EDITORIAL
Novos
designs em treinamento de força
Eduardo Hippolyto
Latsch Cherem
M.Sc., Professor de
Educação Física na Escola Municipal Ginásio Medalhista Olímpico Thiago Braz da
Silva
E-mail:cheremehl@gmail.com
O treinamento de
força, ou treinamento contra resistência, é a metodologia específica para o
aumento da força e da massa muscular. Há diversas metodologias já
estabelecidas, enquanto umas estimulam mais o aumento da força, outras
estimulam mais o desenvolvimento da massa muscular. Apesar disso, quando
rotinas de treinamento de força são prescritas utilizando-se qualquer das
metodologias já estabelecidas, mas mantendo-se um criterioso e racional
controle das variáveis envolvidas, tais como relação entre volume e
intensidade, descanso entre séries, período de repouso entre seções de
treinamento, segurança biomecânica na execução dos exercícios, dentre outras,
acarretará tanto o aumento da força quanto da massa muscular.
Para além das
adaptações da força e da massa muscular, o treinamento de força causa uma série
de alterações orgânicas, em maior ou menor grau, mas que são positivas para a
saúde, como melhora do perfil lipídico, controle da glicemia, melhora do perfil
endócrino, redução da pressão arterial sistêmica de repouso, dentre outras
adaptações não menos importantes. O treinamento de força também tem positivas
ações em programas de reabilitação para uma série de casos mórbidos, bem como é
fundamental no processo de preparação física de atletas de alto rendimento.
Para estas funções há uma série de metodologias já bem descritas e bem
conhecidas, tais como os programas de séries simples, os de séries múltiplas,
os de sobrecarga crescente, decrescente, ondulatória, os métodos pré-exaustão,
só para citar alguns dos mais conhecidos.
Mas existiria alguma
nova metodologia de prescrição de treinamento de força eficaz o suficiente para
ser efetivamente utilizada como programa coerente para o aumento da força e da
massa muscular? Esta resposta pode estar em duas recentes publicações (uma
delas não tão recente) que abordam uma metodologia ainda pouco conhecida no
ocidente, o método ISOTON. Esta metodologia de origem Russa, já famosa por seus
resultados sobre a aptidão dos atletas Russos, teve inserção na comunidade
brasileira com as publicações de Seluianov et al. [1] e Dias et al.
[2]. E apesar de ambas as publicações demostrarem os efeitos da metodologia
Russa sobre a força e a massa muscular, a sua eficácia frente a outras
metodologias já estabelecidas, como as supracitadas, ainda necessita ser
testada. Ainda, para além das adaptações sobre a força e a massa muscular
também é preciso que estudos investiguem os efeitos do ISOTON sobre vários
componentes da saúde, como sistema imunológico, pressão arterial sistêmica,
densidade óssea, dentre outros.
Neste sentido nosso
grupo de pesquisa tem testado uma série de adaptações causadas pelo ISOTON
contra outras metodologias. Dados preliminares demonstram que as alterações na
massa muscular, força muscular, massa gorda, por exemplo, apesar de
demonstrarem diferenças em curto prazo, a médio-longo prazo parecem ser muito
semelhantes, não tendo demonstrado diferenças significativas quando comparadas
(estas adaptações) às causadas pelo método das séries múltiplas, dentre outras
metodologias.
Ainda não muito
popular no Brasil, as publicações citadas anteriormente, bem como os resultados
de nosso grupo de estudo, demonstram que o ISOTON tem um grande potencial para
se estabelecer como mais um recurso de prescrição do treinamento de força com o
foco na melhora do condicionamento de força muscular e ganho de massa muscular,
assim como apresenta promissoras adaptações para a reabilitação e o controle de
uma série de quadros mórbidos e de grupos especiais.