ARTIGO
ORIGINAL
Perfil
de estilo de vida individual de estudantes do ensino médio do período noturno
matriculados em uma escola pública
Individual lifestyle profile of students of the night period enrolled in
a public school
Diego Sarmento de
Sousa*
*Especialização
em Fisiologia do Exercício, Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Marabá,
Santarém, Pará, Professor de Educação Física da Rede Estadual de Educação do
Pará, Santarém/PA
Recebido em 16 de
abril de 2017; aceito em 19 de junho de 2017.
Endereço
para correspondência:
Diego Sarmento de Sousa, Rua São Lucas, 1981, Residencial Castanheira Alvorada
68035-345 Santarém PA, E-mail: sousads.stm@outlook.com
Resumo
O objetivo do estudo
foi verificar o perfil de estilo de vida individual de estudantes do ensino
médio do período noturno, matriculados em uma escola pública. Trata-se de um
estudo transversal com 208 estudantes, de ambos os gêneros, com média de idade
de 19,4 ± 3,3 anos. Os dados foram coletados por meio do questionário Perfil do
Estilo de Vida Individual (PEVI). Notou-se que nos componentes
atividade física, comportamentos preventivos, relacionamento social e
controle do estresse a classificação “positiva” foi mais frequente, variando
entre 40,9% e 48,1%. Para o componente nutrição, a
classificação mais prevalente foi a “intermediária” (42,8%). Constatamos que as
moças apresentavam resultados significativamente satisfatórios para o
componente comportamento preventivo (p = 0,0340). Já os rapazes apresentaram
resultados significativamente satisfatórios para os
componentes atividade física (p < 0,0001) e controle do estresse (p =
0,0151). Para o escore
geral, observamos que houve
prevalência das classificações
“intermediárias” (41,8%) e “positivas”
(40,9%).
A idade não apresentou influência sobre o resultado do
PEVI. A promoção da
saúde deve ser um tema prioritário no ambiente escolar,
principalmente na
disciplina de Educação Física, estimulando assim a
redução de comportamentos de
risco e incentivando a aderência pela prática regular de
exercícios físicos e cuidados
com a saúde por parte dos escolares.
Palavras-chave: estilo de vida,
comportamentos saudáveis, epidemiologia.
Abstract
The objective of the study was to verify the individual lifestyle
profile of students of the night period in a public school. It wa a transversal study with 208
students, of both genders, 19.4 ± 3.3 years old. Data were collected through
the Perfil do Estilo de Vida
Individual questionnaire. We observed that in the components of physical
activity, preventive behaviors, social relationship and stress control the
classification "positive" was the most frequent, ranging from 40.9%
to 48.1%. For the nutrition component, the most prevalent classification was
the "intermediate" (42.8%). We verified that the girls showed
significantly satisfactory results for the preventive behavior component (p =
0.0340). The boys presented significantly satisfactory results for the physical
activity (p < 0.0001) and stress control components (p = 0.0151). For the
general score, we observed a prevalence of "intermediate" (41.8%) and
"positive" classifications (40.9%). The age showed no influence on
life style. The health promotion should be a priority theme in the school
environment, especially in the discipline of Physical Education, thus
stimulating a reduction of risk behaviors and encouraging an adherence to the
regular practice of physical exercises and health care in students.
Key-words: life style,
healthy behaviors, epidemiology.
Nos dias atuais,
sabe-se que o estilo de vida (EV) está conectado diretamente à saúde e à
qualidade de vida [1]. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o conjunto
de hábitos e costumes que são influenciados, modificados, encorajados ou
inibidos pelo prolongado processo de socialização [2].
Trata-se de um dos
fatores mais importantes na determinação da saúde da população mundial,
contudo, mesmo sendo um tema bastante discutido no meio científico, pesquisas
recentes revelam que, entre escolares, existem cada
vez mais comportamentos considerados de risco a saúde [3-5]. Especificamente em
adolescentes, Vieira et al. [6] explicam que as
mudanças nos padrões alimentares e de atividade física estruturada, adicionadas
ao consumo de álcool e cigarros, instabilidade psicossocial e falta de
comportamentos preventivos, tornam essa população um grupo vulnerável a riscos
significativos com relação a saúde.
Feijó e Oliveira [7]
explicam que a expressão “comportamento de risco” pode ser entendida como um
conjunto de atividades que acabam comprometendo a saúde física e mental. Muitas
dessas condutas podem iniciar apenas pelo caráter exploratório no período da
adolescência, assim como pela influência do meio (grupo de iguais, família,
outros). Porém, caso não sejam precocemente identificadas, podem levar à consolidação
destes comportamentos, com significativas consequências no estilo e vida.
Entre os grupos mais
expostos, destacam-se os jovens que estudam no período noturno. Segundo Farias
Junior et al. [8], este grupo apresenta maior
prevalência de comportamentos de risco como inatividade física, consumo abusivo
de bebidas alcoólicas, consumo de drogas ilícitas e não utilização de
preservativos durante as relações sexuais.
Na região norte do
Brasil, ainda tem-se observado a escassez de estudos visando o levantamento de
informações a respeito de estilo de vida em populações jovens, principalmente
em escolares do período noturno. Nesse sentido, o estudo pretendeu verificar o
perfil de estilo de vida individual de estudantes do ensino médio do período noturno,
matriculados em uma escola pública a zona urbana de Santarém/PA.
Trata-se de um estudo
transversal realizado com estudantes do ensino médio, matriculados no período
noturno, em uma escola pública no município de Santarém/PA.
Para o cálculo do
tamanho amostral, utilizou-se a equação de Lwanga e Lemeshow [9] (n = Z²PQ/e²), tendo como
parâmetros a estimativa de prevalência da população obtida em estudo piloto (P
= 0,15; estilo de vida negativo), Z = 1,96 para 95% de confiança, Q = 1-P e e = 0,05 (erro
amostral). A partir desses dados, calculou-se o tamanho da amostra em 196
estudantes. Prevendo possíveis perdas, foi acrescentado 10% sobre o cálculo
amostral, totalizando 216 participantes, sendo excluídos 8
por erro de preenchimento do instrumento de coleta de dados utilizado na
presente pesquisa.
Assim a amostra foi
composta de 208 estudantes, de ambos os gêneros, com média de idade de 19,4 ±
3,3 anos, matriculados e frequentando as aulas no período noturno, dos cursos
médio regular e educação de jovens e adultos (EJA-médio). Os dados foram
coletados durante o período de avaliação física, no mês de março de 2017,
realizado pela disciplina de Educação Física. Todos os participantes assinaram
o termo de consentimento antes de serem incluídos no estudo, seguindo as normas
para realização de pesquisa em Seres Humanos (Resolução 466/2012 – Conselho
Nacional de Saúde).
Para a coleta de
dados foi utilizado o questionário PEVI (Perfil do Estilo de Vida Individual),
proposto por Nahas, Barros e Francalacci [9]. Trata-se de instrumento composto
por 15 questões, que é dividido em 5 componentes
fundamentais do EV das pessoas. São eles: Nutrição, Atividade física,
Comportamento preventivo, Relacionamento social e Controle do estresse. Cada
componente possui 3 perguntas, cada pergunta têm como
respostas valores de escala Likert de 0 a 3, as respostas 2 e 3 representam uma
atitude positiva em relação ao item avaliado. Por outro lado, as respostas 0 e 1 indicam comportamentos de risco.
Para classificação
dos componentes e do cômputo geral do PEVI, seguiu-se
as recomendações de Lemos [10]. A partir do resultado da somatória em cada
componente (∑comp.), foi feita a classificação de cada item da
seguinte forma: 1 – perfil negativo (∑comp.: de 0 a 3 pontos),
2 – perfil intermediário (∑comp.: de 4 a 6 pontos), 3 – perfil
positivo (∑comp.: de 7 a 9 pontos). Feita a classificação de
cada componente, em seguida calculou-se o escore geral do PEVI através da
fórmula: PEVIescore={[F1 x (-1) + F2 x (0) + F2 x
(1)]÷5} x 100, onde F1, F2 e F3 correspondem a frequência de componentes com
perfil negativo, intermediário e positivo, respectivamente. Com o escore geral
do PEVI, foi realizada a classificação da seguinte forma: negativo (PEVIescore ≤ -33 pontos); intermediário
(PEVIescore > -33 e < 33 pontos); positivo (PEVIescore
≥ 33 pontos). Para construção do Pentáculo do Bem-Estar, usou-se a
mediana de cada questão, assim como a mediana da classificação de cada
componente do PEVI.
Os dados foram
duplamente digitados, organizados e processados através da estatística
descritiva (frequências absoluta e relativa, mediana, primeiro e terceiro
quartil) em planilhas do programa Excel
(Microsoft Office® 2013). Na análise
inferencial, após a determinação da normalidade dos dados, através do teste
D’Agostino-Pearson, optou-se pelo teste Mann-Whitney para comparação dos
componentes e escore geral do PEVI de acordo com o gênero. Para verificar a
correlação entre idade e PEVIescore usamos
o teste de Spearman. Em todos os testes utilizou-se p ≤ 0,05 para a
significância estatística. Os teste foram realizados no programa BioEstat® 5.3.
A maior parte dos
estudantes era do gênero masculino (n = 125; 61,1%) e faixa-etária até 18 anos
(n = 102; 49,0%). Pode-se observar na tabela I, que no componente nutrição,
prevaleceram os hábitos de às vezes comer fruta ou verdura (39,4%), às vezes
evitar frituras e doces (36,6%), assim como sempre realizar quatro ou mais
refeições por dia (38,9%). Sobre o componente atividade
física, prevaleceram os hábitos de às vezes praticar diariamente (38,9%),
sempre fazer exercícios de força e alongamento (28,4%), quase sempre usar a
escada em substituição ao elevador (30,8%). Para o comportamento preventivo, os
resultados de maior frequência foram nunca fazer o controle da pressão arterial
e colesterol (60,6%), sempre evitar o fumo e o álcool (53,4%), assim como
sempre respeitar as normas de trânsito (57,7%). No relacionamento social,
predominou o hábito de sempre cultivar amigos (40,4%), quase sempre incluir
atividades esportivas e encontro com os amigos nos momentos de lazer (29,3%) e
nunca procurar ser ativo na comunidade onde reside (33,2%). Por fim, no
componente controle do estresse, houve maior frequência das respostas de sempre
reservar um tempo de no mínimo cinco minutos para relaxar (45,7%), quase sempre
manter-se inalterado durante uma discussão (29,3%) e quase sempre conseguir
equilibrar o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer (36,5%).
Tabela
I – Porcentagem das respostas quanto aos cinco
componentes do estilo de vida avaliados na amostra de estudantes do período
noturno.
f – Frequência.
A figura 1 apresenta
o Pentáculo do Bem-estar, nele podemos observar a mediana das respostas de cada
questão, assim como o resultado da mediana da classificação de cada item.
Notamos que 10 questões apresentaram respostas que representam atitudes
positivas (medianas 2 e 3) e 5 questões com respostas
que representavam comportamentos de risco (mediadas 0 e 1). Nos componentes atividade física, comportamentos preventivos,
relacionamento social e controle do estresse a classificação “positiva” foi
mais frequente, variando entre 40,9% a 48,1%. Para o componente nutrição foi a classificação “intermediária”.
O – Mediana.
Figura
I – Resultados da mediana de cada questão e
classificação dos componentes da PEVI em estudantes do ensino médio,
matriculados no período noturno.
Na comparação entre
resultados das medianas dos componentes da PEVI, de acordo com o gênero (tabela
II), constatamos que os estudantes do sexo feminino apresentavam resultados
significativamente satisfatórios para o componente comportamento preventivo (p
= 0,0340). Já o masculino mostrou resultados significativamente satisfatórios
para os componentes atividade física (p < 0,0001) e
controle do estresse (p = 0,0151).
Tabela
II –
Comparação entre resultados das medianas
dos componentes da PEVI de acordo com o gênero.
Md – Mediana; 1ºQ –
Primeiro quartil (25%); 3ºQ – Terceiro quartil (75%); *Resultados
significativos para o teste Mann-Whitney.
A figura 2a apresenta
os resultados quanto à classificação geral do estilo de vida da amostra.
Notou-se que houve prevalência dos índices intermediários (41,8%) e positivos
(40,9%). Quando analisamos a classificação de acordo com o gênero (figura 2b),
observamos que entre as estudantes do gênero feminino a classificação
intermediária (44,6%) foi mais prevalente. Já entre o masculino foi o positivo
(44,8%).
Figura
II –
Classificação geral (a) e por gênero (b)
do PEVI na amostra estudada.
Na figura 3,
observamos correlações fracas e não significativas entre as vaiáveis idade e PEVIescore, tanto na amostra geral (figura 3a)
quanto nos gêneros masculino (figura 3b) e feminino (figura 3c). Mostrando que
na amostra estudada, a idade não influenciou o resultado do PEVI.
Figura
III
– Resultados da correlação entre idade e PEVIescore na amostra geral (a) e de acordo com os gêneros
masculino (b) e feminino (c).
Traçando um
comparativo com outras pesquisas que abordam a mesma temática, verificou-se no
componente nutrição, que a baixa ingestão de frutas e verduras, assim como
excesso consumo de frituras e doces aparentam ser um
comportamento comum nessa população. Na cidade de Santarém/PA, uma pesquisa com
711 estudantes do ensino médio mostrou que a alimentação inadequada era
presente em 38,7% da amostra [11]. Em escolares do sul do Brasil, o baixo
consumo de frutas e verduras foi observado em 46,5% (n = 2.290) [8]. O mesmo
foi constatado no estudo de Lima, Fonseca e Guedes [4], principalmente entre os
rapazes. Em estudantes universitários este comportamento é bem prevalente [1,12,13]. Na maioria dos casos, os estudantes atribuem o
caso à falta de tempo para se alimentarem corretamente [1].
Sobre a prática de
atividade física, estudos nacionais tem sugerido que, em estudantes, a
inatividade física é bem prevalente, variando entre 36,5% a 89,2% [4,5,8]. Em Santarém/PA, uma pesquisa com estudantes do 3º
ano do ensino médio mostrou que a prevalência de sedentarismo era de 37,0%
[14]. Mais recentemente, outro estudo com 711 escolares do ensino médio, na
mesma cidade, mostrou que a prevalência de sedentarismo era de 32,5% [15]. Com
universitários da mesma cidade, um estudo similar à
presente pesquisa mostrou que 48,0% dos estudantes não praticavam atividade
física diariamente [13]. Estes valores corroboram os resultados do presente
manuscrito.
No estudo de Assis et al. [15], as principais justificativas
dadas pelos estudantes sedentários para não adesão à prática regular de
atividades físicas foram falta de tempo e preguiça. Já entre os escolares que
eram fisicamente ativos, as principais justificativas para a aderência foram:
obtenção de saúde, bem-estar, condicionamento físico e lazer.
Dentre os
comportamentos preventivos observados na amostra do estudo, desconhecer os
valores da sua pressão arterial e colesterol foi o que obteve a maior
frequência (84,2%). No estudo de Nunes et al. [16],
realizado com estudantes do EJA em Santarém/PA, a falta ou baixo conhecimento
sobre pressão arterial e nível de colesterol, somado às atitudes irresponsáveis
no trânsito, foram os itens que influenciaram os resultados negativos nesse
componente da PEVI.
Sobre o hábito de
fumar e ingerir bebidas alcoólicas por parte dos estudantes, estudos nacionais
apontam prevalência de 6,3% para o uso de cigarro e 27,3% para o consumo de
álcool [17,18]. Resultados similares foram encontrados em estudantes do sul do
país [8]. Na mesma pesquisa, os estudantes do período noturno apresentaram uma
maior frequência desses comportamentos, em comparação aos escolares do período
diurno. Em Santarém/PA, pesquisas similares apontam uma prevalência de
tabagismo variando entre 2,7% e 12,1%, assim como uma prevalência de consumo de
álcool entre 3,1% e 40,7% [11,19]. Esses resultados corroboram o presente
estudo, no qual esses comportamentos foram observados em 30,8% dos
participantes.
Discutindo sobre
relacionamento social de universitários, Ferraz e Pereira [20] ressaltam que
tanto a falta, como o excesso nos relacionamentos sociais podem prejudicar o
rendimento nos estudos, principalmente quando associados a outros
comportamentos inadequados. Dentro do ambiente escolar, Nunes et al. [16] destacam que a disciplina de
Educação Física tem um importante papel, pois contribui para as relações
afetivas e interpessoais entre os estudantes por meio das práticas corporais.
Na presente pesquisa, verificou-se que a maior parte dos
estudantes têm o hábito de cultivar amigos e incluem atividades
esportivas e encontros com amigos durante o lazer, no entanto, não procuram ser
ativos em sua comunidade. Em universitários de Santarém/PA, resultados
semelhantes foram encontrados nos dois primeiros itens desse componente,
divergindo somente no último, pois a maior parte desses estudantes eram mais participativos em suas comunidades (58%) [13].
No que diz respeito
ao componente controle do estresse, os resultados encontrados no corrente
estudo apontam que a maior proporção dos estudantes procuram
reservar um tempo para descanso, assim como conseguem equilibrar o tempo entre
trabalho e lazer. Sobre o assunto, Camargo e Bueno [21] advertem que o conflito
entre as exigências das atividades laborais e as necessidades fisiológicas e
psicológicas do trabalhador pode fazer emergir um sofrimento mais ou menos
elaborado, assim como repercussões acentuadas sobre a saúde mental.
Quando analisamos o
Pentáculo do bem-estar, constatamos que a maior parte das questões obtiveram
respostas que representavam boas atitudes (medianas 2
e 3), o que acabou influenciando a maior proporção para a classificação
“positiva” nos componentes atividade física, comportamentos preventivos,
relacionamento social e controle do estresse, assim como a classificação
“intermediária” para o componente nutrição. Esses resultados divergiram
parcialmente com o estudo de Nunes et al. [16], onde
os componentes atividade física e comportamentos preventivos apresentaram
classificação “negativa”.
No corrente estudo,
constatou-se que os rapazes apresentaram resultados significativos nos componentes atividade física e controle do estresse e as
moças no componente comportamento preventivo. Resultados semelhantes foram
encontrados em estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
onde as mulheres demonstraram maiores chances de ter um comportamento
preventivo adequado e os homens para a prática de atividade física regular
[22]. Sousa et al. [14] corroboram esses resultados ao
encontrar associações significativas entre inatividade física e o gênero
feminino. Farias Junior et al. [8], além de evidenciar a mesma
relação, constataram que as mulheres apresentavam menos comportamentos de risco
a saúde relacionados como tabagismo, consumo e álcool e drogas ilícitas.
Sobre a classificação
geral do PEVI, notamos que as maiores dos estudantes noturnos apresentavam
perfis “intermediário” e “positivo”, com valores um pouco acima de 40,0%, cada.
Entre as moças a classificação que se destacou foi a “intermediária” e nos
rapazes foi a “positiva”. Esses resultados divergem de outros estudos, nos
quais a maior proporção de investigados apresentava classificação geral da PEVI
“positiva” [13,16].
Observamos também que
a idade cronológica não exerceu influência sobre o estilo de vida na amostra
estudada. Esse resultado nos faz sugerir que, em estudantes do período noturno,
muito dos hábitos investigados podem estar consolidados, ou seja, fazem parte
do estilo de vida, não se modificando com a idade durante o período escolar
investigado (ensino médio). Nesse sentido, justifica-se a oferta da disciplina
de Educação Física para alunos do período noturno, pois, além de tratar de
assuntos sobre saúde e comportamentos de risco como no contexto escolar,
possibilita aos alunos o contato com a cultura corporal de movimento [23]. Podendo
assim, contribuir decisivamente na mudança de comportamentos e aderência por um
estilo de vida mais saudável por parte dessa população.
A partir dos
resultados do corrente estudo, conclui-se que, na amostra de estudantes do
período noturno, a classificação “positiva” foi a mais frequente nos componentes atividade física, comportamentos preventivos,
relacionamento social e controle do estresse. Para o
componente nutrição, a classificação mais prevalente foi a
“intermediária”. Constatamos que as moças apresentavam resultados
significativamente satisfatórios para o componente comportamento preventivo. Já
os rapazes apresentaram resultados significativamente satisfatórios para os componentes atividade física e controle do estresse. No escore
geral, observamos que houve prevalência das classificações “intermediárias” e
“positivas”. A idade não apresentou influência sobre o resultado do PEVI.
A promoção da saúde
deve ser um tema prioritário no ambiente escolar, principalmente na disciplina
de Educação Física, estimulando assim a redução do consumo de drogas, álcool e
tabaco, assim como outros comportamentos de risco. Além de incentivar a aderência
pela prática regular de exercícios físicos e cuidados com a saúde por parte
dessa população.
Sugerimos a
realização de estudos similares, com amostras representativas, que apontem
dados que sirvam ainda mais como evidências para elaboração de medidas de
intervenção, tanto no âmbito escolar quanto nas políticas públicas para saúde
dos escolares.