ARTIGO ORIGINAL
Efeitos da bandagem funcional sobre a perda urinária e
qualidade de vida de mulheres incontinentes
Effects of functional bandage on urinary loss and quality of life in
incontinent women
Ariane Bôlla Freire, Ft.*, Cristieli
Froemming, Ft.*, Nathália Mezadri Pozzebon, Ft.*, Estele Caroline Welter Meereis, M.Sc.**, Melissa Medeiros Braz,
D.Sc.***, Hedioneia Maria Foletto
Pivetta, D.Sc.***
*Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), Santa Maria/RS, **Professora do Curso de Fisioterapia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ***Professora Adjunta do Curso
de Fisioterapia da UFSM
Recebido em 15 de
maio de 2015; aceito em 20 de julho de 2016.
Endereço
para correspondência:
Ariane Bôlla Freire, Rua João Batista da Cruz Jobim, 235 Medianeira 97060-330
Santa Maria RS, E-mail: aribfreire@hotmail.com, Cristieli Froemming:
cristieli.froemming@gmail.com; Nathália Mezadri Pozzebon: nathi.pozz@gmail.com;
Estele Caroline Welter Meereis: estelemeereis@gmail.com; Melissa Medeiros Braz:
melissabraz@hotmail.com; Hedioneia Maria Foletto Pivetta:
hedioneia@yahoo.com.br
Resumo
Objetivo: Investigar os efeitos da bandagem funcional
sobre a perda urinária e qualidade de vida de mulheres incontinentes. Métodos: Estudo experimental com amostra
de nove mulheres com queixa de perda urinária. Os procedimentos foram: ficha de
avaliação fisioterapêutica em uroginecologia, Pad-test e King’s Health
Questionnaire (KHQ). As voluntárias receberam aplicação de bandagem como forma
de tratamento durante 30 dias. Para a análise estatística foi aplicado o teste
de Shapiro-Wilk para avaliação da distribuição dos dados, para os dados da
perda urinária o teste Wilcoxon, para os dados da qualidade de vida o teste t
de Student e para a correlação dos dados o teste de Spearman. O nível de
significância adotado foi de 5% (α < 0,05). Resultados: A bandagem apresentou efeito benéfico sobre a perda
urinária e qualidade de vida, notando-se melhora estatisticamente significativa
em oito dos nove domínios avaliados pelo KHQ. Conclusão: A bandagem apresentou efeito benéfico sobre a perda
urinária e qualidade de vida após 4 semanas de
intervenção, indicando o efeito somatório da mesma. Desse modo, percebe-se a
importância do uso da bandagem como parte de um programa de reabilitação para o
tratamento de mulheres com incontinência urinária.
Palavras-chave: incontinência urinária, fita atlética,
qualidade de vida, Fisioterapia, saúde da mulher.
Abstract
Purpose: Investigate the effects of Kinesiotape (KT)
on urinary loss and quality of life in women with urinary incontinence. Methods: Experimental study with sample
consisted of nine women complaining of urinary loss. The procedures were
performed through a physiotherapeutic evaluation form in urogynecology,
Pad-test and King’s Health Questionnaire. The volunteers received kinesiotape treatment during 30 days. For the data analysis
the Shapiro-Wilk test for evaluating the distribution of the data was applied,
for data to urinary loss Wilcoxon test, data related to quality of life, the
Student’s t-test and for the correlation of data the Spearman test. The level
of significance was 5% (p < 0.05). Results:
The taping had a beneficial loss on the urinary effect and on the quality of
life, in which it is noted statistically significant improvement in eight of
nine KHQ domains assessed by. Conclusion:
The KT had a beneficial effect on UI and quality of life after four weeks of
intervention, indicating the summation effect of KT. The use of KT is adequate
as part of a rehabilitation program for the treatment of women with UI.
Key-words: urinary incontinence, kinesio taping,
quality of life, Physical therapy, women’s health.
A
Sociedade Internacional de Continência (ICS) define incontinência urinária (IU)
como perda involuntária de urina [1], sendo um problema de saúde pública que
afeta milhões de pessoas em todo o mundo [2,3]. A prevalência média de IU em
mulheres é de 27,6% [4]. No Brasil, estudos indicam que entre 26,2 e 35% das
mulheres no período pós-menopausal apresentam essa disfunção [5].
É
expressiva a interferência da IU na vida diária e o seu impacto sobre a
qualidade de vida (QV) dessas mulheres, gerando muitas vezes afastamento do
convívio social, ameaça à autoestima e frustrações psicossociais [6,7]. O grau
de impacto da IU na QV varia de acordo com o seu tipo, gravidade ou com a
percepção individual do problema e a sua mensuração é um dos parâmetros úteis
para avaliar o resultado do tratamento escolhido [8]. As ferramentas para
verificar a QV incluem aspectos gerais sobre a saúde e específicos sobre os
efeitos que determinada doença ou disfunção causa sobre a QV [9]. Este segundo
aspecto seria mais sensível para identificar mudanças após o tratamento, sendo
valioso no processo de avaliação [10]. Sendo assim, a ICS recomenda a inclusão
de questionário específico para avaliação da QV de mulheres incontinentes, ou
seja, o King's Health Questionnaire
(KHQ) [8,10].
O
tratamento conservador vem assumindo um papel importante na reabilitação de
mulheres com IU através das variadas técnicas fisioterapêuticas [7]. Como
alternativa de tratamento surge a bandagem funcional
(BF), também conhecida por Kinesio Tape, a qual age por meio da ativação dos
receptores cutâneos [11]. Para Yoshida e Kahanov [12], a bandagem proporciona
uma pressão na pele, gerando estímulo constante nos mecanorreceptores cutâneos,
o que causa mudanças fisiológicas na região na qual foi aplicada, além de
auxiliar na manutenção de um feedback proprioceptivo,
elemento importante na aprendizagem motora durante a reabilitação [13,14].
Esse
método costuma promover efeito em curto prazo, como demonstram estudos que
utilizaram a BF para o tratamento de outras disfunções, não havendo ainda
estudos consistentes que comprovem seu efeito sobre a IU. Assim, a bandagem
também poderia atuar como uma nova alternativa de tratamento conservador da IU,
auxiliando na redução da perda urinária e melhora na qualidade de vida. Desse
modo, este estudo tem como objetivo identificar os efeitos da bandagem
funcional sobre a perda urinária e a qualidade de vida de mulheres com
incontinência urinária.
Estudo
experimental realizado com mulheres com queixa de IU. O presente estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFSM, conforme as normas
estabelecidas na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde sobre
pesquisa envolvendo seres humanos. A pesquisa foi conduzida de acordo com a
Declaração de Helsinque revisada em 2008.
Foram
excluídas mulheres em tratamento fisioterapêutico, com quadros referidos de infecção
uroginecológica, patologias neurológicas diagnosticadas, patologias que
comprometessem o equilíbrio, patologias musculoesqueléticas que inviabilizassem
a realização dos testes, uso de medicamentos para incontinência e diuréticos,
portadoras de prolapso pélvico diagnosticado, doenças de pele e lesões no local
da aplicação da bandagem, reações alérgicas à bandagem funcional, dificuldade
de compreensão dos questionamentos do instrumento de pesquisa, a não
concordância na participação da pesquisa e a retirada da bandagem antes do
tempo previsto.
O
grupo de estudo foi definido a partir de um cálculo amostral realizado com
médias e desvios-padrão das variáveis de interesse em uma coleta experimental
de equilíbrio postural. Para isso, foi utilizado o software G*Power 3.1.9.2
adotando-se o tamanho do efeito de 1,138, poder de 0,8 e intervalo de confiança
de 95%, a partir do qual a amostra estimada foi de 9
sujeitos. Portanto, o grupo de estudo foi composto por nove mulheres com idade
entre 52 e 79 anos, as quais foram submetidas à intervenção através da
aplicação da bandagem funcional durante 30 dias, sendo duas aplicações semanais
em dias fixos.
A
coleta teve início a partir da assinatura do TCLE e do preenchimento, pré e
pós-intervenção, da ficha de avaliação uroginecológica adaptada de Moreno [15]
e Etienne e Waitman [16], seguidos da realização do Pad-test. O absorvente foi
removido e pesado em uma balança analítica eletrônica digital de alta precisão
da marca Quimis Modelo - Q500L210C. Posteriormente, a voluntária respondeu o
KHQ, que avalia a presença de sintomas de incontinência urinária e o impacto
desses sintomas na vida das pacientes [17]. O KHQ é composto por 30 perguntas
arranjadas em nove domínios, sendo atribuídos valores numéricos às respostas, que
são somados e avaliados por domínio. O escore de qualidade de vida varia de 0 a
100, o maior valor indica pior qualidade de vida.
Para
dar início à aplicação da bandagem, foi realizado um teste para verificar a
presença de reações alérgicas à mesma. A partir disso, a voluntária realizou
uma flexão ativa de tronco e a bandagem foi aplicada, após limpeza da área com
algodão e álcool, na região do segmento medular correspondente à inervação
vesical e assoalho pélvico (S2-S4), de modo que leve/ou nenhuma tensão foi dada
nas extremidades e a tensão máxima no centro da fita [18]. As participantes não
realizaram nenhum outro tipo de tratamento fisioterapêutico para o assoalho
pélvico durante o período de realização do estudo.
Figura 1 - Demonstração
da técnica de aplicação da bandagem funcional.
A
análise das variáveis obtidas foi conduzida através de distribuição de
percentuais e de valores de tendência central e dispersão (média,
desvio padrão). Para a análise estatística foi utilizado o programa SPSS
(Statistical Package for the Social
Science) versão 13.0, e aplicado o teste Shapiro-Wilk para avaliação da
distribuição dos dados. Os dados relacionados à perda urinária apresentaram
distribuição não normal, portanto foi utilizado o teste Wilcoxon. Já os dados
relacionados à qualidade de vida apresentaram distribuição normal, sendo
utilizado o teste t de Student. Para os testes de correlação foi utilizado o
teste de correlação de Spearman. O nível de significância adotado em todos os
testes foi de 5% (α < 0,05).
As
características das participantes estão descritas na Tabela I.
Tabela I - Características
do grupo de mulheres com incontinência urinária.
IMC - Índice de massa
corporal.
As
situações referidas de perda urinária pelas participantes da pesquisa foram
tosse (100%), espirro (88,89%), saltito (88,89%), riso
(66,67%), erguer peso (66,67%), contato com a água (55,56%), andar (44,44%) e
ato sexual (11,11%). Em relação às cirurgias, 99,99% realizaram cirurgias
ginecológicas, sendo de maior prevalência a
histerectomia (44,44%) e cesariana (44,44%).
As
características reprodutivas da amostra estão descritas na tabela II.
Tabela II - Características
gestacionais das mulheres com perda urinária.
Do
total de gestações (38), foi evidenciada uma prevalência de partos vaginais,
dentre os quais 44,44% foram realizados com episiotomia.
A
figura 2 demonstra a redução da perda urinária nas situações pré e
pós-intervenção com a BF, quantificada através do Pad-test. Pode-se observar
que a bandagem apresentou efeito favorável à continência urinária das
participantes, demonstrando redução significativa da perda urinária após a
intervenção.
Figura 2 - Pré:
Quantidade da perda em gramas na situação
pré-intervenção e
pós-intervenção. Teste
t de Student indicou diferença estatisticamente significativa.
A
avaliação da QV está apresentada na figura 3, onde se observa melhora
estatisticamente significativa em oito dos nove domínios avaliados pelo KHQ, o
que comprova o efeito benéfico da bandagem sobre a QV. O único domínio em que a
melhora não foi significativa, apesar de presente, foi o domínio das emoções,
talvez porque na pré-avaliação as pacientes já alcançaram um escore baixo,
sugerindo que este domínio não estava prejudicado. Aqueles domínios em que a
melhora foi expressiva foram: percepção geral, limitação de atividades de vida
diária e limitações físicas. Os valores de p para os oito domínios com
resultados estatisticamente significativos são apresentados a seguir: percepção
geral (p = 0,002), impacto da incontinência urinária (p = 0,040), limitação de
AVDs (p = 0,006), limitações físicas (p = 0,018), limitações sociais (p =
0,025), relações pessoais (p = 0,040), sono e disposição (p = 0,014) e medidas
de gravidade (p = 0,002).
Figura 3 - Média
e desvio padrão da qualidade de vida das voluntárias, avaliado pelo KHQ.
*Indica diferenças
estatisticamente significativas; p < 0,05.
A
idade avançada pode ser considerada o principal fator de risco para o
desenvolvimento da IU, a qual afeta significativamente mulheres idosas, a
partir do climatério/menopausa, com índices de 43% na faixa etária de 35 a 81
anos [19], o que condiz com a média de idade de 67,67 ± 9,49 anos da população
em estudo.
Nessa
pesquisa, as voluntárias apresentaram como
características predisponentes à IU:
índice de massa corporal (IMC) elevado, assim como o
número elevado de
gestações e partos vaginais. Estudos relatam como fatores
de risco para essa
disfunção o número de gestações,
paridade, IMC elevado, climatério/condição
pós-menopausal, parto vaginal (sugerindo trauma neuromuscular da
musculatura do
assoalho pélvico – MAP), presença de doenças
predisponentes como diabetes
mellitus, depressão, obesidade e infecções
urinárias de repetição [20,21]. No
Brasil, estudos indicam que entre 26,2 e 35% das mulheres no
período
pós-menopausal apresentam IU [5], dados que apoiam os resultados
desse estudo,
no qual oito das nove voluntárias com queixas de perda
urinária encontravam-se
nesse período.
Em
relação aos eventos que podem desencadear a perda involuntária de urina, os
mais comuns são as situações de tosse, espirro, risada, salto, ou ainda andar
ou mudar de posição [22]. No presente estudo foram encontrados resultados
semelhantes, sendo citadas as situações de stress muscular (tossir, espirrar,
saltar, rir, erguer peso, caminhar).
Quanto
às cirurgias, 99,99% das voluntárias desse estudo realizaram cirurgias
ginecológicas e estudos relatam forte relação entre essas cirurgias e IU. A
excisão ou o prolapso do útero comprometem as funções do assoalho pélvico, pois
ele suporta parte do assoalho e sua remoção pode causar danos nas estruturas
que sustentam a bexiga e a uretra [23].
A
prevalência do tipo de parto vaginal foi elevada nesse estudo, estimando 74%
sobre o total de partos realizados. A gestação e o parto vaginal podem
ocasionar trauma neuromuscular na MAP e causar função deficiente desses
músculos, sendo fatores predisponentes à IU [21]. Pesquisa de Oliveira et al. [24] demonstraram que mulheres que realizaram partos
vaginais possuem 2,5 mais chances de apresentarem IU que aquelas que realizaram
cesárea. Outro agravante à predisposição da IU é o parto vaginal com
episiotomia, presente em 44,44% dos partos vaginais das voluntárias. De acordo
com Guarisi et al. [19], partos traumáticos com o uso
de fórceps e/ou episiotomias são capazes de provocar a diminuição do tônus
muscular pélvico e gerar danos nervosos.
Quanto
ao efeito da BF sobre a IU, nesse estudo a técnica apresentou-se benéfica sobre
a perda involuntária de urina em todas as participantes, apresentando diferença
estatisticamente significativa entre a quantidade de perda urinária pré e
pós-intervenção. Para Fu et al. [25], a ação da BF
está relacionada ao mecanismo de pressão/força que ela exerce sobre a pele no
local em que é aplicada. Apesar de sua aplicação ser prevalente em lesões
ortopédicas e no esporte, a BF vem sendo utilizada para outros fins
terapêuticos. De acordo com Thompson [26], a aplicabilidade clínica da bandagem
é muito ampla, podendo ser usada no tratamento de disfunções
neuromusculoesqueléticas agudas e crônicas e em disfunções neurais, sendo um
dos recursos que podem ser elencados em um programa geral de reabilitação.
Um
dos princípios de atuação da bandagem é o aumento da propriocepção através da
estimulação dos mecanorreceptores cutâneos [11,25]. De acordo com Yasukama et al.[27], a influência nos receptores
cutâneos do sistema sensorial resulta na melhoria do controle voluntário da
estrutura estimulada. O contato entre a bandagem e a pele permite estímulos
somatosensoriais aferentes e estímulos mecânicos constantes e duradouros, que
são percebidos em nível cortical e podem auxiliar na neuroplasticidade do
sistema nervoso [28].
Sendo
a IU um distúrbio geralmente determinado pelo comprometimento da integridade
musculoesquelética da região perineal, o objetivo central do tratamento
baseia-se no aumento da força e a correta ativação da MAP [29]. A BF é capaz de
ativar essa musculatura através do estímulo cutâneo e das mudanças fisiológicas
ocasionadas pelo contato [12], fato comprovado no presente estudo, através da
significativa melhora na perda involuntária de urina das participantes, após a
aplicação da bandagem na região do segmento medular correspondente à inervação
vesical e assoalho pélvico (S2-S4). Entretanto, cabe ressaltar a importância do
tratamento fisioterapêutico convencional na MAP a fim de otimizar
esses efeitos e a sua duração.
A
IU acarreta graves consequências sobre a QV das mulheres acometidas, afetando
aspectos sociais, emocionais e psicológicos das mesmas [8]. De acordo com
Fritel et al. [30], a IU afeta negativamente a QV
por ser uma condição desagradável, estressante e limitante das AVD’s, podendo
levar ao isolamento social. Neste estudo houve melhora significativa na QV após
a intervenção com a bandagem, a qual mostrou-se
benéfica na redução da perda urinária, sugerindo que esse resultado culminou
com a melhora da qualidade de vida dessas mulheres.
O
estudo de Rett et
al. [31] comparou a QV de mulheres
com incontinência urinária de esforço (IUE) antes e
após o tratamento
fisioterapêutico e observou diminuição
significativa das médias dos escores dos
domínios avaliados pelos KHQ, o que indica melhora na QV
após o tratamento.
Outro estudo que utilizou o KHQ demonstrou, em um
“follow-up” de um ano, que a
QV melhorou significativamente após o tratamento da IU
através de recursos
fisioterapêuticos [32]. Isso se deve ao fato de a mulher perder
urina em menor
quantidade, o que reduz sua preocupação em
relação à ingesta líquida,
utilização
de proteção, odor de urina e desconforto pela roupa
úmida, sentindo-se menos
restrita nas realizações de suas atividades cotidianas
[32].
No
presente estudo, oito dos nove domínios obtiveram melhora estatisticamente
significativa após a intervenção com BF. Outro estudo também obteve resultado
semelhante a esses achados após a intervenção fisioterapêutica adotada, em que
se observou melhora significativa na maioria dos domínios avaliados [32].
Visto
os resultados expressivos desta pesquisa sobre a perda urinária e a qualidade
de vida das mulheres voluntárias através da abordagem com a bandagem funcional,
sugere-se a inclusão dessa técnica nos programas de reabilitação de mulheres
com IU. Além disso, torna-se importante a realização de novos estudos que
investiguem a duração dos efeitos da bandagem sobre a perda urinária de
mulheres com IU, envolvendo uma coorte maior de pacientes e acompanhamento das
mesmas. Dessa forma, sugere-se a utilização da bandagem funcional nos programas
de reabilitação, associada à fisioterapia convencional, através do
fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, a fim de otimizar
os resultados positivos e a duração desses efeitos sobre a perda urinária
nessas pacientes.