REVISÃO
Intervenção
fisioterapêutica no equilíbrio postural de idosos
Physical therapy intervention in postural balance of elderly
Anna Raquel Sandri
Zappe*, Nadiesca Taisa Filippin, Ft. D.Sc.**
*Acadêmica
do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano, Santa Maria/RS,
**Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano, Santa
Maria/RS
Recebido em 20 de
janeiro de 2015; aceito em 25 de agosto de 2016.
Endereço
para correspondência:
Nadiesca Taisa Filippin, Rua Silva Jardim, 1175, 97010-491 Santa Maria RS,
E-mail: nadifilippin@yahoo.com.br, Anna Zappe: aninhaszappe@gmail.com
Resumo
Objetivo: Sistematizar os
achados científicos sobre os efeitos de programas de intervenção
fisioterapêutica no equilíbrio postural de idosos. Métodos: Foi realizado um levantamento dos estudos nas bases de
dados eletrônicas Pubmed, Lilacs, Scielo e Pedro. Foram selecionados estudos
randomizados, dos últimos cinco anos, disponíveis na íntegra e nos idiomas
português e inglês. A qualidade metodológica foi avaliada pela Escala Pedro. Resultados: Onze estudos foram avaliados
e utilizaram diferentes programas de intervenção, com predomínio dos exercícios
específicos para equilíbrio e de fortalecimento muscular. A duração das
terapias variou de dois a 12 meses. A frequência semanal de aplicação variou de
uma até cinco vezes por semana e a duração das sessões de 20 a 60 minutos. A
maioria dos estudos mostrou efeitos positivos sobre equilíbrio, marcha, redução
do medo de cair e do número de quedas após as intervenções. Um estudo mostrou
baixa qualidade metodológica. Conclusão:
Os resultados apontaram que a fisioterapia convencional, que incluiu a
associação de exercícios de equilíbrio, força e endurance, pode ser suficiente para a melhora do equilíbrio de
idosos e que se torna importante a realização de terapias de longa duração e
inseridas no contexto de vida dos participantes.
Palavras-chave: equilíbrio
postural, idosos, revisão, fisioterapia.
Abstract
Purpose: To
systematically investigate the scientific evidence relating to effectiveness of
physical therapy intervention programs in postural control of elderly. Methods: The search for reports was
carried out in the Pubmed, Lilacs, Scielo and Pedro databases. Randomized controlled clinical
trials published in the English and Portuguese languages between 2010 and 2014
were selected. The methodological quality of the studies was assessed using the
Pedro scale. Results: Eleven studies
were reviewed. The studies used different intervention programs with specific
exercises for balance and muscle strengthening, predominantly. Intervention
duration ranged from two to 12 months, session frequency from one to five times
per week and duration sessions from 20 to 60 minutes. Most studies showed
positive effects of intervention on balance, gait, decrease of fear of falling
and number of falls. One study showed low methodological quality. Conclusion: The results showed that the
conventional physical therapy, which included the association of balance
exercises, strength and endurance, may be sufficient to improve balance in
elderly. Furthermore, it is important to perform long-term therapies within the
life context of the participants.
Key-words: postural
balance, elderly, review, physical therapy.
O Brasil está em um
período de transição chamado de revolução demográfica, processo pelo qual nosso
país vem aumentando com o passar dos anos a expectativa de vida, principalmente
acima de 80 anos [1]. Segundo as projeções estatísticas, em 2050, os idosos
representarão 16% da população brasileira. Em termos absolutos, estas projeções
irão classificar o Brasil como sendo o sexto lugar no mundo em termos de
população idosa, apresentando 32 milhões de idosos [2].
Com o envelhecimento
ocorre uma série de alterações fisiológicas, dentre elas a perda de equilíbrio
corporal. O controle postural pode estar comprometido devido a alterações nos
sistemas vestibular, visual, somatossensorial, musculoesquelético e sistema
nervoso central [3]. Esses fatores associados ao ambiente no qual o idoso está
inserido podem provocar instabilidade postural e risco de quedas [4]
Com o avanço da
idade, as funções do controle postural perdem a sua velocidade de informação e
capacidade de resposta imediata ao equilíbrio corporal. Essas alterações
contribuem para o aumento de incidência de quedas em idosos [5] e suas
principais consequências. Dessa forma, torna-se relevante o desenvolvimento de
estratégias que minimizem esses déficits
e previnam as quedas, de modo a garantir um envelhecimento com qualidade e
funcionalidade.
A fisioterapia
utiliza diversos recursos para a prevenção, promoção e reabilitação da população idosa, de acordo com
suas características específicas. Com relação ao equilíbrio postural, inúmeros
estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar os efeitos da
intervenção fisioterapêutica. Exercícios específicos para equilíbrio ou
programas que incluem múltiplos componentes, como, por exemplo, treino de
equilíbrio, resistência, força e flexibilidade, aplicados por longos períodos
de tempo, têm se mostrado, de maneira geral, eficientes em reduzir o número de
quedas e melhorar a marcha e o equilíbrio de idosos [6-8]. Além disso, outros
recursos têm sido agregados à cinesioterapia convencional, com o objetivo de
garantir e/ou reforçar esses benefícios, tais como Pilates [9], realidade
virtual [10] e vibração [11]. Entretanto, os protocolos e os resultados são
variados e faltam evidências sobre seus benefícios em relação à fisioterapia
tradicional.
Assim, torna-se
importante conhecer as diferentes formas de intervenção fisioterapêutica
aplicadas a essa população, com o intuito de evitar e/ou reverter os déficits
de equilíbrio, para que se possa colaborar com a independência e funcionalidade
dos idosos e nortear fisioterapeutas por meio de recomendações que viabilizem a
prática clínica baseada em evidências. Portanto, este estudo teve como
objetivo, revisar a literatura sistematicamente sobre os efeitos de programas
de intervenção fisioterapêutica no equilíbrio postural de idosos.
Trata-se de uma
revisão sistemática de literatura. O levantamento dos artigos ocorreu nas bases
dados Pubmed, Pedro, Lilacs, Scielo, no período de agosto e setembro de 2014.
Foram incluídos os artigos randomizados, publicados nos últimos cinco anos, ou
seja, de 2010 a 2014, disponíveis na íntegra, nos idiomas
português e inglês, pontuação maior ou igual a quatro na Escala de Pedro
e que tratavam de estudos com seres humanos, envolvendo intervenção sobre o
equilíbrio postural em idosos. Os critérios de exclusão foram os artigos que
não se enquadraram nos quesitos estabelecidos acima, presença de patologias,
estudos piloto, protocolos de estudo, idosos institucionalizados e intervenções
não relacionadas à fisioterapia.
Foi de
responsabilidade de dois indivíduos de forma independente e cegada, analisar a
qualidade metodológica dos artigos. Estes entraram em um consenso verbal sobre
a pontuação atribuída. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada por
meio da Escala de Pedro [12]. Os estudos com pontuação maior ou igual a cinco
são considerados de alta qualidade metodológica [13].
Nas bases de dados
Pubmed e Pedro, os artigos foram pesquisados utilizando as terminologias
cadastradas no Medical Subject Headings
da U.S. National Library of Medicine (MESH). As palavras-chave utilizadas
foram: postural balance,
aged, accidental falls, exercise, physical therapy modalities e seus
sinônimos. As combinações realizadas foram: postural balance AND aged; postural balance
AND aged AND physical therapy modalities; postural balance AND aged AND
accidental falls; postural balance AND aged AND exercise; postural balance AND
aged AND accidental falls AND exercise; postural balance AND aged AND
accidental falls AND exercise AND physical therapy modalities.
Nas bases de dados
Lilacs e Scielo, a busca dos artigos foi realizada utilizando as terminologias
dos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo elas: Equilíbrio Postural,
Idoso, Acidentes por Quedas, Modalidades de Fisioterapia, Terapia por Exercício
e seus sinônimos, nos idiomas português e inglês. As combinações utilizadas
foram as seguintes: equilíbrio postural e idoso; equilíbrio postural, idoso e
acidentes por quedas; equilíbrio postural, idoso e modalidades de fisioterapia;
equilíbrio postural, idoso, modalidades de fisioterapia e acidentes por quedas;
equilíbrio postural, idoso e terapia por exercício; equilíbrio postural, idoso,
modalidades de fisioterapia, acidentes por quedas e terapia por exercício.
Ao todo foram
encontrados 333 artigos, sendo 31 no Lilacs, três no Pedro, zero no Scielo e
299 no Pubmed. Destes, restaram 11 para análise. Os demais estudos foram
descartados após a leitura dos títulos, resumos e texto completo (Figura 1).
Figura
1 – Fluxograma da seleção dos artigos.
Não foram encontrados
artigos com os critérios de inclusão estabelecidos nas bases de dados Scielo e
Lilacs. Na Scielo nenhum artigo era randomizado. Na base Lilacs, dos 31 artigos
encontrados, 14 eram de 2010 em diante, desses apenas em três os participantes
não apresentavam patologias, um não era randomizado e os outros dois duplicavam
os artigos encontrados no Pubmed. Na base Pedro foram
encontrados três artigos randomizados, porém não cumpriam os critérios estabelecidos
pelo estudo. Já, no Pubmed, foram encontrados 299 artigos e ao serem filtrados
restaram 11 estudos, os quais foram avaliados pela Escala de Pedro para
classificação da qualidade metodológica. Os artigos incluídos no estudo estão
detalhados no Quadro I.
Quadro
I - Relação dos ensaios clínicos randomizados
sobre os efeitos do treino do equilíbrio postural em idosos (ver pdf em anexo).
Na maioria dos
estudos foram avaliados dois grupos, um de intervenção e o outro controle,
entretanto, Clemson et al. [14] avaliaram dois grupos de
intervenção e um controle e Freiberg et
al. [15] avaliaram três grupos de intervenção e um controle. A idade dos
participantes variou entre 65 e 93 anos. O estudo com maior amostra foi o de
Conroy et al. [16], contrapondo o de Jacobson et al. [17], com menor número amostral.
Os desfechos mais
avaliados nos estudos analisados foram o Teste Timed Up and Go (TUG), citado em cinco
artigos [17-21], Escala de Confiança no Equilíbrio em Atividades Específicas
(ABC) [14,15,19], Escala Internacional de Eficácia de Quedas (FES-I) [18,22,23]
e Escala de Equilíbrio de Berg [17-19].
Quanto à terapêutica
dos grupos intervenção, um estudo realizou fisioterapia convencional acrescida
de vibração sobre plataforma no corpo todo [18]; outro usou programa de MTS
(avaliação da precisão da pisada) associado a exercícios de equilíbrio,
flexibilidade e aeróbico [21]; outro utilizou exercícios de equilíbrio dinâmico
com uso de realidade virtual [19]; dois estudos realizaram um treino
progressivo e específico do equilíbrio [22], um deles foi associado com
exercícios de multi e dupla-tarefa [23]; outro estudo apresentou um protocolo
de rotina com programa de prevenção de quedas associado a informações sobre
prevenção de quedas [16]; um estudo associou música a um programa de exercícios
com multitarefas; quatro estudos usaram o treino de equilíbrio e força, sendo
um associado a endurance
e educação sobre risco de quedas [15]; um de programa domiciliar de treino de
equilíbrio e força mais caminhada [24]; um somente de exercício de
fortalecimento e equilíbrio [17] e, um de exercícios para equilíbrio e força
associado as atividades de vida diária [14].
Quanto à terapêutica
dos grupos controle, quatro estudos não aplicaram intervenção [15,22-24].
Desses, em dois estudos, os participantes receberam a mesma intervenção do
grupo experimental ao final do período de treino [22,23]; dois ofereceram
orientações sobre prevenção de quedas [16,17]. Os demais realizaram algum tipo
de atividade como: exercícios suaves [14], fisioterapia convencional [18],
exercício de equilíbrio e fortalecimento [19]; um grupo controle recebeu a
intervenção seis meses depois, sendo avaliados após esse período [20] e; um que
realizou 50 minutos de caminhada em velocidade autosselecionada associado a
exercícios de equilíbrio, flexibilidade e aeróbico [21].
Quanto ao tempo de
intervenção, os protocolos tiveram duração de dois a 12 meses. Cinco estudos
fizeram análise de seguimento [15,18,21-23],
resultando em tempo mínimo de seis e máximo de 24 meses.
A análise
metodológica dos estudos, conforme a escala de Pedro é mostrada no Quadro II.
Quadro
II -
Análise metodológica dos ensaios clínicos
randomizados por meio da Escala de Pedro.
S = Sim; N = Não; 1.Conroy et al. [13]; 2. Halvarsson et
al. [22]; 3. Jacobson et al. [17]; 4. Szturm et al.
[19]; 5. Trombetti et al. [20]; 6. Clemnson et al. [14]; 7. Freiberg et al. [15]; 8.
Halvarsson
et al. [23]; 9. Pollock; Martin; Neuham
[18]; 10. Yang et al. [24]; 11. Yamada et al. [21].
De acordo com os
artigos analisados somente um apresentou baixa qualidade metodológica, com
pontuação quatro [17]. Dessa forma, somente dez artigos foram discutidos. A
maioria dos estudos apresentou pontuação 7 na Escala
de Pedro.
Dos estudos
analisados nesta revisão, dois estudos [22,23] realizaram o treino progressivo
e específico somente para o equilíbrio, com duração de três meses. Os autores
demonstraram melhora nas variáveis espaço-temporais da
marcha, melhora no teste de execução do passo em condição de dupla tarefa e
redução do medo de cair, além de melhora nos sintomas depressivos. Entretanto,
nenhum outro teste foi realizado para quantificar o equilíbrio. No estudo mais
recente os resultados se mantiveram após nove e 15 meses, conforme análise de
seguimento.
Segundo o estudo de
Assis, Araújo [25], os exercícios de equilíbrio contribuem para uma melhor
percepção corporal, o que consequentemente reflete numa melhor percepção do
posicionamento do corpo durante as atividades ajudando também no controle
postural. Haber et al. [26] apontam que é possível
perceber um declínio não linear no equilíbrio, força muscular e na marcha com o
envelhecimento, o que justifica a necessidade de se preservar os fatores que
contribuem para uma maior independência funcional. Para uma marcha segura e
eficiente é necessário manter a força dos membros inferiores e um bom
equilíbrio pode afetar positivamente a saúde e a independência funcional dos
idosos, pois quando estes apresentam uma disfunção do equilíbrio, uma pobre
marcha e reduzida força muscular aumentam os riscos de quedas e fraturas.
Assim, deve-se destacar a importância de amenizar o medo de cair nos idosos, já
que este também constitui um fator de risco para quedas e, consequentemente,
restrição das atividades.
Três dos estudos com
alta qualidade metodológica realizaram treino de força associado ao equilíbrio,
entretanto inseriram em alguns grupos outros elementos de treino. Esses estudos
incluíram um grande número amostral. O estudo de Freiberg et al. [15], com duração de quatro meses, mostrou que o grupo força,
equilíbrio e endurance mostrou
melhores resultados, quando comparado ao grupo de força e equilíbrio e força,
equilíbrio e educação sobre risco de quedas. Os resultados mostraram melhora na
mobilidade, equilíbrio e velocidade da marcha, porém não houve mudanças
significativas em relação ao número de quedas. O estudo de Yang et al. [24], que teve duração de seis
meses e também comparou os efeitos de um treino de equilíbrio e força com os de
um treino de equilíbrio, força e caminhada, demonstrou melhora no equilíbrio,
marcha e força para o grupo que realizou a caminhada adicionalmente. Para as
variáveis medo de cair e qualidade de vida não houve diferenças significativas,
o que difere dos estudos de Halvarsson et al. [22] e
Halvarsson et al. [23]. Assim,
pode-se dizer que trabalhar outros elementos, como força e caminhada também
colaboram para a melhora da estabilidade.
O estudo de Clemson et al. [14], com duração de seis meses,
demonstrou efeitos significativos sobre a redução na taxa de quedas, equilíbrio
estático, força dos músculos do tornozelo, função e participação no grupo que
realizou treino de força e equilíbrio incluídos nas AVD’s, comparado com o
grupo que realizou somente treino de força e equilíbrio. No entanto, o
equilíbrio dinâmico foi semelhante entre os grupos. Na comparação desses três
estudos [14,22,23] torna-se importante destacar que o
treino realizado por Clemson et al.
[14] mostrou-se mais efetivo em reduzir o medo de cair, que, conforme já
mencionado, constitui um fator de risco para quedas.
Para evitar as quedas
e suas consequências, torna-se importante que a intervenção se aproxime da
realidade do idoso, como neste estudo que incluiu exercícios durante a
realização das AVDs. De acordo com Fabrício et al.
[27], a maioria das quedas ocorre no próprio lar dos idosos e, geralmente, não
caem ao realizar exercícios perigosos, mas, sim, rotineiros, e grande parte das
quedas se deve a fatores ambientais.
O estudo de Conroy et al. [16] com duração de 12 meses,
apresentou um protocolo de rotina para seus participantes, em que foi avaliado
os efeitos do treino de força e equilíbrio, juntamente com outros tratamentos e
informações sobre a prevenção de quedas. Os resultados obtidos foram a baixa taxa de quedas no grupo intervenção comparada ao
grupo controle, o que mostra a grande preocupação em evitar as quedas e suas
consequências, com intervenções de longa duração, com abordagem
interdisciplinar e inserida no contexto dos participantes.
Uma abordagem
diferenciada foi utilizada no estudo de Yamada et al. [21], que realizaram um treino com duração de 6 meses,
associando equilíbrio, exercício aeróbico, de flexibilidade, além da aplicação
dos princípios do MTS. O grupo que realizou adicionalmente os exercícios de MTS
apresentou melhores resultados para marcha e mobilidade funcional, apontando
para os benefícios da associação de exercícios.
Szturm et al. [19] acrescentaram exercícios de
equilíbrio dinâmico com uso de realidade virtual no tratamento dos idosos, no
entanto os resultados não mostraram diferenças entre os grupos, o que significa
que independente do uso da realidade virtual, pode-se obter melhora em
variáveis relacionadas ao equilíbrio, ou seja, parece que a realidade virtual
não é superior às abordagens convencionais. Todavia, o estudo apresenta pequeno
número amostral.
Para Park, Lee, Lee
[28] e Song et al. [29], a tecnologia de realidade
virtual tem se tornado popular para a reabilitação física porque permite
controle dos estímulos, feedback do desempenho em tempo real, prática independente,
validade ecológica, ajustes dinâmicos de acordo com as dificuldades,
aprendizagem, treino seguro e motivação do paciente. Entretanto, ainda são
escassas as evidências sobre os efeitos dessa abordagem em diferentes
populações.
O estudo de Pollock;
Martin e Neuham [18] associou a fisioterapia convencional à vibração. Os
resultados também mostraram que há poucas diferenças entre uma intervenção e
outra, ou seja, a fisioterapia convencional pode ser suficiente para a melhora
do equilíbrio em idosos. Entretanto, o treinamento em plataforma vibratória
parece ser especialmente atrativo para os indivíduos que apresentam limitações
de movimentar-se mais vigorosamente [30]. Dessa forma, a vibração pode ser um
método válido e que deve ser considerado como alternativa adjuvante nos
tratamentos de fisioterapia convencional [31].
Por fim, o estudo de
Trombetti et al. [20] associou a música a exercícios
multitarefas, demonstrando efeitos positivos sobre o equilíbrio, marcha e
número de quedas. Entretanto, deve-se considerar que o grupo controle não
sofreu nenhum tipo de intervenção neste período do estudo. De acordo com Merom et al. [32] e Hars et al. [33], a música tem promovido aumento da aderência de idosos
aos exercícios, o que, consequentemente, influencia positivamente os resultados
das avaliações relacionadas ao equilíbrio e risco de quedas.
Os estudos utilizaram
diferentes programas de intervenção, com predomínio dos exercícios específicos
para equilíbrio e de fortalecimento muscular. O tempo de duração das terapias
variou de dois a 12 meses. A frequência semanal de aplicação variou de uma até
cinco vezes por semana e a duração das sessões de 20 a 60 minutos. A maioria
dos estudos mostrou efeitos positivos sobre equilíbrio, marcha, redução do medo
de cair e do número de quedas após as intervenções. Os resultados apontaram que
a fisioterapia convencional, que incluiu a associação de exercícios de
equilíbrio, força e endurance, pode ser suficiente para a melhora do equilíbrio
de idosos e que se torna importante a realização de terapias de longa duração e
inseridas no contexto de vida dos participantes.