REVISÃO
Hidratação
em idosos institucionalizados: importância, processos e estratégias
Hydration in elderly institutionalized persons: importance, processes
and strategies
Maria Clara Montemór Massonetto*, Fernanda Zerbato Barbosa*, Ana Paula Alves S. Bighetti**,
Vera Silvia Frangella, M.Sc.***
*Graduandas
do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo – CUSC, SP,
**Nutricionista do Residencial Israelita Albert Einstein, Especialista em
Gerontologia pela UNIFESP, ***Docente do curso de graduação em Nutrição e do
curso de especialização em Nutrição Clínica do CUSC, Mestre e especialista em
Gerontologia, Especialista em Nutrição Clínica, Terapia nutricional enteral e
parenteral e em serviços de saúde
Recebido 19 de junho
de 2017; aceito 15 de dezembro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Maria Clara M. Massonetto: mahmontemor@hotmail.com;
Fernanda Z. Barbosa: fernanda@zerbato.com.br, Ana Paula Alves S. Bighetti: ana.alves@einstein.br; Vera Silvia Frangella: verasf.nutri@outlook.com
Resumo
Introdução: A água é um
nutriente essencial para a funcionalidade do organismo. A desidratação é
frequente no idoso e pode lhe trazer graves consequências, inclusive levá-lo à
morte. Objetivo: Identificar a importância da hidratação em idosos
institucionalizados, seus fatores interferentes e estratégias para melhorar a
ingesta hídrica dessa população. Metodologia:
Revisão bibliográfica integrativa realizada nas bases de dados PubMed, Scielo,
Medline, Lilacs e Cochrane,
com seleção de 16 artigos, publicados nos últimos 10 anos. Resultados:
A água constitui 55% do peso corporal de idosos, sendo
sua reposição essencial. Alterações
próprias do processo do envelhecimento como
diminuição da percepção da sede associadas
à diminuição do consumo hídrico por:
comprometimento da capacidade cognitiva, dificuldade de
deglutição e
dependência de cuidadores, são as principais dificuldades
enfrentadas no
processo de hidratação desses indivíduos,
especialmente quando
institucionalizados. A oferta fracionada de líquidos sob
várias formas (sopas, caldos, chás e águas saborizadas)
e de alimentos ricos em água (leite desnatado, determinadas frutas, verduras e
legumes), são estratégias que podem contribuir para uma melhora da ingestão
hídrica nessa população. Conclusão: A
desidratação é uma etiologia frequente de hospitalizações e morbimortalidade em
idosos, tendo a nutrição importante papel na adequação do consumo hídrico dessa
população.
Palavras-chave: Hidratação,
Desidratação, Idosos, Envelhecimento, Instituições de longa permanência para
idosos.
Abstract
Introduction: Water is an essential nutrient for the body's functionality.
Dehydration is frequent in the elderly and can have serious consequences,
including leading to death. Objective:
To identify the importance of hydration in institutionalized elderly, their
interfering factors and strategies to improve water intake of this population.
Methodology: Integrative bibliographic review carried out in the databases
PubMed, Scielo, Medline, Lilacs and Cochrane, with
selection of 16 articles, published in the last 10 years. Results: Water constitutes 55% of the body weight of the elderly,
being essential replacement. Changes in the aging process as a decrease in
thirst perception associated with decreased water consumption due to impairment
of cognitive ability, difficulty in swallowing and dependence on caregivers are
the main difficulties faced in the hydration process of these individuals,
especially when institutionalized. The fractional supply of liquids in various
forms (soups, broths, teas and flavored waters) and foods rich in water
(skimmed milk, certain fruits and vegetables) are strategies that can
contribute to an improvement in water intake in this population. Conclusion: Dehydration is a frequent
etiology of hospitalizations and mortality in the elderly,
and nutrition plays an important role in the adequacy of the water consumption
of this population.
Key-words: Fluid
Therapy, Dehydration, Aged, Aging, Nursing Home, Homes for the Aged.
Com a diminuição das
taxas de natalidade e o aumento da longevidade da população mundial, as
sociedades atuais deparam-se com uma transição
demográfica. Além disso, a população, cada vez mais envelhecida, enfrenta um
aumento progressivo de doenças crônicas e degenerativas que contribuem para um
maior grau de dependência dentre os idosos, dificultando o cuidado em
domicílio, o que também se associa à necessidade do trabalho da mulher fora do
lar para manutenção da renda. Por isso, as facilidades e a segurança
encontradas em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) têm
conquistado cada vez mais espaço na assistência dessa população [1,2].
No processo de
envelhecimento, ocorrem diversas mudanças no organismo humano que predispõem o
idoso à desidratação [1,2]. A desidratação em idosos pode gerar graves
consequências como: distúrbios hidroeletrolíticos, cefaléia,
constipação, perda ponderal, confusão mental, xerostomia, alteração da pressão
sanguínea, alteração da cor ou do débito urinário, dentre outras [2]. Ela é
considerada, portanto, uma etiologia frequente de hospitalizações, morbidade e
mortalidade nessa população.
A desidratação é
tipicamente definida como uma depleção da água corporal total devida a perdas
patológicas de fluidos, diminuição do consumo de líquidos ou combinação de
ambos os fatores. Assim, a desidratação é um distúrbio hidroeletrolítico muito
comum em idosos [3].
A diminuição da
ingesta hídrica ocorre não somente pela restrição do consumo de líquidos
propriamente ditos, mas também pela redução do consumo de alimentos, também
ricos em água e responsáveis por cerca de 22% do
consumo diário de fluídos de um idoso. Popkin, d´Anci e Rosenberg [4] mostram porcentagens de água em
diversos itens alimentícios, especialmente em frutas e leite desnatado
(>90%), cenoura, brócolis e outras verduras (>80%), e batata e ricota
(entre 70 e 79%).
A diminuição do
consumo de alimentos é particularmente evidente nos idosos disfágicos
[3,5] e demenciados, uma vez que necessitam de
líquidos espessados e de mais tempo dos cuidadores para consumir o volume
necessário, sendo, por isso, frequentemente negligenciados [3]. A ingestão de
água diária, portanto, depende de alguns fatores como: idade, gênero e grau de
independência [4]. A água é um nutriente essencial e constitui mais de 60% do
corpo humano de um adulto, e cerca de 55 % de um
idoso. Por isso, sua reposição precisa ser feita para manter a saúde e a
funcionalidade do organismo, pois ao longo do dia a perdemos principalmente por
meio da urina, fezes, suor, quando há febre, vômitos e diarreia [6].
A água possui funções
essenciais no organismo como: termorregulação;
participação nas reações
metabólicas, digestão, absorção e
excreção; sendo
ainda componente estrutural das células, solvente de diversas
moléculas;
participa da lubrificação das articulações
e mucosas; entre outras funções [6].
Considerando-se
a
pré-disposição à desidratação
em idosos por conta das alterações fisiológicas
próprias do envelhecimento, bem como a ingestão
insuficiente de líquidos por
diversos fatores, torna-se extremamente importante monitorar a
hidratação e
desenvolver estratégias para incentivar o consumo
hídrico, especialmente dentro
das Instituições de Longa Permanência,
destacando-se o papel do Nutricionista
neste contexto.
Objetivos
Os objetivos desta
revisão foram: Identificar a importância da hidratação em idosos
institucionalizados, seus fatores interferentes e as estratégias para melhorar
a ingesta hídrica dessa população, frente às alterações fisiológicas
decorrentes do envelhecimento; Discutir como é realizada a hidratação,
considerando as dificuldades enfrentadas nas Instituições de Longa Permanência
para idosos (ILPI); Abordar estratégias para a manutenção e melhora da ingestão
de líquidos pelos idosos institucionalizados.
Este estudo é uma
revisão bibliográfica integrativa [7] a cerca do tema: hidratação em idosos
institucionalizados. Dentre os métodos de revisão, a integrativa é o mais
amplo, pois permite a inclusão simultânea de pesquisas
experimentais e dados de literatura teórica e empírica, proporcionando uma
compreensão mais completa do tema de interesse.
O desenvolvimento se
deu por meio da busca de artigos realizada a partir das bases de dados PubMed, Scielo,
Medline, Lilacs e Cochrane,
nos idiomas português, inglês e espanhol, com os seguintes descritores de
saúde: Hidratação and
Idosos, Desidratação and
Idosos, Instituição de longa permanência para idosos e envelhecimento. A busca
ocorreu entre os meses de abril e maio de 2017.
Foi realizada a
pré-seleção dos artigos divulgados nos últimos 10 anos, por meio da leitura
criteriosa dos títulos e resumos, a fim de se verificar a adequação frente ao
tema e aos objetivos propostos pelo estudo. Os artigos pré-selecionados foram
lidos na íntegra e aqueles selecionados para a elaboração final do trabalho
foram analisados, elaborando-se seus respectivos fichamentos e posteriormente a
Planilha Resumo contemplando a síntese das seguintes informações:
título/autor/ano e local de publicação; tipo de pesquisa; amostra;
procedimentos; análise estatística; resultados e conclusão dos artigos.
Foram selecionados 16
artigos, sendo 5 internacionais e 11 nacionais.
Encontraram-se 11 artigos originais e 5 artigos de
revisão, representando 50% dos materiais consultados inicialmente.
Por meio da análise
crítica e reflexiva da Planilha buscou-se um consenso das informações reunidas,
a fim de direcionar a elaboração do estudo, respondendo aos seus objetivos
propostos.
Para a elaboração das
receitas sugeridas no artigo, as preparações foram testadas previamente. Os
ingredientes foram adquiridos em um Hipermercado de uma grande rede da cidade
de São Paulo, e higienizados conforme a necessidade de cada alimento. Após o
preparo, foi realizada a degustação de cada receita para verificar a adequação
quanto à harmonia dos sabores.
A
importância e as formas de hidratação em idosos
A água é
imprescindível para a vida, sendo um dos elementos principais para a prevenção
da desidratação. Em idosos a água compreende aproximadamente 55% do peso
corporal total, sendo essencial para a vida celular e homeostase do organismo
[4].
Dentre
as principais
alterações fisiológicas do idoso que contribuem
para a desidratação
destacam-se: a diminuição da taxa de
filtração glomerular, diminuição da
resposta renal ao hormônio antidiurético; presença
de diarreia, febre e
hemorragias; uso de diuréticos; diminuição da
sensação de sede, dificuldade de
deglutição, deterioração cognitiva,
micção frequente e incontinência urinária
[1].
Um estudo realizado
por Klaus et al. [8] com 87 idosos residentes em
instituições públicas de longa permanência localizadas no Rio Grande do Sul,
mostrou que a mediana da ingestão hídrica diária desta população foi de 700 ml,
sendo que apenas 25,2% consumiam 1500-2000 ml diariamente, o que seria o ideal.
Os resultados apontam como um dos principais fatores para o consumo
insuficiente de líquidos, a diminuição da percepção de sede fisiológica própria
do envelhecimento. Sendo assim, é extremamente importante que a hidratação seja
reforçada e monitorada, especialmente dentro das instituições.
Desafios
da hidratação em idosos institucionalizados
Diante das alterações
fisiológicas próprias do envelhecimento e doenças associadas, os idosos muitas
vezes perdem sua autonomia e independência, passando a depender de cuidadores
para realizar atividades básicas do dia a dia, incluindo a alimentação e a
hidratação [9].
Silva et al. [10] realizaram um estudo com 385
idosos dependentes de um cuidador, residentes em bairros periféricos da cidade
de Fortaleza/CE. Os autores utilizaram uma escala de graus de dependência para
as atividades da vida diária, incluindo a alimentação e hidratação. Os dados foram
coletados por meio de entrevistas realizadas em domicílio e analisados por meio
de testes de qui-quadrado
para verificação de
associação entre as variáveis, adotando-se um
nível de significância
estatística de 5% (p = 0,05). Os resultados do estudo apontaram
que 42,9% dos
idosos apresentaram restrição total quanto à
alimentação e hidratação, isto é,
dependiam completamente de um cuidador ou familiar para realizar estas
atividades básicas da vida diária. Pode-se observar que a
hidratação do idoso é
muitas vezes um processo que depende de outras pessoas para ser
realizado e,
por isso, se torna mais difícil e trabalhoso atingir a
ingestão diária
necessária de líquidos para essa população.
Com o avanço da idade
há um declínio na capacidade e aumento do tempo médio por deglutição.
Entende-se por presbifagia as modificações e
alterações na condução do bolo alimentar nos indivíduos saudáveis que se
encontram na fase do envelhecimento [11]. Já a disfagia é uma doença que
acomete cerca de 40% dos idosos com mais de 65 anos, chegando a 60% quando se
trata de idosos institucionalizados. Esta alta prevalência é explicada pela
alteração fisiológica do envelhecimento na transmissão neuronal entre o sistema
nervoso central e as unidades motoras da deglutição; especialmente associada a
doenças como o Acidente Vascular Cerebral e as demências, bem como uso de
medicamentos [12].
O tratamento
dietético para a disfagia consiste em oferecer um tipo de consistência e
textura adaptada para a necessidade específica de cada paciente de acordo com a
dificuldade de deglutição apresentada. No caso da água e outros líquidos são
utilizados espessantes incolores e insípidos,
compostos de gomas e amidos [13]. Apesar dessas características, a viscosidade
conferida pelos espessantes resulta em diferentes
graus de aceitação pelos pacientes, devido à textura percebida ao degustarem
esses produtos, especialmente a água [14]. Para isso, é importante manter uma
textura aceitável, segura e que garanta a hidratação do idoso disfágico [15].
Moreira e Pereira
[12] realizaram um estudo envolvendo 18 idosos brasileiros residentes em ILPI’s, com idade superior a 75 anos, sem queixas de
disfagia, para avaliar o desempenho da deglutição de 100 ml de água. Foram
observados o número de goles, tempo gasto e intercorrências, gerando três
índices: volume por deglutição (ml), tempo por deglutição (s) e capacidade de
deglutição (ml/s). Os resultados do teste sugerem que a velocidade de
deglutição normal para a população estudada está em torno de 7
ml/s, enquanto para adultos normais corresponde a 10 ml/s. A diminuição da
capacidade de deglutição encontrada no estudo se deve, portanto, ao aumento do
número de deglutições e diminuição do volume por deglutição. Desta forma,
observa-se que a ingesta hídrica do idoso ocorre de forma mais lenta e em
menores volumes ao longo do dia, o que pode implicar em uma maior dificuldade
em atingir o consumo de líquidos necessários ao organismo.
Segundo Dantas et al. [16], tanto a idade, quanto o
gênero têm influência no comportamento da deglutição. Os homens têm um maior
fluxo de deglutição e são capazes de ingerir um maior volume em cada gole do
que as mulheres. Entretanto, o processo de envelhecimento provoca uma
diminuição do fluxo e da capacidade de deglutição em ambos os gêneros.
Há evidências,
portanto, de que a dependência de cuidadores, a dificuldade de deglutição e a
menor tolerância a volumes maiores de líquidos constituem as principais
dificuldades encontradas dentro das instituições de linga permanência para a
hidratação em idosos. A hidratação se torna um processo que exige um maior
tempo e, consequentemente, mais paciência dos cuidadores para ser realizado
[12].
Estratégias
para melhora da ingesta hídrica nas instituições
Salgueiro,
Jacob
Filho e Mancuso [17] realizaram uma intervenção educativa
com 51 idosos, com
idade igual ou superior a 60 anos, matriculados no Ambulatório
Geriátrico de um
hospital geral público de Campinas, São Paulo. Por meio
de encontros mensais,
com duração aproximada de 60 minutos, foi enfatizada a
importância do consumo
de diferentes grupos alimentares e de líquidos. Em um dos
encontros, além de
salientar a importância da ingestão adequada de
água e líquidos, houve a
preparação e degustação de um suco de
abacaxi com chá de erva cidreira e foi
distribuído um folheto contendo os principais tópicos
abordados e a receita do
suco. Para avaliar o consumo de líquidos, foi utilizada a
técnica de análise de
variância não paramétrica de dados ordinais com
medidas repetidas e adotou-se
nível de significância de 0,05. Ao final do estudo,
observou-se um aumento na
ingestão média diária de líquidos em
relação à ingestão relatada na entrevista
inicial que precedeu a intervenção (p<0,031),
sustentando os resultados
positivos do processo de educação e aconselhamento
nutricional para melhorar a
ingestão alimentar e hídrica.
Tendo em vista a
redução da capacidade de deglutição, os idosos devem ser orientados a tomar
quantidades moderadas de fluidos em intervalos frequentes, em vez de grandes
quantidades de uma só vez, uma vez que a distensão gástrica rapidamente encobre
seu senso de sede. Desta maneira, evita-se o desconforto gástrico e permite-se
um maior equilíbrio no consumo de fluidos ao longo do dia [1]. Além disso, a
hidratação pode ser feita não somente pela ingestão de água propriamente dita,
mas também através de outras bebidas e pelo consumo de alimentos, especialmente
frutas, legumes, verduras e queijos. Estima-se que 22% da ingestão hídrica
total diária sejam provenientes de alimentos, evidenciando uma contribuição
significativa [4].
Sugestões
de estratégias
Considerando os
fatores relacionados à desidratação dos idosos, o uso de alimentos ricos em
água, o fracionamento e a variação dos tipos de líquidos ofertados constituem,
portanto, importantes estratégias para a manutenção e melhora da ingestão
hídrica em idosos. Oferecer fracionadamente
diferentes tipos de líquidos, portanto, pode melhorar a aceitação hídrica nessa
população, despertando o interesse por meio de diferentes sabores e
consistências tornando, assim, a hidratação um processo menos monótono [1,4].
Se tratando de idosos
disfágicos, é importante avaliar a aceitação dos
diferentes tipos de líquidos espessados e preconizar as preferências do
paciente. Líquidos que contenham algum sabor podem minimizar a textura dos espessantes e melhorar sua aceitação, contribuindo para o
processo de hidratação destes idosos [13-15].
Apresentam-se, a
seguir, algumas sugestões de receitas para diversificação da oferta de água
para idosos institucionalizados.
Receita
de chá de frutas
Fonte: Precificação dos alimentos: Hipermercado de uma grande rede da cidade de São Paulo, 2017. Receita:
https://fortissima.com.br/2014/06/18/10-receitas-de-chas-para-aquecer-seu-inverno-59721/
Receita
de chá de cascas de frutas
Fonte: Precificação dos alimentos: Hipermercado de uma grande rede da cidade de São Paulo, 2017.
Receita: https://www.comidaereceitas.com.br/bebidas-e-sucos/cha-de-casca-de-frutas.html
Cabe ainda salientar
que essas receitas se baseiam no aproveitamento integral dos alimentos,
contribuindo para a redução do desperdício e da produção de lixo diminuindo,
dessa forma, o impacto ambiental. Além disso, as cascas e sementes,
especialmente das frutas, são uma opção saudável e nutritiva que podem ser
utilizadas em diversas preparações [18]. Na receita acima se utilizaram as
cascas das frutas que haviam sobrado após o preparo do chá número 1.
Receita
de água aromatizada com pepino e limão siciliano
Fonte: Precificação dos alimentos: Hipermercado de uma grande rede da cidade de São Paulo, 2017.
Receita: https://www.greenme.com.br/receitas-saudaveis/1087-10-receitas-de-agua-aromatizada
Receita
de água aromatizada com abacaxi
Fonte: Precificação dos alimentos: Hipermercado de uma grande rede da cidade de São Paulo, 2017.
Receita: https://www.greenme.com.br/receitas-saudaveis/1087-10-receitas-de-agua-aromatizada
A Tabela I mostra o
teor de água presente em alguns alimentos segundo Popkin,
Danci e Rosemberg (2010), a
fim de favorecer a adequada seleção para composição de dietas com a finalidade
de hidratação em idosos institucionalizados.
Tabela
I – Porcentagem de água em alimentos
selecionados.
Fonte: adaptado de Popkin et al. [54].
Diante das
importantes funções que a água desempenha no organismo humano, das alterações
fisiológicas que ocorrem no processo natural do envelhecimento e de diversos
fatores externos, o idoso se torna mais propenso à desidratação e às suas
graves consequências. A hidratação, portanto, torna-se um processo ainda mais
importante na assistência desses indivíduos, especialmente quando
institucionalizados.
As ILPIs enfrentam diversas dificuldades no que se diz
respeito à alimentação e hidratação de idosos. A dificuldade de deglutição, a
diminuição da capacidade cognitiva e a maior dependência de cuidadores são os
principais desafios para se conseguir a ingesta hídrica ideal em idosos
institucionalizados.
Conclui-se que a
oferta fracionada de diferentes líquidos além da água, como: chás, sucos, águas
saborizadas e aromatizadas, sopas, ensopados e
preparações a base de molhos, constituem uma estratégia interessante para
estimular a hidratação e tornar esse processo menos monótono nessa população.
Além disso, a escolha de alimentos que contenham uma boa quantidade de água
também pode contribuir para a ingesta hídrica e melhorar o estado de hidratação
dos idosos residentes de ILPI.
Por fim, destaca-se o
papel fundamental do Nutricionista neste contexto, realizando não somente o
controle e o monitoramento da ingesta hídrica, mas também a educação
nutricional a respeito da importância da água e o desenvolvimento de
estratégias para melhorar a hidratação dessa população.