ARTIGO
ORIGINAL
Análise
do perfil e sobrecarga de cuidadores de três Unidades de Saúde da Família do
Recife/PE
Analysis of the profile and burden of caregivers of three Family Health
Units at Recife/PE
Washington José dos Santos,
Ft.*, Paulette Cavalcanti de Albuquerque, D.Sc.**,
Etiene Oliveira da Silva Fittipaldi, D.Sc.***
*Pós-Graduado
em Residência Multiprofissional Integrada em Saúde da Família pela Universidade
de Pernambuco (UPE), Fisioterapeuta da Prefeitura da Cidade do Recife,
*Professora titular da Faculdade de Ciências Médicas (UPE), ***Professora
adjunta do departamento de Fisioterapia da UFPE
Recebido em 3 de dezembro de 2014; aceito em 27 de julho de 2016.
Endereço
para correspondência:
Washington José dos Santos, Rua João Fernandes Vieira, 544/304, 50050-245,
Recife-PE, E-mail: washingtonfisio@gmail.com, Etiene Oliveira da Silva
Fittipaldi: etienefittipaldi@yahoo.com.br, Paulette Cavalcanti de Albuquerque: paulette.cavalcanti@gmail.com
Resumo
O aumento da expectativa
de vida teve como consequência o crescimento do número de pessoas idosas no
mundo. A dependência das pessoas trouxe a necessidade de um cuidador para
auxiliar nas atividades de vida diária. O estudo buscou caracterizar os
cuidadores e as pessoas cuidadas por eles de três Unidades de Saúde da Família
e analisar o escore de sobrecarga por eles vivido. Foi utilizada, para analisar
a sobrecarga dos cuidadores, a escala de Zarit. Pode-se observar que os
cuidadores (n = 34) em sua maioria eram mulheres, de média idade e cuidavam
voluntariamente. Estes cuidadores estavam moderadamente sobrecarregados do
cuidado com o(s) dependente(s) e 76,8% sentiam algum tipo de dor. Pode-se
concluir que é necessário uma intervenção por parte
das equipes de Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família frente
a estes cuidadores na tentativa de proporcionar melhor qualidade de vida a
estes e às pessoas cuidadas por eles, além de evitar que se tornem mais um
doente no sistema.
Palavras-chave: cuidadores, Programa
de Saúde da Família, fadiga.
Abstract
The increase in life expectancy has resulted in the growing number of
elderly people in the world. The dependence of the people brought the need for
a caregiver to assist in activities of daily live. The study aimed to
characterize caregivers and people they are caring for of three Units of Family
Health and to analyze the score of burden they experienced. It was used to
analyze the caregiver the Zarit Burden Interview. We
observed that the caregivers (n = 34) were mostly women, middle-aged and cared
for voluntarily. These caregivers were moderately burdened with the care given
to the dependent (s) and 76.8% of them felt some pain. It can be concluded that
an intervention is needed by the staff of Family Health and the Support Center
for Family Health facing these caregivers in an attempt to avoid that they
become another patient who needs care in the health system.
Key-words: caregivers,
Family Health Program, fatigue.
O aumento da
expectativa de vida teve como consequência o crescimento rápido da população
idosa [1]. As mudanças nos perfis demográficos e de morbimortalidade da
população mundial e os consequentes desafios para os sistemas de saúde explicam
o crescente interesse dos pesquisadores pelo cuidado domiciliário à saúde,
realizado no âmbito da família e envolvendo cuidadores. Com a implementação do Programa Saúde da Família (PSF), os
cuidados domiciliários de saúde tornaram-se parte integrante das ações em saúde
no nível de atenção primária [2].
As incapacidades
podem determinar a dependência parcial ou total do indivíduo, fortemente
relacionada à realização das atividades de vida diária (AVDs) e à necessidade
de uma pessoa que possa auxiliá-lo no desempenho de tais tarefas, ou seja, um
cuidador [3]. Os cuidados destas pessoas ficam sobre responsabilidade,
geralmente, de familiares os quais terminam sendo os principais provedores de
saúde. A maneira como os familiares cuidam está ligada a como concebem o ato de
cuidar [4].
Cuidador é um ser
humano, cujo papel ultrapassa o simples acompanhamento das AVDs dos indivíduos
sejam eles saudáveis, enfermos e/ou acamados, em
situação de risco ou fragilidade [5]. As tarefas atribuídas aos cuidadores têm
impacto sobre a qualidade de vida destes. Quando ocorre comprometimento da
capacidade funcional a ponto de impedir o cuidado de si, a carga sobre a
família e sobre o sistema de saúde pode ser muito grande [6].
Cuidador informal ou
familiar trata-se de alguém da família ou afim que está cuidando de um ente
familiar, sem formação na área da saúde. Desempenham atividades de caráter
assistencial, sem contar necessariamente com um preparo técnico e/ou emocional
para exercê-las [7].
Na sociedade,
cuidadores informais são importantes e muitas vezes essenciais. Por isso, é
muito importante identificar suas necessidades e evitar, tanto quanto possível
que estes adoeçam, através de intervenções preventivas e medidas de alívio [8].
O presente estudo
buscou caracterizar os cuidadores de pessoas domiciliadas, e as pessoas cuidadas
por eles de três Unidades de Saúde da Família (USFs) de Recife/PE, como também
analisar o escore de sobrecarga destes cuidadores
Trata-se de um estudo
descritivo e exploratório que aplicou questionário de avaliação da
sobrecarga com uma amostra de 34 cuidadores que se inscreveram no I Curso
de Formação de Cuidadores, considerada como amostra de conveniência.
O curso foi criado no intuito de melhorar a
qualidade do cuidado, garantindo assim uma melhoria na qualidade de vida da pessoa
assistida. Participaram ministrando os módulos, residentes de onze
categorias profissionais e profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF).
Ao final, foram conferidos declarações de participação aos cuidadores que
cumpriram no mínimo 80% da carga horária.
O estudo foi
realizado em três Unidades de Saúde da Família do Distrito Sanitário III, da
Secretaria de Saúde do Recife/PE, onde funciona a Residência
Multiprofissional em Saúde da Família da UPE. A pesquisa obteve a aprovação do
Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Pernambuco (CEP/UPE: 019/10).
O curso de formação foi realizado como
atividade da residência e dirigiu-se aos cuidadores de qualquer pessoa que
necessitasse do cuidado, sejam elas com problemas mentais e/ou físicos.
Essa amostra de
conveniência incluiu todos os convidados que concordaram em participar do
estudo, atenderam aos critérios de inclusão e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Para ser incluso na pesquisa, o cuidador
deveria ter 18 anos ou mais e residir nas áreas onde as USFs fazem cobertura ou
cuidar de alguém destas áreas.
A coleta de dados foi
realizada no período de 15 de março a 19 de maio de 2010. Os cuidadores foram
contatados por meio dos agentes comunitários de saúde e de cartazes e panfletos
afixados e entregues nas USFs, os quais convidavam a participar do curso de
cuidadores. No curso, explicou-se sobre o estudo e os cuidadores foram
convidados a participar da pesquisa.
Aos participantes, no
início do curso, foram aplicados três questionários: o primeiro para conhecer o
perfil dos cuidadores, outro para o perfil da pessoa cuidada e a escala de
sobrecarga do cuidador de Zarit.
No questionário dos
cuidadores procurou-se saber sexo, idade, escolaridade, presença de dores,
tempo de cuidado diário e se era remunerado ou não pela atividade. E no
questionário da pessoa cuidada questionava-se sobre, idade, sexo, escolaridade,
patologia de base, presença de deficiência, nível de dependência, se era
acamado e se usava continuamente medicamento.
A escala utilizada
para avaliar a sobrecarga dos cuidadores, Zarit Burden Interview (ZBI), é
composta por 22 itens que avaliam a relação do cuidador com a pessoa por este
assistida, a condição de saúde, bem estar psicológico, vida social e
financeira. As respostas dos itens variam de 0 a 4 (0 = nunca, 1 = raramente, 2
= algumas vezes, 3 = frequentemente e 4 = sempre), a exceção da última. Nesta
pergunta, na qual se questiona sobre quanto o entrevistado sente-se
sobrecarregado por ser cuidador, as respostas podem
ser as seguintes: 0 = nem um pouco, 1 = um pouco, 2 = moderadamente, 3 = muito,
4 = extremamente. Os escores de cada item são somados dando um total variante
de 0 a 88. Quanto mais alto o escore, maior a sobrecarga.
Os dados foram
armazenados e organizados numa planilha eletrônica do Excel, transferidos para
o Epiinfo 6.0 e analisados estatisticamente.
Participaram da
pesquisa 34 pessoas, sendo 91,2% do sexo feminino. A média de idade de todos os
participantes foi 47,6 anos (dp = 11,6).
Os cuidadores em sua
maioria eram mulheres casadas ou em união estável (61,7%), com ensino
fundamental incompleto (47,7%), que não recebiam renda para cuidar (82,4%). A
maior parte (76,8 %) referira sentir algum tipo de dor e 68,1% disseram que
dispensam mais de 8 horas diárias de cuidado aos seus dependentes. Dentre os
locais das dores, a coluna foi o mais citado 13 vezes; outras articulações - 9, região abdominal - 2 e cabeça - 2 e dores
circulatórias-1. As principais características dos cuidadores estão descritas
na tabela I.
Tabela
I – Principais características dos cuidadores,
Recife, 2010.
Fonte: Dados
primários, os autores, 2010.
O número de pessoas
cuidadas foi 37, com média de idade 76,7 anos (DP = 17,6), sendo 11 (29,7%) do
sexo masculino cuja idade variou entre 21 e 92 anos com média de 67,3 anos (DP
= 25,2); e 26 (70,3%) do sexo feminino cuja idade variou entre 54 e 104 anos,
com média de idade 80,7 anos (DP = 11,8). Destas pessoas, 72,9% eram solteiras,
viúvas ou divorciadas. 94,6% faziam uso continuo de medicação e 56,7% destes
eram extremamente dependentes nas AVDs. As principais características das
pessoas cuidadas estão apresentadas na tabela II.
Tabela
II –
Perfil das principais características da
pessoa cuidada, Recife, 2010.
Fonte: dados
primários, os autores, 2010.
Quanto à patologia de
base, destacaram-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (n = 14) e o Acidente
Vascular Encefálico (n = 8) como as mais citadas pelos cuidadores, seguidos de
Diabetes Mellitus (n = 5), afecções reumáticas (n = 5), Doença de Alzheimer
(DA) (n = 4) e câncer (n = 3).
A escala de avaliação
de sobrecarga de Zarit variou de 10 a 54, com média de 33,1 (DP = 11,7). A
tabela III mostra o percentual das respostas de cada item da Escala de Zarit.
Já a classificação do nível da sobrecarga pode ser vista na tabela IV.
Tabela
III
– Descrição dos itens da Escala de Zarit.
*Calculo realizado em
cima de 33 respostas, pois um dos participantes recusou a responder esse item.
Fonte: Dados primários, os autores, 2010.
Tabela
IV –
Classificação da sobrecarga da Escala de
Zarit.
Fonte: Dados
primários, os autores, 2010.
A presente pesquisa
foi realizada em três Unidades de Saúde da Família, e analisou os cuidadores
destas áreas. Foram encontrados dados semelhantes aos trabalhos anteriores,
quanto ao perfil do cuidadores, a maioria era do sexo feminino com média idade
e cuidavam voluntariamente, os chamados cuidadores informais [2,6,8-12].
A média do índice de
sobrecarga do cuidador foi de 33,1 pontos e estando, pois, moderadamente
sobrecarregados [2]. Nesta pesquisa, usou-se como referência a classificação
discutida por Hebert, Bravo e Preville [13], no qual escores 0-20 representam
pouca ou nenhuma sobrecarga; 21-40 leve a moderada sobrecarga, 41-60 moderada a
severa sobrecarga e 61-88 severa sobrecarga. Outros estudos com cuidadores
apresentaram os escores do índice semelhantes ao presente trabalho que variavam
de moderado a alto [14-17].
Mais de 50% das
pessoas referiram à dependência das pessoas cuidadas em relação a elas e estas
serem as únicas pessoas com as quais podem contar (itens 8
e 14, respectivamente na escala de Zarit). Este resultado é importante, pois
revela que a tarefa do cuidado está mais centrada em um único indivíduo. Os
cuidadores principais assumem total ou maior responsabilidade nos cuidados,
dedicando maior parte do seu tempo em prol da assistência ao doente, este,
pois, apresenta maior sobrecarga que cuidadores secundários [18].
Pelos resultados das
respostas da escala de Zarit, pode-se observar que as presenças rotineiras das
pessoas cuidadas não contribuíram para alterar o comportamento, nem a saúde dos
cuidadores, conseguindo a grande maioria dos entrevistados manterem o controle
de sua vida desde o início da doença de seus dependentes. Em contrapartida,
López Gil e col. [19] encontraram maior prevalência de ansiedade e depressão
nos cuidadores principais em relação ao grupo controle.
Semelhante ao
trabalho de Garrido e Menezes [14], quando perguntados sobre sentir-se
sobrecarregados em cuidar do(s) dependente (s), item 22 da escala de Zarit, 58%
estavam de moderadamente a extremamente sobrecarregados. Apesar de relatarem
que estão sobrecarregados, a maior parte dos
cuidadores não gostariam que outra pessoa fosse responsável pela assistência
aos dependentes.
Em relação às horas
de cuidado, 68,3% relatam que passam mais de 8 horas no cuidado. Achados que
corroboram os dados acima foram encontrados em outros estudos [6,14]. Já no
trabalho de Ocampo et al. [11], 74,2% dos cuidadores cuidavam
entre 20 e 24 h.
Nossa média de idade
dos cuidadores foi de 47,6 anos, média semelhante à encontrada por outros
estudos [6,12] que revelam que muitos deles encontram-seem
idade produtiva. Dentre os efeitos do papel do cuidador sobre suas
ocupações,
pode-se citar: redução do número de horas
trabalhadas, oportunidades de
trabalho perdidas, demissão, necessidade de abandono,
treinamento ou obstáculos
à promoção e progressão, a
alteração das rotinas e funções do trabalho
para
acomodar as responsabilidades de cuidados, e rendimentos mais baixos
causados
pelo estresse ou fadiga. Estes efeitos podem afetar a saúde do
próprio cuidador
[20].
Neste trabalho, 47,7%
possuíam o ensino fundamental incompleto. Tsukamoto et
al. [21] e Costa et al. [12]
obtiveram resultados semelhantes em outras pesquisas. A baixa escolaridade pode
comprometer a qualidade do cuidado, já que entre as tarefas desempenhadas pelos
cuidadores estão o cumprimento de orientações dietéticas, receitas médicas,
horários de medicação, entre outras. A baixa escolaridade pode-se apresentar,
de outro modo, como fator limitador da comunicação ou do acesso à informação
[3].
No entanto, em
contraponto 8,8% de cuidadores com nível superior completo. No estudo de Huete et al. [8], 2% dos cuidadores eram
universitários. Os níveis mais elevados de educação têm um impacto positivo
significativo sobre o cuidador [22].
A maior parte das pessoas cuidadas
eram do sexo feminino, corroborando outros achados literários [2,6,11,23]. Estes resultados podem ser alicerçados,
especialmente, pelas maiores taxas de mortalidade da população masculina. E
sendo compreendida por sua menor exposição aos riscos ocupacionais, menor taxa
de mortalidade por causas externas e diferenças de atitudes em relação às
doenças, pois as mesmas utilizam os serviços de saúde com maior frequência
[24]. As pessoas cuidadas eram em sua maioria solteiras, viúvas ou divorciadas.
Já no estudo de Perlini e Faro [25], o número de pessoas casadas foi de 57,1%.
A maioria dos entrevistados
relatou que as pessoas as quais assistem são extremamente dependentes nas
atividades de vida diária. Estes idosos que apresentam elevado grau de
dependência decorrente das incapacidades funcionais, não se beneficiam da
maioria dos programas relacionados à terceira idade que visam sua qualidade de
vida e interação com a sociedade [6].
A Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) e o AVE também apareceram
como as principais patologias de base das pessoas cuidadas, seguidas por
Diabetes e Doenças Reumáticas. O trabalho de Trelha et al. [6] encontrou dados semelhantes aos encontrados nesta pesquisa
quanto as principais patologias. No estudo de Ocampo et
al. [11], as enfermidades crônicas que mais apareceram foram HAS, sequelas de
AVE e artrose. Já no trabalho de Miguel, Figueira e Nardi [3], o AVE apareceu
como primeira causa de dependência em idosos, seguido pela DA.
Neste estudo, 76,8%
dos entrevistados relataram sentir algum tipo de dor, dado encontrado também
por Amendola, Oliveira e Alvarenga [2]. A dor osteomuscular foi a mais referida
pelos entrevistados. Alencar et al. [26] entrevistaram cuidadores de idosos de
algumas instituições em Curitiba/PR e 62,7% referiram ter alguma dor
osteomuscular no último mês e o principal local foi na região lombar. Era de se
esperar que o número de cuidadores destas comunidades com dor fosse alto, pois
estes realizam a atividade por mais de 8h diárias e segundo Tsukamoto et al. [21], muitos desconhecem
orientações sobre cuidados básicos. Se não há um suporte formal, existe o risco
de o cuidador tornar-se um paciente dentro do sistema de saúde [10].
É importante que
ocorra uma intervenção com estes cuidadores, buscando uma melhoria na qualidade
de vida destes e das pessoas que os mesmos cuidam, evitando que eles se tornem
mais um doente. Existe relato da melhoria na qualidade de vida tanto dos
cuidadores quanto das pessoas cuidadas a partir de intervenções feitas por
equipes multiprofissionais [19]. É importante identificar e implementar
ações que impeçam ou limitem a deteriorização da saúde mental dos cuidadores e
perda da qualidade de vida destes [11].
Programas de apoio
dos serviços de saúde, os quais devem oportunizar, aos cuidadores leigos,
mecanismos facilitadores para que ocorra suporte multiprofissional, com atendimento
médico, fisioterapêutico e psicológico, entre outros são relevantes. A educação
em saúde é importante prática de assistência aos cuidadores leigos, uma vez que
os prepara para preservar sua saúde e viver saudavelmente para, então, cuidar
expressivamente do seu próximo [27].
Nas Unidades de Saúde
da Família onde as pesquisas foram realizadas nunca tinha sido ministrado curso
de cuidadores anteriormente. A prestação de assistência estruturada para
cuidadores ainda está faltando no Brasil, e por isso a atenção dada ao cuidador
familiar precisa ser reavaliada pelos agentes de saúde. Apoio aos
cuidadores, através de reuniões, palestras e visitas domiciliares com a ajuda
de uma equipe multiprofissional contribuirá para o planejamento e implementação de atividades para o paciente, incentivando os
cuidadores a aceitar suas limitações e pedir ajuda, promovendo a partilha de
experiências entre eles e crescimento mútuo. Essas estratégias podem
reforçar os vínculos familiares e comunitários, reduzindo a carga imposta à
grande maioria dos cuidadores [22].
Através deste estudo,
foi observado que os cuidadores apresentaram um nível de sobrecarga moderado, o
que pode representar um fator em potencial para o adoecimento do mesmo, e que a
baixa escolaridade dos mesmos pode comprometer a qualidade do cuidado. Como a
amostra deste estudo foi por demanda espontânea, pode ser que os cuidadores
mais sobrecarregados não encontraram possibilidade de participar do curso. O
número da amostra deste estudo foi pequeno. Recomenda-se que sejam feitos
outros ensaios como este com aumento do número da amostra.