ARTIGO
ORIGINAL
Efeitos
da mobilização com movimento em associação ao tratamento fisioterapêutico sobre
a qualidade de vida e dor na osteoartrose de joelho
Effects of mobilization-with-movement in association with physiotherapy
on quality of life and pain in knee osteoarthrosis
Rafael do Nascimento
Bentes, Ft.*, Erielson dos Santos Bossini,
Ft., M.Sc.**
*Pós-graduado
em Fisioterapia traumato-ortopédica pela Universidade
da Amazônia (UNAMA), Belém/PA, **Professor do Curso de Fisioterapia da UNAMA,
Professor do Curso de Especialização em Fisioterapia Traumato-ortopédica
da UNAMA, Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE),
Belém/PA
Recebido em 6 de abril de 2017; aceito em 29 de março de 2018.
Endereço
de correspondência:
Rafael do Nascimento Bentes, Passagem Vila Nova, 56 Sacramenta, 66120-510 Belém
PA, E-mail: rafael.bentes11@hotmail.com; Erielson dos
Santos Bossini: erielsonbossini@hotmail.com
Resumo
Introdução: Dentre a população
idosa, a dor crônica se mostra como sintoma recorrente, relacionada
principalmente a doenças reumáticas, como a artrose, levando a quadros
sintomáticos de dor e diminuição da qualidade de vida. A fim de amenizar tais
sintomas que alteram diretamente seu âmbito social, vários tratamentos
convencionais são indicados, como a fisioterapia, que é um dos mais procurados.
Objetivo: Analisar a eficácia do
tratamento fisioterapêutico em associação com a técnica de mobilização com
movimento na melhora da qualidade de vida e redução do quadro álgico em
paciente com osteoatrose de joelho. Material e métodos: Trata-se de um
estudo intervencional analítico, com abordagem
longitudinal e caráter quantitativo com 20 pacientes, divididos em G1
(submetidos à fisioterapia convencional), e G2 (submetidos à fisioterapia
convencional + mobilização com movimento), utilizando como instrumento de
pesquisa o questionário ou índice de Womac, antes e
ao final de 10 sessões. Para análise dos dados obtidos foi aplicado o teste t
de Student para amostras pareadas no software Bioestat. Resultados:
Obteve-se relevância em um ponto de vista estatístico na análise em ambos os
grupos. Quando comparados a outras evidências recentes, os resultados obtidos
pelo estudo revelam dados condizentes, mostrando a benéfica da terapia
proposta. Conclusão: A mobilização
com movimento, tal qual aplicada ao grupo de pacientes com osteoartrose
deste estudo, promoveu melhora significativa na qualidade de vida e redução do
quadro álgico.
Palavras-chave: osteoartrose,
dor, qualidade de vida.
Abstract
Introduction: Among the elderly, chronic pain is a recurrent symptom, especially
related to rheumatic diseases such as arthrosis,
leading to symptomatic cases of pain and reducing quality of life. In order to
reduce such symptoms that change directly their social context, many
conventional treatments are recommended, such as physical therapy, which is the
most required. Objective: To analyze
the effectiveness of physical therapy combined with mobilization technique with
movement to improve quality of life and reduce pain in patients with knee osteoarthrosis. Methods:
This is an analytical interventional study, longitudinal and quantitative
approach with 20 patients divided into G1 (conventional therapy) and G2
(conventional physiotherapy + mobilization with movement). We used the
questionnaire or Womac index, before and at the end
of 10 sessions. For data analysis, we used the Student t test for paired sample
in bioestat software. Results: We found that there was relevance in a statistical point
of view in the analysis of both groups. When compared to other recent evidence,
the results of the study show consistent data, showing the benefit of the
proposed therapy. Conclusion: The
mobilization with movement, as applied to the group of patients with
osteoarthritis of this study, promoted a significant improvement in quality of
life and the pain reduction.
Key-words:
osteoarthritis, pain, quality of life.
A população
brasileira e mundial idosa tem mostrado números cada vez maiores de
crescimento. Dentre esta faixa etária a dor crônica se mostra como sintoma
recorrente, levando o indivíduo a limitações ligadas a movimentos e perda de
capacidades fundamentais para sua rotina [1,2]. Além das questões da perda de
valências físicas, importantes para a rotina do indivíduo, a dor e a limitação
funcional também alteram fatores ligados ao âmbito psicossocial, como a
depressão, dependência e afastamento social, alterações na dinâmica familiar,
desequilíbrio econômico, desesperança, como também limitando decisões e
comportamentos do indivíduo [3,4].
A dor crônica é
bastante incidente na faixa etária idosa, por se vincular ao processo de
envelhecimento. Nesta faixa etária as doenças reumáticas, como a osteoartrose, por exemplo, caraterizada como um processo
crônico e degenerativo comum no sistema locomotor é descrito como um dos
fatores causais mais relevantes [5-7].
A osteoartrose
é definida por insuficiência de cartilagem articular, com incidência de forma
mais considerável no gênero feminino na faixa etária adulta e idosa, sendo
decorrentes de fatores desde hormonais e genéticos. A menopausa e pós-menopausa
são períodos importantes a serem acompanhados, como também fatores mecânicos e metabólicos,
que levam a um déficit da síntese e degradação da cartilagem e osso subcondral. As regiões do quadril e joelho são as que mais
se destacam entre as demais articulações, por fatores biomecânicos,
principalmente por sofrerem mais sobrecarga em tarefas do dia a dia, levando
também a maior incapacidade [5-9].
Antigamente a oesteoartose era relacionada a uma doença degenerativa,
progressiva, sendo, portanto, sem perspectiva para tratamento. Porém, sabe-se
atualmente que é possível mudar o curso evolutivo da doença, melhorando, assim,
sinais e sintomas e, consequentemente, a qualidade de vida, além de melhor
prognóstico para o paciente [10,11].
O tratamento consiste
em uma abordagem multiprofissional, com profissionais atuantes na área da
ortopedia, reumatologia e fisiatria, dentre outros, e dividido, em tratamento
convencional, com formas farmacológicas e não farmacológicas, e tratamento
cirúrgico. O tratamento fisioterapêutico se enquadra como tratamento não
farmacológico, melhorando o condicionamento físico, força e resistência
muscular, diminuindo o quadro álgico, melhorando mobilidade articular, e
culminando na maior funcionalidade e melhora na qualidade de vida para o
indivíduo [10,12].
O conceito Mulligan se enquadra como uma conduta fisioterapêutica e
abrange um conjunto de técnicas articulares descritas por Brian Mulligan, tendo como base a teoria de falhas posicionais,
sendo alteradas a partir de lesões em articulações da coluna vertebral e
periféricas, afetando também a cinemática da articulação [14]. Para as técnicas
em articulações periféricas, como o joelho, chamadas coletivamente de
mobilização com movimento (Mobilisation with Movement), compreendem a
aplicação manual de um deslize articular passivo que é sustentado, descrito
como glide, enquanto o paciente se movimenta ativamente, levando a alteração do
segmento da articulação ou do movimento. O elemento essencial da técnica é não
infligir o quadro álgico, desta forma, alivia a dor durante os movimentos e tarefas,
antes dolorosas, especialmente durante aplicações de outras técnicas de
tratamento, partindo de 3 séries de 3 mobilizações,
para o número máximo de 3 séries de 10 mobilizações [15,16]. Vários estudos
analisam a aplicação de técnicas manuais, isoladamente ou em associação a um
tratamento fisioterapêutico, porém poucas são as evidências da técnica
especifica da mobilização com movimento na articulação do joelho.
O estudo a partir de
tais afirmações analisa os efeitos da técnica de “Mobilização com movimento”,
em associação ao tratamento de fisioterapia convencional na diminuição do
quadro álgico e melhora da qualidade de vida em mulheres com diagnóstico de gonartrose. A pesquisa torna-se relevante pelo fato da
“mobilização com movimento” se mostrar como uma técnica eficaz para mudanças
sintomáticas na dor, limitação funcional e rigidez. Além disso, não há número
considerável de estudos da associação com a terapia incluindo exercícios
físicos sobre a patologia analisada, baseados em recentes revisões sistemáticas
em análise da terapia manual em geral com o exercício físico, indicando que os
benefícios ocasionados pelo tratamento com a terapia associada levam a
geralmente modestas melhorias na dor e função, com os efeitos a curto prazo [17].
Trata-se de um estudo
intervencional analítico, com abordagem longitudinal
e caráter quantitativo. Constituído através da aplicação de uma terapêutica,
além de utilizar o instrumento do questionário ou índice de Womac
para qualidade de vida, para mensurar em dois momentos distintos a evolução nos
parâmetros de dor, capacidade funcional, e logo, a eficácia da terapêutica
proposta. Os dados obtidos e variáveis encontradas foram analisados de maneira
rigorosa, visando eliminar erros no processo de mensuração e análise pelo
pesquisador.
O questionário ou
índice de Womac (Western
Ontario and McMaster Universities Index) utilizado pelo estudo é valido e
apresenta dados confiáveis, o qual consiste em um instrumento para análise de
três domínios: dor (5 perguntas), rigidez (2
perguntas) e funcionalidade (17 perguntas) percebida nas últimas 72 horas. Os
scores obtidos, que podem variar de 0 a 100, são traduzidos de acordo com o
estado do paciente, quanto menor a pontuação obtida, melhor é o estado do
paciente avaliado [18].
A amostra foi
composta por vinte indivíduos apenas de gênero feminino, devido a maior
incidência descrita na literatura [5]. Todas procuraram de forma voluntária o
tratamento fisioterapêutico em uma clínica particular de Belém/PA. Foram
divididos em 2 grupos aleatoriamente, contendo dez
indivíduos cada, G1 que foi submetido a tratamento de fisioterapia
convencional, e G2 submetido ao mesmo protocolo do grupo, associado a
“mobilização com movimento”.
As pacientes foram
submetidas a uma avaliação geral antes e após o tratamento, contendo: análise
da história pregressa do indivíduo, como da lesão apresentada; mensuração da
amplitude de movimento com goniômetro e força muscular, além da análise
específica da capacidade funcional e dor, por meio do questionário ou índice de
Womac.
A intervenção para o
G1 e G2 consistiu em um protocolo de dez sessões produzido pelos autores, com
frequência de três vezes semanais, contendo: cinesioterapia, com fortalecimento
muscular em cadeia cinética aberta, exercício de elevação da perna estendida
(SLR), e em cadeia cinética fechada, semiagachamento
com angulação ente 0-45º, ambos com séries de 10 a 15 repetições; Técnica de
Mobilização com Movimento: realizada em decúbito dorsal, com séries de 3 a 10
mobilizações nas variações de “glide lateral + flexão/extensão de joelho ativa
pelo paciente”; “glide lateral com rotação interna da tíbia + flexão/extensão
de joelho ativa pelo paciente”; “glide lateral com rotação interna e posteriorização da tíbia + flexão/extensão do joelho ativa
pelo paciente”; associado com overpressure (ajuda do paciente até o máximo de amplitude,
partindo da metade para o fim do movimento).
Posteriormente foram
realizadas as mesmas técnicas descritas em decúbito dorsal em posições/
movimentos provocativos como, agachamento, subindo escadas, descendo escadas,
por exemplo.
Figura
1 - Técnica de mobilização com movimento.
Todos os
procedimentos de avaliação e aplicação das técnicas de mobilização com
movimento foram conduzidos por um único pesquisador com experiência na
utilização de técnicas de terapia manual.
Para análise dos
dados obtidos, foi aplicado o teste t de student para
amostras pareadas no software Bioestat, verificando a
diferença entre as médias do questionário antes e depois do tratamento.
Esta pesquisa não
ofereceu riscos físicos ou psicológicos às participantes e todos os preceitos
éticos foram respeitados. As participantes deram seu consentimento livre e
esclarecido por escrito, tendo sido o estudo aprovado pelo comitê de ética da
Universidade da Amazônia, sob número CAAE:
48903715.7.0000.5173.
Os dados descritivos
e a análise de distribuição dos dados do G1 e G2 estão expostos nos gráficos 1 e 2.
O G1 submetido ao
tratamento apenas com a fisioterapia convencional mostra diferença estatística
significante (< 0,0001) entre as médias de antes (pontos:35,6)
e após o tratamento (pontos:20,3). Assim, pode-se afirmar que a média dos
pontos obtidos comparando o antes e o depois foi significativamente menor,
indicando melhora dos parâmetros analisados no questionário de Womac (Gráfico 1). Quanto à
análise estátistica dos pontos obtidos pelo G2, que
realizou o tratamento em associação da fisioterapia convencional com a técnica
de mobilização com o movimento, notou-se médias de pontos obtidas antes ( pontos: 37,9) e após o tratamento (pontos: 13,2) do
tratamento (< 0.0001), caracterizando também diferença estatística
significativa (Gráfico 2).
Gráfico
1 - Médias, o desvio padrão e os valores mínimos
e máximos dos pontos obtidos antes e após o tratamento grupo G1.
Gráfico
2 - Médias, o desvio padrão e os valores mínimos
e máximos dos pontos obtidos antes e após o tratamento.
As duas intervenções
mostraram, pelos resultados do Womac, diminuição nos
valores da dor e incapacidade funcional. O G2, porém, obteve valores
estatisticamente menores que o G1, comparando os itens em separado. Como se
observa nos gráficos 3 e 4.
Gráfico
3 - Comparação dos scores mais relevantes do questionário
antes e depois do tratamento em G1.
Gráfico
4 - Comparação dos scores mais relevantes do
questionário antes e depois do tratamento em G2.
A análise dos dados
obtidos sugere que a melhora da qualidade de vida e a redução do quadro álgico
podem ser aprimoradas como um protocolo de tratamento para gonartrose,
tanto pela associação da fisioterapia convencional com técnicas de mobilização
com movimento, como pela fisioterapia convencional quando feita isoladamente.
Pelo fato de não ter
sido encontrados tantos estudos analisando a qualidade de vida e dor nessa
patologia, os resultados foram comparados também com resultados de estudos que
avaliaram condutas semelhantes.
Como medida para
aumentar os efeitos de um protocolo de tratamento fisioterapêutico
convencional, os autores propuseram de maneira clínica e randomizada analisar
os efeitos da terapia manual associada ao exercício físico em indivíduos com osteoartrose de joelho, tendo como base a melhor integração
da estrutura, necessariamente intacta, porém com um mau funcionamento até
então, para que a partir de tal regulação pudesse desenvolver melhor a função
cabida a ela. O resultado a partir de tal análise indica que a terapia manual otimiza os efeitos atingidos pela conduta contendo apenas
exercícios físicos, mostrando boa interação entre as terapias propostas,
principalmente no parâmetro do quadro sintomático de dor. Vale ressaltar que os
indivíduos submetidos apenas a condutas contendo exercícios físicos obtiveram
respostas relevantes, mas em menor proporção [19,20].
Comparando em um
estudo randomizado a eficácia do tratamento em associação da terapia manual com
exercícios físicos, com o tratamento apenas de exercícios domiciliares na osteoartrose de joelho, avaliando a dor, rigidez,
capacidade funcional, os autores revelaram como resultados, que poucos meses
depois, para aqueles pacientes submetidos ao tratamento em associação das
modalidades terapêuticas foi alcançado, em todos os parâmetros avaliados, o
dobro da magnitude da melhora obtida pelo grupo que realizava apenas o
tratamento em casa, condizendo com demais autores que a curto
prazo a associação das formas terapêuticas é bastante relevante. Quando
analisado no período de um ano, após a intervenção, a diferença nos parâmetros
obtidas no tratamento nos pacientes já não era tão evidente, conquanto mostrou que para o grupo que realizou apenas o tratamento
domiciliar com exercícios, a chance de realizar tratamentos medicamentoso é
maior, assim como a menor satisfação com os resultados alcançados [21].
A associação de
condutas terapêuticas, com conceito Mulligan mostram
efeitos significantes em indivíduos com gonartrose.
Em um estudo em idosos comparando a terapia entre a cinesioterapia convencional
mais o recurso fototerapêutico do laser de arseneto de galium (AsGa), com a terapia associando o
conceito Mulligan, mais o ultrassom pulsátil, revela
como resultados aos indivíduos um bom prognóstico [22]. Como o encontrado no
presente estudo, foi alcançado resultados
significantes sobre a redução do quadro álgico, e melhora da autonomia
funcional, para tarefas básicas realizadas, porém mensurando por meio da
variância no tempo para realização das mesmas.
Outras evidências
também analisam a eficácia da fisioterapia sobre qualidade de vida, dor e
capacidade funcional na osteoartrose de joelho.
Estudo randomizado, tanto em indivíduos submetidos à terapia individual como em
formato de grupo pequeno, após oito semanas e logo ao término das sessões,
mostrou como principais resultados um efeito moderado sobre a dor e a função
física e um efeito discreto sobre a qualidade de vida. O estudo em questão
busca a partir da aplicação das técnicas manuais otimizar
os efeitos anteriormente descritos apenas com exercícios e desempenhar um
estímulo ao corpo do paciente, buscando uma condição de hosmeostase
e consequentemente melhora das limitações decorrentes de possíveis sintomas [23].
O presente estudo
obteve grande variação nas respostas relacionadas à dor, porém, no caso de
outros estudos, contudo, não houve diferença. Autores analisaram a relação da
redução do quadro álgico e melhora da qualidade de vida pela prática de atividades
físicas e exercícios físicos em indivíduos idosos [24,25]. Ao realizar, por
exemplo, a análise da qualidade de vida e sua associação com a atividade física
em pacientes idosos com osteoartrose, os resultados
constatados revelaram que a maioria desenvolve piora dos aspectos físicos da
qualidade de vida, mas mantém as atividades cotidianas [26]. Além da prática de
atividades físicas e exercícios físicos desencadearem piora da capacidade
funcional e aumento do quadro álgico, como descrito anteriormente, alguns
autores revelaram resultados ainda menos condizentes com os obtidos no presente
estudo. Observaram-se, com a prática de atividades físicas ou exercícios
físicos, alterações também em aspectos psicossociais ou emocionais,
desencadeando comprometimentos, como a depressão, por exemplo [27-29].
Os seguintes autores
relatam a importância da força muscular e equilíbrio entre os músculos adutores
e abdutores do quadril, visando reduzir um padrão adutor do joelho, logo a uma
postura que favorece a progressão de lesões articulares na tibiofemural
como descrito pelos autores [30]. Tal alteração postural ocorre devido ao fato
de os músculos dessa articulação serem estabilizadores
da pelve, que quando alterado seu posicionamento, modifica o centro do corpo,
levando sobrecarga na região do joelho e ocasionando a longo prazo a progessão da osteoartrose na
articulação como consequência [30,31]. Os autores por meio de estudo de coorte
longitudinal ressaltaram que indivíduos com menor momento de adução, ou seja,
sugerindo fraqueza dos músculos abdutores, aumentam a progessão
da patologia degenerativa na articulação tibiofemural
[30,31]. Como descrito anteriormente por outros estudos, a progessão
da patologia acarreta diretamente sobre a capacidade funcional e quadro álgico,
logo uma pior qualidade de vida [26].
Ao estabelecer três
maneiras diferentes de exercícios de fortalecimento muscular em pacientes com osteoartrose de joelho, exercícios isotônicos, isocinéticos e isometricos, os
autores analisaram os efeitos sobre o estado funcional do paciente. Ao término
da pesquisa, os mesmos obtiveram melhora significativa na redução do quadro
álgico e menor limitação funcional. Tais informações mostram a relevância da
implantação de exercícios em um protocolo de tratamento, ressaltando que
exercícios isotônicos, também utilizados no estudo em questão, obtiveram número
mais expressivo quanto à redução da dor, além de tratar, houve menor índice de
interrupção do tratamento por queixas álgicas na articulação [32].
Revisão sistemática, tomando como base estudos randomizados, a fim de
determinar se a terapia com exercícios físicos sobre a osteoartrose de joelho leva benefícios a cerca da redução
da dor, melhora da capacidade funcional e qualidade de vida, encontrou
resultados pertinentes quando confrontados com os obtidos no presente estudo,
constatando alta evidência de qualidade, sugerindo que exercício fornece
efeitos significantes na melhora a curto prazo sobre a dor, da função física e
qualidade, sendo sustentado por no máximo seis meses após o termino das sessões
[33].
Analisando a
mobilidade e dor tanto no G2 quanto no G1, verificou-se que houve melhora
considerável nesses aspectos. Evidências recentes retratam a utilização da
técnica de MWM e mostram que se trata de uma técnica eficaz, principalmente
quando utilizada em tratamento de lesões musculoesqueléticas, em que
primordialmente é mais difícil alcançar um bom prognóstico, como o utilizado,
por exemplo, em idosas com gonartrose [34]. Os
autores por sua vez analisaram a hipótese de que a aplicação da técnica de Mulligan, “MWM para dorsoflexão talocrural” em entorses subagudas laterais de tornozelo
produz um ganho de flexão dorsal inicial, e simultaneamente produz a melhora da
mecânica, e sem resposta de dor. Após as sessões, os resultados mostraram a
eficiência da técnica, com melhora em todos os parâmetros analisados, de forma
significante para o aumento da amplitude do arco de movimento da articulação,
além da diminuição da dor durante a execução do mesmo, o que revela a
eficiência da técnica para sintomas articulares [35].
Os resultados deste
estudo fornecem informações confiáveis que vão nortear a futura utilização da
técnica de “mobilização com movimento” na gonartrose,
mostrando bom prognóstico em curto prazo. Sendo importante que novos estudos
sejam realizados, a fim de analisar recursos compatíveis para estabelecer maior
eficiência para o tratamento da gonartrose, também em
longo prazo, contribuindo para a área da saúde de forma geral.