ARTIGO ORIGINAL
A importância do uso de
equipamentos de proteção individual e a segurança dos alimentos manipulados por
ambulantes no município de João Pessoa/PB
The importance of the use of
individual protection equipment
and the safety
of foods manipulated by ambulants in the municipality of João Pessoa/PB
Daniele
Santos Brito*, Wanessa Lima de Souza**
*Graduanda em Nutrição
pela Faculdade Internacional da Paraíba, **Docente do Curso de Graduação em
Nutrição da Faculdade Internacional da Paraíba, Especialista em Nutrição
Clínica
Recebido
9 de junho de 2018; aceito 15 de setembro de 2019
Correspondência: Wanessa Lima de
Souza, Faculdade Internacional da Paraíba, Av
Monsenhor Walfredo Leal, 512 Tambiá
João Pessoa PB
Daniele
Santos Brito: danielesantosbrito@gmail.com
Wanessa
Lima de Souza: wanlsouza@hotmail.com
Resumo
O
Equipamento de Proteção Individual é utilizado
para proteger os profissionais
individualmente, reduzindo qualquer tipo de ameaça ou risco para
o trabalhador.
Este estudo teve como objetivo verificar o uso do Equipamento de
Proteção Individual
pelos ambulantes ao manipular os alimentos fabricados por eles. O
presente
estudo uma pesquisa de campo de caráter descritivo e
exploratório, para
verificar o uso dos Equipamentos de Proteção Individual
pelos ambulantes do
município de João Pessoa/PB. Foram entrevistados 50
ambulantes localizados na
parte central de João Pessoa. Os resultados mostram que 24% dos
entrevistados
utilizavam máscaras e 76% não faziam uso. O segundo item
verificado, foram as
toucas que 44 % dos entrevistados utilizavam e 56% não
utilizavam, quanto ao
uso das luvas 14% ambulantes utilizavam e 86% não utilizavam de
forma correta,
quanto ao uso do avental 20% dos entrevistados usavam e 80% não
utilizavam. O
estudo revelou que os ambulantes não utilizam os Equipamentos de
Proteção
Individual ao manipular os alimentos, e que não existiu
preocupação do
manipulador em relação à higiene e
manipulação dos alimentos a serem consumidos
pela população, e que não há
fiscalização por parte dos órgãos
responsáveis.
Palavras-chave: equipamentos de
proteção individual, ambulantes, manipulação de alimentos.
Abstract
Personal Protective Equipment is used
to protect professionals individually, reducing any type
of threat or risk to
the worker. This study aimed
to verify the use of the
Individual Protection Equipment
by street vendors when handling
the foods manufactured by them. This study
is a field research of descriptive
and exploratory character, to verify
the use of Individual Protection Equipment by the ambulates
of the municipality
of João Pessoa-Paraíba. Fifty
street vendors located in the central part of João Pessoa were interviewed. Results showed that 24% of the
interviewees used the masks and
76% did not use them. The second item was the caps
that 44% of the interviewees used and 56% did
not use. 20% of the interviewees used and 80% did
not use it. The study revealed that street
vendors do not use the Individual Protection Equipment when handling food and that there was
no concern of the manipulator regarding hygiene and food handling to be consumed
by the population
and that there is no controle by the public
services.
Key-words: personal
protective equipment, ambulants, food handling.
O conceito de segurança alimentar que era
anteriormente limitado a quantidade apropriada de alimentos, foi ampliado a
partir de 1986, com a I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição
(CONSEA), incorporando também o acesso universal aos alimentos, os aspectos
nutricionais e, consequentemente, as questões relativas à composição, a
qualidade, a segurança higiênico-sanitária e ao aproveitamento biológico [1].
Estudos indicam como uma das principais causas
de surtos de doenças de origem alimentar o despreparo dos manipuladores de
alimentos, relacionando-se diretamente com a contaminação dos alimentos,
decorrente de doenças, de maus hábitos de higiene e de práticas inadequadas na
operacionalização do sistema produtivo de refeições [2].
O equipamento de proteção individual (EPI) é
importante para proteger os profissionais individualmente, reduzindo qualquer
tipo de ameaça ou risco para o trabalhador. O uso dos equipamentos de proteção
individual é determinado pela norma regulamentadora (NR6) do Ministério do
Trabalho (pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001) onde estabelece
que os EPIs sejam fornecidos de forma gratuita ao trabalhador para o desempenho
de suas funções.
A função dos EPIs é neutralizar ou atenuar
agentes agressivos contra o corpo do trabalhador que o usa, evitando lesões ou
minimizando sua gravidade. Apesar disso, ainda ocorrem milhares de acidentes
ocupacionais ao ano no Brasil, muitos deles devido ao não cumprimento das
obrigações [3].
Entende-se por alimentos comercializados por
ambulantes, alimentos e bebidas prontos para o consumo, preparados e/ou
vendidos nas ruas e outros lugares públicos similares, para consumo imediato ou
posterior, sem que haja, contudo, etapas adicionais de preparo ou
processamento. Nesta definição também são incluídas as frutas frescas e
vegetais vendidos fora das áreas comerciais autorizadas [4].
O preparo e a comercialização de alimentos por
ambulantes nas ruas das grandes cidades são um fenômeno mundial e de grande
importância, sobretudo para os países em desenvolvimento, uma vez que constitui
uma fonte de renda para a população mais carente [5].
O ambiente influi diretamente nas condições
higiênico-sanitárias dos alimentos expostos. As superfícies onde ficam
apoiados, assim como os utensílios empregados na manipulação e as mãos dos
feirantes também podem ser veículos de contaminantes [6].
Dessa forma, este estudo tem como objetivo
geral, verificar o uso de equipamento de proteção individual pelos ambulantes
ao manipular os alimentos, bem como os objetivos específicos, a identificação
dos riscos de contaminação alimentar causados pelo não uso de equipamento de
proteção individual.
A presente pesquisa trata-se de uma pesquisa de
campo de caráter descritivo e exploratório, para verificar o uso dos
Equipamentos de Proteção Individual pelos ambulantes da cidade de João
Pessoa/PB.
Esta pesquisa foi realizada com os ambulantes
que ficam em frente a Faculdade Internacional da Paraíba, no parque Sólon de
Lucena (Lagoa) no shopping popular (Terceirão) no
município de João Pessoa/PB.
Foram entrevistados 50 ambulantes no período de
sete dias abordando sobre o uso dos equipamentos de proteção individuais, para
a coleta de dados foi utilizado um questionário com perguntas objetivas e
subjetivas dando foco na utilização do uso dos EPIs, o mesmo foi preenchido pelos
ambulantes participantes, a pesquisa foi realizada do dia 26 a 30 de março de
2018 por meio de visitas técnicas em todos os locais citados.
Os participantes assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido que os convidavam oficialmente a participar
de forma voluntária, de acordo com objetivo da pesquisa e garantia de sigilo em
relação aos dados informados.
A análise dos dados coletados foi realizada
através do programa computacional Microsoft Office Excel 2013, por meio da
distribuição dos dados em tabelas e gráficos. a
análise dos dados foi realizada em forma de tabulação, além disso, pesquisas
bibliográficas em sites (BVS, Scielo, Lilacs) e em livros para embasar os resultados e dar
fundamento teórico-científico as discussões.
A tabela mostra o resultado obtido através de
um questionário realizado para verificar o uso de EPIs pelos ambulantes, na
cidade de João Pessoa/PB. No total foram entrevistados 50 ambulantes de idade
entre 20 e 48 anos.
Tabela I - Valores obtidos com aplicação do questionário para avaliar o uso de
equipamentos individual com ambulantes.
Fonte:
Dados da pesquisa, 2018
A tabela I mostra que apenas 15 ambulantes
tinham conhecimento do que é EPIs, e somente 22 utilizavam, 41 ambulantes sabiam
da importância dos equipamentos, 4 vendedores, foram questionados por não usar
os equipamentos, 10 ambulantes responderam que já sofreram algum tipo de
acidente no momento da manipulação, e todos os vendedores responderam que acham
importante trabalhar respeitando as normas de segurança, e apenas 7 ambulantes
disseram que já participaram de palestras.
Fonte:
Dados da pesquisa, 2018.
Figura 1 - Percentual de entrevistados que conhecem EPIs.
De acordo com o presente estudo 30% dos
ambulantes entrevistados afirmaram saber o que são EPIs, enquanto 70% disseram
não ter conhecimento sobre o assunto. Esses dados mostram a necessidade de
capacitação desses comerciantes, pois desconhecem a verdadeira importância da
utilização desses equipamentos, que é proteger tanto quem manipula quanto quem
consome os alimentos comercializados pelos ambulantes.
Apesar da comprovada relação de várias doenças
com a ingestão de alimentos contaminados, do elevado número de internações
hospitalares, pouco se conhece da real magnitude do problema, devido à
precariedade das informações disponíveis a esses ambulantes, poucos conhecem os
procedimentos de higiene necessários para que os alimentos vendidos nas ruas
sejam seguros, sem risco de contaminação provocados por perigos biológicos,
químicos e físicos [7].
Fonte:
Dados da pesquisa, 2018.
Figura 2 - Percentual de ambulantes entrevistados que utilizam EPI.
Quanto à utilização dos EPIs, 44% dos
ambulantes entrevistados afirmaram utilizar os equipamentos, enquanto 66% dos
entrevistados nunca utilizaram, ou utilizam raramente. Têm grande
responsabilidade na prevenção da incolumidade do trabalhador contra diversos
riscos oferecidos pelo ambiente de trabalho [8].
Fonte:
Dados da pesquisa, 2018.
Figura 3 - Percentual de ambulantes entrevistados que já sofreram acidentes.
A figura acima mostra o percentual de pessoas
que já sofreram acidente enquanto estavam manipulando os alimentos, fatores
como desatenção, imprudência, imperícia, e inexperiência na realização de
tarefas, são as principais causas de acidentes de trabalho, além da falta de
utilização e conhecimento sobre os EPIs.
Acidentes com ferramentas cortantes,
queimaduras, choques elétricos, são os mais frequentes entre os ambulantes,
principalmente pela falta de utilização e/ou uso incorreto de EPI, além do não
fornecimento do Equipamento por parte de alguns empregadores, que infelizmente
contribuem e muito para o acontecimento de acidentes diversos [9].
No
quesito sobre a importância do uso dos EPIs, 80% dos ambulantes acham
importante utilizar, e 20% dos ambulantes não veem a importância. quanto ao
fato de haver possíveis questionamentos dos clientes sobre utilizar ou não os
EPIs, 8% dos vendedores afirmaram que sim, e 92% nunca foram questionados, 20%
dos ambulantes entrevistados, afirmaram já terem sofrido acidentes de trabalho
e 80% deles nunca sofreram nenhum acidente de trabalho.
Quanto à importância de se trabalhar
respeitando as normas de segurança, 100% dos ambulantes acham importante
respeitar, entretanto, apenas 14% dos ambulantes entrevistados afirmaram já ter
participado de palestras ou treinamentos para orientação do uso de EPIs, e 86%
nunca participaram ou tiveram nenhum tipo de orientação. Quanto à fiscalização
no local, 100% dos ambulantes entrevistados afirmaram que nunca foram abordados
por algum tipo de fiscalização.
O objetivo da Vigilância Sanitária (ANVISA) em
relação aos alimentos é, fiscalizar, licenciar e cadastrar os estabelecimentos
que produzem, comercializam, distribuem e/ou armazenam alimentos; bem como
fiscalização do transporte dos produtos alimentícios [10].
Os resultados apontaram que os ambulantes têm
conhecimento da importância da utilização dos EPIs, porém não utilizam com
frequência podendo assim evitar acidentes e reduzir os riscos de contaminação
transmitidos por alimentos.
A falta de eficiência no sistema de segurança
acaba causando problemas de relacionamento humano, produtividade, qualidade dos
produtos e/ou serviços prestados. A economia feita não se investindo no sistema
de segurança mais adequado acaba ocasionando graves prejuízos, pois um acidente
no trabalho implica baixa na produção, investimentos perdidos em treinamentos e
outros custos [11].
Fonte:
Dados da pesquisa, 2018.
Figura 4 - Equipamentos de proteção individual utilizados pelos ambulantes.
De acordo com o gráfico, os ambulantes
entrevistados utilizavam algum tipo de EPI. Foram entrevistados 50 ambulantes,
12 (24%) deles utilizavam mascaras para se proteger, enquanto 38 (76%), dos
ambulantes entrevistados não utilizavam, o Manual de Boas Práticas de
manipulação recomenda o uso de máscaras em situações bastante específicas, pois
sua utilização frequente pode resultar em uma fonte de contaminação. uma vez
que a máscara se torna úmida depois de 20 a 30 minutos de uso, agregando as
fibras e permitindo a passagem de grande quantidade de micro-organismos, além
de se tornar desconfortável e provocar prurido, ocasionando maior contaminação
das mãos, decorrente do ato de coçar.
Constatou-se que 22 (44%), dos ambulantes
utilizavam toucas durante o preparo dos alimentos e 28 (56%) dos ambulantes não
utilizavam. A touca é um item imprescindível para a manipulação dos alimentos,
07 (14%) dos ambulantes entrevistados utilizavam luvas durante o preparo dos
alimentos e 43 (86%) não utilizavam, a luva é um item imprescindível para a
proteção das mãos principalmente quando são utilizadas ferramentas de cortes,
porém a utilização de luvas por parte dos manipuladores de alimentos é uma
questão controversa.
Embora o manipulador e até mesmo o consumidor
acreditem que a utilização de luvas garante um produto com melhor qualidade
final, sabe-se que, quando utilizadas incorretamente, as luvas na verdade
protegem as mãos dos manipuladores, e não a matéria prima alimentar [12].
Com relação ao avental apenas 10 (20%) dos
ambulantes entrevistado usavam aventais e 40 (80%) não utilizavam, os aventais,
principalmente os térmicos, são excelente proteção para o tronco dos
profissionais. A negligência com a acuidade dos alimentos comercializados na
rua é mais comum do que a clientela imagina, como por exemplo o simples ato de
não ter um responsável somente pela manipulação de alimentos, e outro apenas
para a manipulação do dinheiro, contribui para a contaminação do alimento
preparado [13,14].
Autores como Lucca
&Torre [17] e Prado et al. [18]
citam que a higiene pessoal dos manipuladores de comida de rua é bastante
insatisfatória, em relação ao conhecimento dos manipuladores sobre higiene, foi
averiguado que a maioria não possuía conhecimentos básicos sobre os principais
cuidados com a higiene.
Os resultados mostrados no gráfico acima
apontam necessidade de um treinamento específico e acompanhamento desses
ambulantes, para melhor uso dos EPIs e assim evitar o aumento de acidentes de
trabalho que podem resultar em danos graves ao trabalhador e prejuízos
financeiros, como também minimizar o risco de contaminação dos alimentos.
Diante dos resultados obtidos na pesquisa foi
observado que os ambulantes em sua maioria não utilizavam os equipamentos de
proteção individual. Um estudo semelhante, demonstrou que no momento da
produção de alimentos, apenas 15% dos manipuladores faziam o uso de luvas para
manipular os alimentos [17], mostrando uma baixíssima porcentagem, o que condiz
com os dados do presente estudo.
De acordo com Araújo e Silva [19] em seu estudo
com ambulantes em Brasília/DF, foi avaliado a contaminação pelas mãos dos
vendedores por meio de análise microbiológica e como resultado 60% dos
ambulantes não apresentavam unhas curtas e limpas e não faziam o uso de touca,
foram coletadas amostras das mãos dos vendedores, por meio da técnica de Swab. Todos os manipuladores foram submetidos à pesquisa de
coliformes termotolerantes, Staphylococcus sp. e
bactérias mesófilas anaeróbias. Observou-se a presença de adornos em 8 (80%)
dos ambulantes. E presença de microrganismos mesófilos evidenciada em 9 (90%)
dos manipuladores, e foram encontrados coliformes termotolerantes nas mãos de 5
(50%) dos vendedores de rua. Os resultados demonstraram que as condições higiênico-sanitárias
dos vendedores ambulantes eram insatisfatórias.
Os pontos de vendas não possuem infraestrutura
adequada, além disso, os ambulantes entrevistados possuem pouca instrução
quanto a higienização dos equipamentos e utensílios, ensejando risco de
contaminação.
De acordo com um estudo realizado em Natal/RN
por Vilar [20], foi observada a falta de conhecimento sobre boas práticas por
parte dos vendedores de alimentos de Food Trucks, em
relação às condições de higiene. Foi observado que 32% dos vendedores guardavam
seus utensílios de maneira inadequada e expostos a sujidades e insetos, e 46%
dos manipuladores não apresentam uniformes limpos e calçados, não estavam
livres de adornos e não estavam com os cabelos protegidos.
A deficiente informação e falta de educação
sanitária de consumidores e comerciantes podem ser sentidas, não existindo real
consciência dos riscos potenciais que essas práticas podem acarretar à saúde da
população [18].
Oliveira e Maitan
[21], em seu estudo com ambulantes em Goiânia/GO, relatam que os manipuladores
de alimentos, se destacam como potenciais riscos de contaminação devido à
grande falta de higiene, já que os manipuladores manuseavam concomitantemente o
dinheiro e os alimentos sem nenhuma assepsia das mãos, observando que apenas
30% dos manipuladores usavam luvas no preparo de lanches, resultando uma alta
contagem de enterobactérias encontradas nas mãos destes manipuladores,
indicando possível presença de microrganismos patogênicos.
Além disso, apresentou-se algumas
irregularidades quanto às condições higiênico-sanitárias dos ambulantes, tais
como: Falta de capacitação em Boas Práticas, vestimentas inadequadas; a
não-utilização de EPIs quando necessário. Esses fatores contribuem para a fragilidade
da cadeia produtiva dos alimentos, uma vez que os manipuladores são
considerados peças-chave na segurança do alimento, devido ao seu contato direto
com os produtos comercializados.
Os manipuladores devem utilizar cabelos presos
e protegidos por redes, toucas ou outro acessório apropriado, e os adornos
pessoais devem ser retirados antes da manipulação de alimentos, pois acumulam
sujeira e microrganismos, além de poderem cair nos alimentos. Desta forma
faz-se necessária a capacitação dos manipuladores quanto aos cuidados
higiênico-sanitários.
Segundo estudos realizados com ambulantes por
Neri; Araújo & Silva [22] em Uruaçu/GO relatam que 42,80 % dos ambulantes,
manipulavam dinheiro e alimentos ao mesmo tempo, e não era realizada uma
lavagem adequada das mãos. Além de não estarem uniformizados adequadamente, e
nem paramentados com os EPIs necessários.
Após a realização da presente pesquisa foi
possível observar que as condições higiênicas dos vendedores ambulantes se encontravam
insatisfatórias e havia necessidade do uso dos EPIs, podendo assim concluir que
é de fundamental importância uma medida de intervenção de capacitação e
treinamentos sobre boas práticas de manipulação junto a esses vendedores. Foi
observado também que boa parte deles não tem conhecimento do uso adequado dos
EPIs, e aqueles que têm, na maioria das vezes não utilizam corretamente.
Os resultados que foram obtidos neste estudo
enfatizam a necessidade na melhoria da qualidade do alimento a ser oferecido ao
consumidor, deve-se considerar também o caráter transitório de muitos
ambulantes, além da desinformação sobre conceitos básicos de higiene e a falta
de conhecimentos sobre doenças veiculadas por alimentos, visto que é
indispensável o uso de EPIs pelos ambulantes, devido ao grande número de
pessoas que se alimentam fora de casa, tendo em vista que os manipuladores se
destacam como potenciais riscos de contaminação devido à falta de higiene.
Ações para o controle de qualidade de alimentos
tornam-se necessárias, dentre as quais se destacam o treinamento e a reciclagem
periódica dos profissionais envolvidos na comercialização de alimentos.
Sugere-se a adoção de medidas que contribuam para a execução de trabalhos
educativos, junto aos vendedores e comerciantes, de modo a minimizar os erros e
riscos identificados neste estudo.