avaliador e após uma semana, pelo primeiro avaliador. Foi comparada a percepção, intensidade da contração e conforto com cada dispositivo (nota de 0 a 5), pelo teste qui-quadrado. A confiabilidade inter e intra-avaliadores foi testada pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com intervalo de confiança de 95% (IC95%), a validade pela correlação de Pearson (r) entre Pr e DP. Os valores obtidos com cada aparelho foram comparados pelo Teste T pareado. Resultados: confiabilidade inter-avaliadores: CCI = 0,85, IC95% 0,76-0,91; intra-avaliadores: CCI = 0.92, IC95% 0,83-0,96; validade: r = 0,83 (p < 0,001). Pressão de contração mensurada foi diferente entre Pr e DP: 34,9 ± 21,2 vs. 17,6 ± 12,2, p < 0,001. O conforto foi maior com DP que o Pr: 4,4 ± 1,0 vs. 3,5 ± 1,4, p < 0,001. Conclusão: O DP mostrou confiabilidade inter e intra-avaliadores adequada e correlação forte e positiva com o Pr. Os valores de pressão de contração dos MAP obtidos com o DP e o Pr foram significativamente diferentes. O DP foi considerado mais confortável do que o Pr.

Palavras-chave: incontinência urinária por estresse; assoalho pélvico; estudo de validação

 

Referências

Frawley HC et al. Reliability of pelvic floor muscle strength assessment using different test positions and tools. Neurourol Urodyn. 2006;25:236-42.

Rahmano N, Mohseni-Bandpei MA. Application of perineometer in the assessment of pelvic floor muscle strength and endurance: A reliability study. Journal of Bodywork & Movement Therapies. 2011;15: 209-214.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Avaliação da periodicidade para limpeza do pessário vaginal no tratamento do prolapso de órgão pélvico: ensaio clínico randomizado

 

Geovanna Giorgenon, Letícia Martinelli Galhardo, Marina Rótoli da Silva, Ana Paula Corrêa Dias, Camila Carvalho de Araújo, Luiz Gustavo Oliveira Brito, Cassia Raquel Teatin Juliato

 

Universidade Estadual de Campinas

 

geevolta@gmail.com

 

Introdução: O pessário vaginal é uma alternativa de tratamento conservador para o prolapso de órgãos pélvicos (POP) com alta efetividade e melhora da qualidade de vida. Entretanto, o uso desse dispositivo pode estar associado a efeitos adversos, como aumento da secreção vaginal, ulcerações e evoluir para condições graves como fístulas. A frequência de higienização do dispositivo pode estar relacionada a taxa de complicações, mas a periodicidade de limpeza não está estabelecida na literatura. Objetivo: Comparar a taxa de complicações em mulheres com POP usuárias de pessário com higienização em 3 ou 6 meses. Métodos: Estudo randomizado, controlado, 1:1 (CAAE: 39943820.7.0000.5404; RBR-6hn82h4). Foram incluídas mulheres com POP avançado, que optaram pelo tratamento conservador. A randomização foi realizada em dois grupos: higiene do pessário em 3 meses (H3) e 6 meses (H6). Na avaliação inicial responderam uma entrevista estruturada, e o questionário validado (ICIQ-VS), e foram submetidas ao exame físico (especular, teste de whiff, avaliação e coleta do conteúdo vaginal) a cada monitoramento. Para análise estatística foram utilizados os testes qui-quadrado, exato de Fisher e ANOVA para medidas repetidas. Resultados: Foram incluídas 40 mulheres, 20 no grupo H3 e 20 no grupo H6. A idade média foi de 71,2 (± 14,4) e 71,1 (± 14,1) anos nos grupos 03 e 06 respectivamente. Não houve diferenças estatísticas entre os grupos com relação aos sintomas vaginais (p = 0,54), sexuais (p = 0,78), e de qualidade de vida (p = 0,96), avaliados pelo ICIQ-VS, durante 6 meses de seguimento. Não houve diferença entre o H3 e H6 em relação a presença de úlceras ou escoriações. Conclusão: Não houve diferença nas taxas de complicações em mulheres com POP usuárias de pessário com higienização em 3 ou 6 meses. Portanto, pode ser adotado com segurança um maior intervalo de tempo de higienização do dispositivo.

Palavras-chave: prolapso de órgãos pélvicos; pessários; qualidade de vida

 

Referências

Mao M, Ai F, Kang J, Zhang Y, Liang S, Zhou Y, et al. Successful long-term use of Gellhorn pessary and the effect on symptoms and quality of life in women with symptomatic pelvic organ prolapse. Menopause. 2019;26(2):145-51.

Abdulaziz M, Stothers L, Lazare D, Macnab A. An integrative review and severity classification of complications related to pessary use in the treatment of female pelvic organ prolapse. Can Urol Assoc J. 2015;9(5-6):E400-6.

Coelho SCA, Giraldo PC, Florentino JO, Castro EB, Brito LGO, Juliato CRT. Can the pessary use modify the vaginal microbiological flora? a cross-sectional study. Rev Bras Ginecol Obstet. 2017;39(4):169-74.

Propst K, Mellen C, O'Sullivan DM, Tulikangas PK. Timing of office-based pessary care: a randomized controlled trial. Obstet Gynecol. 2020;135(1):100- 5.

Miceli A, Fernández-Sánchez M, Polo-Padillo J, Dueñas-Díez JL. Is it safe and effective to maintain the vaginal pessary without removing it for 2 consecutive years? Int Urogynecol J. 2020.

 

 

Uma proposta de protocolo de exame físico funcional do assoalho pélvico

 

Dayane Duarte Abreu1, Adriana Paula Fontana Carvalho1, Roberta Romaniolo de Mattos1, Carla Antonieli de Moraes1, Danielle Araújo Mota2, Ana Paula Zacarias de Souza1

 

1Universidade Estadual de Londrina

2Universidade Federal do Espírito Santo

dayane9802@gmail.com

 

 

Introdução: O assoalho pélvico (AP) é composto por músculos, fáscias e ligamentos, que garantem o correto posicionamento e função dos órgãos pélvicos e abdominais. A integridade anatômica, nervosa e funcional dessas estruturas é responsável pela manutenção da continência urinária e fecal, e a prevenção dos prolapsos de órgãos pélvicos. Para isso, é importante a realização de um exame físico funcional completo que abranja todas suas funções para nortear diagnóstico e tratamento fisioterapêutico correto. Objetivo: Disseminar instrumento para avaliação do AP, com enfoque funcional, sem uso de equipamentos, em implementação no serviço ambulatorial de fisioterapia em uroginecologia do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina. Método: O instrumento de avaliação proposto foi desenvolvido para um amplo estudo (CAAE: 27785820.2.0000.5231), composto de ficha estruturada que coleta informações gerais, dados sobre funções geniturinárias, lombo pélvicas e exame físico. O exame físico funcional do AP inicia pela inspeção externa da genitália feminina para detectar possíveis alterações, visualização da capacidade de contração do AP e presença contração reflexa na tosse. Na palpação externa são avaliados os reflexos cutâneo superficial, clitoriano e cutâneo-anal; tensão muscular externa; e tônus do centro tendíneo do períneo. Já a palpação vaginal abrange o exame da função proprioceptiva, detecção de locais de dor; tônus do AP, controle de contração e relaxamento, força e resistência muscular, coordenação e uso de musculatura acessória durante o teste (NEW PERFECT). Resultados: Foi possível elaborar instrumento aplicável e reprodutível na rotina ambulatorial de fisioterapia em uroginecologia, e que abrange os aspectos físicos e funcionais dos músculos do AP necessários para identificar possíveis disfunções geniturinárias e lombo pélvicas associadas. Conclusão: Com um protocolo bem estruturado e com enfoque na funcionalidade do AP, a avaliação torna-se mais completa e eficaz na detecção de disfunções do AP guiando os objetivos e escolha de condutas fisioterapêuticas assertivas.

Palavras-chave: assoalho pélvico; exame físico

 

Referências

Eickmeyer SM. Anatomy and physiology of the pelvic floor. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2017;28(3):455-60.

Laycock J, Jerwood D. Pelvic Floor Muscle Assessment: The PERFECT Scheme. Physiotherapy. 2001; 87(12):631-42.

Volløyhaug I, Mørkved S, Salvesen ø, Salvesen KA. Assessment of pelvic floor muscle contraction with palpation, perineometry and transperineal ultrasound: a cross-sectional study. Ultrasound Obstet Gynecol. 2016; 47(6):768-73.

 

 

Rotinas de fisioterapia no atendimento pré e pós-operatório em cirurgias ginecológicas de um hospital universitário

 

Carla Antonieli de Moraes1, Janaina Mayer de Oliveira Nunes1, Dayane Duarte Abreu1, Roberta Romaniolo de Mattos1, Adriana Paula Fontana Carvalho1, Ana Paula Zacarias de Souza1, Danielle Araújo Mota2

 

1Universidade Estadual de Londrina

2Universidade Federal do Espírito Santo

 

carlaantonieli@uel.br

 

Introdução: Sabe-se que a atuação da fisioterapia no pré e pós-operatório, reduz incidências de complicações e contribui para alta precoce. Dentro da área de ginecologia, sabemos que além desses benefícios, a atuação fisioterapêutica auxilia na prevenção de disfunções uroginecológicas futuras, entretanto a literatura é escassa sobre este tema. Pensando nisso, decidimos descrever a rotina do atendimento fisioterapêutico realizado em nosso serviço. Objetivo: Citar as cirurgias ginecológicas mais realizadas em nosso serviço nos últimos 5 anos e condutas adotadas pela fisioterapia no pré e pós-operatório dessas cirurgias. Métodos: Estudo transversal descritivo do atendimento fisioterapêutico no pré e pós-operatório de cirurgias ginecológicas do Hospital Universitário Regional Norte do Paraná, realizado por residentes e estudantes do último ano de graduação (CAAE 27785820.2.0000.5231). Resultados: As cirurgias ginecológicas mais realizadas em nosso serviço nos últimos 5 anos incluem histerectomia (27,4%), laparotomia (8,9%), ooforectomia (6,8%) e salpingectomia (5,7%). As condutas fisioterapêuticas no pré-operatório incluem: orientações a respeito da cirurgia e sobre o pós operatório; orientações aos acompanhantes de como auxiliar o paciente; exercícios respiratórios; exercícios metabólicos; treino de trocas posturais; treinamento dos músculos do assoalho pélvico. Já no pós-operatório as condutas são guiadas pelas queixas e via de abordagem cirúrgica: se abdominal, vaginal ou videolaparoscópica. As condutas optadas visam recuperação e prevenção de disfunções futuras que o procedimento cirúrgico possa causar. De uma maneira geral, as principais condutas realizadas são: posicionamento no leito, mobilidade ativa, massagem abdominal, treino respiratório, treino de passagem de postura, deambulação, crioterapia, treinamento dos músculos do assolho pélvico, orientações para alta hospitalar e encaminhamento. Conclusão: A atuação da fisioterapia inclui avaliação e realização de condutas no pré e no pós-operatório das cirurgias ginecológicas, com finalidade de auxiliar na recuperação pós-operatória, reduzir complicações, além de prevenir, em especial as disfunções uroginecológicas como dispareunia, incontinência urinária e prolapsos.

Palavras-chave: cirurgia; fisioterapia; ginecologia

 

Referências

Kokotovic D, Berkfors A, Gögenur I et al. The effect of postoperative respiratory and mobilization interventions on postoperative complications following abdominal surgery: a systematic review and meta-analysis. European Journal of Trauma and Emergency Surgery. 2021;47(4):975–90.

Lope T. Bonney Cirurgia Ginecológica. 12. ed. Rio de Janeiro: Thieme, 2020.

Magee DJ. Prática da Reabilitação Musculoesquelética: Princípios e fundamentos científicos. Barueri: Manole; 2013.

 

 

Dor pélvica crônica e disfunções musculoesqueléticas: estudo de corte transversal

 

Lívia Scarpin Agostini, Beatriz da Silva Marchi, Flora Parizotto, Marcela Ponzio Pinto e Silva, Ticiana Aparecida Alves de Mira

 

Universidade Estadual de Campinas

 

liviascarpin@hotmail.com

 

Introdução: A dor pélvica crônica (DPC) é uma condição que afeta 26% da população feminina mundial. As causas de DPC são variadas, mas estudos iniciais estimaram que 14 a 22% das mulheres com DPC podem ter dor originando-se de estruturas musculoesqueléticas pélvicas. Objetivo: Descrever a prevalência da localização da dor e de disfunções musculoesqueléticas em mulheres com dor pélvica crônica. Método: Análise secundária de dados a partir de estudo de coorte retrospectivo, que avaliou prontuários de mulheres com dor pélvica crônica atendidas no período de 2011 a 2019, na Seção de Fisioterapia de Hospital em Campinas, SP (CAAE: 38070020.6.0000.5404). Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, aspectos relacionados à dor (localização) e componentes musculoesqueléticos, tais como: avaliação postural e função muscular. Resultados: Foram incluídas 54 mulheres com dor pélvica crônica com média de idade de 41,7 ± 9,3 anos. Os principais locais de dor foram: suprapúbica (n = 34 - 63%), fossas ilíacas (n = 21 - 38,9%), lombar (n = 21 - 38,9%), vulva/vagina (n = 6 - 11,1%), região abdominal (n = 4 - 7,4%) e MMII (n = 3 - 5,6%), sendo a dor diária para 34 mulheres e com média de 7,5 ± 2,9 pela escala de dor. Das mulheres incluídas, 53,7% apresentaram encurtamento muscular com predomínio de cadeia posterior de membros inferiores (42,6%). Do mesmo modo, foram observados desnivelamentos de cinturas escapulares e pélvicas (n = 23) e rotações (n = 14) durante a avaliação postural. Conclusão: Houve prevalência alta de dor suprapúbica, em fossas ilíacas e lombar em mulheres com dor pélvica crônica, sendo a dor diária e de intensidade moderada/intensa. Além disso, disfunções musculoesqueléticas como encurtamentos da cadeia posterior estiverem presentes em mais da metade desta população, além de alterações posturais. Dessa forma, a avaliação de disfunções musculoesqueléticas em mulheres dor pélvica crônica pode auxiliar na identificação das causas ou efeitos da dor pélvica, influenciando na seleção da abordagem fisioterapêutica mais adequada.

Palavras-chave: dor pélvica crônica; dor musculoesquelética; fisioterapia

 

Referências

Ahangari A. Prevalence of chronic pelvic pain among women: an updated review. Pain Physician. 2014 Mar-Apr;17(2):E141-7.

Coelho LS, Brito LM, Chein MB, Mascarenhas TS, Costa JP, Nogueira AA, Poli-Neto OB. Prevalence and conditions associated with chronic pelvic pain in women from São Luís, Brazil. Braz J Med Biol Res. 2014 Sep;47(9):818-25.

Whitaker LH, Reid J, Choa A, McFee S, Seretny M, Wilson J, et al. An exploratory study into objective and reported characteristics of neuropathic pain in women with chronic pelvic pain. PLoS One. 2016 Apr 5;11(4):e0151950.

Abreu-Mendes P, Baranowski AP, Berghmans B, Borovicka J, Cottrell AM, Dinis-Oliveira P, et al. Pelvic pain: best orientation and clinical practice. position of the european association of urology guidelines panel on chronic pelvic pain. Eur Urol Focus. 2023 Jan;9(1):172-77. doi: 10.1016/j.euf.2022.07.007

 

 

Menor grau de estenose vaginal em mulheres abaixo de 49 anos após braquiterapia do câncer pélvico ginecológico

 

Viviane Garnica Miotto1, Tatiana de Bem Fretta1, Mirella Dias2, Gabriela Dassie Dacana1l, Pauliana Carolina de Souza Mendes1, Cristine Homsi Jorge1

 

1Universidade de São Paulo

2Universidade Estadual de Santa Catarina

 

vgmiotto@gmail.com

 

Introdução: A braquiterapia pode impactar diretamente no assoalho pélvico (AP) causando secura vaginal, estenose vaginal e dispareunia. Apesar disso seu impacto na autoestima dessas mulheres é pouco estudado. Objetivo: Avaliar o grau de estenose vaginal e a autoestima das participantes com idade ≤ 49 anos e ≥ 50 anos pós-braquiterapia do câncer pélvico ginecológico. Métodos: Estudo transversal (CAAE: 45313321.1.0000.5440 e 45313321.1.3002.5355). Foram incluídas mulheres pós-braquiterapia com idade superior à 18 anos, estadiamento clínico I a III do câncer pélvico ginecológico. Foram utilizados questionários validados no Brasil para avaliação da autoestima (Escala de Autoestima de Rosenberg) e Estenose Vaginal (CTCAE). Os questionários continham itens que abordavam informações gerais, nível econômico, obstétrico e tratamento. Foi utilizado o programa SPSS 22.0 para análise estatística. Foi utilizado teste Chi-Quadrado. Resultados: Entre as participantes com idade igual ou inferior à 49 anos (média de idade de 39.9 ± 6.8), 76% não realizaram a cirurgia, 90% fizeram quimioterapia, 97% radioterapia e 87% receberam 28 GY (dosagem da braquiterapia), 29% apresentam autoestima alta, 71% autoestima média, 21% Grau 1 de CTCAE, 34% Grau 2 de CTCAE, 16% Grau 3 de CTCAE. Entre as participantes ≥ 50 anos (média de idade 57,6 ± 7,7 anos), 60% não realizaram cirurgia, 87% realizaram quimioterapia, 87% radioterapia e 70% receberam 28 GY da braquiterapia, 23% apresentam autoestima alta, 77% autoestima média, 16% GRAU 1 CTCAE, 37% GRAU 2 de CTCAE, 23% GRAU 3 de CTCAE. A idade das participantes ≤ 49 anos foi associada a menor grau de estenose vaginal (p = 0,04). Não houve associação entre a autoestima com idade (p = 0,60) e à presença de estenose vaginal (p = 0,14). Conclusão: A idade ≤ 49 anos foi associada à menor grau da estenose vaginal. Não houve associação da autoestima com idade e estenose vaginal em mulheres que realizaram braquiterapia do câncer pélvico ginecológico

Palavras-chave: braquiterapia; estenose vaginal; autoestima

 

Referências

Bjelic-Radisic V, Jensen PT, Vlasic KK, Waldenstrom AC, Singer S, Chie W, Nordin A, Greimel E. Quality of life characteristics inpatients with cervical cancer. Eur J Cancer. 2012 Nov;48(16):3009-18

Rutledge TL, Rogers R, Lee SJ, Muller CY. A pilot randomized control trial to evaluate pelvic floor muscle training for urinary incontinence among gynecologic cancer survivors. 2014;132:154-8.

Barcellini A, Lecchi M, Tenconi C, Macciotta A, Pignoli E, Pappalardi B et al. High- dose-rate brachytherapy for high-grade vaginal intraepithelial neoplasia: a dosimetric analysis. J Contemp Brachytherapy. 2019;11(2):146-51.

Cyr MP, Dumoulin C, Bessette P et al. Characterizing pelvic floor muscle function and morphometry in survivors of gynecological cancer who have dyspareunia: a comparative cross-sectional study. Physical Therapy. 2021;101:1–9.

Fischer OJ, Marguerie M, Brotto LA. Sexual function, quality of life, and experiences of women with ovarian cancer: a mixed-methods study. Sex Med. 2019;7:530e539.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Fatores clínicos e funcionais relacionados ao retorno ao trabalho de mulheres tratadas por câncer de colo de útero: um estudo exploratório

 

Júlia Cortes Cavalcante, Amanda Elisa Silva Costa, Agnaldo Lopes da Silva Filho, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Luciana Aparecida Mesquita, Elyonara Mello de Figueiredo

 

Universidade Federal de Minas Gerais

 

jujuliacavalcante@yahoo.com.br

 

Introdução: O câncer de colo de útero (CCU) se caracteriza como um problema de saúde pública, acometendo principalmente mulheres jovens. Os tratamentos têm cada vez mais sido efetivos, aumentando a sobrevida. No entanto, deixam sequelas que podem impactar negativamente as atividades, em especial, o retorno ao trabalho. Objetivo: Investigar fatores clínicos e funcionais que influenciam o retorno ao trabalho de mulheres em tratamento oncológico de CCU. Além disso, documentar deficiências e limitações funcionais de acordo com cada tipo de tratamento para CCU. Método: Investigou 91 mulheres em tratamento atendidas no Ambulatório de Ginecologia. A anamnese foi por meio de entrevista. Os dados funcionais incluíram deficiências do assoalho pélvico, lombalgia e qualidade de vida, mensurados, respectivamente, por: ICIQ-SF, Escala de Wexner, Questionário Pelvic Pain, questionário Rolland Morris e EORTC QLQ-CX30 e EORTC QLQ-CX24. O retorno ao trabalho foi mensurado por meio de questionário desenvolvido para o estudo. Testes estatísticos caracterizaram as participantes em relação às variáveis. Aprovação pelo Comitê de Ética da Câmara Departamental de Ginecologia e Obstetrícia (CAAE 06201017.6. 0000.5149). Resultados: A presença de incontinência anal (p<0,001) e incapacidades relacionadas à dor lombar (p = 0,032) estiveram relacionadas à não retornar ao trabalho. Entre as mulheres que retornaram, as barreiras encontradas foram dor, fadiga e necessidade de dividir tarefas (p = 0,02). O tratamento oncológico conduziu ao afastamento do trabalho (73,6%), a mudanças de função durante o tratamento (45,1%) e após o tratamento (41,8%) e mudança de profissão (25%). Conclusão: De 10 mulheres, 2 não retornam ao trabalho. Incontinência anal e dor lombar são as maiores dificuldades de retorno. Cirurgia associada a quimioterapia e radioterapia desencadeiam maior dificuldade em realizar tarefas no trabalho; quimioterapia e radioterapia podem gerar dificuldade de cumprir metas; e cirurgia pode desencadear a dificuldade de concentração.

Palavras-chave: câncer de colo do útero; retorno ao trabalho; sobreviventes de câncer

 

Referências

Claro IB, Lima LD, Almeida PF. Diretrizes, estratégias de prevenção e rastreamento do câncer do colo do útero: as experiências do Brasil e do Chile. Ciência & Saúde Coletiva. 2021;26:4497-509.

Bray F et al. GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. Ca Cancer J Clin. 2018;68(6):394-424.

Ministério da Saúde do Brasil, Naational Cancer Institute José Alencar Gomes da Silva. Estimate 2023: incidence of cancer in Brazil. Rio de Janeiro: INCA; 2022.

Sun YS et al. The fact of return to work in cervical cancer survivors and the impact of survival rate: An 11-year follow-up study. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2021;18(20):10703.

 

 

Autocuidado e prevenção de incapacidades decorrentes do tratamento para câncer de colo de útero: validação de material educativo

 

Júlia Cortes Cavalcante, Thamiris Helena Silva, Iávine Ferreira de Sá e Silva, Luciana Aparecida Mesquita, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Elyonara Mello de Figueiredo, Giulia Batista Palma

 

Universidade Federal de Minas Gerais

 

jujuliacavalcante@yahoo.com.br

 

Introdução: Câncer do colo do útero (CCU) é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil, excluindo tumores de pele não melanoma. São estimados 17.010 novos casos em 2023 e, apesar dos índices de sobrevida serem relativamente altos, o tratamento do CCU está associado à ocorrência de incapacidades decorrentes dos efeitos adversos aos órgãos pélvicos e à musculatura do assoalho pélvico. Objetivo: Estruturar e validar material educativo (cartilha e vídeo) para mulheres tratadas por CCU, com orientações referentes ao autocuidado e prevenção de incapacidades decorrentes do tratamento para esta neoplasia. Método: Estudo metodológico (CAAE: 55018022.2.0000.5149) realizado nas seguintes etapas: estruturação de material educativo baseada em revisão da literatura e nas queixas mais frequentes apresentadas por mulheres tratadas por CCU, segundo estudos anteriores e duas rodadas de validação com oito experts especialistas em Fisioterapia na Saúde da Mulher e Fisioterapia em Oncologia. Os experts responderam formulário eletrônico composto por 15 questões objetivas relacionadas aos critérios de pertinência da seleção das incapacidades em mulheres tratadas por CCU, clareza da linguagem e clareza das ilustrações. Os dados foram analisados por meio da média e desvio padrão dos escores dados pelos experts e pelo índice de validação de conteúdo, considerando o percentual de concordância de 100% como critério de decisão para aprovação do material educativo. Resultados: O material elaborado apresenta o conteúdo de forma objetiva, com linguagem clara e com ilustrações, para facilitar a compreensão. Na primeira fase de validação, o índice de concordância foi de 80%, com maiores sugestões para alteração nos critérios sobre incapacidade e linguagem. Na segunda etapa, foi atingido 100% de concordância entre os experts. Conclusão: O material educativo atingiu os critérios de validade propostos, tornando-se instrumentos adequados para orientar e educar mulheres em tratamento de CCU sobre autocuidado e prevenção das principais incapacidades que acometem essa população.

Palavras-chave: validação; educação em saúde; câncer de colo de útero

 

Referências

Ministry of Health (BR), National Cancer Institute José Alencar Gomes da Silva. Estimate 2023: Incidence of cancer in Brazil. Rio de Janeiro: INCA, 2022.

Hall E, Robison K, Wohlrab K. Pelvic floor disorders in women with gynecologic malignancy. Current Opinion in Obstetrics and Gynecology. 2018;30(6):446–50.

Sivapornpan S et al. Comparative study in quality of life between thai endometrial cancer survivors and healthy women in thammasat university hospital. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention. 2020;21(1): 249–54.

 

 

Higiene íntima de mulheres adultas brasileiras: resultados preliminares

 

Marina Bonetti Alves, Ana Jéssica dos Santos Sousa, Patricia Driusso

 

Universidade Federal de São Carlos

 

marina.bonetti@estudante.ufscar.br

 

Introdução: A microbiota do trato reprodutivo feminino representa cerca de 9% do total do microbioma humano, funcionando como uma linha de defesa contra patógenos e permitindo a manutenção da homeostase. Os hábitos comportamentais, como a prática de higiene íntima, podem alterar a microbiota vaginal, tornado o trato reprodutivo mais suscetível a infecções e até a insucessos reprodutivos. Objetivo: Descrever as práticas de higiene íntima de mulheres adultas brasileira e os produtos mais utilizados por elas. Método: Estudo transversal aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (CAAE 67362523.7.0000.5504). Foram elegíveis mulheres brasileiras, residentes no Brasil e com idade igual ou superior a 18 anos. As participantes responderam sobre características sociodemográficas, produtos mais utilizados na região íntima e práticas de higiene. Os dados coletados foram analisados no programa SPSS (Software Statistical Package for the Social Sciences versão 22.0). Análise descritiva foi realizada, as variáveis categóricas foram apresentadas por meio de frequências simples e porcentagens. Resultados: Participaram da pesquisa 118 mulheres. A maioria está entre 20-39 anos (86,4%), solteiras (72%) e ativa sexualmente (77,1%). Nos últimos três meses, 85,8% dizem ter usado sabonete corporal para higiene íntima, 39,8% sabonete líquido, 30,5% lenços umedecidos e 29,6% passaram hidratantes na região íntima. Sobre a rotina de banhos, 55,9% relatam tomar dois ou mais banhos diários e, no período menstrual, essa frequência aumenta (61,9%) e a troca dos absorventes é realizada três vezes ou mais ao dia (64,4%). Conclusão: A maioria das participantes utiliza produtos na região íntima, programas de educação em saúde devem ser realizados para conscientizar as mulheres sobre práticas de higiene.

Palavras-chave: higiene; saúde da mulher; produtos para higiene pessoal

 

Referências

Crann SE, Cunningham S, Albert A, Money DM, O'Doherty KC. Vaginal health and hygiene practices and product use in Canada: a national cross-sectional survey. BMC Womens Health. 2018;18(1):52.

Kalia N, Singh J, Kaur M. Microbiota in vaginal health and pathogenesis of recurrent vulvovaginal infections: a critical review. Ann Clin Microbiol Antimicrob. 2020;19(1):5.

Smith SB, Ravel J. The vaginal microbiota, host defence and reproductive physiology. J Physiol. 2017;595(2):451-63.

Alem MER, Chave TC, de Figueiredo VB, Beleza ACS, Ferreira CHJ, da Silva JB, Driusso P. Cross-cultural adaptation and psychometric evaluation of the Brazilian Portuguese version of the Vulvovaginal Symptoms Questionnaire. Menopause. 2022;29(9):1055-61.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2023/01565-3

 

 

Orientações para prevenção da estenose vaginal em mulheres com câncer ginecológico pós braquiterapia pélvica nos serviços de radioterapia no Brasil

 

Suellen Aline Porcino Gonzaga, Maria Gabriela Baumgarten Kuster, Samantha Karlla Lopes de Almeida Rizzi

 

UNIFESP

 

suellengonzaga@hotmail.com

 

Introdução: A estenose vaginal pode ocorrer após braquiterapia pélvica e, a longo prazo, levar a disfunções sexuais e dificultar ou impossibilitar os exames ginecológicos de seguimento oncológico. Objetivo: avaliar medidas de prevenção de estenose vaginal pós braquiterapia para cânceres ginecológicos em centros de radioterapia do Brasil. Métodos: Estudo transversal observacional com coleta de dados via Google forms, com questionário, construído com base na literatura científica específica sobre prevenção de estenose vaginal pós braquiterapia pélvica, enviado por e-mail aos serviços de radioterapia no Brasil. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo (CAAE - 55883622.8.0000.5505). Resultados: Obteve-se um total de 43 respostas, dentre as quais 34 instituições realizam a braquiterapia pélvica e 33 relataram que orientam as pacientes quanto à prevenção de estenose. Dentre as medidas orientadas encontramos estímulo à atividade sexual com penetração, uso de dilatadores vaginais, fisioterapia pélvica e uso de soluções tópicas vaginais, em, respectivamente, 27, 32, 22 e 16 instituições. Na maioria dos centros a orientação ocorre na primeira consulta da radioterapia, sendo a indicação mais frequente o uso de dilatadores vaginais a se iniciar duas semanas após término da braquiterapia, manter por mais de 36 meses e sem limite de tempo para interromper uso, a ser utilizado 3 vezes por semana, uma vez ao dia, mantendo de 10 a 15 minutos dentro do canal vaginal. Conclusão: A maioria dos centros de radioterapia do Brasil que realizam braquiterapia e que participaram do estudo fornecem às pacientes orientação sobre prevenção de estenose vaginal, sendo o uso regular e constante de dilatadores vaginais a medida mais utilizada. Estímulo à atividade sexual com penetração, uso de soluções tópicas e fisioterapia pélvica também são medidas orientadas.

Palavras-chave: neoplasia dos genitais femininos; constrição patológica; braquiterapia

 

Referências

Bakker RM, ter Kuile MM, Vermeer WM, Nout RA, Mens JW, van Doorn LC, de Kroon CD, Hompus WC, Braat C, Creutzberg CL. Sexual rehabilitation after pelvic radiotherapy and vaginal dilator use: consensus using the Delphi method. Int J Gynecol Cancer. 2014 Oct;24(8):1499-506.

Bakker RM, Vermeer WM, Creutzberg CL, Mens JW, Nout RA, Ter Kuile MM. Qualitative accounts of patients' determinants of vaginal dilator use after pelvic radiotherapy. The Journal of Sexual Medicine. 2015;12(3):764–73.

Bernardo BC, Lorenzato FRB, Figueiroa JN, Kitoko PM. Disfunção sexual em pacientes com câncer do colo uterino avançado submetidas à radioterapia exclusiva. Rev Bras Ginecol Obstet. 2007;29(2):85–90.

Bhatla N, Aoki D, Sharma DN, Sankaranarayanan R. Cancer of the cervix uteri. Int J Gynaecol Obstet. New Delhi, India. 2018;14(2):22-36.

Brand AH, Bull CA, Cakir B. Vaginal stenosis in patients treated with radiotherapy for carcinoma of the cervix. Int J Gynecol Cancer, Sydney, Australia. 2006;16:288–93.

 

 

Área Temática: Mastologia

 

 

Análise da função do membro superior em mulheres submetidas ao tratamento do câncer de mama no hospital de referência no sul do estado do Espírito Santo: resultados preliminares

 

Deborah Silva Dias, Gustavo Zigoni de Oliveira Ribeiro, Daiana Meneguelli Leal

 

Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim

 

deborahsdias@gmail.com

 

Introdução: O câncer de mama é ocasionado pela multiplicação desordenada de células mamárias, que podem surgir devido a mutações genéticas, por meio de exposição a agentes ecossistêmicos ou fisiológicos. O tratamento dessa patologia consiste em quimioterapia, cirurgia, hormonioterapia e radioterapia. Estas intervenções podem gerar disfunções como hipoestesia, redução da amplitude de movimento articular, linfedema e seroma. Sendo primordial o acompanhamento fisioterapêutico em todas as fases do tratamento. Objetivo: Avaliar os principais achados do exame físico fisioterapêutico em mulheres submetidas à cirurgia para retirada do câncer de mama em um hospital de referência do sul do Espírito Santo. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que ocorreu no serviço ambulatorial e hospitalar do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI). Sendo estimado para amostra 20 pacientes conforme os critérios pré-estabelecidos de inclusão e exclusão. Os dados encontrados na amostra foram analisados por meio de medidas de tendência central (média, moda e mediana) e em análises categóricas (tipo de cirurgia, queixa principal, tipo de tratamento e história de dor no ombro) (CAAE 70538423.2.0000.5061). Resultados: Foram coletadas 7 avaliações tendo como resultados parciais do perfil das pacientes a prevalência de cirurgias conservadoras, sendo o lado mais afetado o direito, com histórico de dor no ombro, que trataram somente com cirurgia e não apresentaram linfedema. Na escala de FACIT –F os principais achados foram cansaço e frustração por estar cansado e não fazer tudo que deseja, já na escala de DASH, foi abrir um vidro, lavar as costas e carregar uma sacola. Para goniometria o movimento de rotação lateral foi o mais comprometido e na perimetria o 7cm acima do punho. Conclusão: Logo, pode inferir que pacientes portadoras de câncer mamário apresentam algumas limitações em atividades básicas de vida diária e apresentam em sua maioria dor no ombro pregressa ao tratamento.

Palavras-chave: neoplasias da mama; complicações pós-operatórias, antropometria

 

Referências

Da Silva CB et al. A fisioterapia otimizando as disfunções do tratamento em câncer de mama: criação do aplicativo oncolivre. NBC-Periódico Científico do Núcleo de Biociências. 2021;11(2).

Hanahan D, Weinberg A. The hallmarks of cancer. Cell. 2000;100(1):57-70.

Tomaz JET et al. Câncer de mama: a atuação do fisioterapeuta oncológico. Revista Científica Rumos da inFormação. 2022;3(1):88-99.

Nascimento OS et al. Dificuldades enfrentadas por mulheres com câncer de mama: do diagnóstico ao tratamento. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia. 2022;10(2):1336-45.

 

 

Atuação da fisioterapia no câncer de mama: proposta de teleatendimento

 

Isadora de Godoy, Isabela Sousa Morais, Natacha Machado Costa, Gisela Rosa Franco Salerno

 

Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

doragodoy08@gmail.com

 

Introdução: O câncer de mama é definido como uma proliferação desordenada das células mamárias, influenciada por fatores ambientais e genéticos, em que o estrogênio desempenha um papel crucial no crescimento das células. O gênero feminino apresenta maior risco de desenvolver a doença devido à quantidade superior de tecido mamário e à exposição ao estrogênio endógeno. A pandemia interferiu na continuidade dos tratamentos, incluindo a fisioterapia pós-cirurgia de câncer de mama. A necessidade de acompanhamento mesmo à distância traz a importância do teleatendimento nesse cenário como solução inovadora para a continuidade do tratamento, evitando complicações funcionais e melhorando a qualidade de vida das pacientes. Objetivos: O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito do teleatendimento em fisioterapia no pós-operatório de cirurgia de câncer de mama, com foco em dor, cansaço, mobilidade do membro superior, presença de linfedema e qualidade de vida. Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo longitudinal abrangendo 10 mulheres (CAAE: 56561222.9.0000.0084) no pós-operatório e as participantes foram atendidas pela “Plataforma Zoom”, individualmente, utilizando recursos do próprio domicílio com auxílio de um familiar por perto, nunca sozinhas. Após as 10 sessões, os dados foram analisados estatisticamente. Resultados: Encontramos manutenção da perimetria, melhora da dor e cansaço das participantes, não apresentando nenhum sinal de prejuízo quanto a edema/linfedema. Quanto a amplitude de movimento, houve um aumento significativo estatisticamente após as intervenções nos movimentos de flexão (p=0,03) e abdução (p = 0,03), permitindo a redução da cinesiofobia. Conclusão: O atendimento on-line possibilitou a avaliação dos sintomas e disposição das participantes, mesmo que de forma limitada em relação à amplitude de movimento e sinais clínicos de dor.

Palavras-chave: câncer de mama; fisioterapia; telemedicina

 

Referências

Antonini M, Pinheiro DJPC, Salerno GRF, Matos ABTMB, Ferraro O, Mattar A, Lopes RGC, Real JM. Does Pink October really impact breast cancer screening? Public Health in Practice. 2022;4.

Brandão ML, Soares HPDS, Andrade MDA, Faria ALSC, Pires RS. Efficacy of complex decongestive therapy for lymphedema the lower limbs: a systematic review. Jornal Vascular Brasileiro. 2022;19:1–6.

Candido N, Marcolino A, Santana J, Silva J, Silva M. Atendimentos não presenciais em fisioterapia durante a pandemia por COVID-19: uma reflexão sobre os desafios e oportunidades no contexto brasileiro. 2021.

 

 

Cartilha de orientações fisioterapêuticas para o pós-operatório de mastopexia

 

Emilly Damacena Bernardes, Josiani Spindola Euzébio

 

Centro Universitário das Américas

 

emilly.damacena.bernardes@outlook.com

 

Introdução: A mastopexiaé um procedimento cirúrgico que molda a mama, elevando o tecido mamário para rejuvenescê-la, que pode ser realizado com ou sem o implante de prótese mamária. Possíveis complicações incluem cicatrização indesejada, sangramento causado por hematoma, trombose venosa profunda, infecção, necrose do tecido adiposo, entre outras. A atuação da fisioterapia no pós -cirúrgico das cirurgias plásticas tem como intuito auxiliar na recuperação tecidual e diminuir as complicações pós-operatórias. A elaboração de uma cartilha com orientações fisioterapêuticas para as pacientes poderia evitar transtornos desnecessários e auxiliar os fisioterapeutas nos cuidados domiciliares com essas mulheres. Objetivo: Elaborar uma cartilha de orientações fisioterapêuticas para o pós-operatório de mastopexia. Métodos: A partir de uma revisão bibliográfica, foi elaborada uma cartilha com orientações fisioterapêuticas para mulheres submetidas a mastopexia. A paciente fotografada na cartilha assinou um Termo de Autorização para Uso de Imagem. As fotos foram feitas na clínica de Fisioterapia Dermatofuncional do Centro Universitário das Américas (FAM), com um celular Galaxy J6+5EEE. A cartilha foi construída no Canva. Resultados: Na desenvolvida pelos autores são encontradas orientações para a prática de caminhada, exercícios respiratórios, exercícios de membros inferiores, superiores e região cervical. Também existem orientações para a realização de automassagem cicatricial e auto drenagem. Conclusão: Uma cartilha com orientações fisioterapêuticas para pacientes após mastopexia é importante para evitar complicações pós-operatórias e auxiliar nos cuidados domiciliares da paciente. Sugere-se a realização de um estudo para a validação da cartilha.

Link cartilha: https://docs.google.com/document/d/1pQ7MyRf19QRtan-6pBwuBdWKMRG0s1bzds0_2mz5RuI/edit?usp=sharing

Palavras-chave: mamoplastia; fisioterapia; autocuidado

 

Referências

Tacani RE, Gimenes RO, Alegance FC, Assumpção JDa. Investigação do encaminhamento médico a tratamentos fisioterapêuticos de pacientes submetidos à lipoaspiração. Mundo Saúde. 2005;29(2):192-8.

Migotto JS, Simões NDP. Atuação fisioterapêutica dermatofuncional no pós-operatório de cirurgias plásticas. Rev Eletr Gestão & Saúde. 2013;4(1):1646-58.

Macedo ACB, Oliveira S. The role of physical therapy in pre-and postoperative body plastic surgery: a review of the literature. Curitiba: Cadernos da Escola de Saúde. 2011;4(1).

Silva RMV, Martins ALMS, Maciell SLCF, Resende RARC, Meyer PF. Protocolo fisioterapêutico para o pós-operatório de abdominoplastia. Ter Man 2012;10(49):294-9.

Silva RMV, Cordeiro LF, Figueirêdo LSM, Almeida RÂL, Meyer PF. O uso da cinesioterapia no pós-operatório de cirurgias plásticas. Ter Man 2013;11(51):129-34.

 

 

Conhecimento de fisioterapeutas não especializados em oncologia mamária sobre exercícios e orientações no pós-operatório do câncer de mama

 

Suellen Aline Porcino Gonzaga, Afonso Celso Pinto Nazário, Gil Facina, Vanessa Monteiro Sanvido, Samantha Karlla Lopes de Almeida Rizzi

 

UNIFESP

 

suellengonzaga@hotmail.com

 

Introdução: Apesar dos avanços em pesquisa, o câncer de mama continua sendo um grande problema de saúde pública. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, foram estimados 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Sabe-se que, independentemente do tipo de cirurgia ou terapias adjuvantes, pode-se gerar vários comprometimentos físicos, psicológicos e perdas funcionais nos primeiros anos pós tratamento. Exercícios com amplitude de movimento livre desde o primeiro dia de pós-operatório permitiu uma boa recuperação funcional do ombro sem o aumento de seroma e deiscência. Objetivo: Avaliar o conhecimento de fisioterapeutas não especialistas em oncologia e saúde da mulher atuantes em enfermarias e unidades de terapia intensiva do Hospital São Paulo, quanto à conduta realizada no pós-operatórios de câncer de mama. Métodos: Realizado estudo observacional prospectivo Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, CAAE: 60362422.9.0000.5505. Foi elaborado um questionário na plataforma google forms com base na literatura científica específica sobre o assunto a ser auto preenchido pelos participantes. Foi enviado para os profissionais via email ou whatsapp. Resultados: Participaram do estudo 44 profissionais, destes 50% já atenderam pacientes em pós operatório de mastectomia / cirurgia conservadora para câncer de mama, 47,7% acreditam que pacientes devem realizar mobilização ativa de membros superiores em até 90ª de amplitude, não ultrapassando a linha do ombro em cirurgias sem reconstrução imediata, 25% orientaram restrição a qualquer tipo de carga ou exercícios resistidos até liberação médica. A maior parcela dos profissionais da pesquisa orientou a não aferição de pressão arterial no membro homolateral à cirurgia, não puncionar acesso venoso periférico e coletar exames no membro. Conclusão: A maior parte dos profissionais da pesquisa repassaram ou passariam orientações que podem trazer prejuízos na amplitude de movimento de pacientes em pós-operatório de mastectomia / cirurgia conservadora sem reconstrução imediata.

Palavras-chave: neoplasias mamárias; mastectomia; exercício de reabilitação

 

Referências

Rizzi SKLA et al. Early Free range-of-motion upper limb exercises after mastectomy and immediate implant-based reconstruction are safe and beneficial: a randomized trial. Annals of surgical oncology. 2020;1:1-10.

RIZZI SKLA et al. Exercise protocol with limited shoulder range of motion for 15 or 30 days after conservative surgery for breast cancer with oncoplastic technique: a randomized clinical trial. American Journal of Clinical Oncology. 2021;44(6):283-90.

Stallbaum JH et al. Influência do tratamento cirúrgico do câncer de mama sobre a funcionalidade do membro superior. Inspirar Movimento & Saúde. 2019;19(4).

Teodózio CGC et al. Shoulder amplitude movement does not influence postoperative wound complications after breast cancer surgery: a randomized clinical trial. Breast Cancer Res Treat. 2020;184(1):97-105.

 

 

Conhecimento e prática em relação à prevenção de linfedema secundário ao tratamento oncológico mamário: estudo multicêntrico

 

Mariana Maia de Oliveira Sunemi1, Marcela Ponzio Pinto e Silva2, Ticiana Aparecida Alves de Mira2, Miriam Raquel Diniz Zanetti3, Tânia Terezinha Scudeller3, Tânia Terezinha Scudeller3

 

1Universidade Federal de Minas Gerais

2Universidade Estadual de Campinas

3Universidade Federal de São Paulo

 

marimfo@gmail.com

 

Introdução: O linfedema é uma complicação crônica associada ao prejuízo funcional e de qualidade de vida. O conhecimento das mulheres sobre os sintomas pré-clínicos e a adesão às orientações podem contribuir para prevenção e/ou controle da evolução dessa complicação. Objetivo: Verificar o conhecimento e a prática de mulheres submetidas ao tratamento oncológico mamário em relação à prevenção de linfedema. Métodos: estudo piloto de corte transversal, multicêntrico, aprovado sob o número CAAE: 11767719.0.1001.5505, com 34 mulheres acompanhadas em instituições parceiras da Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista e do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Universidade Estadual de Campinas. Os procedimentos foram: a) entrevista inicial para coleta dos dados sociodemográficos, clínicos e do tratamento oncológico, e aplicação do questionário Conhecimento, Atitude e Prática relacionado à prevenção de linfedema; b) exibição de vídeo educativo sobre prevenção de linfedema seguida de roda de conversa; c) repetição da exibição do vídeo em 30 dias e esclarecimento de dúvidas; d) reaplicação do questionário após 30 dias da segunda exibição do vídeo. Resultados: 70% das mulheres tinham mais de 50 anos e eram casadas; 32% executavam atividades repetitivas ou com esforço. A dissecção axilar foi realizada em 56% das mulheres e 73% fizeram quimioterapia e/ou radioterapia. Não houve diferença significativa em relação ao conhecimento da sensação de peso como sinal de linfedema (p = 0,083), entre as avaliações inicial e final. Entretanto, houve diferença na execução das orientações para prevenção do linfedema (p = 0,02) e para a adaptação dessas orientações às atividades de vida diária (p = 0,034). Conclusão: Não houve diferença no conhecimento sobre sensação de peso como sinal de linfedema, todavia as orientações para prevenção foram seguidas e adaptadas à rotina após a exibição do vídeo.

Palavras-chave: conhecimento, atitude, prática; linfedema relacionado ao câncer de mama; educação em saúde.

 

Referências

Gillespie TC et al. Breast cancer-related lymphedema: risk factors, precautionary measures and treatments. Gland Surgery. 2018; 7(4):379-403.

Lu SR, Hong RB, Chou W, Hsiao PC. Role of physiotherapy and patient education in lymphedema control following breast cancer surgery. Therapeutics and Clinical Risk Management. 2015 Feb 25;11:319-27.

Panobianco MS et al. Estudo da adesão às estratégias de prevenção e controle do linfedema em mastectomizadas. Esc. Anna Nery. 2009;13(1).

World Health Organization & Stop TB Partnership. Advocacy, communication and social mobilization for TB control: a guide to developing knowledge, attitude and practice surveys. WHO; 2008.

 

 

Desenvolvimento de uma placa de compressão para redução da fibrose para mulheres com histórico de câncer de mama desenvolvida por meio da impressão 3D

 

Carla Antonieli de Moraes, Ana Paula de Melo Ferreira, Dayane Duarte Abreu, Lucas Maiola Astolfo, Tiffany Maria Pimenta Silva, Claudio Pereira de Sampaio, Sonia Maria Fabris

 

Universidade Estadual de Londrina

 

carlaantonieli@uel.br

 

 

Introdução: O sistema linfático é prejudicado após a linfonodectomia axilar, mesmo sem evidência de linfedema em mulheres tratadas para o câncer de mama. Esse prejuízo é regulado pela fibrose tecidual, considerada um espesso feixe de colágeno que reduz a normalidade da matriz extracelular e inibe a regeneração linfática. Como os vasos linfáticos estão ancorados na matriz e dependem da sua normalidade para serem funcionais, a diminuição da fibrose tecidual apresenta impacto direto na função linfática. Objetivo: Desenvolver e testar uma placa de compressão para redução da fibrose utilizando impressão 3D. Métodos: O protótipo foi desenvolvido no Núcleo de Fabricação Digital e Inovação do Hospital Universitário de Londrina, por meio de um estudo piloto (CAAE:67725423.5.0000.5231). Foi utilizado um processo típico de Design de Produto, com três etapas essenciais: 1) Fase de preparação: análise de materiais para tratamento de fibrose e cicatriz hipertrófica existentes no mercado, seguida de uma discussão dos pontos positivos e negativos. 2) Fase de geração: com base nas manobras em “S” da terapia manual, associadas a análise das características histológicas do tecido tegumentar, o raciocínio para o produto foi alterado no sentido de compressão e descompressão em níveis, aumentando a área de contato em pontos específicos e consequentemente a pressão. 3) Fase de avaliação: foi testado e avaliado o protótipo desenvolvido, através do autorrelato da paciente, perimetria e teste palpatório. Resultados: O protótipo melhorou a maleabilidade do tecido ao teste palpatório e reduziu as medidas da perimetria e comprimento/largura da placa fibrótica. O relato da paciente sobre o uso foi positivo e seu feedback será utilizado para melhorias no dispositivo. Conclusão: O protótipo faz parte de um estudo piloto, ao qual está em fase de melhorias e testes, entretanto apresenta-se promissor na redução da placa fibrótica e melhora da função linfática.

Palavras-chave: câncer de mama, fibrose, impressão tridimensional

 

Referências

Ezzo J, Manheimer E, McNeely ML et al. Manual lymphatic drainage for lymphedema following breast cancer treatment. Cochrane Database Syst Rev 2015 May 21;(5):CD003475.

Groef AD, Kampen MV, Verlvoesem N et al. Effect of myofascial techniques for treatment of upper limb dysfuntions in breast cancer survivors: randomized controlled trial. Support Care Cancer 2017;25(7):2119-127.

Lynch LL, Mendes U, Walier AB et al. Fibrosis worsens chronic lymphedema in rodent tissues. Am J Physiol Heart Circ Physiol 2015;308(10):H1 229-36.

 

 

Exercício precoce no pós-operatório de reconstrução mamária por câncer de mama: uma meta-análise

 

Bárbara Vaz Sarmento1, Natália Cardoso Campos2, Mariana Maia de Oliveira Sunemi2, Marcela Ponzio Pinto e Silva1, Bruno Flez Mazuquin3, Luis Otávio Zanatta Sarian1

 

1Universidade Estadual de Campinas

2Universidade Federal de Minas Gerais

3University of Warwick)  

barbarav.sarmento@hotmail.com

Introdução: A reconstrução mamária (RM) tem importante papel na imagem corporal e autoestima de mulheres que realizaram cirurgia por câncer de mama. Apesar disso, a RM está associada à restrição de amplitude de movimento (ADM) do ombro. A fisioterapia tem demonstrado papel fundamental na reabilitação dessas mulheres com exercícios pós-operatórios. Objetivo: Realizar uma meta-análise sobre os efeitos do exercício ativo na ADM de ombro de mulheres com câncer de mama submetidas à RM. Método: Revisão sistemática com meta-analise (Prospero:CRD42020192762). Estratégia de busca incluiu ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais, publicados até 2021, que utilizassem técnicas fisioterapêuticas como intervenção, nas bases PubMed, PMC, BVS/BIREME, EBSCOhost, Scopus, Web of Science, Embase, Cochrane, PEDro, Clinical Trials, ProQuest, BDTD e literatura cinzenta. O desfecho primário foi função do membro superior pela ADM do ombro. O grau de recomendação das evidências foi analisado pelo GRADE. Resultados: Foram identificados 1191 estudos, sendo incluídos 3 na meta-análise, com total de 235 participantes submetidos à RM com prótese de silicone, expansor ou cirurgia conservadora com técnica oncoplástica. Os estudos realizaram protocolos de exercícios ativos livres de membros superiores comparando o início com 15 e 30 dias de pós-operatório. A ADM do ombro foi avaliada por goniometria dos movimentos de flexão, abdução, rotação interna e rotação externa. A meta-análise indicou melhora significativa na flexão e na abdução de ombro, favorecendo às mulheres que iniciaram exercícios 15 dias após a cirurgia. Para rotação interna e externa do ombro não houve diferença significativa. O GRADE demonstrou alto grau de recomendação no início precoce dos exercícios para melhora da ADM de flexão e abdução de ombro. Conclusão: O início precoce de exercícios ativos de membros superiores no pós operatório de RM favorece o aumento da ADM de flexão e abdução, sendo seguro e eficaz para resgate da funcionalidade de membros superiores.

Palavras-chave: neoplasias da mama; mamoplastia; modalidades de fisioterapia

 

Referências

Mazuquin B, Sunemi MMO, Silva MPP, Sarian LOZ, Williamson E, Bruce J. Current physical therapy care of patients undergoing breast reconstruction for breast cancer: a survey of practice in the United Kingdom and Brazil. Brazilian journal of physical therapy. 2021;25(2):175–85.

Kim KH, Yeo SM, Cheong IY, Kim Y, Jeon BJ, Hwang JH. Early rehabilitation after total mastectomy and immediate reconstruction with tissue expander insertion in breast cancer patients: a retrospective case-control study. Journal of breast cancer. 2019;22(3):472–83.

Rizzi SKLA, Haddad CAS, Giron PS, Figueira PVG, Estevão A, Elias S, Nazário ACP, Facina G. Early free range-of-motion upper limb exercises after mastectomy and immediate implant-based reconstruction are safe and beneficial: a randomized trial. Annals of surgical oncology. 2020;27(12):4750–9.

Rizzi SKLA, Haddad CAS, Giron PS, Figueira PVG, Estevão A, Elias S, Nazário ACP, Facina G. Exercise protocol with limited shoulder range of motion for 15 or 30 days after conservative surgery for breast cancer with oncoplastic technique: a randomized clinical trial. American Journal of Clinical Oncology. 2021;44(6):283–90.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Experiência, satisfação e adesão de mulheres sobreviventes ao câncer de mama em um programa de telerreabilitação

 

Júlia Cardoso Teotônio da Silva, Maria Luiza Pereira, Letícia Carolina Gantzel, Beatriz Gabrielle Fetzner, Ana Laura Warmling Rovaris, Fabiana Flores Sperandio

 

Universidade do Estado de Santa Catarina

 

juliacardosot@hotmail.com

 

Introdução: Mundialmente, os anos de 2020 a 2022 foram marcados pela pandemia do coronavírus, que modificou a rotina e as atividades da população, redefinindo os cenários de saúde. Neste contexto, os pacientes oncológicos encontraram-se em vulnerabilidade, dado o risco de exposição. Assim, a telerreabilitação foi estimulada como uma nova modalidade fisioterapêutica para a segurança dos pacientes. Objetivos: Analisar a experiência, satisfação e adesão de mulheres sobreviventes ao câncer de mama em um programa de telerreabilitação. Métodos: Trata-se de um estudo misto, cadastrado e aprovado na Clinical Trials (NCT04779450), no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAAE: 39767120.3.0000.0118) e pelo Centro de Pesquisas Oncológicas (CAAE nº 39767120.3.3001.5355). Dezesseis mulheres foram randomizadas em dois grupos. A experiência foi avaliada pelo relato da participante, a satisfação foi quantificada por uma pergunta pontuada de 0 a 10, e a adesão foi coletada pelo número de sessões concluídas. Os dados foram armazenados e organizados no Microsoft Excel (versão 2010) e analisados no Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 e MAXQDA. Resultados: Analisando a experiência, observamos facilitadores e barreiras da telerreabilitação, comparação entre o acompanhamento online e presencial e aspectos relacionados à saúde e bem-estar. A categoria mais citada foi a dos facilitadores, seguida por saúde e bem-estar. Quanto a adesão aos atendimentos, apresentaram uma frequência de 83% de participação na Telerreabilitação Assíncrona (TA) e de 94% na Telerreabilitação Síncrona (TS). Na satisfação com os programas, o grupo TA apresentou uma média de 9,5 (±0,75), e o grupo TS 9,88 (±0,35). Conclusão: Mulheres sobreviventes ao câncer de mama relataram experiências positivas e altos índices de satisfação e adesão em programas de telerreabilitação, síncrono ou assíncrono. As barreiras no programa foram relatadas somente no grupo assíncrono, o que pode reforçar os benefícios do atendimento síncrono.

Palavras-chave: telerreabilitação; câncer de mama

 

Referências

Ghidinelli F, Bianchi A. COVID-19 and breast cancer: Impact on patients and breast care centers. European Journal of Surgical Oncology. 2020;46(11):2158–9.

Keikha L, Maserat E, Mohammadzadeh Z. Telerehabilitation and monitoring physical activity in patients with breast cancer: systematic review. Iranian Journal of Nursing and Midwifery Research. 2022;27(1):8.

Burki TK. Cancer guidelines during the COVID-19 pandemic. The Lancet Oncology. 2020;21(5):629–30.

Moujaess E, Kourie HR, Ghosn M. Cancer patients and research during COVID-19 pandemic: A systematic review of current evidence. Critical Reviews in Oncology/Hematology. 2020;150:102972.

 

 

Funcionalidade em pacientes no pós-operatório de câncer de mama

 

Gabrielly Scardini Gama, Jaissa De Jesus Oliveira, Juliana Massariol Welnecker, Raquel Coutinho Luciano Pompermayer

 

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória

 

gabriellyscardinigama@outlook.com

 

Introdução: Dentre os tipos de câncer, o de mama (CM) possui maior prevalência entre mulheres no Brasil, podendo acarretar manifestações biológicas ao decorrer do tratamento afetando a funcionalidade e qualidade de vida (QV) dessas pacientes, levando a alterações funcionais e estruturais pós-cirurgia. No entanto, a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é uma ferramenta de classificação e permite uma análise sucinta da condição, também considerada na orientação da prática terapêutica considerando seus domínios. Objetivo: o presente estudo tem como objetivo avaliar a qualidade de vida, qualificando de acordo com a classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF) de pacientes em acompanhamento pós-operatório de câncer de mama Setor de Oncologia do HSCMV. Métodos: Consiste no estudo observacional do tipo transversal de abordagem quantitativa, com 21 pacientes atendidas no Ambulatório Multidisciplinar de Câncer de Mama do HSCMV/ES, selecionadas de acordo com os critérios de inclusão, aprovado pelo comitê de ética número 3.997.191. Foram aplicados os questionários EORTC QLQ-C30 e QLQ-BR23 para QV e CIF para classificar a funcionalidade. Os dados foram analisados de forma descritiva. Resultados: O score encontrado nas escalas de QV foi classificado como moderado (QLQ-C30 64,4 ± 15,3) e QLQ-BR23 49,2 ± 11,5). Observou- se que o impacto na funcionalidade ocorre por conta das disfunções encontradas nos domínios da CIF em estrutura e função de forma grave: dor em membro superior, resistência de todos os músculos, função tátil, mobilidade de uma única articulação, alteração sensorial, faixa de emoções e funções de fase de excitação sexual, na qual a alta disfuncionalidade impacta na atividade e participação de forma grave em cuidar da própria saúde de 71,4% das pacientes. Conclusão: A QV dessas mulheres foi classificada em moderadas, tendo suas funções comprometidas devido alterações que impactaram na participação, com isso sendo necessário o trabalho multidisciplinar visando a funcionalidade dessas.

Palavras-chave: câncer de mama; mastectomia; classificação internacional de funcionalidade; incapacidade e saúde – CIF

 

Referências

Instituto Nacional De Câncer. A situação do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2021.

Santos VA, Seippel T, Castaneda L. Utilização da classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde em mulheres com câncer de mama: revisão da literatura. Revista Brasileira de Cancerologia. 2019;65(1):e–15349.

Nascimento MC, Daikuhara GKF, Torresan C, Vizzotto Júnior AO, Lopes GM. Analysis of quality of life in patients diagnosed with breast cancer and submitted to chemotherapy treatment. Research, Society and Development. 2022;11(15): e458111537216.

Costa I. et al. Utilização de um core set da cif para a descrição da atividade e participação de mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico para o câncer de mama. Revista Interdisciplinar Ciências Médicas. 2018;2(1): 4-14.

Castro e Silva IM et al. Câncer de mama: a verdadeira estrada do nordeste brasileiro. Annali di igiene: medicina preventiva e di comunita. 2022;34(4):319–25.

 

 

Área Temática: Obstetrícia

 

 

Comparação da experiência de parto entre mulheres que usaram ou não recursos não farmacológicos para alívio da dor

 

Alice Moralez de Figueiredo, Jordana Barbosa da Silva, Patricia Driusso

 

Universidade Federal de São Carlos

 

alicemoralez@estudante.ufscar.br

 

Introdução: A experiência da mulher relacionada ao parto pode variar de acordo com a sensação de segurança, assistência à saúde durante a gestação, uso de anestesia, condições perineais e acesso a recursos não farmacológicos. Objetivos: Comparar a experiência do parto entre mulheres que usaram ou não recursos não farmacológicos para alívio da dor. Método: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE: 48779121.4.0000.5504), conduzido online, incluiu 597 mulheres brasileiras (26 ± 6 anos) com até seis meses pós-parto vaginal e sem comorbidades durante a gestação. As participantes responderam a um questionário semiestruturado com dados socioeconômicos, uso de recursos não farmacológicos para alívio de dor durante o trabalho de parto (imersão/ aspersão, massagem terapêutica e mudança de posturas) e o Childbirth Experience Questionnaire (CEQ-Br). O CEQ-Br é constituído por 4 domínios (capacidade pessoal, suporte profissional, sensação de segurança e participação), a pontuação final de cada domínio varia de 1-4, e classificações mais elevadas refletem experiências de parto mais positivas. A análise de dados foi realizada pelo Teste T-Student comparando mulheres que usaram ou não os recursos não farmacológicos. Foi adotado nível de significância de 5%. Resultados: As mulheres que tiveram acesso a imersão/ aspersão apresentaram percepção melhor nos domínios de suporte profissional (p < 0,001), sensação de segurança (p = 0,003) e participação (p = 0,003). Aquelas que utilizaram a massagem terapêutica apresentaram uma percepção melhor nos domínios de capacidade pessoal (p = 0,001), suporte profissional (p<0,001) e sensação de segurança (p < 0,001). Por fim, as mulheres que foram orientadas a um parto mais ativo apresentaram melhor percepção em todos os domínios em relação às mulheres que não utilizaram estes recursos. Conclusão: As mulheres que utilizaram recursos não farmacológicos para o alívio da dor durante o parto apresentaram percepção de experiência mais positiva do parto quando comparadas às mulheres que não utilizaram estes recursos.

Palavras-chave: saúde da mulher; fisioterapia; dor do parto

 

Referências

Jones L, Othman M, Dowswell T, Alfirevic Z, Gates S, Newburn M, et al. Pain management for women in labour: an overview of systematic reviews. Cochrane Database Syst Rev. 2011;(3).

Kimber L, McNabb M, Mc Court C, Haines A, Brocklehurst P. Massage or music for pain relief in labour: A pilot randomised placebo controlled trial. Eur J Pain. 2008;12(8):961–9.

Silva Vieira RCM, Ferreira CHJ, Carvalho Cavalli R, Do Prado MLR, Beleza ACS, Driusso P. Cross-cultural adaptation and psychometric evaluation of the Brazilian Portuguese version of the childbirth experience questionnaire. BMC Pregnancy Childbirth. 2020;20(1):1–8.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – Processo 2021/06375-2

 

 

Efeito de um programa de treinamento da musculatura do assoalho pélvico utilizando aplicativo móvel sobre a queixa urinária de gestantes: ensaio clínico randomizado

 

Natasha Morena Bazílio Silva, Letícia Rodrigues Silva, Juliana Silveira Alves, Thayna Martins Cunha, Rogério Melo Costa Pinto, Vanessa Santos Pereira Baldon

 

Universidade Federal de Uberlândia

 

natashasilvaster@gmail.com

 

Introdução: O treinamento da musculatura do assoalho pélvico (TMAP) é considerado o padrão-ouro para a prevenção de disfunções uroginecológicas na gestação. O uso de aplicativos de celular pode ser uma forma de incentivo e aumento do acesso das gestantes ao TMAP. No entanto, pouco é conhecido sobre o TMAP realizado com o auxílio de aplicativos de celular em gestantes. Objetivos: Comparar os efeitos do TMAP orientado por aplicativo de celular versus TMAP realizado de forma supervisionada com orientações para casa por cartilha sobre as queixas urinárias de gestantes. Método: Ensaio clínico randomizado (CAAE 94786418.6.0000.5152) realizado a partir da construção do aplicativo de dispositivo móvel Meu Assoalho Pélvico (MAPapp). Oitenta e oito gestantes (30,0 ± 3,26 anos, 20 ± 1,2 semanas gestacionais) foram randomizadas em dois grupos: Grupo App (TMAP orientado pelo aplicativo de celular) e e Grupo Sup+Cart (TMAP supervisionado de forma online individual duas vezes por semana e uso da cartilha escrita). Ambos grupos foram orientados a realizar o mesmo programa de TMAP composto por sete exercícios para serem executados em cada dia. Antes e 12 semanas após a intervenção as participantes foram avaliadas pelo International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF) e por um questionário de satisfação. Para análise estatística foi utilizado o teste de ANOVA, com nível de significância de 5%. Resultados: Após a intervenção, não foi observada diferença significativa sobre as queixas urinárias entre os grupos. O grupo App apresentou menor média de treinos realizados e nível de satisfação superior (p<0,01). Conclusão: Gestantes que realizaram TMAP orientado por aplicativo de celular apresentaram resultado semelhante àquelas que realizaram TMAP com supervisão online e cartilha quanto a queixa de perda urinária. Além disso, gestantes que utilizaram aplicativo apresentaram maior satisfação mas menor média de treinos realizados.

Palavras-chave: fisioterapia; gravidez; incontinência urinária

 

Referências

Woodley SJ, Lawrenson P, Boyle R, Cody JD, Mørkved S, Kernohan A, et al. Pelvic floor muscle training for preventing and treating urinary and faecal incontinence in antenatal and postnatal women. Cochrane Database Syst Rev. 2020;5:CD007471.

Elliott V, de Bruin ED, Dumoulin C. Virtual reality rehabilitation as a treatment approach for older women with mixed urinary incontinence: a feasibility study. Neurourol Urodyn. 2015;34(3):236-43. doi: 10.1002/nau.22553

Marques J, Botelho S, Pereira LC, Lanza AH, Amorim CF, Palma P, Riccetto C. Pelvic floor muscle training program increases muscular contractility during first pregnancy and postpartum: electromyographic study. Neurourol Urodyn. 2013;32(7):998-1003. doi: 10.1002/nau.22346

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

A prevalência da incontinência urinária no pós-parto

 

Clarissana Botaro, Karen Aline Coelho Guerson

 

Centro Universitário Faminas

 

clafisio@gmail.com

 

Introdução: A gestação afeta o corpo feminino, influenciando o assoalho pélvico e levando à incontinência urinária (IU). Este estudo visa identificar a prevalência de IU após partos vaginais e cesáreas, coletando dados por questionários e avaliando seu impacto. Método: Este estudo transversal com 25 mulheres pós-parto, após aprovação ética (CAAE: 45262921.7.0000.5105), usou TCLE e questionários socioeconômicos e ICIQ-SF para avaliar IU até 6 meses pós-parto. Através do Google Forms, avaliaram-se aspectos socioeconômicos, assistência profissional e dados da puérpera. ICIQ-SF avaliou presença e impacto da IU. Inclusão: mulheres > 18 anos, pós-parto, alfabetizadas e com acesso à internet. Distúrbios psiquiátricos e IU prévia excluíram participantes. Dados tratados por análise descritiva, Scores do ICIQ-SF e cálculo da prevalência de IU pós-parto. Resultados: Amostra de 25 mulheres, média de idade 27 anos (± 1,9), casadas (84%), parto cesáreo (84%). Média de gestações: 2,8 (± 2,9). Sete mulheres (28%) apresentaram IU, predominantemente leve a moderada. Apenas 2 receberam orientação para Fisioterapia Pélvica. Prevalência geral de IU pós-parto: 28%, afetando a qualidade de vida. Essa prevalência se assemelha a outros estudos, variando de 24,6% a 72,1%. Gestação não é único fator. Resultados sobre massa corporal do recém-nascido alinham-se a pesquisas, sem relação direta com massa corporal > 4 kg. Maioria (71,4%) afirmou que a IU afeta suas vidas, reforçando achados similares. Estudo que menciona maior IU em partos vaginais sugere que cesáreas não reduzem risco. Ganho de massa corporal também é considerado fator de risco, variando entre participantes (3,400 a 20 kg). Conclusão: Prevalência de IU pós-parto: 28%. 71,4% das participantes com sintomas relatam impacto na vida diária. Quanto ao parto, 57,1% são cesáreas e 42,9% vaginais, indicando que cesárea não exclui risco de IU.

Palavras-chave: incontinência urinária; assoalho pélvico; mulheres; puerpério

 

Referências

Lopes D, Praça N. Prevalência de incontinência urinária autorreferida no pós-parto e fatores relacionados. Acta Paulista de Enfermagem. 2012;25(4):574-580.

Díaz Ramírez F et al. Prevalencia de incontinencia urinaria en el posparto. Revista Cubana de Obstetricia y Ginecología. 2017;43(2):1-11.

Higa R, Lopes MHBM, Reis MJ. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2008;42:187-92.

 

 

Fatores contextuais relevantes para avaliação no período gestacional: resultados preliminares de um estudo Delphi

 

Clara Maria de Araujo Silva1, Tatiana de Oliveira Sato1, Mariana Paleari Zanoni1, Larissa Thabata Gozzer1, Guilherme Tavares de Arruda1, Daiana Priscila Rodrigues-de-Souza2, Ana Carolina Sartorato Beleza1

 

cmaraujoft@gmail.com

 

1Universidade Federal de São Carlos

2University of Córdoba

 

Introdução: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) possibilitou a padronização da avaliação dos indivíduos a partir do modelo biopsicossocial. Contudo, na literatura há escassez de estudos que utilizam este modelo na área de Saúde da Mulher e em especial no período gestacional, principalmente quanto ao papel exercido pelos fatores contextuais. Objetivo: Identificar os fatores contextuais relevantes para avaliação de gestantes a partir da percepção de um grupo de peritos. Métodos: Trata-se de um estudo metodológico para o desenvolvimento de um instrumento sobre os fatores contextuais na gestação a partir de um grupo de peritos (profissionais da saúde e gestantes brasileiras) com acesso à internet. O estudo foi aprovado (CAAE: 63878222.1.0000.5504) e realizado de março a abril de 2023. Os dados foram coletados via Google Forms com perguntas para caracterização das participantes e identificação de fatores contextuais relevantes para o período gestacional, sendo os dados analisados de forma descritiva e pela concordância entre os participantes. Resultados: Participaram 11 profissionais da saúde (G1) e 11 gestantes (G2) com média de idade de 43 (±7,3) e 30 (±6,4) anos, respectivamente. Os fatores relevantes em ambos os grupos foram: rede de apoio (G1: 100%; G2: 91%), acompanhamento pré-natal (G1 e G2: 82%) e psicológico (G1: 91%; G2: 82%). Alguns fatores apresentaram divergência sobre serem considerados relevantes, sendo cor da pele (G1: 91%; G2: 27%), escolaridade (G1: 100%; G2: 36%), condições de moradia (G1: 82%; G2: 27%) e renda (G1: 91%; G2: 18%). Conclusão: Pode-se identificar que os fatores contextuais, rede apoio e o acompanhamento pré-natal e psicológico são relevantes para avaliação clínica obstétrica. Este conhecimento poderá nortear a investigação de quais fatores interferem na gestação e como isso ocorre, visto que há divergência entre profissionais e gestantes sobre o que pode influenciar no período gestacional.

Palavras-chave: pregnant women; delphi technique; international classification of functioning; disability and health

 

Referências

Brasil ACO. Curso de capacitação em classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde – CIF. In: Ana Cristhina de Oliveira Brasil, Ciomara Maria Pérez Nunes, Eduardo Santana de Araujo; design instrucional Ana Cláudia Taú, Melina de La Barrera Ayres – Florianópolis: CREFITO 10; UDESC/CEAD. 2012.

Österberg M, Hellberg C, Jonsson AK et al. Core Outcome Sets (COS) related to pregnancy and childbirth: a systematic review. BMC Pregnancy Childbirth. 2021;21:691.

Cresswell JA, Barbour KD, Chou D et al. Measurement of maternal functioning during pregnancy and postpartum: findings from the cross-sectional WHO pilot study in Jamaica, Kenya, and Malawi. BMC Pregnancy Childbirth. 2020;20:518.

Mokkink LB, Prinsen CAC, Patrick DL et al (2018) COSMIN methodology for systematic reviews of Patient-Reported Outcome Measures (PROMs): User Manual. Version 1.0. https://cosmin.nl/wp-content/uploads/COSMIN-methodology-for-content-validity-user-manual-v1.pdf

Terwee CB, Prinsen CAC, Chiarotto A, et al. COSMIN methodology for evaluating the content validity of patient-reported outcome measures: a Delphi study. Qual Life Res. 2018;27(5):1159-70.

 

Fisioterapia na Saúde da Mulher - a ausência do toque, o olhar através da tela. Teleconsultas, um relato de experiência

 

Paula Rodrigues, Thais Ramos Dias, Letícia Alves Rios Dias, Rafaela da Silva Frasson

 

GestaVida

 

pavicyp@gmail.com

 

Introdução: a pandemia da Covid-19 representou um dos maiores desafios para a saúde pública dos últimos tempos. Nesse contexto, o Ministério da Saúde incluiu grávidas e puérpera nos grupos vulneráveis à infecção por coronavírus, afetando-as em relação a assistência em saúde no modelo presencial. A fim de dar continuidade a assistência desse grupo isolado, o modelo de teleconsulta foi liberada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e tornou-se uma ferramenta importante de enfrentamento para o momento e se estendeu a mulheres que não tinham assistência em sua região. Objetivo: Descrever o relato de experiência sobre o processo de teleconsulta à mulher no ciclo gravídico-puerperal durante a pandemia de COVID-19 até os dias atuais, bem como dificuldades e benefícios encontrados. Método: trata-se do relato da experiência derivada de atendimentos individuais, online e ao vivo. Os encontros foram divididos em avaliação inicial, orientações sobre o ciclo gravídico-puerperal, prescrição de atividades domiciliares e exercícios fisioterapêuticos. Resultados: foram atendidas 201 pacientes em 30 países diferentes e 15 estados brasileiros. A intervenção fisioterapêutica por meio das teleconsultas proporcionou a manutenção dos atendimentos e tratamento das queixas ao longo da gestação bem como promoveu a educação em saúde, transmitiu informações e sanou as dúvidas das gestantes. Conclusão: A teleconsulta tem se mostrado um recurso para atendimento de pacientes com demandas fisioterapêuticas, possibilitando a assistência remota com qualidade e eficácia. Além disso, tem potencial relevante, considerando que há um número significativo de pacientes que precisam de assistência e residem em regiões nas quais há escassez de profissionais qualificados.

Palavras-chave: fisioterapia; gestação; teleconsulta

 

Referências

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Nota Técnica nº 12/2020- Infecção COVID-19 e os riscos às mulheres no ciclo gravídico-puerperal. COSMU/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS – Abril de 2020.

DeNicola N, Grosman D, Marko K, Sonalkar S, Tobah YSB, Ganju N et al. Telehealth Interventions to Improve Obstetric and Gynecologic Health Outcomes: A Systematic Review. Obstet Gynecol.2020; 135(2):371-82.

Departamento Científico da ABRAFISM, 2022. Recomendações para atendimento fisioterapêutico á gestantes, parturientes e puérperas em tempos de Covid-19.

Lima JR, Oliveira MCP, LIma KMO, Moura AK, Junior JJA, Macêdo VC. Health education strategies for pregnant and puerperal women in coping with the COVID-19 pandemic. Research, Society and Development. 2021;10(03).

 

 

 

Associação do exame físico do assoalho pélvico com uso do NEW PERFECT e manometria em gestantes

 

Dayane Duarte Abreu, Adriana Paula Fontana Carvalho, Roberta Romaniolo de Mattos, Carla Antonieli de Moraes

 

Universidade Estadual de Londrina

 

dayane9802@gmail.com

 

Introdução: A gestação promove inúmeras adaptações que podem gerar estresse sobre os músculos do assoalho pélvico (MAP). Por isso, é fundamental que o fisioterapeuta utilize para avaliação uma ferramenta eficiente e que forneça informações funcionais. Dentre os métodos mais utilizados estão a palpação bidigital e a manometria. Objetivo: Observar a correlação entre os valores de força e resitência dos MAP aferidos pela palpação bidigital do esquema “NEW PERFECT” e pela manometria em gestantes. Método: O estudo (CAAE: 27785820.2.0000.5231) incluiu 13 gestantes a partir da 20ª semana, que foram avaliadas pela palpação bidigital, baseado no esquema “NEW PERFECT”, no qual é avaliada a performance (P) de contração voluntária máxima (CVM); resistência (E) dos MAP em segundos; número de repetições (R) e o (F) número de CVM com duração de 1 segundo. Além da elevação do canal vaginal posterior durante CVM (E); presença de contração dos músculos acessórios na CVM (C), e (T) a presença de contração involuntária do MAP durante a tosse. Também foi realizada 3 medidas pela manometria com o Peritron®. Para verificar a correlação entre os valores da força na CVM, e resistência dos MAPs, obtida pelos dois métodos de mensuração, foi calculado o coeficiente ρ de Spearman, e para as demais variáveis do “NEW PERFECT” foi utilizada estatística descritiva. Foi adotado um nivel de significância de 5%. Resultados: A média de idade das gestantes foi 33 (± 6,4) anos e a de idade gestacional foi 28 (± 4,8) semanas. Pelo NEW PERFECT foi encontrada na palpação bidigital: P = 3,3 (± 0,9), E = 5,8 (± 3,8) segundos, R = 5,5 (± 3,4), F= 6,3 (± 3,2), e 84,6% das participantes apresentaram elevação do canal vaginal durante o exame (E), 53,8% usaram musculatura acessória (C) para realizar a contração da MAP e 23,1% apresentou reflexo de tosse presente (T). Na manometria, o pico de força máxima foi 32,3 (± 15) cmH20, e a força média entre as três avaliações foi de 22 (± 11) cmH20, com tempo médio de manutenção da força de 12 (± 3,3) seg. Foi encontrada, entre os dois métodos utilizados, uma forte correlação significativa para medida de CVM (ρ = 0,84) e moderada correlação para a medida de resistência (E) (ρ = 0,51). Conclusão: Foi identificada forte correlação, entre os valores de P na CVM, e moderada correlação para o tempo de manutenção da força dos MAP avaliada pela palpação bidigital e a manometria.

Palavras-chave: gestantes; assoalho pélvico; exame físico

 

Referências

Herbert J. Pregnancy and childbirth: the effects on pelvic floor muscles. Nurs Times. 2009;105(7):38¬41.

Riesco MLG, Caroci AS, de Oliveira SMJV, Lopes MHBM. Perineal muscle strenght during pregnancy and postpartum: the correlation between perineometry and digital vaginal palpation. Rev Lat Am Enfermagem. 2010;18(6):1138-44.

Ribeiro JS, Guirro ECO, Franco MM, Duarte TB, Pomini JM, Ferreira CHJ. Inter-rater reability study of the PeritronTM perineometer in pregnant woman. Physiother Theory Pract. 2016; 32(3): 209-17.

Ferreira CHJ, Barbosa PB, Souza FO, Antônio FI, Franco MM, K. Inter-rater reliability study of the modified Oxford Grading Scale and the Peritron manometer. Physiotherapy. 2011;97:132–8.

Silva JB, Sato TO, Rocha APR, Driusso P. Comparative intra - and inter-rater reliability of maximal voluntary contraction with unidigital and bidigital vaginal palpation and construct validity with Peritron manometer. Neurourology and Urodynamics. 2020;39:721-31.

 

 

Assistência fisioterapêutica e autogerenciamento da diástase abdominal após o parto: estudo de caso

 

Dayane Duarte Abreu, Ana Paula de Melo Ferreira, Carla Antonieli de Moraes, Adriana Paula Fontana Carvalho, Janaina Mayer de Oliveira Nunes, Roberta Romaniolo de Mattos

 

Universidade Estadual de Londrina

 

dayane9802@gmail.com

 

Introdução: Os músculos abdominais têm importante função de garantir a estabilização ventral do tronco. A gravidez predispõe à separação dos feixes dos músculos retos abdominais, sendo denominado diástase dos músculos retos abdominais (DMRA). Além disso, essa musculatura tem ação antagônica aos músculos posteriores do tronco e o desequilíbrio entre eles pode gerar instabilidade, sobrecarga das estruturas osteomioarticulares, alterações posturais e algias. Objetivos: Apresentar os resultados da assistência fisioterapêutica e autogerenciamento da DMRA após o parto. Métodos: Paciente do sexo feminino, 32 anos, primípara, gestação múltipla, cesárea, sedentária, com queixa de desconforto abdominal e lombar, submetida a 8 sessões de tratamento fisioterapêutico (CAAE: 27785820.2.0000.5231), sendo: avaliação inicial e final, análise ergonômica domiciliar, educação em saúde e cinesioterapia. A DMRA foi avaliada antes e após ao término da intervenção por meio do paquímetro e manualmente. Também foram aplicados os testes de ponte com perna estendida e super-homem em 4 apoios. A dor foi mensurada a cada sessão pela escala visual análoga (EVA). Resultados: A avaliação inicial a DMRA supra umbilical foi de 3,5 cm e infra umbilical de 4,0 cm, lombalgia EVA 10. Após o tratamento fisioterapêutico a medida supra umbilical reduziu 57,14% (1,5 cm), a infra umbilical 67,5% (1,3 cm) e a dor lombar para EVA 0. Durante o teste inicial do “super-homem em 4 apoios” a paciente não conseguiu manter a postura neutra da pelve/tronco, e na avaliação final manteve a postura. No teste da ponte com uma perna estendida, inicialmente ela não teve a capacidade de suporte do tronco e da pelve. Mas ao final das sessões, a pelve manteve o posicionamento. Conclusão: A fisioterapia desempenhou papel importante na recuperação da paciente, promovendo educação em saúde quanto às orientações posturais, autogerenciamento do tratamento domiciliar, além do reforço da musculatura abdominal, contribuindo positivamente para a funcionalidade e qualidade de vida.

Palavras-chave: diástase abdominal; lombalgia; fisioterapia

 

Referências

Gluppe S, Engh ME, K. What is the evidence for abdominal and pelvic floor muscle training to treat diastasis recti abdominis postpartum? A systematic review with meta-analysis. Braz J Phys Ther. 2021 Nov-Dec;25(6):664-75.

Mommers EHH, Ponten JEH, Al Omar AK et al. The general surgeon’s perspective of rectus diastasis. A systematic review of treatment options. Surgical Endoscopy. 2017.

Thabet AA, Alshehri MA. Efficacy of deep core stability exercise program in postpartum women with diastasis recti abdominis: a randomized controlled trial. J Musculoskelet Neuronal Interact. 2019 Mar 1;19(1):62-68.

 

 

Fotobiomodulação em traumas perineais no pós-parto vaginal imediato: estudo de viabilidade de ensaio clínico randomizado

 

Edna Jéssica Lima Gondim1, Simony Lira do Nascimento2, Maria Victória Candida Gaitero do Prado1, Ticiana Aparecida Alves de Mira1, Andrea Vasconcelos Gonçalves1, Fernanda Garanhani de Castro Surita1

 

1UNICAMP

2Universidade Federal do Ceará

 

ednajessica@hotmail.com

 

Introdução: A dor por trauma perineal interfere na qualidade de vida e na realização de atividades de vida diária da puérpera. A fotobiomodulação (FBM) tem sido utilizada para alívio de dor em diversas condições de saúde, portanto faz-se necessário investigar se a mesma poderia ser útil também nesses casos. Objetivos: Apresentar dados de viabilidade de ensaio clínico randomizado (ECR) sobre o uso da FBM em traumas perineais no pós-parto vaginal. Método: Estudo de viabilidade de ECR multicêntrico paralelo duplo-cego com dois grupos (FBM versus Sham) (CAAE: 59400922.1.3001.5050 e 59400922.1.1001.5404). O recrutamento foi realizado entre março e agosto de 2023 em alojamentos conjuntos de maternidades públicas em Fortaleza-CE e Campinas-SP. Para inclusão as mulheres deveriam estar entre 6 e 36 horas de pós-parto vaginal, ter idade maior que 18 anos, apresentar trauma perineal com sutura e dor perineal de no mínimo 4 pela Escala Numérica de Dor (END). Foram analisadas taxas de aproveitamento do recrutamento, de adesão e de retenção ao ECR por meio de porcentagens. Resultados: Foram triadas 958 puérperas, 902 foram excluídas pelos critérios de elegibilidade, sendo a taxa de aproveitamento do recrutamento de 5,9%. Foram incluídas 56 mulheres, destas 40 aceitaram participar (taxa de adesão de 71,4%), 16 (28,6%) se recusaram, 2 (5%) desistiram e 38 permaneceram (média de idade de 24,9 ± 4,4 anos); taxa de retenção de 95%. Não houve diferença de dor pela END entre as pacientes que recusaram/desistiram e as que permaneceram (respectivamente 5,6 ± 1,4 e 5,8 ± 1,6; p = 0.63). Conclusão: As taxas de adesão e de retenção foram consideradas adequadas, enquanto a de aproveitamento do recrutamento baixa e uma frequência considerável de recusa de participação. Esses dados são relevantes para interpretar as validades interna e externa do ECR e sua viabilidade.

Palavras-chave: terapia com luz de baixa intensidade; puerpério; períneo

 

Referências

Freitas LF, Hamblin MR. Proposed mechanisms of photobiomodulation or low-level light therapy. IEEE Journal on Selected Topics in Quantum Electronics. 2016;22(3):348–64.

Alvarenga MB et al. Effect of low-level laser therapy on pain and perineal healing after episiotomy: A triple-blind randomized controlled trial. Lasers in Surgery and Medicine. 2016;49(2):181–8.

Santos AEN et al. Programa de exercícios físicos e educação em dor para adultos com dor lombar crônica na Atenção Primária brasileira: estudo de viabilidade. BrJP. São Paulo, 2022 abr-jun;5(2):127-36.

 

 

 

Atuação da fisioterapia em maternidade referência em gestação de alto risco nas primeiras 72 horas após parto vaginal com vácuo extrator e laceração grau 2: um relato de caso

 

Danielle Araújo Mota1, Janaina Mayer de Oliveira Nunes2, Adriana Paula Fontana Carvalho1, Roberta Romaniolo de Mattos1

 

1Universidade Federal do Espírito Santo

2Universidade Estadual de Londrina

 

fisiodaniellemota@gmail.com

 

Introdução: A dor e o edema perineal são queixas frequentes no puerpério imediato, que aumentam quando associadas à partos instrumentalizados e lacerações, podendo resultar em dificuldades nas atividades intra hospitalares e no cuidado do recém-nascido. O parto vaginal operatório ainda é uma realidade em casos de exaustão materna e em período expulsivo prolongado. Objetivo: Relatar o caso de uma puérpera com laceração grau 2 associada ao uso de vácuo extrator, atendida pela fisioterapia numa maternidade de alto risco de um Hospital Universitário. Método: Relato de caso de uma puérpera acompanhada no serviço em maio de 2023, atendida pela fisioterapia desde o trabalho de parto, imediatamente após o parto, seguida nas próximas 72 horas de internação e com retorno para reavaliação 15 dias após o parto (CAAE 27785820.2.0000.5231). Resultados: Puérpera, 28 anos, G1P1, DGA2, líquido amniótico aumentado, em trabalho de parto espontâneo, necessitou de auxílio de vácuo extrator para expulsão por ocasião de período expulsivo prolongado e exaustão materna. Em avaliação imediata constatou-se a laceração grau 2 e edema vulvar importante, no qual a fisioterapia já aplicou crioterapia direta por 20 minutos. A paciente foi reavaliada 24 horas após o parto, com dor perineal (EVA 9), edema vulvar (3+/4+), desconforto para ficar sentada e ardência para micção. Nesta fase a conduta da fisioterapia baseou-se em aplicação de crioterapia direta, laserterapia 2J em pontos de laceração, orientação de contração precoce do assoalho pélvico, cuidado que se estendeu até o final da internação. Após 15 dias a puérpera retornou para avaliação fisioterapêutica sem edema vulvar, com a sutura limpa e seca, negando queixas perineais. Conclusão: A fisioterapia obstétrica teve papel e contribuiu significativamente para melhora do bem-estar e redução das morbidades pós-parto vaginal instrumentalizado.

Palavras-chave: vácuo-extração; período pós-parto; fisioterapeutas

 

Referências

Burti JS, Cruz JPS, Silva AC, Moreira IL. Assistência ao puerpério imediato: o papel da fisioterapia. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba. 2017;18(4):193–8.

Santos JO, Oliveira SM, Nobre MR, Aranha AC, Alvarenga MB. A randomised clinical trial of the effect of low-level laser therapy for perineal pain and healing after episiotomy: a pilot study. Midwifery. 2012 Oct;28(5):e653-9.

Operative Vaginal Birth: ACOG Practice Bulletin, Number 219. Obstetrics & Gynecology. 2020;135(4):e149-59

 

 

Relação das posturas de parto vaginal e ocorrência de laceração perineal: uma análise descritiva

 

Danielle Araújo Mota1, Flávia Specian Queiroz2, Adriana Paula Fontana Carvalho2, Roberta Romaniolo de Mattos2

 

1Universidade Federal do Espírito Santo

2Universidade Estadual de Londrina

 

fisiodaniellemota@gmail.com

 

Introdução: Durante o parto vaginal, pode ocorrer laceração perineal, que é o rompimento não intencional dos tecidos do períneo, localizado entre a vagina e o ânus, e essa laceração é classificada em graus, de acordo com os tecidos atingidos. Este trauma perineal traz impactos na saúde da mulher, como maior dor no puerpério, dispareunia e até distúrbios urinários e/ou fecal. As posturas adotadas no parto podem repercutir em laceração perineal, sendo que a literatura traz que posturas horizontalizadas aumentam a chance dessa ocorrência, enquanto posturas verticalizadas tem potencial de proteger o períneo. Objetivo: Observar a relação da postura de expulsão no parto vaginal e a ocorrência de laceração perineal. Métodos: O presente estudo observacional, coletou informações sobre o parto vaginal de parturientes na Maternidade do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná, e das condições perineais no pós-parto imediato, até duas horas após o parto (CAAE 27785820.2.0000.5231). Resultados: Foram coletados dados de 26 parturientes, com média de idade 29,5 (± 7) anos, idade gestacional em média de 37,4 (± 1,7) semanas, a média da massa corporal dos recém nascidos foi de 3.000 (± 400) g, 84% das parturientes tiveram expulsão em litotomia em decúbito dorsal, 11% em litotomia semi-sentada e somente 1 (3%) em postura verticalizada. A frequência de laceração perineal foi de 50%, sendo 27% foi de grau 1 e 23% de grau 2, e 35% delas relataram dor perineal no pós-parto imediato. Conclusão: Neste estudo observamos uma maioria absoluta da adoção de postura horizontalizada durante o período expulsivo do parto e uma alta incidência de laceração perineal.

Palavras-chave: trabalho de parto; parto normal; terceira fase do trabalho de parto

 

Referências

Gupta JK, Sood A, Hofmeyr GJ, Vogel JP. Position in the second stage of labour for women without epidural anaesthesia. Cochrane Database Syst Rev. 2017 May 25;5(5):CD002006.

Caruso FB, Schreiner L, Todescatto AD et al. Risk factors for urinary incontinence in pregnancy: a case control study. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(12):787–92.

Rocha M, Vidal M, Ribeiro GL et al. Factors related to perineal outcome after vaginal delivery in primiparas: a cross-sectional study. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2020;54.

 

 

Rotina de assistência da fisioterapia em maternidade de um hospital escola referência em gestação de alto risco

 

Danielle Araújo Mota1, Ana Paula Zacarias de Souza2, Dayane Duarte Abreu2, Carla Antonieli de Moraes2, Janaina Mayer de Oliveira Nunes2, Adriana Paula Fontana Carvalho2, Roberta Romaniolo de Mattos2

 

1Universidade Federal do Espírito Santo

2Universidade Estadual de Londrina

 

fisiodaniellemota@gmail.com

 

 

Introdução: No ciclo gravídico-puerperal ocorrem diversas adaptações fisiológicas, além disso, algumas comorbidades podem se instalar. Diante deste cenário, o fisioterapeuta ao integrar uma equipe da maternidade pode auxiliar na prevenção e tratamento de complicações pré, peri e pós-parto. Objetivo: Apresentar a rotina de um serviço de fisioterapia na gestação, parto e puerpério imediato em uma maternidade referência em gestação de alto risco em um hospital universitário. Métodos: Trata-se de um protocolo de rotina realizado pela fisioterapia destinado às pacientes atendidas pela maternidade do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná durante o acompanhamento da internação desde a gestação, parto e primeiras 72 horas pós-parto vaginal ou cesariana (CAAE 27785820.2.0000.5231). Resultados: As gestantes de alto risco são avaliadas pela fisioterapia e atendidas de acordo com a condição de repouso relativo ou absoluto. Nos casos de parto vaginal, é realizado acompanhamento por meio de condutas que facilitem a evolução do trabalho de parto. As puérperas de parto vaginal e cesariana são acompanhadas diariamente dentro das primeiras 24, 48 e 72 horas nos quesitos pessoais, hábitos fisiológicos, avaliação abdominal, ferida operatória, edema em membros inferiores, nível de mobilidade, independência nos cuidados do recém-nascido, aleitamento e riscos de trombose. Se parto vaginal, avalia-se ainda, parto instrumentalizado, posturas no parto/expulsão, condição perineal (edema, episiotomia, laceração-grau, hematoma, lóquios) e avaliação funcional do assoalho pélvico. Para intervenção essas puérperas recebem crioterapia direta imediatamente pós-parto por 20 minutos e no decorrer das 72 horas podem receber, laser em sutura, crioterapia e orientação de contração precoce do assoalho pélvico. Já as puérperas de parto cesariana recebem massagem superficial para incentivo intestinal, analgesia de ferida operatória, cuidados com edema de membros inferiores, treino de transferências e estímulo à deambulação precoce. Conclusão: A fisioterapia pode contribuir significativamente para melhores condições de alta hospitalar e prevenção de complicações pós-parto.

Palavras-chave: maternidades; fisioterapeutas; período pós-parto

 

Referências

Burti JS, Cruz JP, Silva AC, Moreira IL. Assistência ao puerpério imediato: o papel da fisioterapia. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba. 2017;18(4):193–8.

Silva LN. Abordagem fisioterapêutica no puerpério imediato em uma maternidade do Seridó Potiguar. 2021. 37 f. [Monografia]. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó: Curso de Residência Multiprofissional em Atenção A Saúde Materno-Infantil; 2021.

Ferroli-Fabricio AM, Homsi CJ, Rios LA, Mascarenhas LR, Oliveira NFF. “Por mais Fisioterapeutas nas Maternidades’: regulamentação, suporte científico e campanha ABRAFISM. Belém, PA: Associação Brasileira de Fisioterapia na Saúde da Mulher, 2020.

 

 

Terapia com fotobiomodulação em trauma mamilar no período puerperal: ensaio clínico randomizado

 

Ticiana Aparecida Alves de Mira1, Maria Victória Candida Gaitero do Prado1, Edna Jéssica Lima Gondim1, Simony Lira do Nascimento2, Fernanda Garanhani de Castro Surita1, Andrea Vasconcelos Gonçalves1

 

1UNICAMP

2Universidade Federal do Ceará

 

ticiana.mira@gmail.com

 

Introdução: À nível mundial, apenas 44% das crianças são amamentadas por um período exclusivo de 6 meses e dentre as razões para um desmame precoce, a dor em decorrência do trauma mamilar pode ser considerado. Objetivo: Avaliar a efetividade da fotobiomodulação sobre na dor de traumas mamilares em mulheres no pós-parto imediato. Métodos: Ensaio clínico controlado aleatorizado paralelo duplo-cego e multicêntrico (CAAE: 59400922.1.1001.5404 e CAAE: 59400922.1.3001.5050) realizado em duas maternidades com mulheres acima de 18 anos, com trauma mamilar e dor mínima de 4 na escala numérica de dor (END) avaliadas entre 6-36 h pós-parto. Foram coletados dados sociodemográficos, condição física da mama e mamilo, aspectos do trauma mamilar, dor durante amamentação e palpação. As puérperas foram aleatorizadas em dois grupos: fotobiomodulação (2J vermelho e 4J infravermelho) e sham com simulação da aplicação sem disparo de energia. As mulheres foram reavaliadas em 30 minutos e 24 horas após intervenção e por diário de dor. Resultados: Nos resultados parciais, analisamos 32 mulheres com prevalência de idade entre 20-29 anos. A lesão mais comum considerando mamilo direito e esquerdo, respectivamente, no grupo experimental foi fissura (53-57%) e eritema (23-42%) e no sham, eritema (61-71%) e fissura (21-38%). A END na última mamada foi de 5 e 6 para experimental e sham. Foi encontrado após aplicação da fotobiomodulação, menor nível de dor na mama direita em 12h após intervenção (p = 0.04) e menor nível de dor mama esquerda em 6h (p = 0.04) e 12h (p = 0.02) no grupo experimental. Conclusão: Menor nível de dor em 12h após aplicação do laser na mama direita, 6h e 12h para a mama esquerda, foi evidenciado no grupo experimental em comparação com o sham. A terapia de fotobiomodulação é uma técnica promissora para tratamento da dor por trauma mamilar no puerpério imediato favorecendo a manutenção do aleitamento materno exclusivo.

Palavras-chave: terapia com luz de baixa intensidade; aleitamento materno; dor

 

Referências

Kac G. Aleitamento materno: Prevalência e práticas de aleitamento materno em crianças brasileiras menores de 2 anos 4: ENANI 2019. Rio de Janeiro, RJ: UFRJ; 2021. 108 p. Disponível em: https://enani.nutricao.ufrj.br/index.php/relatorios

Niazi A, Rahimi VB, Soheili-Far S, Askari N, Rahmanian-Devin P, Sanei-Far Z, Sahebkar A, Rakhshandeh H, Askari VR. A systematic review on prevention and treatment of nipple pain and fissure: are they curable? J Pharmacopuncture. 2018 Sep;21(3):139-50.

de Freitas LF, Hamblin MR. Proposed Mechanisms of Photobiomodulation or Low-Level Light Therapy. IEEE J Sel Top Quantum Electron. 2016 May-Jun;22(3):7000417.

Camargo BTS, Coca KP, Amir LH, Corrêa L, Aranha ACC, Marcacine KO, Abuchaim ÉSV, Abrão ACFV. The effect of a single irradiation of low-level laser on nipple pain in breastfeeding women: a randomized controlled trial. Lasers Med Sci. 2020 Feb;35(1):63-69.

 

 

Dor na cintura pélvica durante a gestação: validação de conteúdo de uma cartilha educativa

 

Larissa Thabata Gozzer1, Clara Maria de Araujo Silva1, Leticia Mancini2, Ana Carolina Sartorato Beleza1

 

1Universidade Federal de São Carlos

2Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

 

 larissa_gozzer@hotmail.com

 

Introdução: A gestação é uma fase marcada por profundas mudanças fisiológicas no corpo da mulher, incluindo alterações biomecânicas e hormonais que podem impactar na qualidade de vida da gestante. Entre essas transformações, algumas de natureza musculoesquelética, podem resultar em limitações, como a dor na cintura pélvica (DCP). Dada a alta prevalência dessa condição durante a gestação, é importante fornecer orientações sobre a DCP e seu autogerenciamento para essa população. Objetivo: Validar o conteúdo de uma cartilha educativa para gestantes com dor na cintura pélvica. Método: Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico de uma cartilha educativa para gestantes com dor na cintura pélvica (CAAE: 64194322.8.0000.5504). A cartilha elaborada foi inicialmente com base em estudos científicos, sendo posteriormente validada por juízes da área da saúde. Para análise dos dados foi utilizado o método do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), sendo considerados os resultados superiores a 0,8 como adequados. Resultados: O material educativo final abrangeu definições, informações e diretrizes para o manejo da dor pélvica. Após sua elaboração, nove fisioterapeutas participaram do processo de validação de conteúdo. Os resultados do IVC superaram os limites estabelecidos, com um índice global de 0,93. Com base em sugestões dos avaliadores, a cartilha passou por adaptações, como por exemplo, a inserção de figuras mostrando a localização dor da dor pélvica em um esquema corporal. Conclusão: A proposta da cartilha sobre dor pélvica atingiu o padrão de aceitabilidade, sendo considerada validada pelos profissionais da saúde. Nesse contexto, considerando a propensão da gestação para a adoção de novos hábitos e a busca por conhecimento, a educação em saúde assume um papel crucial. A produção de cartilhas educativas emerge como uma abordagem acessível e eficaz para disseminar informações valiosas entre essa população, contribuindo para uma gestação mais informada e saudável.

Palavras-chave: gravidez; dor pélvica; estudo de validação

 

Referências

Gutke A, Kjellby-Wendt G, Öberg B. The inter-rater reliability of a standardised classification system for pregnancy-related lumbopelvic pain. Manual Therapy. 2010;15(1):13–8.

Lynn MR. Determination and quantification of content validity. Nursing Research. 1986;35(6):382–5.

Polit DF, Beck CT. The content validity index: are you sure you know what’s being reported? Critique and recommendations. Research in Nursing & Health. 2006;29(5):489–97.

Vleeming A et al. European guidelines for the diagnosis and treatment of pelvic girdle pain. European Spine Journal. 2008;17(6):794–819.

 

Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2022/10483-8

 

 

Impacto do exercício aquático nos níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias em ratas prenhes com diabete moderado

 

Bruna Bologna Catinelli, Aline Medolago Carr, Rafael Guilen de Oliveira, Maria Angélica Spadella, Angelica Mercia Pascon Barbosa, Patrícia de Souza Rossignoli, Marilza Vieira Cunha Rudge

 

UNESP

 

bologna.bruna@gmail.com

 

Introdução: O diabetes mellitus gestacional tem sido associado à miopatia diabética do músculo reto abdominal (MRA), contribuindo para ocorrência de incontinência urinária. O aumento da secreção de citocinas pró-inflamatórias em quadros de diabetes está envolvido na ativação de vias de degradação de proteínas e diminuição da síntese de proteínas, contribuindo para a instalação da miopatia diabética. Em modelo experimental, a prática de exercício na prenhez de ratas diabéticas foi capaz de reverter a miopatia do MRA, porém o papel da inflamação na reversão da miopatia do MRA é desconhecido. Objetivo: Analisar o impacto do exercício aquático nos níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias em ratas prenhes diabéticas. Métodos: O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA 1365/2020). O diabete moderado foi induzido por Streptozotocin (100 mg/kg, via subcutânea), no primeiro dia de vida de fêmeas Wistar. Aos 90 dias de vida, após o acasalamento e confirmação de prenhez, as ratas foram distribuídas em grupo sedentário ou exercitado. O protocolo de exercício aquático teve início a partir do dia 0 de prenhez até o dia 20 de prenhez (60 min/dia, 6 dias/semana). No dia 21 de prenhez, as ratas foram eutanasiadas com Tiopental (120 mg/kg) e o sangue foi coletado e depositado em tubos heparinizados. Foi realizada quantificação de TNF-α, IL-6 e IL-1ß pelo método ELISA. As comparações entre grupos foram realizadas por ANOVA duas vias, e p < 0,05 foi considerado significativo. Resultados: Não houve diferença entre os grupos diabéticos e não-diabéticos sedentários e exercitados nos níveis de TNF-α, IL-6 e IL-1ß. Conclusão: Tanto o diabete moderado quanto o exercício aquático não alteraram os níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias de ratas prenhes. Mais estudos são necessários para compreender o papel da inflamação no contexto da reversão da miopatia diabética, analisando a expressão tecidual destes marcadores.

Palavras-chave: diabetes; inflamação; exercício físico

 

Referências

Barbosa AMP, Dias A, Marini G, Calderon IMP, Witkin S, Rudge MVC. Urinary incontinence and vaginal squeeze pressure two years post-cesarean delivery in primiparous women with previous gestational diabetes mellitus. Clinics (Sao Paulo). 2011;66(8):1341–6.

Vesentini G, Barbosa AMP, Damasceno DC, Marini G, Piculo F, Matheus SMM, et al. Alterations in the structural characteristics of rectus abdominis muscles caused by diabetes and pregnancy: A comparative study of the rat model and women. PLoS One. 2020;15(4):1–17.

Perry BD, Caldow MK, Brennan-Speranza TC, Sbaraglia M, Jerums G, Garnham A, Wong C, Levinger P, Asrar Ul Haq M, Hare DL, Price SR, Levinger I. Muscle atrophy in patients with Type 2 Diabetes Mellitus: roles of inflammatory pathways, physical activity and exercise. Exerc Immunol Rev. 2016;22:94-109.

Catinelli BB, Rossignoli PS, Floriano JF, Carr AM, de Oliveira RG, dos Santos NJ, et al. Reversal of diabetic-induced myopathy by swimming exercise in pregnant rats: a translational intervention study. Sci Rep. 2022 Dec;12(1):7375.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2016/01743-5

 

 

Vascular mechanisms in the context of diabetic-induced rectus abdominis myopathy and response to swimming exercise

 

Aline Medolago Carr1, Bruna Bologna Catinelli1, Nilton José dos Santos1, Maria Angélica Spadella2, Marilza Vieira Cunha Rudge1, Patrícia de Souza Rossignoli1, Angélica Mércia Pascon Barbosa1

 

1UNESP

2FAMEMA

 

aline.medolago97@gmail.com

 

Introduction: Gestational diabetes mellitus (GDM) has been associated with diabetic myopathy (DiM) which leads to urinary incontinence (UI). Mild hyperglycemic pregnancy (MHP) rat model evidenced structural changes in the rectus abdominis muscle (RAM) fibers, but the role of vascular mechanisms in diabetic- induced changes in the RAM is unknown. Swimming exercise is useful for the management of GDM and its complications, including the reversal of structural changes in the RAM fibers. Aim: Evaluate the impact of mild hyperglycemia and the effects of swimming exercise on the vasculature of the RAM in pregnant rats. Methods: The study was approved by the Institutional Animal Care and Use (protocol number 1366/2020). MHP rat model was obtained by a subcutaneous injection of 100 mg/kg streptozotocin (diabetic group) or citrate buffer (non-diabetic group) on the first day of life in Wistar female newborns. At 90 days of age the rats were mated and randomly allocated to remain sedentary or subjected to a swimming exercise protocol from gestational day 0 to gestational day 20 (60 min/day; 6 days/week). On gestational day 21, rats were euthanized with Thiopentax (120 mg/kg) and RAM was collected for immunohistochemical (anti-CD31 and anti-CD105) and morphometric analysis. Results: No MHP- or swimming exercise- induced changes were observed in the capillary count, capillary contacts, sharing factor, capillary-to-fiber ratio, capillary density and capillary-to-fiber perimeter exchange in the RAM, as in morphometry of RAM arterioles. Conclusion: Mild hyperglycemia as well as swimming exercise did not promote changes in capillary count, vascular indexes and vascular morphology, suggesting that vascular structure changes are not involved in the pathophysiology of RAM DiM nor in the SE-induced reversal of RAM DiM. This translational approach brings new findings about the pathophysiology of RAM DiM and the effects of SE on MHP condition.

Palavras-chave: diabetes, skeletal muscle, capillaries

 

Referências

Barbosa AMP, Dias A, Marini G, Calderon IMP, Witkin S, Rudge MVC. Urinary incontinence and vaginal squeeze pressure two years post-cesarean delivery in primiparous women with previous gestational diabetes mellitus. Clinics (Sao Paulo). 2011;66(8):1341–6.

Vesentini G, Marini G, Piculo F, Damasceno DC, Matheus SMM, Felisbino SL. Morphological changes in rat rectus abdominis muscle induced by diabetes and pregnancy. 2018;51:1–10.

Vesentini G, Barbosa AMP, Damasceno DC, Marini G, Piculo F, Matheus SMM, et al. Alterations in the structural characteristics of rectus abdominis muscles caused by diabetes and pregnancy: A comparative study of the rat model and women. PLoS One. 2020;15(4):1–17.

Catinelli BB, Rossignoli PS, Floriano JF, Carr AM, de Oliveira RG, dos Santos NJ, et al. Reversal of diabetic-induced myopathy by swimming exercise in pregnant rats: a translational intervention study. Sci Rep. 2022 Dec;12(1):7375.

Damasceno DC, Netto AO, Iessi IL, Gallego FQ, Corvino SB, Dallaqua B, et al. Streptozotocin-induced diabetes models: pathophysiological mechanisms and fetal outcomes. Biomed Res Int. 2014;2014:819065. doi10.1155/2014/819065

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2016/01743-5

 

 

Projeto maternar no campus em uma ação de relatos e experiências da maternidade: um túnel de emoções

 

Tatiane Araújo dos Santos, Sávia Francisca Lopes Dias, Gilvana Pessoa de Oliveira, Ariane da Costa Melo, Lorena Sousa Soares, Jamille da Silva Brasil, Kallyny Kelly Gonçalves Matos

 

Universidade Federal do Delta do Parnaíba

 

tatiannesanttos130@gmail.com

 

Introdução: A Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) pertence ao grupo de universidades supernovas oficializadas pelo Ministério da Educação. As Pró Reitorias de Assuntos Estudantis e de Gestão de Pessoas em parceria com a Liga Acadêmica de Fisioterapia na Saúde da Mulher, dessa instituição, desenvolveram o Projeto Maternar no campus afim de assistir gestantes e lactantes no ambiente universitário. Tendo em vista que essas mulheres enfrentam períodos de intensas alterações físicas, psicológicas e sociais, destaca-se a importância de uma rede de apoio dentro do ambiente que estão inseridas. Objetivo: relatar uma experiência vivenciada através de uma ação do projeto maternar no campus, realizado na UFDPar. Método: O projeto iniciou com o formulário virtual enviado para a comunidade acadêmica através das coordenações dos 12 cursos. Posteriormente, as mulheres foram convidadas para o primeiro encontro do projeto. Para tal, construiu-se um túnel de emoções dividido em 4 estações: primeiro, segundo e terceiro trimestre gestacional, e o processo de amamentar. Nas respectivas estações, indagava-se algo que seria comum vivenciar. Logo, as mulheres relatavam suas experiências e os mediadores interviam com informações científicas a respeito. Resultados: O formulário identificou 27 mulheres (8 gestantes e 19 lactantes). No túnel, durante a primeira estação, destacaram-se relatos de duas participantes sobre hiperêmese gravídica e o da vivência de um aborto por outra participante. Na segunda e terceira estação, destacaram-se os relatos sobre o julgamento em relação ao peso corporal, execução de atividades laborais e estudos. Os relatos acolhidos na última estação estavam relacionados as dificuldades para amamentar e a depressão pós-parto. Conclusão: Observou-se a singularidade de cada vivência, mas em comum o predomínio de sentimentos e experiências negativas, na qual pode-se constatar a dificuldade que as participantes enfrentaram por não possuírem uma rede de apoio no ambiente em que estavam inseridas, destacando a relevância da ação.

Palavras-chave: fisioterapia; saúde da mulher; obstetrícia; aleitamento materno

 

Referências

Baracho E. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Sociedade Beneficente Israelitabrasileira Albert Einstein. Nota técnica para organização da rede de atenção à saúde com foco na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada – saúde da mulher na gestação, parto e puerpério. São Paulo: Ministério da Saúde; 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de ações programáticas estratégicas. Manual de Gestação de Alto Risco [recurso eletrônico] / High-riskpregnancy manual. 1ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2022.

 

 

 

Vivência em uma maternidade pública no Piauí e a importância da relação acadêmica com o serviço hospitalar: um relato de experiência

 

Sávia Francisca Lopes Dias1, Maria Gabriela Cardoso Teles Monteiro1, Kallyny Kelly Gonçalves Matos2, Karla Rakel Gonçalves Luz2

 

1Universidade Federal do Delta do Parnaíba

2CREFITO 14

 

saviadias@ufpi.edu.br

 

Introdução: A Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM) em 2019 lançou a campanha “Por mais Fisioterapeutas nas maternidades” que tem o intuito de ampliar e embasar as intervenções da fisioterapia nesse ambiente. As universidades além de instituição de ensino, produzem técnicas e tecnologias através, por exemplo, dos estágios curriculares supervisionados que proporcionam uma visão crítica da profissão. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por docentes supervisoras de estágio em fisioterapia numa maternidade pública e o desenvolvimento de materiais de registro que destaquem os principais indicadores da atuação fisioterapêutica. Métodos: Foram elencados os seguintes pontos: observação do campo (Centro Obstétrico em Hospital Estadual -Parnaíba/Piauí); áreas de atuação do fisioterapeuta; e identificação do material de registro. Resultados: A observação do campo demonstrou uma média de 151,7 ± 4,7 mulheres atendidas por mês, com procedência de toda planície litorânea, e de outros Estados como Maranhão e Ceará. Quanto a atuação do fisioterapeuta observou-se: atividades desenvolvidas em sobrecarga, como intervir no pré/pós-parto e fazer a assistência ventilatória ao recém-nascido, caso necessário; e principalmente a necessidade de registro específico. Assim, considerando o embasamento científico, as docentes supervisoras elaboraram 4 documentos para fins de direcionamento: os Protocolos operacionais padrão (POPs) para atuação no pré-parto; no puerpério imediato com indicações e cuidados específicos de acordo com a via de parto; na amamentação; e uma escala para registro de plantão que engloba desde a dinâmica do trabalho de parto até a descrição das intervenções e desfechos. Conclusão: A vivência em uma maternidade pública demonstrou a importância da relação acadêmica com o serviço hospitalar. Foi possível desenvolver materiais de registro específicos sobre a atuação do fisioterapeuta e disponibilizar ao setor. Isso auxilia na segurança e efetividade dos atendimentos com prática baseada em evidências científicas, além de gerar indicadores sobre a atuação do fisioterapeuta como integrante da equipe multiprofissional.

Palavras-chave: fisioterapia; saúde da mulher; obstetrícia; saúde pública

 

Referências

Ferroli-Fabricio AM, Ferreira CHJ, Rios LA, Mascarenhas LR, Oliveira NFF. "Por Mais Fisioterapeutas nas Maternidades": regulamentação, suporte científico e campanha ABRAFISM. Belém, PA: Associação Brasileira de Fisioterapia na Saúde da Mulher; 2020.

Baracho E. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2018.

Alves PKBS et al, Validation of the clinical evaluation protocol in obstetric physiotherapy, Brazilian Journal of Development. 2020;6(8):60603–16.

 

 

Promoção do cuidado ao cuidador - Experiência em uma maternidade pública no Piauí e a importância da aproximação entre profissionais

 

Sávia Francisca Lopes Dias1, Maria Gabriela Cardoso Teles Monteiro1, Kallyny Kelly Gonçalves Matos2, Karla Rakel Gonçalves Luz2

 

1Universidade Federal do Delta do Parnaíba

2CREFITO 14

 

saviadias@ufpi.edu.br

 

Introdução: Em um ambiente hospitalar, existe uma grande complexidade nos serviços de atenção à saúde, assim é muito comum observar no cotidiano relatos acerca de jornadas exaustivas e/ou ininterruptas de plantões e sobrecarga de tarefas. É sabido que rotinas hospitalares podem interferir na integridade física e consequentemente na execução das funções e na própria qualidade de vida. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada em uma atividade de promoção do cuidado aos profissionais de uma maternidade pública, conduzida por docentes supervisoras e estagiários de fisioterapia. Métodos: Durante as vivências de Estágio em Fisioterapia em um Centro Obstétrico de um Hospital Estadual - Parnaíba/Piauí, após observações e escuta de alguns relatos por parte dos profissionais, supervisoras e estagiários em fisioterapia de uma Universidade Federal executaram um plano de ação “Cuidando do Cuidador” tendo como pontos estratégicos: a promoção de saúde e prevenção de agravos aos profissionais do centro obstétrico, com foco na redução de desconfortos músculo esqueléticos, através de orientações ergonômicas, alongamentos, mobilidade, exercícios, terapia manual e práticas integrativas complementares; e a aproximação entre os profissionais com reforço da atuação do fisioterapeuta na maternidade, por meio da entrega de folders educativos bem como a exposição de recursos utilizados pelo mesmo na assistência à parturiente. Resultados: A estratégia aplicada teve um retorno positivo a partir dos relatos de bem-estar e pela importância em despertar a atenção dos profissionais a aderir momentos de autocuidado em suas rotinas hospitalares. Bem como pela oportunidade de estreitar laços multiprofissionais e impulsionar a atuação do fisioterapeuta no serviço. Conclusão: As instituições de ensino são, portanto, um valioso pilar de promoção e propagação de ações inclusive em ambiente hospitalar. O Piauí é um Estado pioneiro na lei sobre a obrigatoriedade de fisioterapeutas nas maternidades, portanto, ações e também formadora de futuros profissionais compromissados com a valorização e crescimento.

Palavras-chave: fisioterapia; maternidade; saúde pública

 

Referências

Ferroli-Fabricio AM, Ferreira CHJ, Rios LA, Mascarenhas LR, Oliveira NFF. "Por Mais Fisioterapeutas nas Maternidades": regulamentação, suporte científico e campanha ABRAFISM. Belém, PA: Associação Brasileira de Fisioterapia na Saúde da Mulher; 2020.

Tottoli CR et al. Profissionais da saúde que atuam em ambiente hospitalar têm alta prevalência de fadiga e dorsalgia: estudo transversal. Fisioterapia e Pesquisa. 2019;26(1):91-100.

Amaral RA et al. Cuidando do cuidador: grupo de funcionários no Hospital Geral, Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar. 2010;13(2).

 

 

Conhecimento de profissionais da saúde sobre a funcionalidade no período gestacional

 

Mariana Paleari Zanoni1, Clara Maria de Araujo Silva1, Tatiana de Oliveira Sato1, Natália Duarte Pereira Furtado1, Daiana Priscila Rodrigues-de-Souza2, Ana Carolina Sartorato Beleza1

 

1Universidade Federal de São Carlos

2Universidade de Córdoba

 

marianazanoni@estudante.ufscar.br

 

Introdução: O conceito de funcionalidade, baseado no modelo biopsicossocial de saúde, deve ser utilizado por profissionais de saúde, inclusive no contexto gestacional. Fatores contextuais (fatores ambientais e pessoais) impactam na funcionalidade. Contudo, é importante compreender o quanto os profissionais clínicos conhecem e como utilizam esse conceito na gestação. Objetivo: Verificar o conhecimento de profissionais da saúde sobre funcionalidade e identificar o objetivo da utilização dos fatores contextuais no período gestacional. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal realizado com profissionais de saúde que atuam na área de obstetrícia. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAAE: 63878222.1.0000.5504), realizado de março a abril de 2023. Os dados foram coletados via Google Forms, continham variáveis relacionadas ao perfil dos participantes, sobre o contato com a funcionalidade, o conhecimento específico sobre fatores contextuais e o objetivo da sua utilização na prática clínica. Os dados quantitativos foram mensurados de forma descritiva e os qualitativos, pela análise de Bardin. Resultados: Participaram 11 profissionais de saúde: 3 enfermeiras, 5 fisioterapeutas e 2 médicas, com 18 anos (±6,29) de atuação, sendo que 63,6% (7) atuavam na clínica e na docência. Sobre o conhecimento da temática, 81,8% (9) afirmaram conhecer a funcionalidade. Quanto aos “fatores contextuais”, 72,7% (8) reportaram conhecer. 81,8% (9) utilizavam os fatores contextuais na prática e 18,2% (2) utilizavam, porém, desconheciam a denominação. Observou-se que o principal objetivo dos profissionais ao utilizarem a análise dos fatores contextuais era verificar o impacto no cumprimento e adesão das pacientes aos tratamentos. Conclusão: Os resultados demonstram que os profissionais conhecem o conceito da funcionalidade e a investigação/avaliação dos fatores contextuais são para promover a adesão e adequação do tratamento, podendo assim compreender o contexto de vida da gestante. Contudo, ao identificar atitudes da prática clínica dificulta-se conceituar as informações pautadas no modelo biopsicossocial.

Palavras-chave: international classification of functioning; disability and health; pregnancy.

 

Referências

Organização Mundial da Saúde. Rumo a uma linguagem comum para funcionalidade, incapacidade e saúde: classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF) Genebra: OMS; 2002. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, 2019.

World Health Organization. ICF Checklist Version 2.1a, Clinician Form for International Classification of Functioning, Disability, and Health. Geneva: WHO; 2003.

 

 

Análise do efeito dos exercícios primordiais nas respostas cardiorrespiratórias e mobilidade de quadril de gestantes: ensaio clínico randomizado

 

Renata Barbosa Balle Guimarães, Sidineia Silva Pinheiro Cavalcante Franco, Sandra Aparecida Pereira Fernandes, Priscila Rosa Albuquerque Dias Donato, Albert Schiaveto de Souza, Hugo Alexandre De Paula Santana, Ana Beatriz Gomes de Souza Pegorare

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

renataballe@hotmail.com

 

Introdução: Os guidelines internacionais recomendam exercício aeróbico com finalidade de melhorar a qualidade de vida na gestação. Entretanto, treinamentos com exercícios de contra resistência ainda são escassos na literatura. Objetivo: comparar o efeito agudo dos exercícios primordiais e da caminhada nas respostas fisiológicas cardiorrespiratórias e mobilidade da região lombopélvica de gestantes de risco habitual. Métodos: ensaio clínico agudo composto por 26 mulheres, idade média 33,2 ± 0,7 anos e idade gestacional média de 26 ± 1,4 semanas. O apoio ético foi obtido sob o parecer nº 5.769.317. As voluntárias participaram dos momentos: (a) familiarização, (b) execução do protocolo movimentos primordiais (MP), (c) execução do protocolo de caminhada (C). Cada sessão teve duração média de 45 minutos. As respostas cardiorrespiratórias, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), foram aferidas pelo método auscultatório, frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), saturação de oxigênio (SatO2) registradas com um oxímetro. A amplitude de movimento (ADM) de flexão (FL), extensão (EL), inclinação da coluna lombar (IL) e flexão (FQ), extensão (EQ), abdução (AQ), adução (AdQ), rotação interna (RiQ) e externa do quadril (ReQ) realizados com goniômetro. As medidas foram registradas antes e após cada sessão. Para avaliação dos dados foi utilizado do teste ANOVA de duas vias de medidas repetitivas, seguido pelo pós-teste de Tukey e do t de Student pareado, considerando um nível de significância de 5%. Resultados: não houve efeito do momento, do tratamento e interação entre variáveis PAS e PAD (p = 0,92), FC (p = 0,92), FR (p = 0,28) e SatO2 (p = 0,10); no momento e na interação entre os grupos. Em relação a ADM analisada houve diferença estatística significativa entre a interação dos grupos nos movimentos: EQ (p = 0,005 MP < C) AQ (p = 0,01 MP > C); RiQ (p = 0,001MPC) e ReQ (p = 0,001 MP > C). Conclusão: Os movimentos primordiais demonstraram parâmetros cardiorrespiratórios tão seguros como a caminhada, porém aumentam a mobilidade de quadril.

Palavras-chave: gravidez, técnicas de exercício e de movimento; sinais vitais

 

Referências

ACOG Committee Obstetric Practice. Committee opinion #267: exercise during pregnancy and the postpartum period. Obstetrician and Gynecologist, New York. 2002;99(1):171-3.

Jensen D, Wolfe LA, Slatkovska L, Webb KA, Davies GA, O'Donnell DE. Effects of human pregnancy on the ventilatory chemoreflex response to carbon dioxide. American Journal of Physiology. Regulatory, Integrative and Comparative Physiology. 2005;288(5):R1369–R1375.

Barakat R, Refoyo I, Coteron J, Franco E. Exercise during pregnancy has a preventative effect on excessive maternal weight gain and gestational diabetes. A randomized controlled trial. Brazilian Journal of Physical Therapy. 2019;23(2):148-55.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil

 

 

Efeito agudo dos exercícios primordiais nas respostas afetivas e dor lombar de gestantes: ensaio clínico randomizado

 

Renata Barbosa Balle Guimarães, Sidineia Silva Pinheiro Cavalcante Franco Sandra Aparecida Pereira Fernandes, Francielli Fernandes Barbosa Grampinha, Albert Schiaveto de Souza, Hugo Alexandre De Paula Santana, Ana Beatriz Gomes de Souza Pegorare

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

renataballe@hotmail.com

 

Introdução: A maioria dos Guidelines internacionais recomenda o exercício aeróbico com finalidade de melhorar a qualidade de vida na gestação. No entanto, treinamentos com exercícios de contra resistência ainda são escassos na literatura. Objetivo: comparar o efeito agudo dos exercícios com movimentos primordiais e da caminhada sobre a intensidade da dor lombar e percepção de afeto de gestantes de risco habitual. Métodos: ensaio clínico composto por 26 gestantes, com idade média de 33,2 ± 0,7 anos e idade gestacional média de 26 ± 1,4 semanas (Comitê de Ética: 5.769.317). O protocolo foi composto por: (a) familiarização, (b) execução dos movimentos primordiais, (c) execução do protocolo de caminhada. Cada sessão teve duração de 45 minutos. A percepção subjetiva de esforço foi utilizada com intensidade moderada antes das sessões para orientar as gestantes. A Escala Visual Analógica (EVA) foi utilizada para avaliar a intensidade de dor antes e após as sessões. A Feeling Scale (FS scale) e a Physical Activity Enjoyment Scale (PACE scale) foram utilizadas após as sessões para análise da resposta afetiva. Para avaliação dos dados foi utilizado do teste ANOVA two-way, seguido pelo pós-teste de Tukey e do t de Student pareado. Considerando um nível de significância de 5%. Resultados: Houve diferença significativa no escore EVA na análise da interação entre o grupo de movimentos primordiais e o grupo caminhada (p = 0,001); em relação as escalas de sentimentos (p = 0,01) e de prazer (p = 0,001), também houve diferença significativa entre a interação dos grupos movimentos primordiais e o grupo caminhada. Conclusão: o protocolo movimentos primordiais promoveu melhora da dor lombar sendo uma modalidade mais prazerosa do que a caminhada para as gestantes de risco habitual.

Palavras-chave: gravidez; técnicas de exercício e de movimento; dor

 

Referências

Barakat R, Refoyo I, Coteron J, Franco E. Exercise during pregnancy has a preventative effect on excessive maternal weight gain and gestational diabetes. A randomized controlled trial. Brazilian Journal of Physical Therapy. 2019;23(2):148-55.

ACOG Committee Obstetric Practice. Committee opinion #267: exercise during pregnancy and the postpartum period. Obstetrician and Gynecologist. 2002;99(1):171-3.

Campos MSB, Buglia S, Colombo CSSS, Buchler RDD, Brito ASX, Mizzaci CC, Feitosa RHF, Leite DB, Hossri CAC, Albuquerque LCA, Freitas OGA, Grossman GB, Mastrocola LE. Posicionamento sobre exercícios físicos na gestação e no pós-parto. Arq Bras Cardiol. 2021;117(1):160-80.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil

 

 

Abordagem fisioterapêutica na prevenção de laceração perineal no parto vaginal: uma revisão narrativa

 

Aline Lidia Pinheiro1, Letícia Martinelli Galhardo1,2, Nathalia Andreatti Aiello2

 

1Universidade São Francisco

2Universidade de Campinas

 

alinelidia.pinheiro@hotmail.com

 

Introdução: O trauma perineal decorrente do parto vaginal é um fator de risco para desencadear disfunções do assoalho pélvico devido ao comprometimento da anatomia fisiológica das estruturas dessa região. Muito tem-se utilizado como medida preventiva para o trauma perineal no preparo da musculatura pélvica para o parto vaginal, a técnica de massagem perineal, o uso dilatador vaginal e o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP). Objetivo: Analisar os principais recursos fisioterapêuticos utilizados na prevenção da laceração perineal no parto vaginal. Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa, na qual foram levantados Ensaios Clínicos Randomizados, publicados na língua portuguesa e inglesa entre os anos de 2018 a 2023, utilizando os descritores perineum and trauma and prevention nas bases de dados Pubmed, Scielo e PEDro. Os critérios de exclusão foram artigos cujo método de intervenção não fossem fisioterapêuticos e que não estivessem de acordo com o tema e objetivo estabelecidos previamente. Resultados: 929 artigos foram analisados e cinco foram elegíveis para avaliação na íntegra após aplicação dos filtros e dos critérios de inclusão e exclusão. Observou-se que a massagem perineal foi a técnica mais utilizada, estando presente em todos os estudos, seja de forma isolada ou associada a outro método preventivo. Conclusão: Evidências científicas sugerem que a massagem perineal é um método econômico e eficaz para a prevenção da laceração perineal podendo ser associada ao uso do dilatador vaginal, o qual também possui evidências de efetividade. Em contrapartida, ao analisar o efeito do TMAP do ponto de vista da prevenção da lesão, não foram encontradas evidências significativas na literatura que o tornasse efetivo para essa finalidade, sendo descrito como um bom método para promover o controle e o relaxamento dos músculos do assoalho pélvico.

Palavras-chave: assoalho pélvico; trauma perineal; prevenção

 

Referências

Beleza ACS, Nakano AMS. O trauma perineal no parto. Fisioter Bras. 2004;5(6):462-66.

Ramar CN, Grimes WR. Perineal Lacerations. StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK559068

Du Y, Xu L, Ding L, Wang Y, Wang Z. The effect of antenatal pelvic floor muscle training on labor and delivery outcomes: a systematic review with meta-analysis. Int Urogynecol J. 2015 Oct;26(10):1415-27.

Agur W, Steggles P, Waterfield M, Freeman R. Does antenatal pelvic floor muscle training affect the outcome of labour? A randomised controlled trial. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2008;19(1):85-8.

 

 

Estudo de consenso sobre a avaliação de diástase dos retos abdominais com ênfase na funcionalidade em mulheres: resultados preliminares da fase I e II do Método Delphi

 

Brenda Soares Rocha, Danielle Araújo Mota, Karini Paula Apucho, Fernanda Mayrink Gonçalves Liberato, Lucas Rodrigues Nascimento, Cintia Helena Santuzzi, Néville Ferreira Fachini de Oliveira

 

Universidade Federal do Espírito Santo

 

soaresbrenda@hotmail.com

 

Introdução: Não foi encontrado consenso na literatura sobre um instrumento que contemple todos os componentes da funcionalidade para a avaliação de mulheres com diástase do reto abdominal (DRA). O método Delphi é um método que permite coletar opinião de especialistas acerca de um determinado assunto e construir consenso sistemático. Objetivos: Reportar resultados preliminares sobre consenso entre experts para desenvolvimento de um método de avaliação da DRA com ênfase na funcionalidade. Método: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde/UFES (CAAE nº49309121.4.0000.5060). Foram realizadas as fases I e II do Método Delphi, compostas por fisioterapeutas, com experiência mínima de dois anos na reabilitação de DRA e residentes/atuantes no Brasil. Na fase I foram elaboradas perguntas do questionário por meio de revisão extensa da literatura, organizadas e estruturadas para uma linguagem mais adequada baseada na CIF, com auxílio de dois fisioterapeutas experts em avaliação da funcionalidade. Na fase II, foi enviado um formulário online aos participantes via e-mail e coletados dados adicionais sugeridos pelos profissionais. O consenso para inclusão de item foi definido como =80% de concordância. Resultados: O questionário da fase I continha 42 itens, e foi enviado a 23 experts, sendo que 20 responderam. Na primeira rodada, obteve-se concordância de 30 itens e na segunda, obteve-se de outros 7, totalizando 37 itens de avaliação da funcionalidade de mulheres com DRA (estruturas do corpo, funções do corpo, atividade e participação, fatores contextuais ambientais e aos parâmetros específicos da DRA). Conclusão: Este estudo mostrou que será possível estabelecer recomendações baseadas no consenso de experts para o desenvolvimento de um instrumento de avaliação da DRA com ênfase na funcionalidade em mulheres. Acredita-se que esse consenso, dentro do modelo biopsicossocial, contribuirá para diagnóstico, prognóstico, prevenção e tratamento da DRA.

Palavras-chave: técnica delfos; diástase muscular; estudos de avaliação como assunto; saúde da mulher; modalidades de fisioterapia

 

Referências

Diamond IR, Grant RC, Feldman BM et al. Defining consensus: A systematic review recommends methodologic criteria for reporting of Delphi studies. Journal of Clinical Epidemiology. 2014;67(4):401–9.

Dufour S, Bernard S, Murray-Davis B, Graham N. Establishing Expert-Based Recommendations for the Conservative Management of Pregnancy-Related Diastasis Rectus Abdominis: A Delphi Consensus Study. Journal of women's health physical therapy. 2019;43(2):73-81.

Organização Mundial da Saúde. Como usar a CIF: Um manual prático para o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar para discussão. Outubro de 2013. Genebra: OMS.

Van de Water ATM, Benjamin DR. Measurement methods to assess diastasis of the rectus abdominis muscle (DRAM): A systematic review of their measurement properties and meta-analytic reliability generalisation. Manual Therapy. 2016;21:41–53.

 

Agradecimentos: Universidade Federal do Espírito Santo pelo financiamento da bolsa do Programa Institucional de Iniciação Científica.

 

 

Efeitos da oficina de parto na percepção do medo e expectativas em relação ao parto: um estudo de viabilidade

 

Bruna Gonçalves Dias, Amanda Martins Silva, Clara Gualter, Júlia Cortes Cavalcante, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Elyonara Mello de Figueiredo

 

Universidade Federal de Minas Gerais

 

brunagoncalves19@live.com

 

Introdução: O medo do parto impacta negativamente na vida das gestantes e fatores como a consciência dos eventos do trabalho de parto, são preditores para a participação ativa no ciclo gravídico puerperal e para satisfação. A preparação do casal resulta numa vivência de parto satisfatória para o casal e para a equipe. A Oficina de Parto é uma estratégia de educação em saúde para casais grávidos que conscientiza sobre a gravidez e parto, gerando uma postura ativa para um parto saudável e seguro. Objetivo: Investigar a viabilidade de um ensaio clínico investigando o efeito da Oficina do Parto na percepção do medo e na expectativa das mulheres sobre o parto. Método: Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CAEE: 67438323.70000.5149), considerando 5 objetivos estipulados, foram avaliados: o recrutamento e características da amostra resultante; o refinamento dos procedimentos de coleta de dados e medidas de resultados; a aceitabilidade e adequação da intervenção e procedimentos; os recursos e capacidade para gerir e implementar o estudo e intervenção; e as respostas preliminares à intervenção. O medo do parto foi avaliado pelo Questionário sobre o Medo Percebido do Parto (QMPP), aplicado antes e após a Oficina do Parto para 6 casais. Resultados: Não houve dificuldades na implementação da intervenção, após a qual houve redução de 26,4% na mediana do QMPP, sendo que escores menores indicam menor medo. Porém, o treinamento da equipe para conduzir a Oficina do Parto de acordo com as demandas de cada casal, e a validação do QMPP para português brasileiro devem ser considerados em estudos futuros. Conclusão: É viável a aplicação da Oficina do Parto por profissionais de saúde e o desenvolvimento de ensaios clínicos investigando o medo e a expectativa em relação ao parto, com as devidas adaptações.

Palavras-chave: educação em saúde; estudos de viabilidade; trabalho de parto

 

Referências

Baracho E et al. Oficina do parto: educação em saúde para casais grávidos. 1.ed. Rio de Janeiro: Med Book, 2021.

Loureiro SAM. O medo do parto: contributo para a validação do W-DEQ para grávidas portuguesas [dissertation Internet]. Porto: Universidade do Porto; 2013

ORSMOND GI, COHN ES. The distinctive features of a feasibility study: objectives and guiding questions. OTJR: Occupational Therapy Journal of Research. 2015;35(3):169-77.

 

 

Características sociodemográficas e de parto das puérperas internadas na maternidade de alto risco do Hospital Universitário de Vitória - ES: dados preliminares

 

Mariana de Oliveira, Ester Junger Lumbreras, Natalia Gonçalves Cordeiro, Hellen Pedracini Gottardo, Adrieny do Nascimento Borges, Fernanda Mayrink Gonçalves Liberato, Néville Ferreira Fachini de Oliveira

 

Universidade Federal do Espírito Santo

 

mariana.segatti@gmail.com

 

Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza entre 10-15% de partos cesarianos em maternidades. No Brasil, essa porcentagem chegou a 61% e em Vitória, corresponde a 56%. Considerando esta disparidade, é fundamental realizar estudos que investiguem esses dados e características das puérperas/recém-nascidos. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e de parto das puérperas atendidas na maternidade de um Hospital Universitário de Vitória - ES. Método: Estudo de corte transversal descritivo, baseado em dados de prontuários das puérperas/recém nascidos internados na maternidade de alto risco do Hospital Universitário de Vitória - ES, entre abril-junho/2023. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas (CAAE: 57736022.0.0000.5071). Os dados foram descritos em frequências absolutas/relativas e médias e suas variâncias. Resultados: Neste período, 208 mulheres estavam internadas no pós-parto. Com relação às características sociodemográficas, a média de idade das puérperas era de 29(6) anos, e a maioria era parda (78,8%), com ensino médio completo (38,9%) e realizava trabalho remunerado (51,4%). Menos da metade apresentava diabetes (43,8%) e hipertensão (31,7%). Com relação ao parto, a maioria teve parto cesariano (63%) e das que tiveram parto vaginal (n = 77), 60,5% tiveram laceração perineal, sendo a maioria (60,9%) grau 2. Com relação às características do(s) recém-nascido(s), a maioria (45,5%) tinha APGAR 8/9, com média de idade gestacional de 37,6(2) semanas, do peso de 2713(307) gramas e do perímetro cefálico de 33,8(0,4) centímetros. Conclusão: As puérperas da maternidade de alto risco do Hospital Universitário de Vitória - ES são jovens, pardas, têm baixa escolaridade e trabalho remunerado, sendo a maioria sem diabetes/hipertensão. Os dados de parto são alarmantes, com número elevado de cesárea e laceração perineal (partos vaginais).

Palavras-chave: cesárea; gravidez de alto risco; perfil de saúde; saúde da mulher; fisioterapia

 

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos, 2022.

Organização Mundial da Saúde (OMS). WHO recommendations non-clinical interventions to reduce unnecessary caesarean sections; 2018.

Organização Mundial da Saúde (OMS). “WHO Statement on Caesarean Section Rates”, 2015.

 

Agradecimentos: Programa Institucional de Iniciação Científica Voluntária, Universidade Federal do Espírito Santo.

 

 

Perfil clínico e sociodemográfico de puérperas com laceração perineal espontânea internadas na maternidade de alto risco de um Hospital Universitário de Vitória - ES: dados preliminares

 

Eduarda Endlich Santos, Maria Luiza Sperandio Carolino, Paola Souza Rangel, Kemily Vasconcelos Armondes da Silva, Flávia Azevedo de Brito, Néville Ferreira Fachini de Oliveira, Cintia Helena Santuzzi

 

Universidade Federal do Espírito Santo

 

eduarda.end.santos@gmail.com

 

Introdução: A laceração perineal espontânea acomete a maioria das puérperas de parto vaginal (85% das que realizam esse tipo de parto, apresentaram trauma perineal). Diversos fatores podem influenciar essa ocorrência, portanto, é importante conhecer as características clínicas e sociodemográficas, a frequência de ocorrência e a intensidade de dor dessas puérperas. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico e sociodemográfico das puérperas internadas na maternidade de um Hospital Universitário de Vitória - ES que tiveram laceração perineal espontânea. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal descritivo, baseado em dados de prontuários das puérperas e recém-nascidos internados na maternidade de alto risco de um Hospital Universitário de Vitória - ES, entre abril-junho/2023. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas (CAAE: 57736022.0.0000.5071). Os dados foram reportados em médias e frequências absolutas/relativas e suas respectivas variâncias. Resultados: Neste período, 77 puérperas tiveram parto vaginal, com média de idade de 28 (7) anos. Destas, 87% eram pardas, 33% com ensino médio completo e 40% eram do lar. No que diz respeito às doenças associadas, 44% possuíam diabetes e 22% tinham hipertensão. A média de número de partos das puérperas foi 2 (1,5). A maioria teve laceração vaginal (60%), sendo que grande parte de grau 2 (61%). As mulheres apresentaram dor média de 0 (3) nas primeiras 10 horas após o parto. Com relação às características do (s) recém-nascido (s), a média de idade gestacional era de 38(2) semanas, massa corporal de 3066 (583) gramas e perímetro cefálico de 34 (2) cm. Conclusão: Dados preliminares apontam que 60% das mulheres que realizam parto vaginal apresentam laceração perineal de grau 2, entretanto, a intensidade de dor percebida foi praticamente ausente. Apesar dessa informação, deve-se investigar se as puérperas estavam sob efeito de analgesia farmacológica pós-parto.

Palavras-chave: períneo; parto obstétrico; lacerações; saúde da mulher; fisioterapia.

 

Referências

Monteiro MV, Pereira GMV, Aguiar RAP, Azevedo RL, Junior MDC, Reis ZSN. Risk factores for severe obstetric perineal lacerations. InUrogynecol J. 2016;27(1):1-67.

Tavares NVS et. al. Fatores que influenciam a ocorrência de laceração perineal no parto. Research Society and Development, 2022.

Queirzo JHM et. al. Perfil clínico e sociodemográfico de laceração perineal durante os partos normais em um hospital e maternidade do interior do Ceará. Rev Expr Catól Saúde, 2020.

Santos JO et al. Frequência de lesões perineais ocorridas nos partos vaginais em uma instituição hospitalar. Esc Anna Nery Rev Enferm, 2008.

 

Agradecimentos: Universidade Federal do Espírito Santo pelo apoio institucional do Programa Institucional de Iniciação Científica Voluntária

 

 

Efeitos da fotobiomodulação na dor e retorno da função sexual após laceração perineal espontânea obstétrica: um protocolo de estudo de viabilidade de ensaio clínico randomizado

 

Mariana de Oliveira, Cintia Helena Santuzzi, Néville Ferreira Fachini de Oliveira, Giulimara Alves Monfardini, Flávia Azevedo de Brito, Lucas Rodrigues Nascimento, Fernanda Mayrink Gonçalves Liberato

 

Universidade Federal do Espírito Santo

 

mariana.segatti@gmail.com

 

Introdução: A laceração perineal espontânea obstétrica é descrita como sendo um rompimento não intencional da pele e/ou outras estruturas dos tecidos moles da região do períneo e tem alta incidência (53% - 79%). A dor é o acometimento clínico mais relevante após laceração perineal, sendo relatada por mais de 90% das mulheres no pós-parto imediato, além disso, o retorno da função sexual também é tardio nas mulheres que tiveram laceração. A fotobiomodulação tem sido sugerida como uma intervenção promissora não invasiva, não farmacológica e de fácil implementação para o tratamento de dor e lesões musculo-esquelética. Objetivo: Verificar a viabilidade (em termos de recrutamento, intervenção e medida dos desfechos) de um ensaio clínico com aplicação de fotobiomodulação em mulheres no pós-parto imediato que tiveram laceração espontânea. Método: O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (CAAE:57736022.0.0000.5071). Serão avaliadas puérperas voluntárias de um Hospital Universitário de Vitória-ES, convidadas a participar de um ensaio clínico randomizado. Essas serão selecionadas, a partir de dados coletados em seus prontuários dispostos na rede hospitalar, mediante a presença de laceração espontânea de qualquer grau e preenchimento dos critérios de elegibilidade. Após o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, as pacientes serão alocadas em dois grupos: grupo 1 receberá a aplicação de Laser de baixa potência (660nm) no local da laceração nas primeiras 10 horas após o parto e 24 após a aplicação; grupo 2 não receberá a aplicação do Laser (grupo-controle). Ambos os grupos serão questionados sobre a dor na laceração, com a Escala Visual Numérica (EVN), imediatamente antes e após a intervenção, em ambos os momentos, e em uma terceira avaliação, 24 horas após a última aplicação do laser. Após 15, 30 e 60 dias da intervenção, a participante receberá ligação telefônica para responder ao questionário Índice da Função Sexual Feminina-Versão Curta, contando com 6 itens, que avaliam diferentes domínios dessa função.

Palavras-chave: terapia com luz de baixa intensidade; saúde sexual; lacerações; modalidades de fisioterapia; saúde da mulher

 

Referências

Abedzadeh-kalahroudi M, Talebian A, Sadat Z, Mesdaghinia E. Perineal trauma: incidence and its risk factors, Journal of Obstetrics and Gynaecology. 2019 Feb;39(2):206-11.

Macarthur AJ, Macarthur, C. Incidence, severity, and determinants of perineal pain after vaginal delivery: A prospective cohort study. Am J Obstet Gynecol. 2004;191(4):1199–204.

Lagaert L, Weyers S, Van Kerrebroeck H et al. Postpartum dyspareunia and sexual functioning: a prospective cohort study. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2017;22:200–6.

 

Agradecimentos: Universidade Federal do Espírito Santo pelo apoio institucional do Programa Institucional de Iniciação Científica Voluntária

 

 

Relato de experiencia de um programa de teleatendimento para gestantes no centro de referência em saúde da mulher de Ribeirão Preto

 

Roberta Andrade1, Gabriela Kaori Abe Hatsumura1, Maíra de Menezes Franco2, Paola Marini Valerio3, Bianca Manzan Reis4, Elaine Christine Dantas Moisés1, Cristine Homsi Jorge1

 

1Universidade de São Paulo

2Universidade de Pernambuco

3Centro Universitário Barão de Mauá

4Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto

 

ftrobertaandrade@gmail.com

 

Introdução: Devido ao isolamento social imposto pela pandemia do COVID-19, os atendimentos presencias no serviço de Fisioterapia do Centro de Referência em Saúde da Mulher de Ribeirão Preto foram suspensos. Diante disso, para manter os atendimentos voltados a um grupo de gestante foi iniciada uma experiencia de teleatendimento. Objetivos: Relatar a experiência de um modelo de teleatendimento com um grupo de gestantes. Método: Trata-se do relato de experiência com a implementação de teleatendimento no Centro de Referência em Saúde da Mulher de Ribeirão Preto. Este estudo teve aprovação do comitê de ética do hospital das clínicas da faculdade de medicina de Ribeirão Preto (CAAE 41131120.4.0000.5440). Por meio de ligação telefônica, foi verificado o interesse e disponibilidade das gestantes em iniciar ou dar continuidade ao tratamento à distância, em grupo, conduzido pelas fisioterapeutas do serviço, sendo avaliada a experiência de cada gestante após sua participação. Resultados: 50 mulheres gestantes demonstraram interesse e disponibilidade para participar do programa, contudo apenas 26 (52%) participaram do grupo de teleatendimento. Dentre as participantes, 21 (80,7%) relataram nenhum desconforto com o programa e 24 (92,3%) evidenciaram grau máximo de satisfação. 13 participantes (50%) apontaram alguma dificuldade com o teleatendimento, sendo que a mais frequente foi a conexão de internet ruim (38,4%). O fator positivo mais destacado, foi a possibilidade de participar do grupo sem a necessidade de deslocamento até o serviço de saúde. A maioria das gestantes que não participaram do programa, relataram indisponibilidade com o horário (40%), seguido por dificuldade com acesso à internet (20%). Conclusão: A experiência relatada mostrou-se de fácil aplicabilidade sugerindo que possa ser reproduzida nos serviços públicos, incluindo as estratégias de saúde da família, visando beneficiar as gestantes com a realização de atividades físicas específicas para o período gestacional, conforme sugerido pelo caderno de atenção básica do ministério da saúde.

Palavras-chave: gravidez; fisioterapia; atendimento remoto

 

Referências

Agostini M, moja L, Banzi R et al. Telerehabilitation and recovery of motor function: a systematic review and meta-analysis. J Telemed Telecare. 2015;21(4):202-13.

COFFITO. Resolução No 516, de 20 de março de 2020 – Teleconsulta, Telemonitoramento e teleconsultoria.

Recomendação geral ABRAFISM fisioterapia por meio digital/teleconsulta e telemonitoramento na fisioterapia em saúde da mulher e uro-proctologia.

Brasil, Cadernos de Atenção Básica: Atenção ao pré-natal de baixo risco. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

 

 

Percepção das puérperas sobre a experiência nos diferentes tipos de parto

 

Iêda Pereira de Magalhães Martins, Jaciara Carolyne Nascimento Costa

 

iedamagptc@gmail.com

 

Introdução: A maternidade constitui-se em uma das experiências mais marcantes na vida de uma mulher e o trabalho de parto é um momento único, quando vários fatores podem influenciar de forma positiva ou não acerca dessa vivência. A forma como o tipo de parto é escolhido e realizado podem impactar diretamente no estado puerperal dessas mulheres. Objetivo: Verificar a percepção das puérperas sobre o seu trabalho de parto. Método: Estudo qualitativo descritivo e exploratório, realizado com puérperas no Hospital Santa Casa de Patrocínio (Comitê de Ética: 20191450). A amostra foi composta por mulheres submetidas ao parto vaginal ou cesárea. Foi aplicado um questionário semiestruturado, constando os dados pessoais e clínicos das puérperas, além de seis perguntas diretas que identificaram o ponto de vista dessas mulheres em relação ao seu parto. Resultados: Participaram do estudo, 30 puérperas com a faixa etária entre 21 e 39 anos de idade. Em relação à escolha do tipo de parto, foi observado que a metade delas puderam escolher, enquanto a outra metade não pôde ter o parto desejado. A dor e/ou medo foi relatado por mais da metade das puérperas, mas esses sentimentos não interferiram no processo e 73% delas afirmaram que optariam novamente pelo mesmo parto. Também foi observado que a maior parte delas tiveram acompanhamento pré-natal e todas as puérperas de parto vaginal receberam pelo menos um recurso para dor. Conclusão: Podemos concluir que, quanto ao tipo de parto, prevaleceu o parto normal entre as participantes e que metade das mulheres submetidas ao parto, não tiveram opção de escolha. A maioria considerou o seu parto como uma experiência positiva e apesar de muitas relatarem a presença do medo e da dor durante o momento do parto, disseram que optariam novamente pelo mesmo tipo de parto.

Palavras-chave: tipos de parto, percepção das mulheres, puerpério

 

Referências

Burin LG, Moron LMP, Charlo PB. Escolha do tipo de parto: avaliação do protagonismo da mulher. Saúde Coletiva. 2020;10(57):3545-56.

Tostes NA, Seidl EMF. Expectativas de gestantes sobre o parto e suas percepções acerca da preparação para o parto. Temas em Psicologia. 2016;24(2):681-93.

Velho MB et al.Vivência do parto normal ou cesáreo: revisão integrativa sobre a percepção de mulheres. Texto Contexto Enferm. 2012 Abr-Jun;21(2):458-66.

 

 

 

Análise dos fatores relacionados ao tipo de parto em uma maternidade pública

 

Iêda Pereira de Magalhães Martins, Érika de Oliveira Silva

 

iedamagptc@gmail.com

Introdução: Nos últimos anos, fatores não suficientemente identificados contribuíram para que a realização de partos cirúrgicos elevasse consideravelmente. Pondera-se que esse aumento não se deve apenas a questões médicas, mas também à fatores relacionados à gestante, como desigualdades socioeconômicas, situação geográfica, fatores culturais, faixa etária e a etnia. O parto cirúrgico e o parto vaginal são as alternativas disponíveis às mulheres e, dessa forma, espera-se que a gestante tenha o direito de analisar os riscos e benefícios para optar livremente. Os profissionais de saúde devem oferecer informações claras e objetivas a respeito do cuidado, dos tratamentos e das alternativas. Objetivo: Identificar os fatores relacionados à escolha do tipo de parto. Métodos: É um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Comitê de Ética: 20201450. A população foi composta por 30 puérperas que tiveram partos vaginais e cirúrgicos. A coleta de dados foi realizada através da aplicação parcial do Questionário Hospitalar – Puérpera. Os dados foram analisados de forma descritiva por meio do cálculo de frequência simples e absoluta, médias e desvio padrão para as variáveis categóricas e apresentado em tabelas. Resultados: A média de idade foi de 25 anos, a maioria solteiras, mulatas e com ensino médio incompleto ou completo. Houve um predomínio do parto cirúrgico (53,3%), sendo que a maioria foi por decisão médica. As gestantes tiveram orientações sobre o tipo de parto (63,3%). Quanto aos benefícios do parto vaginal, a maioria relatou recuperação rápida (42,9%) e a diminuição da dor no pós-parto (14,2%), enquanto que a ausência de dor (31,2%) é um benefício do parto cirúrgico. Conclusão: Faz-se necessário orientar as gestantes durante o pré-natal sobre os tipos de parto para, além de aumentar o conhecimento e a autonomia para sua escolha, elas sejam capazes de reconhecer os benefícios para o binômio mãe-filho.

Palavras-chave: tipos de parto; parto vaginal; parto cirúrgico

 

Referências

Araujo KRS et al. Estudo sociodemográfico e obstétrico do parto cesariano em uma maternidade pública. Rev. Gest.Saúde. 2016;7(1):949-62.

Saleh SC et al. Modelos de assistência e taxa de parto cesáreo/vaginal em hospitais com diferentes tipos de gestão: uma análise de 1.528.496 partos. Arq Catarin Med. 2019;48(4):162-73.

Weidle WG et al. Escolha da via de parto pela mulher: autonomia ou indução? Cad Saúde Colet. 2014;22(1).

 

 

 

Relato de experiência: a percepção de acadêmicas de fisioterapia quanto a atuação do fisioterapeuta em uma maternidade-escola

 

Rayssa Vieira Tavares, Luana Cristhian Moura Lascosky, Raquel Coutinho Luciano Pompermayer

 

EMESCAM

 

rayssa.tavares@edu.emescam.br

 

Introdução: No trabalho de parto, o fisioterapeuta atua através de técnicas não-farmacológicas, a fim de aliviar a dor e tensão do parto, facilitar a descida fetal e diminuir o uso de medicamentos de forma que proporcione uma atenção humanizada a parturiente. Objetivo: Relatar as experiências práticas vivenciadas por duas acadêmicas do curso de Fisioterapia. Método: O presente relato de experiência foi construído por duas estudantes do Curso de Graduação em Fisioterapia, a partir das vivências proporcionadas pela Liga Acadêmica de Fisioterapia em Saúde da Mulher da EMESCAM (LAFEM). A atividade descrita envolve uma visita técnica realizada na Maternidade Pro-Matre, localizada em Vitória-ES, em 26 de maio de 2023. Relato: As graduandas participaram de um treinamento quanto a fisioterapia no pré, intra e pós-parto ofertado pela LAFEM. Posteriormente, no dia 26/05/2023, iniciou-se o acompanhamento da equipe de fisioterapia no Centro Obstétrico da Maternidade Pro-Matre. Durante a visita, três parturientes foram atendidas: duas em trabalho de parto ativo, recebendo intervenções fisioterapêuticas, e uma descansando, recebendo orientações. A primeira paciente, em trabalho de parto desde o dia anterior, começou com 6 cm de dilatação. Com a aplicação de recursos não farmacológicos, progrediu para 9 cm, porém, devido a edema na vulva e colo do útero, foi encaminhada para cesárea. A segunda paciente chegou à maternidade com bolsa rompida e 3 cm de dilatação. Foram fornecidas orientações sobre a evolução dos exercícios durante o trabalho de parto, incluindo a prescrição. Esses momentos foram de extrema importância para as acadêmicas, pois tiveram a oportunidade de vivenciar o ambiente e proporcionar acolhimento às parturientes. Conclusão: Conclui-se que nessa experiência, as estudantes puderam não apenas consolidar os conteúdos aprendidos em sala de aula, mas também refletiram sobre a importância da atuação fisioterapêutica no contexto materno-infantil.

Palavras-chave: fisioterapia; trabalho de parto; estudantes

 

 

 

Atuação do fisioterapeuta no cuidado integral à mulher em trabalho de parto: uma revisão narrativa

 

Rayssa Vieira Tavares, Jaissa de Jesus Oliveira, Cássia Quérem Pereira Passos, Victória de Almeida Pereira, Andressa Ribeiro Martins Soares Santos, Bruna Ribeiro dos Santos

 

EMESCAM

 

rayssa.tavares@edu.emescam.br

 

Introdução: Durante o período gestacional o corpo da mulher passa por diversas alterações fisiológicas que podem desencadear disfunções e a necessidade de um suporte fisioterapêutico, sendo este, fundamental também no trabalho de parto e puerpério. Objetivo: Descrever a abordagem fisioterapêutica e seus principais recursos evidenciados na literatura, no suporte às parturientes. Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa, na qual foram utilizados os descritores Fisioterapia (Physical Therapy) AND “Trabalho de parto” (Labor, Obstetric), definidos pelo Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MESH). A princípio, foram encontrados 595 artigos na base de dados “Periódicos CAPES”. Após aplicados os filtros de texto completo e últimos 10 anos, e, critérios de exclusão e inclusão, foram escolhidos 04 artigos para a confecção desta revisão. Resultados: A partir da análise das informações obtidas, averiguou-se que a abordagem fisioterapêutica durante o trabalho de parto contribui para o manejo e alívio das dores através das massagens, compressões, uso da TENS, mobilidades com a bola suíça e termoterapia, além de contribuir para melhora do padrão respiratório, melhor posicionamento do bebê em relação a pelve materna, auxiliar no processo de dilatação com posturas e exercícios cinético-funcionais baseados na biomecânica do parto, além da redução da fadiga materna, promovendo maior percepção corporal, autonomia e melhor experiência do parir. Conclusão: A inserção dos fisioterapeutas nas maternidades pode auxiliar no cuidado integral de forma humana, afim de promover suporte físico para alívio da dor e ajustes biomecânicos quando necessários. Conclui-se que a presença deste profissional nas salas de parto contribui positivamente para o tratamento humanizado e para o cuidado integral das

parturientes.

Palavras-chave: fisioterapia; trabalho de parto

 

Referências

Borba EO, Amarante MV, Lisboa DD. Assistência fisioterapêutica no trabalho de parto. Fisioterapia e Pesquisa. 2021;28: 324-30.

Cardozo CIA, Cunha FMAM. Avaliação do impacto de um protocolo fisioterapêutico na diminuição do quadro álgico durante a primeira fase do trabalho de parto vaginal. Fisioter Bras 2109;2.

Abreu NS et al. Atenção fisioterapêutica no trabalho de parto e parto. Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais-Animais e Humanos. 2013;5.

Castro AS, Castro AC, Mendonça AC. Abordagem fisioterapêutica no pré-parto: proposta de protocolo e avaliação da dor. Fisioterapia e Pesquisa. 2012;19:210-4.

 

 

Área Temática: Uroginecologia e Proctologia

 

Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos pelo serviço de fisioterapia em uroginecologia ambulatorial de um hospital público de Vitória – ES

 

Flávia Azevedo de Brito, Livia Maria Marques Bonomo, Jonaina Fiorim Pereira de Oliveira, Néville Ferreira Fachini de Oliveira, Sarita Batista, Cintia Helena Santuzzi, Luana Emerick Knupp

 

Universidade Federal do Espírito Santo

 

flabrito05@hotmail.com

 

Introdução: O reconhecimento do perfil de pacientes representa uma demanda para se obter uma melhor adequação das práticas de saúde. Objetivo: Analisar o perfil dos pacientes atendidos pelo serviço de fisioterapia uroginecológica no ambulatório do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM). Método: Pesquisa descritiva e analítica, realizada no ambulatório do HUCAM, através de uma entrevista estruturada com questões fechadas e o questionário ICQ-SF aplicadas na primeira e na última abordagem fisioterapêutica ao paciente. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HUCAM sob o parecer de n°5.403.035. Participaram do estudo 95 pacientes, no período de janeiro a julho de 2023. A idade média dos participantes foi de 62,3 anos; sendo 49 homens e 46 mulheres. Desses 95 pacientes avaliados, 81 apresentaram queixa de incontinência urinária (IU) à avaliação. Em relação ao diagnóstico médico, prevaleceram Incontinência Urinária de Esforço em aproximadamente 50% da amostra, seguido de Incontinência Urinária Mista (36%) e Incontinência Urinária de Urgência. Quanto à interferência da queixa de incontinência na qualidade de vida foi possível observar que a grande maioria (84%) apresentou uma piora na percepção de qualidade de vida. A maioria dos pacientes (71,6%) são residentes da região metropolitana de Vitória, fato identificado como um facilitador ao acesso ao serviço de reabilitação. Os outros pacientes (28,4%) são do interior do estado e utilizam o carro da saúde como principal meio de transporte. Nos pacientes que concluíram o tratamento observou-se uma relação inversa entre a queixa de perda urinária e a interferência na vida diária, em que a redução da queixa de perda urinária foi acompanhada por uma melhora na qualidade de vida. Assim, conclui-se que a reabilitação do assoalho pélvico pode promover melhora da perda urinária e da sua interferência nas atividades de vida diária.

Palavras-chave: perfil epidemiológico; qualidade de vida; assistência ambulatorial; fisioterapia; saúde da mulher.

 

Referências

Tuda CM, Fernández MPC. Prevalencia y factores asociados a incontinencia urinaria en el área de salud este de Valladolid. Enfermería Global. 2020;19(1):390-412.

Scardoelli RAR. Capacidades assistenciais em fisioterapia ambulatorial do SUS na 12ª Região de Saúde do Rio Grande do Sul. 2019.

Lopes WSS, Xavier DS. Satisfação dos usuários de serviço de fisioterapia no brasil: uma revisão da literatura. Cognitionis Scientific Journal. 2022;5(1):162–78.

Santos MM et al. Transição do cuidado da atenção terciária para a atenção primária: Revisão integrativa da literatura. Nursing. 2022;8173-82.

 

 

Reprodutibilidade intraexaminador da palpação vaginal, manometria e dinamometria na mensuração da capacidade de contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico e nível de desconforto entre esses métodos

 

Caroline Caetano Pena, Leticia Maciel de Freitas, Aura Maria Paternina de la Ossa, Natalia Devechio Aleixo, Elaine Caldeira de Oliveira Guirro, Cristine Homsi Jorge

 

Universidade de São Paulo

 

carolinecpena@usp.br

 

Introdução: A palpação vaginal é um dos métodos destinados a avaliar a função dos músculos do assoalho pélvico (MAP), apresenta boa reprodutibilidade intraexaminador porém é subjetiva e depende da experiência do avaliador, sendo importante agregar métodos mais objetivos. A manometria e a dinamometria proporcionam medidas objetivas da intensidade da contração e apresentam boa reprodutibilidade intraexaminador.Os métodos acima descritos são realizados por via vaginal, sendo o desconforto durante o exame um aspecto importante a ser investigado. Objetivos: Avaliar a reprodutibilidade intraexaminador da palpação vaginal, manometria e dinamometria na mensuração da capacidade de contração voluntária dos MAP e comparar entre esses métodos o nível de desconforto acarretado às mulheres. Método: Estudo clínico observacional de teste-reteste, aprovado com CAAE:87571218.0.0000.5414. Incluíram mulheres maiores de 18 anos, com ou sem disfunções do assoalho pélvico, avaliadas e reavaliadas pela mesma avaliadora com intervalo de sete dias através da palpação vaginal, manometria e dinamometria em ordem aleatória. A escala visual numérica foi utilizada para verificar o nível de desconforto. O coeficiente de Kappa e o coeficiente de correlação intraclasse foram utilizados para verificar a reprodutibilidade intraexaminador desses métodos e os testes de Friedman e Wilcoxon para estabelecer a diferença entre o nível de desconforto. Resultados: Foram incluídas 48 participantes, com média de idade de 48,8 anos (± 16,8). A reprodutibilidade intraexaminador foi quase perfeita para a palpação vaginal (k = 0,84; p < 0,001) e excelente para a manometria (ICC3,3 = 0,97; p < 0,001) e dinamometria (ICC3,3 = 0,79; p <0,001). Na avaliação do grau de desconforto houve diferença apenas em relação a palpação e manometria (p = 0,001) e não houve diferença entre palpação vaginal e manometria e entre manometria e dinamometria. Conclusão: Os métodos avaliados apresentaram boa reprodutibilidade intraexaminador. A palpação vaginal parece ser o método mais confortável em relação à manometria.

Palavras-chave: assoalho pélvico; saúde da mulher; estudo de avaliação

 

Referências

Pena CC, K, de la Ossa AMP, Fernandes ACNL, Aleixo DN, de Oliveira FMF, Ferreira CHJ. Are visual inspection and digital palpation reliable methods to assess ability to perform a pelvic floor muscle contraction? An intra-rater study. Neurourol Urodyn. 2021 Feb;40(2):680-687.

da Silva JB, de Oliveira Sato T, Rocha APR, Driusso P. Inter- and intrarater reliability of unidigital and bidigital vaginal palpation to evaluation of maximal voluntary contraction of pelvic floor muscles considering risk factors and dysfunctions. Neurourol Urodyn. 2021 Jan;40(1):348-357.

Martinho NM, Marques J, Silva VR, Silva SLA, Carvalho LC, Botelho S. Intra and inter-rater reliability study of pelvic floor muscle dynamometric measurements. Braz J Phys Ther. 2015;19(2):97-104.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001

 

 

Há correlação entre Sensibilização Central e incontinência urinária?

 

Carolina Angélico, Ana Paula Rodrigues Rocha, Patricia Driusso

 

Universidade Federal de São Carlos

 

carolina.angelico@estudante.ufscar.br

 

Introdução: A sensibilização central (SC) é um fenômeno no qual o Sistema Nervoso Central (SNC) se torna mais sensível à dor, ocorrendo por meio da hiperativação de vias facilitadoras da dor (ascendentes e descendentes), e diminuição de mecanismos antinociceptivos descendentes do SNC. Em casos de SC, o SNC pode também ter uma hipersensibilidade aos estímulos de micção, devido ao armazenamento miccional, no entanto, a associação entre SC e incontinência urinária (IU) ainda é pouco conhecida. Objetivo: Verificar a correlação entre SC e IU. Métodos: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (CAAE: 39924620.6.0000.5504), realizado pelo Laboratório de Pesquisa em Saúde da Mulher. As participantes eram mulheres com idade superior à18 anos, que leram e aceitaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram aplicados, de forma online, os instrumentos: Questionário Internacional de Consulta sobre Incontinência (ICIQ-SF), e Inventário de Sensibilização Central (ISC), parte A. Os dados estão expressos em média ± desvio padrão. Foi realizada a correlação entre os escores de ICIQ-SF e ISC parte A, utilizando a idade como covariável, por meio do teste de Pearson. Adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 808 mulheres, com média de idade de 42,6 ± 14,6; sendo que 581 (71,9%) tinham IU e 498 (61,6%) obtiveram escore para o CSI maior que 40 pontos, o que denota aumento da SC; 409 (50,6%) mulheres relataram IU e CSI. O escore médio dos questionários foram: ISC = 45,4 ± 16,1 e ICIQ-SP = 7,0 ± 5,9. Observou-se correlação significativa e positiva entre os escores de ISC e de ICIQ (r = 0,34; p < 0,01), ajustado pela idade. Conclusão: Este estudo verificou que os sintomas de sensibilização central estão presentes em 409 (50,6%) mulheres com IU e, quanto mais grave os sintomas de IU, maiores os escores do ISC.

Palavras-chave: incontinência urinária; sensibilização do sistema nervoso central; saúde da mulher

 

Referências

Caumo W, Antunes L, Lorenzzi Elkfury J, Herbstrith E, Busanello Sipmann R, Souza A et al. The Central Sensitization Inventory validated and adapted for a Brazilian population: psychometric properties and its relationship with brain-derived neurotrophic factor. J Pain Res. 2017;10:2109–22.

Irwin GM. Urinary Incontinence. Primary Care: Clinics in Office Practice. 2019;46(2):233–42.

Nijs J, Paul van Wilgen C, Van Oosterwijck J, van Ittersum M, Meeus M. How to explain central sensitization to patients with 'unexplained' chronic musculoskeletal pain: practice guidelines. Man Ther. 2011;16(5):413-18.

Nunes Tamanini JT, Dambros M, D’Ancona CAL, Rodrigues Palma PC, Rodrigues Netto N. Validation of the “International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form” (ICIQ-SF) for Portuguese. Rev Saúde Publica. 2004;38(3);438-44.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

 

 

Avaliação da atividade bioelétrica do assoalho pélvico em mulheres praticantes de crossfit: estudo observacional transversal

 

Sidineia Silva Pinheiro Cavalcante Franco, Fabio Roberto Barbosa Saiki, Francielli Fernandes Barbosa Grampinha, Hugo Alexandre de Paula Santana, Gustavo Christofoletti, Ana Beatriz Gomes de Souza Pegorare

 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

sidineiapinheiro27@gmail.com

 

Introdução: A incontinência urinária de esforço (IUE) durante os exercícios de alto impacto é comum em mulheres praticantes de Crossfit, e pode ser decorrente da falha de suporte dos músculos do assoalho pélvico sobre o colo vesical e uretra. Objetivo: Avaliar a atividade bioelétrica dos músculos do assoalho pélvico de mulheres praticantes de Crossfit com e sem sintomas de IUE durante a prática esportiva. Métodos: Vinte mulheres praticantes de crossfit por pelo menos 6 meses ininterruptos participaram deste estudo (Comitê de Ética: 5.834.048). As participantes foram divididas em relação à presença ou não de IUE. As avaliações envolveram o Internacional Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF), Eletromiografia de superfície dos músculos do assoalho pélvico por meio do Protocolo de Glazer e avaliação da composição corporal por bioimpedância tetrapolar. Foram realizados o teste de Mann-Whitney e o teste t Student. Para todas as análises o nível de significância foi de 5%. Resultados: As participantes do estudo tinham idade média de 37,3 ± 7,8 anos, e 34,5 meses em média de prática na modalidade. Mulheres com IUE apresentaram contração tônica do assoalho pélvico mais fraca (p = 0,054), o tempo antes do pico de fibras fásicas menor (p = 0,04), tempo antes do pico de contrações tônicas menor (p = 0,009) e tempo após o pico das contrações tônicas menor (p = 0,006) do que as mulheres sem IUE. Conclusão: As praticantes de exercícios de alta intensidade que tem IUE apresentam prejuízo na atividade bioelétrica avaliada por meio da eletromiografia de superfície, demonstrando assim que a presença da IUE nas mulheres está associada a um déficit especialmente nas fibras tônicas e a falha do sinergismo abdomino-pélvico. A fisioterapia por meio do treinamento do assoalho pélvico poderia ajudar essas mulheres na prevenção e tratamento da IUE.

Palavras-chave: treinamento intervalado de alta intensidade; incontinência urinária por estresse; saúde da mulher

 

Referências

Bertotto A, Schvartzman R, Uchôa S, Wender MCO. Effect of electromyographic biofeedback as an add-on to pelvic floor muscle exercises on neuromuscular outcomes and quality of life in postmenopausal women with stress urinary incontinence: A randomized controlled trial. Neurourol Urodyn. 2017;36(8):2142-47.

K, Nygaard IE. Is Physical Activity Good or Bad for the Female Pelvic Floor? A Narrative Review. Sports Med. 2020;50(3):471-84.

Casey EK, Temme K. Pelvic floor muscle function and urinary incontinence in the female athlete. Phys Sportsmed. 2017;45(4):399-407.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

 

 

Validation of a mobile app for the assessment of voiding habits

 

Daniela Fantin Carro, Adriana Claudia Lunardi, Leda Tomiko Yamada da Silveira, Jorge Haddad, Elizabeth Alves Ferreira

 

Universidade de São Paulo

 

daniela.carro@fm.usp.br

 

Introduction: Disorders of the genitourinary system feature high prevalence, with impact on quality of life. Understanding women’s voiding habits is essential to draw a more effective treatment for urinary incontinence (UI). Although widely used, paper voiding diaries may have low adherence. Mobile applications (apps) have become easily accessible and low-cost alternative tools; however, their accuracy still lacks evidence. The app Minha Bexiga was developed by the Labfism-USP and Gynecology Department in partnership with a private company to be a user-friendly interface of voiding diary registers. Objective: To validate the app, Minha Bexiga. Methods: Inclusion criteria: women with UI and healthy women, over 18 years old, who have a smartphone (CAAE: 56680722.4.0000.0068). Exclusion criteria: women unable to understand directions or use the app. Personal and clinical data were collected by interview. Women used both the voiding diary app and a similar paper voiding diary for three consecutive days. After 15 days, the women used only the voiding diary app again. The app reliability was tested by the intraclass correlation coefficient. The app validity was tested by Pearson’s correlation with paper voiding diary. Results: Among the 24 included women, 17 (47 years old and 11 years of schooling) with UI and 7 (28 years old and 15 years of schooling) healthy. The app presented substantial reliability [ICC = 0.85 (95%CI:0.66 to 0.94)] for women with UI and moderate reliability [ICC = 0.55 (95%CI: -0.1 to 0.88)] for healthy women. The validity between the total score from the app and paper voiding diary was found only for healthy women (r = 0.58; p = 0.01). Conclusion: The voiding diary app had different accuracy between women with UI and healthy women. Probably, each individual profile can better adapt to a type of instrument to assess the voiding habit.

Palavras-chave: software validation; urinary incontinence; women's health

 

Referências

Messelink B et al. Standardization of terminology of pelvic floor muscle function and dysfunction: report from the pelvic floor clinical assessment group of the International Continence Society. Neurourology and Urodynamics. 2005;24(4):374-80.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Brasil (Código Financeiro 001)

 

 

Busca por tratamento da síndrome da bexiga hiperativa e incontinência urinária de esforço entre funcionárias de um hospital público

 

Carla Antonieli de Moraes, Janaina Mayer de Oliveira Nunes, Adriana Paula Fontana Carvalho, Silvio Henrique Maia de Almeida

 

Universidade Estadual de Londrina

 

carlaantonieli@uel.br

 

Introdução: A síndrome da bexiga hiperativa e a incontinência urinária de esforço são condições comuns entre as mulheres e têm um impacto negativo importante na qualidade de vida. Apesar disso, muitas delas não procuram tratamento e muitas vezes carregam o fardo dos sintomas por muitos anos. Objetivo: Comparar o desconforto, a qualidade de vida (QV) e a busca por tratamento entre funcionárias de um hospital público com síndrome da bexiga hiperativa (BH) ou incontinência urinária de esforço (IUE). Métodos: Estudo observacional, de corte transversal (Parecer Comitê de Ética 3.183.240), realizado em um hospital universitário com 118 funcionárias, divididas em três grupos: bexiga hiperativa úmida (BHU) (n = 42); bexiga hiperativa seca (BHS) (n = 46); e IUE (n = 30). Foram utilizados três questionários: International Consultation Incontinence Questionnaire Short-Form (ICIQ-SF), o International Consultation on Incontinence Questionnaire Overactive Bladder (ICIQ-OAB); e um questionário sociodemográfico e clínico. A busca por tratamento foi avaliada perguntando para as mulheres se elas consultaram um profissional de saúde ou receberam algum tratamento para seus sintomas urinários. Resultados: Pacientes com BHU apresentaram pior QV em relação a BHS e IUE (p < 0,001), e também maior desconforto (p < 0,0001). Não foram encontradas diferenças entre os grupos quanto à QV e ao desconforto (respectivamente, p = 0,09 e p = 0,78), considerando a busca por tratamento. Apenas 26 (22%) mulheres procuraram tratamento (12 BHU, 8 BHS e 6 IUE; p = 0,43), sendo o principal motivo o fato de os sintomas não incomodarem muito (13%) e a crença de que os sintomas são normais para a idade (5,4%). Conclusão: A busca por tratamento entre as profissionais de saúde com BHU, BHS e IUE foi baixa. O grupo BHU apresentou pior QV e maior desconforto, mas sem diferença no comportamento de busca por tratamento.

Palavras-chave: bexiga urinária hiperativa; incontinência urinária por estresse; qualidade de vida

 

Referências

Gomes CM, Averbeck MA, Koyama M, Soler R. Impact of OAB symptoms on work, quality of life and treatment-seeking behavior in Brazil. Curr Med Res Opin. 2020;36(8):1403–15.

Xu D, Wang X, Li J, Wang K. The mediating effect of “bothersome” urinary incontinence on help-seeking intentions among community-dwelling women. J Adv Nurs. 2015;71(2):315–25.

Cooper J, Annappa M, Quigley A, Dracocardos D, Bondili A, Mallen C. Prevalence of female urinary incontinence and its impact on quality of life in a cluster population in the United Kingdom (UK): a community survey. Prim Health Care Res Dev. 2015;16(04):377–82.

Mostafaei H, Sadeghi-Bazargani H, Hajebrahimi S, Salehi-Pourmehr H, Ghojazadeh M, Onur R, et al. Prevalence of female urinary incontinence in the developing world: A systematic review and meta-analysis—A Report from the Developing World Committee of the International Continence Society and Iranian Research Center for Evidence Based Medicine. Neurourol Urodyn. 2020;39(4):1063–86.

Schreiber Pedersen L, Lose G, Høybye MT, Jürgensen M, Waldmann A, Rudnicki M. Predictors and reasons for help-seeking behavior among women with urinary incontinence. Int Urogynecol J. 2017;29(4):521–30.

 

 

Associação entre os distúrbios do sono e a síndrome de bexiga hiperativa em mulheres

 

Flora Parizotto, Ticiana Aparecida Alves de Mira, Bárbara Vaz Sarmento, Marcela Ponzio Pinto e Silva, Claudia Suélen Bartholomeu Gaspar, Cassia Raquel Teatin Juliato

Universidade Estadual de Campinas

 

flora_mp@hotmail.com

 

Introdução: A Síndrome da Bexiga Hiperativa (SBH) pode estar associada a um impacto no sono e cansaço das mulheres, principalmente aquelas que apresentam sintoma de noctúria. Por isso, o objetivo do estudo foi comparar a qualidade do sono, sonolência, risco de apneia obstrutiva do sono e fadiga em mulheres com e sem SBH. Métodos: Estudo de corte transversal (CAAE: 61413522.3.0000.5404) com dois grupos, sendo grupo com SBH (n = 84) e grupo sem SBH (n = 35). As participantes responderam um questionário online que continha uma avaliação sociodemográfica e quatro instrumentos validados para o português: Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (PSQI), Escala de Sonolência de Epworth, Questionário de Berlin e Escala Modificada do Impacto da Fadiga (MFIS) para a avaliação da qualidade do sono, sonolência, risco de apneia obstrutiva do sono e fadiga respectivamente. Resultados: Os resultados parciais demonstraram grupos homogêneos para todas as variáveis sociodemográficas, exceto presença de parceria, consumo de café e uso de medicação psiquiátrica que eram mais predominantes no grupo com SBH. Dos grupos inclusos, quase 50% estavam na faixa entre 30-49 anos. O grupo com SBH apresentou pior qualidade do sono no questionário PSQI (9,5 ± 4 vs. 5,6 ± 3,4 p < 0,001), maior risco de apneia obstrutiva do sono classificadas pelo questionário de Berlim (34,5% vs. 11,4% p = 0,01) e fadiga avaliado pelo questionário MFIS (38,8 ± 21,6 vs. 17,2 ± 17 p < 0,001). Não houve diferença na sonolência diurna no questionário Epworth entre os dois grupos (10,9 ± 6 vs. 8,6 ± 5,1 p = 0,06). Conclusão: A SBH está associada a uma pior qualidade do sono, maior risco de apneia obstrutiva do sono e fadiga em mulheres. Não foi encontrada diferença na sonolência diurna entre os grupos. Assim, sugere-se uma investigação mais detalhada sobre estes aspectos durante à assistência destas mulheres favorecendo o tratamento e melhora na qualidade de vida.

Palavras-chave: bexiga urinária hiperativa; qualidade do sono; fadiga; sonolência diurna; apneia obstrutiva do sono

 

Referências

Papworth E, Dawson S, Henderson EJ, et al. Association of Sleep Disorders with Nocturia: A Systematic Review and Nominal Group Technique Consensus on Primary Care Assessment and Treatment. Eur Urol Focus. 2022;8(1):42-51.

Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, et al. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Pittsburgh Sleep Quality Index. Sleep Med. 2011;12(1):70-75.

Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, Pedro VD, Barreto SSM, Johns MW. Portuguese-language version of the epworth sleepiness scale: Validation for use in Brazil. J Bras Pneumol. 2009;35(9):877-883.

Andrechuk CRS, Netzer NK, Zancanella E, Almeida AR, Ceolim MF. Cultural adaptation and evaluation of the measurement properties of the Berlin Questionnaire for Brazil. Sleep Med. 2019;60:182-187.

Pavan K, Schmidt K, Marangoni B, Mendes MF, Tilbery CP, Lianza S. Esclerose múltipla: adaptação transcultural e validação da escala modificada de impacto de fadiga. Arq Neuropsiquiatr. 2007;65(3a):669-673.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de esportes

 

Pâmela da Silva Rocha, Cinira Assad Simão Haddad

 

Centro Universitário Lusíada

 

pamela.s.rocha@hotmail.com

 

Introdução: A incontinência urinária (IU) é uma queixa comum entre as mulheres e, nas atletas, a mais comum é a incontinência urinária de esforço (IUE). Pode ocorrer por vários fatores, entre eles, fraqueza dos músculos do assoalho pélvico (MAP), sobrecarga na região pélvica por esportes de alto impacto, fadiga por competições de longa distância, podendo, ainda, estar associada também com alterações anatômicas e hormonais, que podem intensificar as queixas. Objetivo: avaliar a prevalência de IU em mulheres praticantes de esportes, o impacto da IU na qualidade de vida e a função do MAP. Método: Estudo transversal, que foi realizado após a aprovação do Comitê de Ética (CAAE: 67272922.7.0000.5436) do Centro Universitário Lusíada. Foram incluídas mulheres praticantes de esporte, que treinassem em uma frequência igual ou maior do que 3 vezes na semana. Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram avaliadas pelo questionário Incontinence Questionnaire- Short form (ICIQ-SF), avaliação física e funcional do MAP, que ocorreram na Clínica de Fisioterapia Unilus. Resultados: A amostra contou com 20 participantes, com idade média de 38,2 (± 10,8) anos. Destas, duas são atletas profissionais e 18 praticantes de esporte. Os esportes mais frequentes foram corrida, musculação e triatlhon. Quanto à prevalência, 50% perdiam urina nos treinos e dessas, 45% também perdiam aos esforços. Outras queixas foram frequência (15%), urgência (15%) e 10% relataram urge-incontinência. O valor médio do ICIQ-SF foi de 3,8 (± 4,2). A média de força do MAP foi 2,6 (± 0,8), na escala de 0 a 5 de Oxford; a resistência foi 3,4 (± 1,4) segundos e repetição foi 2,42 (± 1,3). Dentre as participantes, apenas 10% tinham consciência perineal ao primeiro comando. Conclusão: Encontra-se alta prevalência de IU em mulheres que praticam atividade física, mas esta não impacta na qualidade de vida das participantes.

Palavras-chave: atletas; incontinência urinária; esporte

 

Referências

Hérnandez, Fernandez, Sanchez. Benefícios da fisioterapia na Incontinência urinária em atletas femininas de alto rendimento - Meta-análise. Jornal de Clínica Médica. 2020;9(10):3240.

Bø K. Physiotherapy management of urinary incontinence in females. J Physiother. 2020;66(3):147-54.

Joseph C, Srivastana K, Ochuba O, et al. Stress urinary incontinence among young nulliparous female athletes. Cureus. 2021;13(9):17986. doi:10.7759/cureus.17986

 

 

Pregnancy-induced collagen deposition in the rat urinary bladder

 

Bruna Bologna Catinelli1, Aline Medolago Carr1, Lara Cristina Casadei Ubeda2, Maria Angélica Spadella2, Angelica Mercia Pascon Barbosa1, Marilza Vieira Cunha Rudge1, Patrícia de Souza Rossignoli1

 

1UNESP

2Universidade de Marília

 

bologna.bruna@gmail.com

 

Introduction: Pregnancy requires structural and functional changes in maternal body, including the urinary system. Alterations in the bladder capacity and function during pregnancy are related to the occurrence of gestational Urinary Incontinence (UI). Experimental studies also have evidenced functional changes in the bladder in pregnant rats. However, studies that aim to evaluate pregnancy-induced morphological changes in the bladder are scarce. Aim: Analyze the impact of pregnancy on the morphology of the bladder in rats. Methods: The study was approved by the Institutional Animal Care and Use (protocol number 007/2016). At 90 days of age, Wistar female rats were mated overnight with one male rat. The presence of spermatozoa on the vaginal smear characterized gestational day 0. Then, the animals were distributed in Pregnant (P) (n = 10) and Virgin (V) (n = 10) groups. On gestational day 21, the rats were euthanized with Thiopentax (120 mg/kg) and urinary bladder samples were obtained, and studied by Masson's Trichrome staining for collagen fiber analysis. The same procedure was performed for V group. The morphological and morphometric analysis of total collagen area (100 sections/group, magnification 10x) were performed using CellSens Standard software (Olympus Corporation®). Comparisons of measurements among groups were performed by Student-t test, and p < 0.05 was considered statistically significant. Results: The morphological analysis of both groups (P and V) showed usual histological structure of the bladder, including urothelium, lamina propria, smooth muscle, blood vessels and collagen fibers. The morphometric analysis showed increased total collagen area in P group compared with V group (p < 0,0001). Conclusion: Bladder function depends on the balance between neural transmission, detrusor contractility and elastic elements, including collagen that participate on the structural bladder support. The present study showed that pregnancy increased collagen deposition in the bladder of female rats, which suggests a possible relation with bladder dysfunction and UI during pregnancy.

Palavras-chave: pregnancy, urinary bladder, collagen

 

Referências

Cutner A., Cardozo, L.D. The lower urinary tract in pregnancy and the puerperium. Int Urogynecol J. 1992;3:317–23.

Hsia TY, Shortliffe LM. The effect of pregnancy on rat urinary tract dynamics. J Urol. 1995;154:684-9.

Rodrìguez LV, Wang B, Shortliffe LM. Structural changes in the bladder walls of pregnant and hormone-treated rats: correlation with bladder dynamics. BJU Int. 2004;94(9):1366-72.

Falconer C, Ekman G, Malmström A, Ulmsten U. Decreased collagen synthesis in stress-incontinent women. Obstet Gynecol. 1994;84(4):583-6.

Ewalt DH, Howard PS, Blyth B, Snyder HM 3rd, Duckett JW, Levin RM, Macarak EJ. Is lamina propria matrix responsible for normal bladder compliance? J Urol. 1992;148:544-9.

 

Agradecimentos: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2016/01743-5

 

 

Efeitos da técnica de eletroestimulação parassacral em mulheres com bexiga neurogênica hiperativa pós acidente vascular cerebral

 

Bruna Miranda Ribeiro, Thais Alves Candido, Cristiane Rodrigues Cardoso Araújo, Rogério Melo Costa Pinto, Ana Paula Magalhães Resende, Vanessa Santos Pereira Baldon

 

Universidade Federal de Uberlândia

 

brunamirandaribeiro@gmail.com

 

Introdução: A bexiga neurogênica hiperativa (BNH) apresenta alta prevalência entre pacientes após acidente vascular cerebral (AVC) e resulta em prejuízos a qualidade de vida. Diante do alto custo e da intensidade dos possíveis efeitos colaterais do tratamento medicamentoso, o tratamento fisioterapêutico mostra-se como uma opção a ser considerada. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da técnica de eletroestimulação parassacral em mulheres com bexiga neurogênica hiperativa após AVC. Método: A amostra contou com 11 pacientes do sexo feminino, idade entre 40 e 70 anos, que tiveram AVC isquêmico ou hemorrágico há mais de um mês, com bexiga hiperativa (CAAE: 94777418.0.0000.5152). Antes e após a intervenção as participantes foram avaliadas quanto ao impacto da perda urinária pelo questionário ICIQ-SF; qualidade de vida pelo WHOQOL-bref e diário miccional de três dias. As mulheres receberam tratamento por 12 sessões, duas vezes na semana utilizando o aparelho de estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), modelo Neurodyn (IBRAMED®, Brasil). A paciente foi posicionada em decúbito ventral e os eletrodos colocados de cada lado de S2 e S3 na região sacral e fixados à pele com esparadrapo. Foi aplicada a corrente TENS (F = 10Hz, 700 ms) por 30 minutos. A intensidade da corrente foi aumentada respeitando o limiar sensitivo das pacientes. Para a comparação das variáveis antes e após a intervenção foi aplicado o teste T. Resultados: Foi observada redução significativa nos valores do questionário ICIQ-SF (p < 0,001) com redução expressiva da frequência (p = 0,007) e perdas urinárias (p < 0,001) após a intervenção. Conclusão: Após a intervenção houve redução significativa do impacto da perda urinária, da frequência e número de perdas urinárias. Portanto, os resultados da pesquisa dão suporte para a escolha da eletroestimulação parassacral em mulheres com bexiga neurogênica hiperativa pós AVC, por ter resultados positivos no manejo desta condição clínica.

Palavras-chave: estimulação elétrica nervosa transcutânea; bexiga urinária neurogênica; acidente vascular cerebral

 

Referências

Panfili Z, Metcalf M, Griebling TL. Contemporary evaluation and treatment of poststroke lower urinary tract dysfunction. Urol Clin. 2017;44:403–14.

Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral. 2013.

Li LF, Ka-Kit Leung G, Lui WM. Sacral nerve stimulation for neurogenic bladder. World Neurosurgery. 2016;236–43.

Fergany LA, Shaker H, Arafa M, Elbadry MS. Does sacral pulsed electromagnetic field therapy have a better effect than transcutaneous electrical nerve stimulation in patients with neurogenic overactive bladder? Arab J Urol. 2017;15(2):148–52

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Estratégias utilizadas para evitar ou minimizar perdas urinárias durante treino em mulheres nulíparas praticantes de cross training

 

Gabriela Willinghoefer, Cristiane Kilian, Ester Pereira Dezan Martins Gonçalves, Thais Siqueira, Soraia Cristina Tonon da Luz, Janeisa Franck Virtuoso, Gesilani Júlia da Silva Honório

 

Universidade do Estado de Santa Catarina

 

willinghoefergb@gmail.com

 

Introdução: A incontinência urinária de esforço (IUE) pode ocorrer em praticantes de cross training por ser uma modalidade esportiva com exercícios de alta intensidade. Objetivo: Verificar estratégias para evitar ou minimizar a incontinência urinária (IU) em praticantes de cross training e analisar a associação entre essas estratégias e presença de IUE durante prática. Método: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UDESC, sob o número de parecer 4.670.454 (CAAE 43887721.00000.0118). Os relatos de IUE durante prática e estratégias para evitar e/ou minimizar IU foram obtidos por questionário eletrônico. Para análise da associação, Teste Qui-quadrado, com nível de significância de 5%, e V de Cramer foram utilizados. Resultados: Participaram 80 mulheres, 17 (21,3%) relataram IUE durante a prática. Ao associar IUE e estratégias, destacaram-se redução da ingesta de líquidos (75% que realizavam estratégia relataram IUE; qui2 = 7,3; p = 0,007; phi = 0,30), uso de roupas escuras (83,3% que realizavam relataram IUE; qui2 = 15; p < 0,001; phi = 0,43) e esvaziamento da bexiga antes do treino (48% que realizavam relataram IUE; qui2 = 15,6; p < 0,001; phi = 0,44). Entre as mulheres com IUE, as estratégias mais utilizadas foram esvaziar a bexiga (70,6%), uso de roupas escuras (29,4%), uso de absorventes (23,5%) e redução da ingesta de líquidos (17,6%). Três mulheres indicaram realizar contração dos MAP durante o treino, sendo que duas não apresentavam IUE. Conclusão: A estratégia mais utilizada para evitar ou minimizar IU foi esvaziar a bexiga antes da prática, sendo que esta, além do uso de roupas escuras e redução de ingesta de líquidos, foram estratégias com associação moderada em relação à IUE. Percebeu-se carência de conhecimento sobre a ativação dos MAP, sugere-se maior sensibilização sobre a sua importância.

Palavras-chave: Incontinência urinária por estresse, exercício físico, distúrbios do assoalho pélvico

 

Referências

Gram MCD, K. High level rhythmic gymnasts and urinary incontinence: prevalence, risk factors, and influence on performance. Scandinavian Journal of Medicine & Science In Sports. 2019;30(1):159-65.

Haylen BT et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for female pelvic floor dysfunction. Int Urogynecol J. 2010;21:5-26.

Dominguez-Antuña E, Diz JC, Suárez-Iglesias D, Ayán C. Prevalence of urinary incontinence in female CrossFit athletes: a systematic review with meta-analysis. Int Urogynecol J. 2022;34(3):621-34.

Cardoso AMB, Lima CRO. Ferreira CWS. Prevalence of urinary incontinence in high-impact sports athletes and their association with knowledge, attitude and practice about this dysfunction. European Journal of Sport Science. 2018;18(10):1405–12.

 

 

Desenvolvimento de indicadores de saúde para gestão assistencial de um serviço de fisioterapia para disfunções do assoalho pélvico

 

Natalia Cardoso Campos, Kessia Avelar de Souza Oliveira, Natália Renata de Matos, Maria Cristina da Cruz, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Elyonara Mello de Figueiredo

 

Universidade Federal de Minas Gerais

 

nataliacardosofisioterapia@gmail.com

 

Introdução: Indicadores de saúde (IS) são variáveis objetivas e válidas utilizadas por gerenciadores de serviços para medir a qualidade da assistência prestada. Apesar de IS serem amplamente utilizados na área médica, em Fisioterapia o seu uso é incipiente, mas progressivo. Objetivo: desenvolver IS a serem utilizados na gestão de um Serviço de Fisioterapia para Disfunções do Assoalho Pélvico (DAP) de um hospital público universitário. Método: um painel de especialistas conduziu o estudo em quatro etapas: 1ª) revisão da literatura; 2ª) identificação, construção e eleição dos indicadores; 3ª) desenvolvimento da ficha técnica geral; 4ª) descrição dos indicadores eleitos na ficha técnica padronizada. Resultados: 3 fisioterapeutas especialistas em Saúde da Mulher e com experiência em serviços públicos e privados de saúde utilizaram o trabalho mundialmente referendado de Donabedian (1990), como referencial teórico para seleção dos indicadores, considerando os seguintes domínios de qualidade de cuidado: estrutura, processo e resultado. Foram criados e apresentados por meio de fichas técnicas padronizadas os seguintes 15 IS, 5 sobre processo e 10 sobre resultado: tempo médio de permanência, número de atendimentos e de novos pacientes atendidos, desfecho do tratamento; taxa de demanda reprimida, de conformidade no registro dos prontuários, de satisfação dos pacientes atendidos e de readmissão ao tratamento fisioterápico; adesão ao tratamento e resposta subjetiva de satisfação do paciente, considerando desfechos relevantes de questionários validados para cada DAP (incontinências urinária e anal, constipação intestinal, disfunção sexual). Indicadores sobre estrutura não foram identificados como prioridade para o momento e poderão ser criados numa etapa posterior. Conclusão: o referencial teórico selecionado permitiu a criação de IS para o serviço de Fisioterapia para DAP, que foram apresentados por meio de fichas técnicas padronizadas. Esse material poderá ser utilizado na avaliação da qualidade do serviço em questão e também por outros serviços de Fisioterapia com características similares.

Palavras-chave: fisioterapia; assoalho pélvico; indicadores de saúde

 

Referências

Franco JLF. Indicadores demográficos e de saúde: a importância dos sistemas de informação. São Paulo; 2016. Disponível em: https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade13/unidade13.pdf

Donabedian A. The quality of care: how can it be assessed? Jama. 1998;260(12):1743-8.

Medina MG, et al. Uso de modelos teóricos na avaliação em saúde: aspectos conceituais e operacionais. In: Hartz ZMA, et al, eds. Avaliação em saúde dos modelos teóricos à prática na avaliação de programas e sistemas de saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2005. P.41-63.

Cavalheiro LV et al. Delineamento de um instrumento para medir a qualidade da assistência da Fisioterapia. Einstein. 2015;13:260-8.

Figueiredo EM et al. Perfil sociodemográfico e clínico de usuárias de serviço de fisioterapia uroginecológica da rede pública. Brazilian Journal of Physical Therapy. 2008;12:136-42.

 

 

Fatores associados à incontinência urinária em idosos comunitários

 

Tais Gonçalves Soares, Daniele Sirineu Pereira, Juliana Magalhães Machado Barbosa, Mariana Maia de Oliveira Sunemi, Giulia Batista Palma, Natalia Reynaldo Sampaio, Ully Aléxia Caproni Corrêa

 

Universidade Federal de Minas Gerais

 

taisgsfisio@gmail.com

 

Introdução: A Incontinência Urinária (IU) tem alta prevalência na população idosa e pode impactar de forma significativa a funcionalidade e participação social, naqueles que apresentam esta condição. Identificar os fatores associados à IU, permite uma abordagem direcionada e assertiva, além de orientar políticas de promoção e prevenção em saúde. Objetivos: Determinar os fatores associados à IU na população idosa de Alfenas - MG. Métodos: Trata-se um estudo transversal de base populacional incluindo 496 idosos com média de idade de 70,8 ± 6,6, adscritos na Estratégia de Saúde da Família do Município de Alfenas - MG. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob o Parecer 722.155; CAAE 32269614.0.0000.5142. A variável foi a IU, identificada a partir do International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF). As variáveis independentes foram características sociodemográficas, hábitos relacionados à saúde, condições clínicas e funcionais. A associação entre as variáveis foi verificada por meio de regressão logística binária. Resultados: A prevalência de IU na amostra foi de 21 %, sendo 26,9 % entre as mulheres e de 11,2% entre os homens. O modelo foi capaz de explicar 22,4% da variabilidade da presença de IU, independente do sexo. A presença de multimorbidades (OR = 0,13; p = 0,007), maior índice de massa muscular (OR = 1,06; p = 0,025), rastreio positivo de sintomas depressivos (OR = 0,42; p = 0,003) e o pior desempenho no Timed Up and Go (OR = 1,06; p = 0,03) foram associados a presença de IU em idosos comunitários residentes em Alfenas -MG. Conclusão: Os achados deste estudo, reforçam a necessidade em realizar uma avaliação centrada no modelo biopsicossocial, considerando todos os fatores que podem influenciar na ocorrência da IU em idosos.

Palavras-chave: incontinência urinária; idoso; fatores de risco

 

Referências

Cardozo L, Rovner E, Wagg A, Wein A. Incontinence. 7th Edition International Consultation on Incontinence. Icud; 2023.

Tamanini JTN, Dambros M, D'Ancona CAL, Palma PCR, Netto JRR. Validação para o português do "International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short form"(ICIQ-SF). Rev Saúde Pública. 2004;38:438-44.

Milsom I, Gyhagen M. The prevalence of urinary incontinence. Climacteric. 2029;22(3):217-222.

 

 

Prevalência de prolapso de órgãos pélvicos em praticantes de atividade física de alto impacto

 

Eliane Regina Mendoza Arbieto, Fernanda Fukuda, Thuane Roza, Soraia Cristina Tonon da Luz

 

Universidade do Estado de Santa Catarina

 

elianemendoza.ar@hotmail.com

 

Introdução: O prolapso de órgãos pélvicos (POP) é uma disfunção de origem multifatorial caracterizada como a descida das paredes vaginais. A atividade física de alto impacto pode ser fator de risco devido ao aumento da pressão intra-abdominal (PIA), gerando sobrecarga no suporte pélvico. Objetivo: Investigar a prevalência de POP em mulheres praticantes de atividade física de alto impacto. Métodos: Estudo transversal realizado em Florianópolis (CAAE/UDESC 33377920.0.1001.0118). Foram incluídas mulheres saudáveis, maiores de 18 anos, praticantes de atividades físicas de alto impacto com tempo de treino de 6 meses ou mais e frequência mínima de 3 vezes por semana. Coleta realizada em duas etapas, uma online com questionário sociodemográfico; e presencial com avaliação do POP pelo Pelvic Organ Prolapse Quantification System (POP-Q system). Idade e índice de massa corporal (IMC) foram apresentados em média e desvio padrão; paridade e prevalência de POP foram apresentadas em frequência relativa. Resultados: Foram incluídas 36 mulheres que praticavam uma ou mais atividades físicas (crossfit, atletismo, pole dance, taekwondo, triatlo, voleibol, corrida, funcional, beach tennis e musculação). A média de idade encontrada foi de 32,7 ± 7,8 anos, IMC de 22,8 ± 3,3 kg/m2. Quanto a paridade, 72,2% eram nulíparas, 16,7% primíparas e 11,1% multíparas. A prevalência de POP foi de 41,7% e destas, 66,7% apresentavam POP de grau I e 33,3% grau II. Conclusão: A prevalência de POP foi relevante, considerando que a maioria eram nulíparas. Isto pode ter ocorrido devido a avaliação objetiva e não por sintomas. Apesar da variedade de atividades físicas, todas envolviam exercícios de alto impacto e aumento de PIA, indicando ser fator de risco importante a ser considerado. O POP grau I foi o mais prevalente, mostrando a importância de incentivar o cuidado com os músculos do assoalho pélvico para contrapor as forças de aumento de PIA e evitar agravo.

Palavras-chave: atividade física; distúrbios do assoalho pélvico; prolapso de órgãos pélvicos

 

Referências

K, Nygaard IE. Is Physical activity good or bad for the female pelvic floor? a narrative review. Sports MedicineSpringer. 2020.

Haylen BT et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for female pelvic floor dysfunction. International Urogynecology Journal. 2010;21(1):5–26.

Madhu C et al. How to use the Pelvic Organ Prolapse Quantification (POP-Q) system? Neurourology and urodynamics. 2018;37(S6):S39–S43.

Weintraub AY, Glinter H, Marcus-Braun N. Narrative review of the epidemiology, diagnosis and pathophysiology of pelvic organ prolapse. International Braz J Urol. 2020;46(1):5–14.

 

 

Comparação da gravidade da incontinência urinária entre mulheres praticantes de Crossfit e outras modalidades esportivas

 

Fernanda Fukuda, Eliane Regina Mendoza Arbieto, Thuane Roza, Soraia Cristina Tonon da Luz

 

Universidade do Estado de Santa Catarina

 

fernandasayurif@gmail.com

 

Introdução: A prática de exercícios físicos pode impactar negativamente na função dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e levar ao desenvolvimento dos sintomas de incontinência urinária (IU). A prevalência pode chegar a 75,6% e 44,5% em mulheres praticantes de esportes de alto impacto e Crossfit, respectivamente. Objetivo: Comparar a gravidade da incontinência urinária mulheres praticantes de Crossfit e outras modalidades esportivas. Método: Estudo transversal realizado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAAE: 43887721.0.0000.0118). Foram incluídas mulheres incontinentes, praticantes de Crossfit ou outras modalidades esportivas (OME), com tempo de treino de 6 meses ou mais e frequência mínima de 3 vezes por semana. A aplicação de um formulário e do questionário validado que avalia a gravidade da IU (International Consultation on Incontinence QuestionnaireUrinary Incontinence Short Form - ICIQ-UI SF) foi realizada por meio de um site. Para comparação dos dados quantitativos foi utilizado o Teste U de Mann-Whitney e p < 0,05 foi considerado como estatisticamente significativo. Resultados: A amostra foi composta por 20 mulheres incontinentes. O grupo Crossfit (n = 10) apresentou média de idade de 35,2 ± 4,8 anos e índice de massa corporal (IMC) de 24,2 ± 4,5 kg/m2, o grupo OME (n = 10) apresentou média de idade de 34,1 ± 9,8 anos e IMC 23,3 ± 3,0 kg/m2. A média do escore do ICIQ-UI SF no grupo Crossfit foi de 5,9 ± 3,2 e no grupo OME foi de 6,3 ± 3,3 (p = 0,85). Conclusão: Não houve diferença significativa na gravidade da IU entre as mulheres dos grupos Crossfit e OME, sugerindo que esses esportes, quando comparados, podem não influenciar na gravidade dos sintomas de IU.

Palavras-chave: diafragma da pelve; incontinência urinária; exercício físico

 

Referências

Dakic JG, Cook J, Hay-Smith J et al. Pelvic floor disorders stop women exercising: a survey of 4556 symptomatic women. Journal of Science and Medicine in Sport. 2021;24(12):1211–7.

Pires T, Pires P, Moreira H et al. Prevalence of urinary incontinence in high-impact sport athletes: a systematic review and meta-analysis. Journal of Human Kinetics. 2020;73:279–88.

Dominguez-Antuña E, Diz JC, Suárez-Iglesias D, Ayán C. Prevalence of urinary incontinence in female CrossFit athletes: a systematic review with meta-analysis. Int Urogynecol J. 2023;34(3):621-34.

 

 

Atuação fisioterapêutica no tratamento da incontinência urinária feminina: projeto extensionista

 

Marina Magalhães Amaral, Juliana Falcão Padilha

 

Universidade Federal do Amapá

 

mmarinamarall@gmail.com

 

Introdução: A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina, altamente prevalente em mulheres, afetando negativamente a qualidade de vida (QV). Tendo em vista este cenário, o projeto de extensão “Abordagem Fisioterapêutica no Tratamento da Incontinência Urinária” da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), visa promover o tratamento fisioterapêutico de mulheres com IU. Objetivo: Descrever os resultados obtidos, do projeto de extensão, pré e pós-tratamento fisioterapêutico para IU. Método: Os atendimentos ocorreram no Laboratório de Fisioterapia Uroginecológica da UNIFAP, entre janeiro e agosto de 2023, na frequência de 2x por semana, com duração de 1h, por 12 sessões (CAAE: 65181022.2.0000.0003). As pacientes eram encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde. A avaliação consistia em: anamnese e questionários e avaliação dos músculos do assoalho pélvico (MAP) (Esquema PERFECT). O tratamento baseava-se no tipo de IU, tendo como recursos: Treinamento dos MAP; Biofeedback; Cones Vaginais; Pelvfit; Eletroestimulação e educação em saúde. Para comparar o escore total do International Consultation on Incontinence Questionnaire–Short Form (ICIQ-SF) pré e pós-tratamento, realizou-se o test t pareado com 5% de probabilidade. Resultados: Atendeu-se 29 mulheres (56,9 ± 11,4 anos), 5 com IU de esforço e 23 com IU mista. Em relação a raça, 3 (10,3%) eram negras, 1 (3,5%) branca e 25 (86,2%) pardas. A média do número de gestações foi 3,4. Na avaliação dos MAP obteve-se valores médios pré: power (P): 2,4 ± 1,2 (classificação: fraca), endurance (E): 2,6 ± 1,4, repetition (R): 2,4 ± 2,1, fast (F): 5,7 ± 3; pós-tratamento: P: 3,2 ± 1 (classificação: moderada), E: 4,3 ± 1,4, R: 4,6 ± 2,2, F: 7,5 ± 2,1. A QV medida pela pergunta 5 do ICIQ-SF obteve média pré de 6,6 ± 3,5 e 5,0 ± 3,4 pós-tratamento. No escore total do ICIQ-SF houve melhora significativa no pós-tratamento, com valores pré e pós de 12,9 ± 5,2 e 8,9 ± 6,5 (p = 0,0007), respectivamente. Conclusão: O projeto de extensão proporcionou impacto positivo nos sintomas urinários e na funcionalidade dos MAP das mulheres assistidas.

Palavras-chave: incontinência urinária; fisioterapia; mulher.

 

Referências

Tamanini JTN et al. Validação para o português do "International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form" (ICIQ-SF). Rev Saúde Pública. 2014;38(3):438-44.

Haylen BT et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for female pelvic floor dysfunction. Neurourology and Urodynamics. 2010;29(1):4-20.

Dumoulin C et al. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2018;10.

Bo K. Physiotherapy management of urinary incontinence in females. J Physiother. 2020;66(3):147-54.

Bo K et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for the conservative and nonpharmacological management of female pelvic floor dysfunction. Neurourology and Urodynamics. 2017;36:221–44.

 

 

Caracterização da qualidade de vida de pacientes com incontinência urinária de uma clínica escola de Fisioterapia

 

Victor Barros Fracalossi, Jéssica Clara Dias, Mirela Matos Leite, Jhennifer Almeida da Silva, Camila Nascimento da Silva Ferreira, Quezia Zocca Candido, Trícia Guerra e Oliveira

victorfracalossi@hotmail.com

 

Introdução: A incontinência urinária (IU) consiste na queixa de qualquer perda involuntária de urina, uma condição constrangedora e socialmente restritiva, presente majoritariamente no público feminino, afetando o bem-estar pessoal e social, diminuindo significativamente a qualidade de vida. A qualidade de vida pode ser definida como a quantificação do impacto da doença nas atividades de vida diária e bem-estar do indivíduo. Diante disso, fica evidente a importância de se pesquisar sobre a qualidade de vida em pacientes com IU para possibilitar melhor direcionamento das estratégias de avaliação e terapêutica nessa população. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de IU atendidos em uma clínica escola de Fisioterapia por meio do questionário de avaliação de qualidade de vida Short Form-36 (SF-36). Métodos: Estudo epidemiológico, observacional de pacientes com diagnóstico clínico de IU em uma clínica escola de Fisioterapia no período de agosto de 2023. Foram coletados dados socioeconômicos e aplicado o questionário (SF-36). Para análise dos dados foram utilizadas as frequências absoluta, relativa, medidas de tendência central e dispersão. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa (CAAE: 63347522.3.0000. 5064/parece nº 5.711.054). Resultados: Foram coletados dados de 14 voluntários, com média de idade de 58,4 ± 18, sendo 78,6% indivíduos do sexo feminino. Quanto a avaliação da qualidade de vida, os domínios que apresentaram pior média de pontuação foram a limitação de aspectos emocionais 45,2 ± 41 e a limitação de aspectos físicos 46,4 ± 45,2. Em contrapartida, a média da pontuação mais alta foi no domínio saúde mental 65,7 ± 20,2. Conclusão: Concluiu-se que a avaliação da qualidade de vida de pacientes com IU da clínica de Fisioterapia mostrou pior pontuação na limitação dos aspectos emocionais e físicos. Novas pesquisas são necessárias para melhor direcionar estratégias de prevenção e de tratamento para impactar a qualidade de vida dos usuários.

Palavras-chave: qualidade de vida; incontinência urinária; avaliação em saúde

 

Referências

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol. 1999;39:143-150.

Saboia DM et al. Impacto dos tipos de incontinência urinária na qualidade de vida de mulheres. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2017;51:e03266.

Baracho E. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2018.

 

 

Caracterização do perfil de sono de pacientes com incontinência urinária de uma clínica escola de fisioterapia

 

Victor Barros Fracalossi, Jéssica Clara Dias, Mirela Matos Leite, Jhennifer Almeida da Silva, Camila Nascimento da Silva Ferreira, Quezia Zocca Candido

 

victorfracalossi@hotmail.com

 

Introdução: A incontinência urinária (IU) consiste na queixa de qualquer perda involuntária de urina, estando intimamente ligada a qualidade do sono. A prevalência de má qualidade de sono é elevada em pacientes com IU, principalmente aqueles que apresentam quadro de noctúria. Os distúrbios do sono estão, atualmente, entre os problemas de saúde pública mais comuns, sendo responsáveis por diminuição significativa da qualidade de vida dos indivíduos afetados, bem como maior taxa de morbimortalidade cardiovascular. Diante disso, fica evidente a importância de se pesquisar sobre as variáveis do sono desses pacientes. Objetivo: Caracterizar o perfil do sono da população acometida com IU de uma clínica escola de fisioterapia. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal, envolvendo usuários de uma clínica escola de fisioterapia com diagnóstico clínico de IU, realizado no período de agosto de 2023, no qual foram aplicados: questionário estruturado com dados sociodemográficos, elaborado pelos autores, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg (PSQI-BR) e Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR). As coletas de dados foram realizadas após aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa com o CAAE: 63347522.3.0000.5064 / parecer: 5.711.054. As características dos participantes foram apresentadas através de análise estatística descritiva (média, desvio padrão e porcentagem). Resultados: A amostra foi composta por 14 voluntários, com média de idade de 58,42±17,94, sendo 78,57% indivíduos do sexo feminino. Os resultados do PSQI-BR apontaram que 57,14% dos voluntários apresentaram pobre qualidade de sono. Na ESS-BR, 42,86% apresentaram grau de sonolência diurna acima do esperado. Conclusão: Com esse estudo, conclui-se que a maioria dos pacientes com IU dessa clínica de fisioterapia apresenta sono ruim com alta probabilidade de distúrbios do sono. Novas pesquisas precisam ser realizadas para avaliar de forma mais ampla a influência da IU na qualidade do sono, para assim intervir e buscar uma significativa melhora do sono.

Palavras-chave: sono; transtornos do sono-vigília; incontinência urinária

 

Referências

Bertolazi AN. et al. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Pittsburgh Sleep Quality Index. Sleep Medicine. 2011;12(1):70-5.

Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, Pedro VD, Barreto SSM, Johns MW. Validação da escala de sonolência de Epworth em português para uso no Brasil. J Bras Pneumol. 2009;35(9):877-83.

Warsi QA et al. The Association of Pharmacologic treatment of urgency urinary incontinence on sleep quality and daytime sleepiness. Obstetrics and gynecology. 2018;131(2):204.

 

 

Liga Acadêmica de Fisioterapia em Saúde da Mulher: experiência de ligantes

 

Marina Magalhães Amaral, Juliana Falcão Padilha, Yeda Christelle Cordeiro de Souza, Jordana Gonçalves Corrêa, Amanda de Freitas Figueira, Rhaylla Alves Zaqueu Ferreira

 

Universidade Federal do Amapá

 

mmarinamarall@gmail.com

 

Introdução: Ligas Acadêmicas são fundamentais nas Universidades, tanto para o aluno cultivando habilidades e competências pertinentes à sua formação profissional, quanto para a sociedade promovendo bem-estar, educação em saúde e acessibilidade ao conhecimento científico. Objetivo: Compartilhar vivências e aprendizados de ligantes durante atividades da Liga Acadêmica de Fisioterapia na Saúde da Mulher (LAFISM) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Método: Iniciada em agosto de 2022, a LAFISM objetiva despertar e estimular o interesse pelo estudo acerca da Fisioterapia em Saúde da Mulher, construindo e desenvolvendo um ambiente acadêmico que promova ensino, pesquisa e extensão, para enriquecer a experiência de todos os envolvidos. Sua gestão comporta: presidência, vice-presidência, tesouraria, secretaria, marketing e núcleo de ligantes. O cronograma de ações é elaborado a partir de reuniões e consensos sobre os temas propostos (interesse, relevância e necessidade local), seguindo de planejamento de tarefas para a execução da ação. Resultados: Em 2022 realizaram-se 10 ações como: palestras, oficinas, campanhas e evento científico. Em 2023, até então, realizou-se: 1 palestra, 1 ação em uma comunidade Quilombola local e a 2ª edição da campanha sobre Pobreza Menstrual. Tais ações favoreceram habilidades e competências como: trabalho e colaboração em equipe; respeito; humanização; enriquecimento de conhecimento científico e de manejo em técnicas e recursos em Fisioterapia na Saúde da Mulher, além de benefícios para a comunidade. Conclusão: A LAFISM concedeu experiências únicas, fazendo com que o aluno seja protagonista do seu aprendizado propiciando a sua autonomia acadêmica.

Palavras-chave: Assistência integral à saúde da mulher, mulher, modalidades de fisioterapia.

 

Referências

Soares J et al. O papel das Ligas Acadêmicas de saúde no Brasil: uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2023;23(1):e11476.

Suelen A et al. As Ligas Acadêmicas na Área da Saúde: Lacunas do Conhecimento na Produção Científica Brasileira. Revista Brasileira de Educação Médica. 2018;42(1):199–206.

Portal UFS - O que são as Ligas Acadêmicas?

 

 

Avaliação da força muscular do assoalho pélvico: um estudo comparativo entre mulheres ativas e sedentárias

 

Iêda Pereira de Magalhães Martins, Mônica Ferreira de Miranda

 

iedamagptc@gmail.com

 

Introdução: Os músculos do assoalho pélvico auxiliam na continência urinária, fecal, na função sexual, na gravidez e no parto em mulheres. A presença de deficiência nessa musculatura, pode causar algumas alterações e comprometimento, como o prolapso de órgãos pélvicos, disfunção sexual, a incontinência urinária ou fecal, flacidez pélvica, entre outros. A prática de exercício físico regular além de melhorar a capacidade funcional, pode ser um importante fator de influência para o aumento da força do assoalho pélvico. Objetivo: Comparar o grau de força da musculatura do assoalho pélvico entre mulheres sedentárias e praticantes de exercício físico. Métodos: Estudo observacional, transversal, quantitativo e comparativo (Comitê de Ética: 20201450), realizado com mulheres na cidade de Patrocínio-MG, no campus do Centro Universitário do Cerrado de Patrocínio. Utilizou-se um questionário estruturado para coletar informações sociodemográficas e histórico clínico uroginecológico das participantes, uma balança digital para verificação do peso e uma fita métrica para verificar a altura, a fim de calcular o índice de massa corporal (IMC) e o perineômetroPerina”, para medir a força de contração dos músculos pélvicos. Resultados: Participaram 30 mulheres, as quais foram divididas em dois grupos: um grupo com 15 mulheres praticantes de exercício físico (G1) e um grupo com 15 mulheres sedentárias (G2). A idade média das ativas foi de 23,1 e das sedentárias de 22 e o IMC dos dois grupos apresentou uma média dentro da classificação normal de peso. No grupo das ativas, a musculação foi o exercício físico mais praticado pelo G1 (60%) com média de 2,2 anos de tempo de prática e frequência semanal de 3,6 dias. O G1 apresentou um grau superior de força muscular do assoalho pélvico (45,3mmHg) em comparação ao G2 (34,1mmHg). Conclusão: As mulheres que praticam exercício físico regular tem mais força nos músculos do assoalho pélvico do que as sedentárias.

Palavras-chave: assoalho pélvico; sedentarismo; atividade física; mulher

 

Referências

Diniz MF, Vasconselos TB, Pires JLVR, Mogueira MM, Arcanjo GN. Avaliação da força muscular do assoalho pélvico em mulheres praticantes de MatPilates. MTP&RehabJournal. 2014;12:406-20.

Nagamine BP, Dantas RS, Silva KCC. A importância do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico na saúde da mulher. Research, Society and Development. 2021;10(2).

Salgado PB, Santos AKFS, Dias GAS, Latorre GFS, Mascarenhas LRS, Nunes EFC. Avaliação da capacidade de contração dos músculos do assoalho pélvico em atletas de voleibol do sexo feminino. Revista Médica de Minas Gerais. 2018.

 

 

Estimates of clinical significance using the minimal important difference (MID) of anchor-based methods of outcomes related to female urinary incontinence outcomes: a systematic review

 

Jordana Barbosa da Silva1, Letícia Bojikian Calixtre2, Susan Armijo-Olivo3, Patricia Driusso4

 

1Universidade Federal do Paraná

2Universidade Federal do Rio Grande do Norte

3University of Applied Sciences, Alemanha

4Universidade Federal de São Carlos

 

jordanabsilva@gmail.com

 

 

Background: The minimal important difference (MID) is used to determine whether a treatment is clinically relevant to different stakeholders, especially patients. This is relevant for decision-making since MIDs can be used to determine effective treatments. Objective: To synthesize the anchor-based methods to estimate the MIDs for outcome measures related to UI. Methods: This systematic review was registered in PROSPERO (protocol CRD42022299686). Searches were performed on Medline, Embase, CINAHL, Web of Science, and Scopus on June 2021 and were updated on October 2022. Studies that provided MID for measures related to female UI outcomes were included. The credibility and certainty of the evidence were assessed. When possible, absolute minimal important differences were calculated for each study separately according to the mean change of the group of participants that slightly improved. Results: Eleven studies were included. Twelve questionnaires commonly used for assessing UI and their respective MIDs were included. Most of the MIDs did not consider the smallest difference identified by the participants to calculate the MID. This means that the available literature misused and misinterpreted the concept of MID. All reports presented low credibility and very low certainty of the evidence. Conclusion: There is a high variability around the MID related to measures for UI outcomes (method of analysis, questionnaires, and anchors used). In addition, the credibility and certainty of the evidence to support these MIDs are still limited. The result of this review highlights the importance of developing better evaluation measurement tools, with better pre-established MIDs, so more accurate results could be found to determine the effectiveness of the treatment, consequently helping the clinical practice evaluation.

Palavras-chave: minimal important difference; urinary incontinence; clinical significance; women´s health

 

Referências

Armijo-Olivo S, de Castro-Carletti EM, Calixtre LB, de Oliveira-Souza AIS, Mohamad N, Fuentes J. Understanding Clinical Significance in Rehabilitation: A Primer for Researchers and Clinicians. Am J Phys Med Rehabil. 2022 Jan 1;101(1):64-77.

de Vet HC, Terluin B, Knol DL, Roorda LD, Mokkink LB, Ostelo RW, Hendriks EJ, Bouter LM, Terwee CB. Three ways to quantify uncertainty in individually applied "minimally important change" values. J Clin Epidemiol. 2010 Jan;63(1):37-45.

Devji T, Carrasco-Labra A, Qasim A, Phillips M, Johnston BC, Devasenapathy N, et al. Evaluating the credibility of anchor-based estimates of minimal important differences for patient reported outcomes: instrument development and reliability study. BMJ. 2020 Jun 4;369:m1714. 

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

 

 

Recomendações do Chat-GTP relacionadas à incontinência urinária: estudo piloto da acurácia do modelo de inteligência artificial

 

Jordana Barbosa da Silva1, Patricia Driusso2, Elizabeth Alves Ferreira3, Raphael Martins de Abreu4

 

1Universidade Federal do Paraná

2Universidade Federal de São Carlos

3Universidade de São Paulo

4LUNEX University, Luxemburgo

 

jordanabsilva@gmail.com

 

Introdução: Modelos de inteligência artificial (IA) em plataformas conversacionais, como o Chat-GTP, tem sido utilizadas em diferentes áreas do conhecimento. Na área da saúde, o uso dessas plataformas pode ser útil como fonte de pesquisa para tomada de decisões clinicas. Objetivos: Avaliar a acurácia do Chat-GTP ao realizar recomendações clínicas relacionadas à incontinência urinária (IU). Métodos: Estudo piloto transversal, conduzido com a utilização da plataforma Chat-GTP. Cinco perguntas foram elaboradas e revisadas por dois pesquisadores (JBS; RMA) com base nas recomendações da Sociedade Internacional de Continência e foram inseridas em português no Chat-GTP: P1) O que é a incontinência urinária em mulheres?; P2) Qual profissional de saúde devo procurar para tratar os sintomas da IU?; P3) Quais tratamentos (exceto cirurgia) estão disponíveis para tratar a IU?; P4) Qual é o tratamento mais recomendado para IU quando você perde urina ao tossir, espirrar?; P5) Qual é o tratamento mais recomendado para tratar a IU quando você perde urina antes de chegar ao banheiro?”. Posteriormente, dois especialistas fisioterapeutas (EAGF; PD) com formação em Saúde da Mulher e > 10 anos de experiência na área, avaliaram a acurácia das respostas obtidas de maneira independente, utilizando como referência as recomendações de diretrizes para a IU. A acurácia foi avaliada utilizando uma escala Likert e agrupada em: recomendações inacuradas, acuradas ou impossível de definir. Resultados: Ambos especialistas classificaram as indicações do Chat-GTP como acuradas para P1, P2, P3 e P5. Apenas em P4, foi observada uma discrepância entre as respostas dos especialistas, na qual um dos avaliadores classificou a indicação da IA como impossível de definir, enquanto o segundo pesquisador avaliou a resposta como quase completamente correta. Conclusão: Recomendações relacionadas a IU, obtidas pelo modelo de IA (Chat-GTP), foram consideradas acuradas com base nas comparações das indicações de diretrizes clínicas internacionais.

Palavras-chave: inteligência artificial; incontinência urinária; saúde da mulher

 

Referências

Kung TH, Cheatham M, Medenilla A, Sillos C, De Leon L, Elepaño C, Madriaga M, Aggabao R, Diaz-Candido G, Maningo J, Tseng V. Performance of ChatGPT on USMLE: Potential for AI-assisted medical education using large language models. PLOS Digit Health. 2023 Feb 9;2(2):e0000198.

Frawley H, Shelly B, Morin M, Bernard S, K, Digesu GA, Dickinson T, Goonewardene S, McClurg D, Rahnama'i MS, Schizas A, Slieker-Ten Hove M, Takahashi S, Voelkl Guevara J. An International Continence Society (ICS) report on the terminology for pelvic floor muscle assessment. Neurourol Urodyn. 2021 Jun;40(5):1217-60. 

Aoki Y, Brown HW, Brubaker L, Cornu JN, Daly JO, Cartwright R. Urinary incontinence in women. Nat Rev Dis Primers. 2017 Jul 6;3:17042. Erratum in: Nat Rev Dis Primers. 2017 Nov 16;3:17097.

 

Agradecimentos: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001