ARTIGO
ORIGINAL
Avaliação físico-químicas e microbiológica de salsichas
adquiridas no comércio da cidade de Joinville/SC
Physical-chemical and microbiological evaluation of sausages purchased
in the city of Joinville/SC
Eveline Cristina
Dana*, Luciene Viana**, Priscila Sohn Neumann***,
Tania Regina de Oliveira Rosa****
*Acadêmica do Curso de Graduação em Nutrição da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC, Joinville/SC, **Nutricionista,
Docente do Curso de Graduação em Nutrição da Associação Educacional Luterana
Bom Jesus/IELUSC, Joinville/SC, ***Nutricionista, Egressa do Curso de Graduação
em Nutrição da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC, Joinville/SC,
****Mestra em Ciências Farmacêuticas, Docente do Curso de Graduação em Nutrição
da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC, Joinville/SC
Recebido
13 de dezembro de 2016; aceito 15 de março de 2018
Endereço
para correspondência:
Tania Regina de Oliveira Rosa, Associação Educacional Luterana
Bom Jesus/IELUSC, Rua Mafra, 84 Saguaçu
89221-665 Joinville SC, E-mail: taniarprof@gmail.com, Eveline Cristina Dana:
eveline.dana@gmail.com
Resumo
Objetivo: Analisar as
características físico-químicas e microbiológica de salsichas
adquiridas no comércio da cidade de Joinville/SC. Metodologia: Trata-se de um trabalho experimental, observacional e
analítico em 5 amostras de salsichas a vácuo. Foram realizadas determinações de
pH, peso específico, dosagem de proteínas, dosagem de
lipídios e dosagem de carboidratos. Para avaliação microbiológica foram
utilizados meios de cultura com controle positivo e negativo do crescimento de
micro-organismos. Resultados: O pH variou de 6,4 até 6,7. Na dosagem de proteínas as marcas
S1, S3 e S4 estão abaixo do recomendado pela legislação da Instrução Normativa
n°4, de 31 de Março de 2000. Na dosagem de gorduras as amostras analisadas
estão de acordo com os limites estabelecidos pela normativa acima. Na dosagem
de carboidratos a amostra S4 está acima do recomendado pela legislação. A
umidade variou de 56,8% até 66,6%. Na análise microbiológica verificou-se a
predominância de Staphylococcus coagulase
positiva nas amostras S1 e S2 e na análise de fungos Aspergillus sp. nas amostras
S2, S3 e S5. Conclusão: Nas análises
físico-químicas tiveram alterações na dosagem de proteínas, possuindo baixa
quantidade em sua composição, a quantidade de gorduras, carboidratos e sódio
está alta. Na análise microbiológica não tiveram alterações muito
significativas.
Palavras-chave: sódio, gordura, macronutrientes, salsicha.
Abstract
Objective: To analyze the
physico-chemical
and microbiological characteristics of sausages purchased in the city of
Joinville/SC. Methodology: This is an experimental, observational and
analytical work on 5 samples of vacuum sausages. Determinations of pH, specific
weight, protein dosage, lipid dosage and carbohydrate dosage were performed.
Microbiological evaluation was performed using culture media with positive and
negative control of the growth of microorganisms. Results: The pH ranged from 6.4 to 6.7. In the dosage of proteins
the marks S1, S3 and S4 are below that recommended by the legislation of
Normative Instruction n ° 4, of March 31, 2000. In the dosage of fats the
analyzed samples are in agreement with the limits established by the normative
above. In the carbohydrate dosage the S4 sample is above that recommended by
the legislation. Humidity ranged from 56.8% to 66.6%. In the
microbiological analysis, the predominance of Staphylococcus coagulase positive in samples S1 and S2 and in the
analysis of fungi Aspergillus sp. In samples S2, S3 and S5. Conclusion: In the physico-chemical
analyzes, there were alterations in the protein dosage, with a low amount in
its composition, the amount of fats, carbohydrates and sodium is high. In the
microbiological analysis there were no significant changes.
Key-words: sodium, fat,
macronutrients, sausage.
A alimentação tem um
significado maior do que apenas garantir a vitalidade do corpo. O ato de se
alimentar está interligado com valores sociais, culturais, afetivos e
sensoriais. Comer está relacionado também com um momento de prazer e
confraternização com amigos e parentes. Entretanto para que este momento seja
completo temos que considerar o consumo de alimentos saudáveis e produzidos com
segurança alimentar [1].
Porém o estilo de
vida das pessoas atualmente está corrido e com isso buscam-se meios práticos de
se alimentar. As pessoas querem a opção de alimentos rápidos, maior prazo de
vencimento e facilidade no modo de preparo. Com o intuito de atender essa demanda
criam-se os alimentos industrializados, entre esses os embutidos [2].
No entanto, o consumo
desses embutidos pode desenvolver doenças transmissíveis por alimentos que são
definidas como um registro clínico pela ingestão de alimentos que estejam
contaminados com agentes patogênicos do tipo infeccioso, toxinogênico
ou infestantes [3]. O estudo do perfil de bactérias tem importância para a
saúde pública, pois existem registros que mostram uma quantidade de 74% de
Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) que são de origem de carne bovina ou
de frango [4].
A segurança alimentar
possui um papel importante na prevenção dessas doenças transmissíveis por
alimentos. Os principais aspectos da segurança alimentar envolvem
rastreabilidade, rotulagem, higiene, comercialização adequados e direitos dos
consumidores [5].
Diante da importância
da segurança alimentar para a prevenção das DTA, destaca-se também seu uso nos
embutidos emulsionados que são considerados uma mistura, dividida entre a fase
descontínua constituída de gordura e a fase contínua com sais e proteínas
solúveis e tornaram-se os produtos cárneos mais consumidos. Dessa maneira a
produção de embutidos com padrão de qualidade maior torna-se prioridade para a
sobrevivência das empresas no setor de carnes [6].
Dentre os embutidos
mais consumidos destaca-se a salsicha. Os ingredientes que contém na salsicha
são carnes das diferentes espécies de animais e sal, sendo permitida a adição
de carne mecanicamente separada (até 60% de salsichas comuns), miúdos de
diferentes espécies de animais, sendo até 10% de vísceras (estômago, coração,
língua, rins, miolos e fígados), tendões, pele e gorduras [7].
No Brasil, a
diferença técnica entre linguiça e salsicha é que a última é preparada com
carne completamente triturada em partículas microscópicas e homogeneizada com
os outros ingredientes [8]. A salsicha é definida basicamente por carne e
gordura (fase sólida) dispersos em água (fase líquida), formando uma matriz
estável após tratamento térmico moderado [9].
Na língua inglesa a
palavra sausage,
é muito abrangente e identifica todos os embutidos como o salame, paio,
mortadela, chouriço e linguiça. Na Alemanha existem mais de 1.200 tipos de
salsichas. A maioria delas para nós brasileiros seriam classificadas como
linguiças [10].
Os produtos cárneos
de embutidos geralmente apresentam altos teores de gorduras totais, ácidos
graxos saturados (AGS) e sódio, podendo trazer problemas relacionados à saúde
[6].
Os conservantes
utilizados na salsicha possuem grandes quantidades de nitrato e nitrito que
poderão desenvolver câncer de estômago e esôfago, se consumidos em excesso
[11].
Além do uso de
conservantes, a salsicha para preservar suas características, deve estar
refrigerada entre 0 e 5°C e quando congelada deve
estar igual ou inferior a -18°C. O período de validade para a conservação sob refrigeração é de 48 horas [8].
As etapas para a
produção de salsicha são: recepção de matéria prima, pesagem dos ingredientes,
mistura dos ingredientes, embutimento, cozimento, depelagem, embalagem e estocagem [12].
Portanto, o presente
estudo teve como objetivo analisar físico-químicas e microbiologicamente
salsichas vendidas no comércio da cidade de Joinville/SC.
Trata-se de um estudo
experimental, observacional e analítico. Foi realizado no Laboratório Labnutri 01 - Lab. de Química, Bioquímica, Bromatologia, Tecnologia de Alimentos e Microbiologia de
Alimentos da faculdade de Nutrição da Associação Educacional Luterana
Bom Jesus/IELUSC na unidade Saguaçu III.
Para o
desenvolvimento do estudo foram adquiridas as salsichas a vácuo conforme tabela
I.
Tabela
I - Salsichas utilizadas na análise no
laboratório.
Fonte: Os
fornecedores, 2016.
Determinação
das características físico-químicas
As caracterizações
físico-químicas das salsichas foram realizadas mediante os seguintes métodos: pH, peso específico, dosagem de proteínas pelo método biureto, dosagem de gorduras pelo método de Eber e dosagem de carboidratos pelo método de Benedict. A
dosagem de cinzas, umidade e microbiologia também foi realizada.
O presente trabalho
foi realizado tendo como objeto principal de estudo a salsicha embalada a
vácuo. Todos os experimentos foram realizados em triplicata no Labnutri 01 Lab. de Química, Bioquímica, Bromatologia, Microbiologia de Alimentos e Tecnologia de
Alimentos.
Os resultados do pH variaram entre 6,4 até 6,7 e os valores de peso
específico variaram entre 1,85 até 2,13 g/mL,
conforme tabela II.
Tabela
II -
Análise de pH e
peso específico g/mL a 25ºC.
Fonte: A Autora, 2016.
Os valores analisados
de dosagem de proteínas variaram de 5,1 g até 6,37 g, em uma amostra de 50 g, o
percentual variou de 10,2% até 12,74%, valores comparados com o valor mínimo de
12% que a legislação da IN nº 4/2000 permite e os valores de proteínas dos
rótulos em uma amostra de 50 g variaram de 6 até 7,1
g, conforme tabela III.
Tabela
III
- Análise de proteínas.
Fonte: A Autora, 2016.
Os valores de
gorduras variaram de 8,34 g até 10,14 g, os valores do percentual variaram de
16,68% até 20,28%, valores comparados com o valor máximo de 30% que a
legislação da IN nº 4/2000 determina. Os valores da dosagem de carboidratos
variaram de 2,1g até 3,7 g, os valores do percentual variaram de 4,2% até 7,4%,
valores comparados com o valor máximo de 7% que a legislação da IN nº 4/2000
determina, conforme tabela IV.
Tabela
IV -
Análise de gorduras e CHO em 50 g.
Fonte: A Autora, 2016.
Os valores de cinzas
variaram de 2,35 até 4,48%, e de umidade variaram de 56,8 até 66,6%, conforme
tabela V.
Tabela
V - Análise dos valores de cinzas e umidade.
Fonte: A Autora, 2016.
Os valores de sódio
analisados variaram de 510 mg até 712 mg, os valores
de sódio dos rótulos variaram de 366 até 610 mg com um desvio de ± 20% da
variação permitida pela legislação da Resolução RDC nº 360, conforme tabela VI.
Tabela VI - Análise
dos valores de sódio.
*Desvios de ± 20% na
quantidade de sódio; Fonte: A Autora, 2016.
As análises
microbiológicas realizadas foram comparadas com os padrões estabelecidos pela
Resolução RDC nº 12 de 02/01/2001 (Brasil, 2001) [8], e podem ser visualizados
na tabela VII.
Tabela
VII
- Análises microbiológicas.
UFC/g (Unidade
Formadora de Colônia/grama, N (negativo). Resolução RDC nº 12 de 2 Janeiro de 2001[8]; Fonte: A Autora, 2016
O alimento durante
sua vida de prateleira estará sujeito a uma série de reações devido a temperatura, umidade, acidez, teor de oxigênio, embalagem
e outros [9]. Em produtos emulsionados a vida de prateleira é limitada devido à
contaminação depois do cozimento ocasionado pela manipulação e no processo de
embalagem e retirada das tripas. A presença de bactérias láticas são as que
predominam, ocasionando a deterioração em salsichas à
vácuo. A vida de prateleira é um fator importante, pois quanto maior a vida de
prateleira, menor será a devolução de produtos devolvidos no varejo [10].
O pH
é definido como um logaritmo negativo da concentração molar de íons hidrogênio.
Sua escala mede a acidez ou alcalinidade de uma substância, variando os valores
de 1 (pH ácido), 7 (pH neutro) e 14 (pH básico) [1].
Foi verificado o pH das amostras utilizando o pHmetro Analon® e o pHmetro de bancada TEK®. Os resultados do pH variaram entre 6,4 até 6,7, sendo classificados como
levemente ácidos. Alterações nos alimentos em relação ao pH
podem facilitar a proliferação por exemplo de esporos do Clostridium botulinum especialmente em
condições anaeróbicas em que o pH é superior a 4,5 e com elevada atividade de
água conforme um estudo que foi avaliado a qualidade de salsichas do tipo hot dog
durante o armazenamento [14].
A segunda
determinação física realizada foi a do peso específico, aplicado conforme a
fórmula de densidade d = m/v, isto é, o peso da amostra em g/mL a 25ºC. Em comparação com a água, que possui densidade
de 1,0 g/mL a 25ºC. Os resultados são característicos
para alimentos com fase de emulsão. É de extrema importância a mensuração do
peso específico na indústria alimentícia, pois através dele podemos verificar
se houve alguma adulteração nos produtos, como a adição de água e outras
substâncias dissolvidas [15].
A terceira
determinação física foi a dosagem de proteínas.
Segundo a Instrução Normativa/MAPA n° 4 de 2000 [16], o valor proteico das
salsichas não deverá ser inferior a 12%. Nas amostras analisadas conforme
tabela III, as marcas S1, S3 e S4 estão abaixo do recomendado pela legislação.
Em comparação com os rótulos em uma porção de 50 gramas, os resultados ficaram
acima, sendo que a marca S1 foi a que mais se aproximou. Em um estudo para
percentual médio de proteínas para salsicha hot dog a
variação para o índice de proteínas dosado foi de 13,15 a 14,52% [17], sendo
valores aproximados aos analisados no presente trabalho.
A quarta determinação
foi a dosagem de gorduras. As amostras analisadas
estão de acordo com os limites estabelecidos pela Instrução Normativa n°4, de
31 de Março de 2000 [16], que estabelece a quantidade máxima de 30% de gordura,
conforme tabela IV. As salsichas da marca S2 possuem o maior teor de gorduras
totais, sendo que era visível a gordura precipitada nessa amostra durante toda
a metodologia realizada formando placas de gordura sólida nas vidrarias. As
marcas S3 e S5 possuem o menor teor de gorduras totais, porém até o menor valor
encontrado é bastante elevado, pois fornece cerca de 16,68%
do total dessa porção (50 gramas) que a pessoa deveria comer diariamente. O
maior valor oferece até 20,28%. Em comparação com os valores do rótulo, a marca
S3 está mais próxima dos valores estabelecidos, já a marca S2 está com um valor
mais distante. No estudo realizado por Angelini [18]
foram encontrados os valores médios de 19,5% de lipídios em amostras de
salsichas hot dog
em um trabalho sobre a utilização da carne de capivara na elaboração de
salsicha e fiambre [18] e valores que variaram de 11,21 a 22,83% em outro
trabalho sobre quantificação do colágeno, da composição centesimal e estudo do
balanço de massa dos nutrientes declarados, na avaliação da qualidade de
salsichas [17]. Em ambos os estudos, os valores de gorduras estão próximos aos
valores observados no presente trabalho.
A quinta determinação
física foi a dosagem de carboidratos. Das amostras
analisadas, a marca S4 está acima do recomendado pela legislação, que determina
segundo a Instrução Normativa n° 4 de 2000 [16], os carboidratos totais não
podem ser superiores a 7%, conforme tabela IV. Em comparação com os resultados
analisados no rótulo, os resultados variam de 1,6 g até 2,5 g, estando dentro
dos valores recomendados pela legislação. O uso de amido e carboidratos totais
juntos não podem ultrapassar o percentual de 7%.
O amido em
formulações cárneas tem a função de aumentar a uniformidade e textura mais
firme aos produtos emulsionados. No entanto, o amido pode contribuir para a
redução da quantidade de matéria prima e a redução do custo da produção [19].
Segundo Salgado et al. [17] as análises de dosagem de
carboidratos demonstraram que salsichas do tipo hot dog apresentaram teores de
carboidratos que variam de 3,95% a 16,40%, estando acima do recomendado pela
legislação, sendo uma variação muito alta, diferente dos valores apresentados
no presente trabalho.
A sexta determinação
foi a dosagem de cinzas e umidade. As cinzas são
resíduos inorgânicos que continuam após a queima da matéria orgânica. Esses minerais
são analisados tanto para fins nutricionais como para a segurança [20]. A
legislação não apresenta determinações para análise de matéria mineral [21]. As
amostras analisadas variaram com um percentual de 2,35% até 4,48%, conforme
tabela V. De acordo com a legislação da Instrução Normativa número 4 de 31 de
março de 2000 [15], o valor máximo de umidade é de 65%. As amostras analisadas
variaram de 56,8% até 66,6%, conforme tabela V. A amostra S2 está acima do
valor permitido pela legislação. Segundo Mapa (2000) foram
comparadas amostras de salsichas com carne de capivara, e o teor de
umidade foi de 63,6% e 64% [16], valores parecidos dos encontrados neste
estudo.
O sódio foi a última determinação física. A legislação da RDC número
360/2003 [22] permite uma variação de ± 20% na quantidade de sódio presente nos
rótulos. A salsicha é um alimento com grande quantidade de sódio, uma unidade
(porção de 50 gramas) representa 20% do valor recomendado diário. Sendo um
motivo de preocupação, pois esse alimento é ingerido junto com outros contendo
grandes quantidades de sódio, como batata palha e condimentos [6]. De acordo
com os valores analisados de sódio, conforme tabela VI,
a marca S2 está fora do limite de ± 20% da variação permitida pela legislação.
As demais marcas S1,
S2, S3 e S5 estão com percentuais de índices de sódio maior que o informado nos
rótulos, sendo respectivamente os valores aproximados de 16,73%, 22,29%, 40% e
13,15%. A marca S4 ficou com um percentual de 0,97% abaixo do informado no
rótulo. Uma observação a ser ressaltada é em relação a
amostra S2 que teve a maior quantidade de gorduras em uma amostra de 50 g
(20,28%), a maior quantidade de umidade (66,6%) e maior quantidade de sódio
(697 mg).
Também foi realizada
a avaliação microbiológica das amostras. Os alimentos de origem animal podem
desempenhar um importante papel na veiculação de coliformes a 35ºC e coliformes
termotolerantes. Tem sido relatada a presença destes
micro-organismos em diferentes produtos cárneos, inclusive naqueles implicados
em surtos de toxinfecção alimentar [23].
Das 5 amostras de salsichas analisadas, verificou-se a presença
de coliformes termotolerantes em uma. Na análise de
presença de Staphylococcus coagulase
positiva as amostras S1 e S2 estão acima do valor normal, e na análise de
outros micro-organismos tivemos a presença de Bacillus sp na amostra
S1 e fungos Aspergillus sp. nas
amostras S2, S3 e S5. Em um estudo, analisou-se 5
amostras de salsichas tipo hot dog, verificou-se 17%
com a presença de coliformes termotolerantes acima do
limite permitido [4].
E segundo outro
estudo, os resultados encontrados com relação à contagem de Staphylococcus spp. coagulase positiva 38 de 100 amostras de salsichas
hot dog foram positivas, sendo que dessas 21 amostras
estavam acima do limite máximo permitido pela legislação [24]. Em comparação ao
presente trabalho, os valores do estudo tiveram alterações maiores. Em relação
aos fungos analisados nas amostras, que são da espécie Aspergillus sp, eles
possuem a característica de produção de micotoxinas.
As micotoxinas podem se tornar um perigo através da
ingestão de alimentos contaminados por fungos [25].
A presença de Salmonella sp no alimento demonstra
falhas de higiene, sendo que algumas espécies de Salmonellas são capazes de
permanecer por até mais de um ano em alimentos com baixa atividade de água. Em
um estudo analisou-se 04 amostras de salsichas de frango com fibras alimentares
e não ocorreu a presença de Salmonella spp [24], sendo o mesmo resultado do presente trabalho.
E para Clostridium sp. teve o
valor de inferior 1,00 para Clostridium sulfito
redutor [24], sendo que no presente trabalho não teve a presença de Clostridium spp.
Com base nos
resultados analisados, a salsicha possui baixa quantidade de proteínas em sua
composição. A quantidade de gorduras totais é alta em apenas uma porção de
salsicha de 50 g, pois a amostra com maior percentual (20,28%) se aproxima do
valor de 30%, que seria a recomendação diária de lipídios. A salsicha não é um
alimento saudável e possui baixo valor nutricional, pois sua composição é de
carne mecanicamente separada (CMS), miúdos e aditivos como o nitrito e nitrato.
A
quantidade de
carboidratos e de sódio é alta em apenas uma
porção se consumido com outros
ingredientes, como o pão. Em relação à
análise microbiológica chamou a atenção
a presença de fungos Aspergillus sp,
que produzem micotoxinas e a presença de Staphylococcus coagulase
positiva, que aparece com frequência em produtos cárneos, e os sintomas
costumam ser vômitos intensos.
Apesar de quantidades
não muito expressivas bactérias e fungos podem se tornar muito patogênicos
dependendo do consumo e do consumidor.
A legislação
brasileira estabelece que os cálculos das informações nutricionais sejam
realizados por meio de tabelas nutricionais ou por análises físico-químicas.
Com os resultados das análises encontrados neste estudo é possível recomendar
que as indústrias de salsichas e de outros alimentos embutidos realizem análises
físico-químicas e microbiológicas periódicas dos seus produtos ou sempre que
houver troca ou substituição de algum ingrediente da preparação e também quando
houver mudança de fornecedores.
Cabe ao profissional
Nutricionista trabalhar para que a legislação brasileira seja sempre competente
em seus objetivos de proteger a população consumidora.