ARTIGO
ORIGINAL
Perfil
microbiológico de uma pré-mistura de gelado de chocolate isento de lactose a
base de farinha de inhame sob tratamento a vácuo
Microbial profile of a pre-mix of chocolate ice cream without lactose
with yam flour after vacuum treatment
Gábia Aparecida
Rodolphi Fabre*, Wagner Amado Veiga**, Vagner Rocha Simonin de Souza, D.Sc.***
*Nutricionista,
Pós-Graduanda em Nutrição Clínica Funcional
e Fitoterapia, Faculdade Redentor,
**Biólogo, Especialista em Análises Clínicas,
Docente do curso de nutrição,
Coordenador de Laboratórios, Faculdade Redentor,
***Nutricionista, Docente e
Coordenador do curso de Nutrição, do curso de
Pós-Graduação em Nutrição
Clínica
Funcional e Fitoterapia e do curso de
Pós-Graduação em Nutrição Aplicada
à
Estética e à Prática Desportiva, Faculdade
Redentor/RJ
Recebido 19 de
setembro de 2016; aceito 15 de maio de 2017.
Endereço
para correspondência:
Vagner Rocha Simonin de Souza, Faculdade redentor, Rodovia BR 356, 25, Bairro
Pres Costa e Silva, 28300-000 Itaperuna RJ, E-mail: vagsimonin@gmail.com,
coordnutricao@redentor.edu.br; Gábia Aparecida Rodolphi Fabre:
gabiafabre@gmail.com; Wagner Amado Veiga: w.amado.v@gmail.com
Resumo
Este trabalho teve
como objetivo verificar a qualidade microbiológica da pré-mistura de gelado de
chocolate isento de lactose a base de farinha de inhame, sob
tratamento a vácuo durante sessenta dias no Laboratório de Técnica
Dietética da Faculdade Redentor. Os contaminantes microbiológicos analisados
foram Salmonella spp/25g, Bacillus cereus, e coliformes a 45°/g.
Os resultados obtidos mostraram ausência de Salmonella
spp/25 e Bacillus cereus,
entretanto a carga microbiana de coliformes a 45°, mesmo ocorrendo redução na
amostra a vácuo, ultrapassou os limites estabelecidos pela RDC n° 12 de 2 de janeiro de 2001. Sendo assim, conclui-se que a
embalagem a vácuo foi significante para a conservação do produto, sendo
necessário apenas estabelecer medidas de controle que visam diminuir a
contaminação inicial da pré-mistura por coliformes a 45°/g, para que o produto
possa tornar seguro e pronto para o consumo.
Palavras-chave: Salmonella, Bacillus cereus, coliformes
fecais, isento de lactose.
Abstract
This study aimed to verify the microbiological quality of pre-mix of
lactose-free chocolate ice cream with yam flour after vacuum treatment during
sixty days at the Dietetic Technique Laboratory of Faculdade
Redentor, Itaperuna/RJ, to
ensure proper sanitary conditions for intake of this mixture. The
microbiological contaminants analyzed were Salmonella sp/25g,
Bacillus cereus and coliforms at 45°/g. The results showed absence of
salmonella sp/25 and Bacillus cereus,
however the microbial load of coliforms at 45°, even with the reduction
occurring in vacuum sample, exceeded the limits established by RDC nº 12 of
January 2nd, 2001. In that way, it can be concluded that vacuum packaging was
significant for the conservation of the product, requiring only to establish control measures to reduce the contamination of
pre-mix by coliforms at 45°/g, for the product can become safe in hygienic and
sanitary quality and ready for use.
Key-words: Salmonella,
Bacillus cereus, coliforms, lactose.
A intolerância a
lactose pode ser definida como uma incapacidade de hidrólise da lactose, que é
um dissacarídeo encontrado no leite da maioria dos mamíferos, devida uma
deficiência da enzima lactase. A lactose ingerida não é degradada permanecendo
no colón intestinal, onde sofrerá processo de fermentação pelas bactérias da
flora intestinal, produzindo ácido láctico, metano (CH4) e gás hidrogênio (H2),
levando o aparecimento de dor abdominal, diarreia, náusea e flatulência [1,2].
O diagnóstico desta
doença pode ser obtido através de uma anamnese e exame físico do paciente, a
fim de avaliar a digestão e absorção da lactose, outros exames também poderão
ser feitos, como pesquisa de açúcar nas fezes, determinação do pH fecal, teste de tolerância com sobrecarga oral de
lactose, teste de hidrogênio expirado e biópsia intestinal [3].
O tratamento da
intolerância à lactose pode ser feito diminuindo a ingestão de alimentos com
alta concentração de lactose, como o leite dando preferência aos alimentos como
iogurtes, queijos, leites fermentados e pães, onde o teor de lactose se
encontra reduzido [2]. É relevante também fracionar o consumo de lactose
durante o dia e sempre acompanhado de outros alimentos. No caso de exclusão
total é necessário substituir o leite materno por formulas infantis à base de
leite de vaca isenta de lactose [4].
Sendo assim é
relevante a elaboração de novos produtos isentos de lactose, a fim de reduzir
os sintomas característicos da intolerância e aumentar o mercado alimentício
para os portadores de intolerância a lactose. De acordo com Maia et al. [5], o sorvete ou gelado é uma excelente opção, pois
parte de um produto que agrada aos mais variados paladares, de todas as faixas
etárias e de qualquer classe social, além de ser um dos produtos que apresenta
elevado consumo no Brasil [6].
Porém para que um
novo produto possa ser introduzido no mercado, e consumido sem causar danos à
saúde é necessário que esteja seguro do ponto de vista microbiológico, pois os
produtos que se destinam a mercados devem obedecer aos padrões de controle de
contaminação, visto que entre os vários parâmetros que determinam a qualidade
de um alimento, os mais importantes são aqueles que definem suas
características microbiológicas [7].
De acordo com ANVISA,
a Resolução 12/2001 [8] que estabelece padrões microbiológicos e sanitários
para alimentos, os ensaios microbiológicos necessários a serem analisados para
o produto em questão são Salmonella sp/25, Bacillus cereus e coliformes a 45°/g. Sendo
assim, este trabalho teve como objetivo verificar a qualidade microbiológica da
pré-mistura de gelado de chocolate isento de lactose a base de farinha de
inhame elaborada e armazenada a vácuo durante sessenta dias no Laboratório de
Técnica Dietética da Faculdade Redentor de Itaperuna/RJ, a fim de assegurar
condições sanitárias adequadas para o consumo de gelado.
Desenvolvimento
da receita
Para produção da
pré-mistura do gelado de chocolate isento de lactose a base de farinha de
inhame, foram utilizados 100 g de farinha de inhame, 50 g de açúcar refinado,
30 g de cacau em pó, 0,6 g de emulsificante e 0,6 g de liga neutra.
Coleta
de amostras
Foram coletadas 50 g
de amostra da pré-mistura do gelado de chocolate isento de lactose a base de
farinha de inhame para análise da Salmonella
sp, Bacillus cereus e coliformes a 45°. As
amostras foram divididas em duas partes de 25 g, onde uma parte foi
acondicionada a vácuo e a outra sem vácuo em embalagem plástica não
esterilizada em temperatura ambiente, por um período de dois meses, no
Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade Redentor.
Diluição
das amostras
A metodologia
utilizada se baseou na instrução normativa nº 62/2003 [9]. Para realizar a
diluição das amostras, foi adicionado 25 g da amostra
a vácuo e sem vácuo em 225 ml de solução salina peptonada 0,1%, formando uma
diluição 10-1. A partir da diluição 10-1, com auxílio de
pipetas estéreis, foram preparadas as diluições 10-2 e 10-3.
Isolamento,
identificação e quantificação dos microrganismos
Salmonella spp
Após diluição de 25 g
da amostra de pré-mistura do gelado de chocolate a base de farinha de inhame
isento de lactose em solução salina peptonada 0,1%, foram semeados 0,1 ml das
diluições nas placas de Petri contendo Agar SS, e encubados na estufa com 36°C
por 24 horas. As colônias típicas que cresceram no meio Agar SS foram repicadas
para o Caldo BHI, a fim de se proliferarem, visto que é um meio nutritivo que
auxilia no crescimento de colônias [10]. Tendo sido feita a primeira etapa de
seleção, foi realizada a coloração de gram e os testes para identificação
bioquímica. Uma alçada destes cultivos contidas no Caldo BHI foi semeada nas
placas contendo Agar Verde Brilhante. As colônias que apresentaram morfologia
colonial característica de Salmonella,
foram repicadas para o meio Agar Tríplice Açúcar Ferro (TSI) e MR VP, conforme
demonstra a figura 1 [11].
Figura
1 - Fluxograma dos meios de cultura utilizados
para confirmação de Salmonella, onde TSI = Agar Tríplice Açúcar Ferro e MR VP =
Vermelho de Metil e Voges – Proskauer.
Bacillus cereus
Para realizar o
isolamento e quantificação de Bacillus
cereus, foram semeados 0,1 ml das diluições da amostra de gelado de
chocolate isento de lactose a base de farinha de inhame nas placas de Petri
contendo Agar Bacillus Cereus e armazenados na estufa a 30°C por 24 horas. As
colônias típicas que cresceram no meio Agar Bacillus
Cereus foram isoladas para o Caldo BHI. Após a etapa de seleção foi
realizado a coloração de gram e os testes para a identificação bioquímica de Bacillus cereus. Uma alçada destes
cultivos contidas no BHI foi transferida para placas contendo Agar Sangue Base
enriquecido com sangue e para tubos de ensaio contendo Meio Teste de
Motilidade. A placa de Agar Sangue que apresentou atividade hemolítica foi
submetida ao teste de catalase. Foram realizados
também os teste MR VP a fim de avaliar a produção de ácidos e de acetoína
através da fermentação de glicose, conforme mostra a figura 2 [11,12].
Figura
2 - Fluxograma dos meios de cultura utilizados
para confirmação de Bacillus cereus, onde MR VP = Vermelho de Metil e Voges –
Proskauer.
Coliformes
termotolerantes
A análise de
coliformes foi realizada com a técnica dos tubos múltiplos para enumeração do
número mais provável (NMP) de coliformes a 44,5°C (Termotolerantes). O teste
presuntivo foi realizado adicionando 1 ml das
diluições da amostra de gelado de chocolate isento de lactose a base de farinha
de inhame em três baterias de três tubos contendo Caldo Lauryl Triptose e tubos
de Durham invertido. A presença de coliformes foi identificada pela retenção de
gás nos tubos de Durham, visto que os coliformes produzem ácidos e gás através
da fermentação da lactose [13].
Para o teste
confirmativo apenas os tubos com positividade no teste presuntivo foram
utilizados. Com auxílio da alça bacteriológica, foi transferido o conteúdo dos
tubos positivos da etapa anterior para os tubos de ensaio contendo caldo EC e
estes foram encubados em banho-maria a 44,5ºC por 24 horas. Transcorrido o
tempo de incubação, os tubos foram verificados quanto à presença de gás e
turvação.
O número de tubos
positivos foi anotado e quantificado utilizando-se a técnica do número mais
provável (NMP) e os resultados foram expressos em NMP/g com intervalo de
segurança de 95%. [14].
Análise
da qualidade microbiológica
Os resultados
encontrados na análise microbiológica de Salmonella, Bacillus cereus e
coliformes a 45º FORAM comparados com os valores estabelecidos pela ANVISA,
Resolução 12/2001 no ítem 3 (raízes, tubérculos e
similares) letra c (secas, desidratadas ou liofilizadas) [8]. Este parâmetro
foi escolhido devido à presença nos ingredientes farinha de inhame,
manufaturada com inhame seco, já que não foi encontrado nenhum item específico
para gelado à base de farinha de tubérculos.
Conforme demonstra a
tabela I, onde estão representados os meios de cultura para análise da presença
de Salmonella, no meio Agar SS houve
crescimento de colônias típicas de Samonella,
com característica de incolor com centro negro [10], tanto nas diluições a
vácuo quanto na sem vácuo. Na coloração de gram foi confirmado
a presença de Bacilo negativo, nas diluições a 10-1 da amostra a vácuo e
sem vácuo, assim como no meio Agar Verde Brilhante, houve crescimento de
colônias característica de Salmonella spp,
de coloração rosada. Porém, tanto no TSI e MR VP, que são testes usados para
confirmação de Salmonella, as reações
demonstraram ausência dessa bactéria no produto.
Tabela
I - Análise microbiológica de Salmonella spp na
pré-mistura de gelado de chocolate.
T = colônias típicas;
- = colônias atípicas; TSI = Agar Tríplice Açúcar Ferro; MR VP = Vermelho de
metil e Voges – Prosauker.
Segundo a tabela II,
no meio Agar Bacillus Cereus, houve o crescimento de colônias com coloração
azul características de Bacillus cereus,
em todas as diluições, tanto na amostra a vácuo quanto na sem vácuo. Na
coloração de gram foi confirmado a presença de Bacilo
gram negativo na diluição a 10-3 sem vácuo. Tanto no teste de Motilidade, Agar
Sangue, Catalase e MR VP foram detectados a motilidade das bactérias, reações
de hemólise, degradação do peróxido de hidrogênio e fermentação da glicose com
produção de acetoína respectivamente na diluição a 10-3 sem vácuo.
Tabela
II -
Análise microbiológica de Bacillus cereus
na pré-mistura de gelado de chocolate.
T = colônias típicas;
- = colônias atípicas; MR VP = Vermelho de metil e Voges - Prosauker.
De acordo com os
resultados analisados na tabela abaixo, a pré-mistura de gelado de chocolate
acondicionada por sessenta dias sob tratamento a vácuo, não atendeu totalmente
à legislação ANVISA – Resolução 12/2001 [8], pois apesar da Salmonella e Bacillus cereus não ter se mostrado presente na amostra a vácuo, a
contagem microbiológica do grupo coliformes a 45°,
constatou presença acima do valor estabelecido pela legislação.
Tabela
III
- Comparação da legislação com os
resultados das análises microbiológicas na pré-mistura de gelado de chocolate.
A Salmonella tem sido
reconhecida como uma importante causa de doenças intestinais por muitos anos e
os métodos de controle está bem estabelecida. Apesar disto, esta bactéria
permanece como a principal causa de contaminação de alimentos em todo o mundo
alcançando 1,3 bilhões de casos com três milhões de óbitos anualmente, causados
principalmente pela ingestão de alimentos contaminados por Salmonella, destacando os alimentos com alta atividade de água e
ricos em proteína, como os produtos cárneos, ovos e os laticínios [15,16].
No presente estudo, a
pré-mistura de gelado, não apresentou contaminação por Salmonella, por ser um
produto que apresenta baixa atividade de água, tornando o meio com condições
pouco favoráveis para o crescimento desta bactéria.
O Bacillus cereus é uma bactéria que está
largamente distribuído na natureza, sendo o solo o seu principal reservatório
natural, por esta razão, contamina facilmente alimentos como vegetais e
cereais, podendo ser encontrado também em alimentos desidratados, como
farinhas, amidos e leite em pó, devido à presença de esporos que lhe confere
resistência a altas temperaturas, secagem, sanitizantes químicos e radiações
ionizantes [17].
Apesar desta bactéria conseguir sobreviver nas diversas formas de
tratamentos dos alimentos, vários estudos tem mostrado a ausência ou
quantidades toleráveis de Bacillus cereus
em farinhas, como de mandioca, banana verde, e trigo. Quanto à farinha de
inhame ainda não existem dados que comprovem a ausência ou presença de Bacillus cereus neste produto.
Em um estudo
realizado por Chisté et al. [18], foi analisada a presença de
microrganismo durante o processamento da farinha de mandioca e da farinha após
o preparo. Verificou-se que a farinha apresentou contaminação por Bacillus
cereus, porém numa quantidade inferior ao limite estabelecido pela ANVISA –
Resolução 12/2001 [8], estando assim apta para o consumo.
As Unidades de
Alimentação e Nutrição são locais onde se identifica grande parte de surtos de
origem alimentar, por ser um ambiente que entra em contato com diversos
alimentos, sejam eles higienizados ou não. Além disso, os processos que
garantem a sanitização de áreas, utensílios e equipamentos, frequentemente são
operados de forma precária. É relevante ressaltar, que os esporos de Bacillus cereus tem grande afinidade
para aderir ao aço inoxidável, que é um material encontrado em equipamentos e
utensílios, contribuindo assim para a contaminação cruzada dos alimentos
durante preparo [19].
Mendes et al. [19], realizou um estudo a fim de
avaliar a contaminação por Bacillus cereus em superfície de equipamentos e
utensílios em Unidade de Alimentação e Nutrição, das 30 amostras analisadas,
constatou-se que 38,3% apresentavam alta contaminação por Bacillus cereus,
sendo consequência de falhas no processo de higienização.
No presente estudo, a
presença de Bacillus cereus na
pré-mistura de gelado de chocolate pode ter sido oriundo da própria matéria
prima que possui alta susceptibilidade para a presença de Bacillus cereus [16]
e ou durante o manuseio no preparo e inoculação da pré-mistura, devido
sanitização inadequada dos utensílios.
Entretanto, apesar da
amostra da pré-mistura de gelado de chocolate apresentar contaminação por Bacillus cereus no tempo zero, pode-se
observar que a embalagem a vácuo durante 60 dias foi eficiente para reduzir a
carga microbiana, assegurando uma vida de prateleira adequada do produto,
apesar de Bacillus cereus ser uma
bactéria aeróbia facultativa, que consegue sobreviver tanto na presença e
ausência de oxigênio [20].
A embalagem a vácuo é
um tipo de acondicionamento muito empregado para os alimentos, pois tende
aumentar a vida de prateleira dos produtos, diminuindo o risco de deterioração
e contaminação, visto que ocorre redução da umidade, atividade de água e
ausência de oxigênio [21].
No mesmo estudo
citado acima, realizado por Chisté et al. [18], foi
também analisada a presença de coliformes a 45°, durante o processamento para
obtenção da farinha de mandioca e do produto final. Foi constado alto nível de
contaminação por coliformes no início da elaboração da farinha, porém nas
últimas etapas de processamento e no produto final, a farinha de mandioca,
houve redução da carga microbiana, obedecendo aos limites exigidos pela
legislação, ANVISA – Resolução 12/2001 [8].
Sendo assim pode-se
confirmar que a contaminação da pré-mistura de gelado de chocolate por
coliformes a 45° pode ser atribuída à própria matéria prima utilizada para
elaborar a pré-mistura, devido à alta suscetibilidade da base desse produto, a
farinha de inhame, que está contaminada por coliformes, e ou por falhas de
higiene na manipulação durante a elaboração da pré-mistura.
Porém cabe ressaltar,
que apesar da pré-mistura apresentar níveis elevados de contaminação por
coliformes a 45°, o tratamento a vácuo por 60 dias,
foi relevante para reduzir a presença deste indicador para níveis aceitáveis
pela legislação vigente, sendo necessário apenas tomar medidas que visam
auxiliar na redução da contaminação inicial do produto.
Os manipuladores de
alimentos possuem fundamental importância na higiene e sanidade na elaboração
das preparações, visto que a eles cabe o manuseio, tornando-se fonte potencial
de contaminação, caso ocorram falhas no processo de preparação, sendo assim a
educação e o treinamento dos mesmos as melhores ferramentas para assegurar a
qualidade de um produto [22].
Mediante ao estudo
realizado, conclui-se que a embalagem a vácuo foi capaz de impedir o
crescimento tanto de Salmonela sp quanto de Bacillus
cereus. Quanto aos coliformes a 45°, apesar da carga microbiana no
tratamento a vácuo não atender os limites estabelecidos pela legislação, ANVISA
– Resolução 12/2001[8], pode-se perceber que houve um declínio significante de
contaminação, sendo necessário apenas estabelecer medidas higiênico-sanitárias
nas etapas de processamento da pré-mistura, a fim de garantir uma redução
inicial de contaminação, para que assim o tratamento a vácuo possa ser relevante
e atender os limites estabelecidos pela legislação e tornar o produto pronto
para ser comercializado e seguro para o consumo.