ARTIGO
ORIGINAL
Efeitos
de um programa de treinamento de Pilates solo em jovens sedentárias
Effects of a ground Pilates training program in sedentary young females
Thaís Santos
Contenças, D.Sc.*, Mayara Carvalho de Amorim**,
Cristiano de Lima, D.Sc.***, Fernanda Santos Rocha, M.Sc.****
*Docente
no curso de fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP), Santos/SP,
**Graduanda do Curso de Fisioterapia da UNIP, ***Docente do Curso de Educação
Física da Universidade Paulista/UNIP, Santos/SP,****Supervisora de estágio do
curso de fisioterapia da Universidade Paulista/UNIP, Santos/SP
Recebido em 15 de
maio de 2017; aceito em 7 de junho de 2017.
Endereço
para correspondência:
Thaís Santos Contenças, Rua Brasília, 54, 11055-320 Santos SP, E-mail:
thaiscontencas@yahoo.com.br; Mayara Carvalho de Amorim:
mayaraamorim77@hotmail.com; Cristiano de Lima: cristiano.lima@unifesp.br;
Fernanda Santos Rocha: nandarocha85@hotmail.com
Resumo
Objetivo: Avaliar os efeitos
de um programa de treinamento de Pilates solo em jovens sedentárias. Métodos: Participaram do estudo 10
jovens sedentárias do gênero feminino, com idade entre 18 e 30 anos, na qual as
variáveis avaliadas foram comparadas antes e depois de um protocolo de Pilates
solo durante 18 sessões, 2 sessões para avaliação e
reavaliação e 16 sessões de treinamento, 2 vezes por semana com duração de 60
minutos. Resultados: Foram incluídos
10 sujeitos do gênero feminino, com idade média de 22,7 ± 2,3 anos, peso médio
de 55,6 ± 5,8 kg, altura média de 1,62 ± 0,1 m e Índice de Massa Corporal médio
de 21,21 ± 2,3 kg/m². Houve diferença significante no aspecto da flexibilidade,
no teste de sentar e alcançar com o banco de Wells com os escores médios antes
de 21,2 ± 9,7 cm, e depois de 33,7 ± 6,1 cm. No Índice de Qualidade do Sono de
Pittsburgh (PSQI), observou-se uma diminuição dos escores antes e depois do
treinamento, respectivamente, 8,8 ± 2,5 pontos e 4,2 ± 2,8 pontos. Assim como
na Escala de Sonolência de Epworth (ESE) também se observou diminuição dos
escores antes e depois, respectivamente, 14,4 ± 3,5 pontos e 8,4 ± 3,2 pontos. Conclusão: O método Pilates solo
contribuiu para o ganho da flexibilidade e melhora na qualidade do sono em
mulheres jovens sedentárias.
Palavras-chave: jovens, exercício,
sedentarismo, flexibilidade.
Abstract
Objective: To assess
the effects of a ground Pilates training program in sedentary young females. Methods: The study included 10 sedentary
young females, 18 to 30 years old, in which the evaluated variables were
compared before and after a ground Pilates protocol for
18 sessions, 2 sessions for assessment and reassessment, and 16 training
sessions of 60 minutes, 2 times a week. Results:
Ten female subjects were included, with mean age of 22.7 ± 2.3 years, weight of
55.6 ± 5.8 kg, height 1.62 ± 0.1 m and BMI 21.21 ± 2.3 kg/m². There was a
significant difference in the flexibility aspect, in the sit and reach test on Wells’s bench with scores before of 21.2 ± 9.7 cm, and
after of 33.7 ± 6.1 cm. In the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), we
observed a decrease in scores before and after training, 8.8 ± 2.5 points and
4.2 ± 2.8 points respectively. As well as in the Epworth Sleepiness Scale (ESS)
we also noted a decrease in the scores before and after, 14.4 ± 3.5 points and
8.4 ± 3.2 points respectively. Conclusion:
The Ground Pilates method contributed to the gain of flexibility and
improvement of sleep quality in sedentary young women.
Key-words: young,
exercise, sedentary, flexibility.
Atualmente, a
população em geral tem sido acometida por várias doenças relacionadas ao
sedentarismo [1]. Um estilo de vida sedentário predispõe a doenças como a
obesidade, diabetes mellitus e problemas cardiovasculares [2]. Portanto, a
atividade física tem sido muito procurada, sendo considerada de extrema
importância na prevenção e conscientização no combate ao sedentarismo [1].
O sedentarismo
prolongado leva a uma redução da massa muscular, força, flexibilidade e
equilíbrio [3] e principalmente a obesidade [4]. Quando o peso corporal no
gênero masculino apresenta um aumento maior de 20% e no gênero feminino maior
do que 30% considera-se o indivíduo obeso [4].
O Pilates é uma
prática mundialmente difundida. Trata-se de um método de reeducação postural,
consciência corporal e interação entre mente e corpo, em busca de uma maior
consciência corporal e de uma postura mais equilibrada [5]. Criado pelo alemão
Joseph Hubertus Pilates, no início do século XX, o método trabalha o corpo como
um todo, beneficiando tanto a saúde física e mental, aumentando o controle, a
força, a flexibilidade, o equilíbrio muscular e a consciência corporal [6]. É
uma técnica que requer a realização de movimentos da forma mais precisa baseado
em seus princípios básicos: respiração, concentração, controle, precisão,
alinhamento e fluidez [7].
O treinamento deve
ter como foco a habilidade comportamental necessária para promover mudanças no
comportamento dos indivíduos em relação aos seus hábitos e à sua saúde [8].
O método Pilates
apresenta algumas variações e pode ser executado por indivíduos saudáveis [9],
sedentários ou com alguma patologia, visando a reabilitação ou melhora da performance [10]. O método pode ser realizado através de
aparelhos específicos e ou acessórios, como também no solo tendo a gravidade
associada ao peso corporal, incluindo princípios desportivos como utilização de
resistência, força e flexibilidade [5].
Caracteriza-se por
exercícios que envolvem contrações concêntricas, excêntricas e principalmente
isométricas, com ênfase no power house
(composto pelos músculos abdominais, transverso abdominal, multífidos e
assoalho pélvico), responsável pela estabilização estática e dinâmica do corpo
[11].
O objetivo do
presente estudo foi avaliar os benefícios do método Pilates solo quanto à
flexibilidade e qualidade do sono, em mulheres jovens sedentárias.
Tratou-se de um
estudo experimental, de caráter quantitativo.
A pesquisa foi
realizada em uma sala climatizada na Clínica da Universidade Paulista (Unip),
na cidade de Santos, no setor de fisioterapia.
Participaram deste
estudo 10 indivíduos jovens com idades entre 18 e 30 anos. Os critérios de
inclusão foram: mulheres sedentárias segundo o questionário de Baecke et al. [12]; ensino médio completo;
disponibilidade em participar do estudo e realizar aulas de Pilates solo; não
estar participando de outro programa de exercício ou condicionamento físico. Os
critérios de exclusão foram: idade inferior a 18 anos e superior a 30 anos;
doenças neurológicas ou comprometimentos musculoesqueléticos; participantes com
sobrepeso, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC); indivíduos do gênero
masculino. Esses critérios foram utilizados para deixar a pesquisa homogênea.
Na avaliação, as
participantes responderam a um questionário de anamnese sobre o estado de
saúde, presença de patologias e estilo de vida (com a intenção de identificar
os possíveis vícios e hábitos durante as atividades diárias). O peso e a altura
foram mensurados, com o intuito de verificar o Índice de Massa Corporal (IMC).
Também verificou-se o nível de atividade física,
flexibilidade e qualidade do sono.
O nível de atividade
física foi avaliado com a aplicação do Questionário do Nível de Atividade
Física de Baecke et al. [12] que investiga a atividade
física habitual dos últimos 12 meses. Este instrumento é composto por 16
questões e abrange três componentes da atividade física: 1) atividades físicas
ocupacionais (Q1 a Q8); 2) exercícios físicos praticados
durante o tempo de lazer (Q9 a Q12); e 3) atividades
físicas durante o tempo de lazer e atividades físicas de locomoção, excluindo
exercícios físicos (Q13 a Q16). O nível de atividade
física é classificado como: baixo (2,30 a 7,94 pontos), moderado (9,13 a 14,91
pontos) e elevado (15,77 a 35,65 pontos). Este questionário foi utilizado
apenas para a classificação dos critérios de inclusão das participantes.
Para avaliar a
flexibilidade, utilizou-se o teste de sentar e alcançar no banco de Wells. A
participante senta-se com as pernas unidas, os joelhos estendidos e as plantas
dos pés colocadas contra a borda do banco. O indivíduo tenta alcançar
lentamente à frente o mais distante possível ao longo do topo do banco, com as
duas mãos paralelas, não podendo flexionar os joelhos [13]. Quanto maior a
distância alcançada, melhor é a flexibilidade do sujeito. No teste, as
participantes foram instruídas a realizar três tentativas, e o maior valor das
três tentativas foi considerado para análise.
Para avaliar a
qualidade do sono, foi aplicado o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh
(PSQI) e a Escala de Sonolência de Epworth (ESE). O PSQI é um questionário que
contém dez questões. As de número um, dois, três e quatro possuem respostas do
tipo abertas; e as questões de cinco a dez são objetivas. As questões do PSQI
formam sete componentes que são analisados a partir de instruções para
pontuação de cada um, variando de zero a três pontos. A soma da pontuação
máxima desse instrumento é de 21 pontos, e os escores superiores a cinco pontos
são indicativos de qualidade ruim no padrão de sono. A avaliação específica dos
componentes do PSQI ocorre da seguinte forma: o primeiro refere-se à qualidade
subjetiva do sono, ou seja, a percepção individual a respeito da qualidade do
sono; o segundo demonstra a latência do sono, correspondente ao tempo
necessário para iniciar o sono; o terceiro avalia a duração do sono, quanto
tempo permanece dormindo; o quarto indica a eficiência habitual do sono, obtido
por meio da relação entre o número de horas dormidas e o número de horas em
permanência no leito, não necessariamente dormindo; o quinto remete aos
distúrbios do sono, ou seja, a presença de situações que comprometem as horas
de sono; o sexto componente analisa o uso de medicação para dormir; o sétimo é
inerente à sonolência diurna e aos distúrbios durante o dia, referindo-se às
alterações na disposição e entusiasmo para a execução das atividades
rotineiras.
Para a avaliação da
sonolência diurna excessiva (SDE), utilizou-se a Escala de Sonolência de
Epworth (ESE) publicada por W. Johns, já testada e validada para língua
portuguesa [14,15]. A escala vem acompanhada das instruções para pontuação das
situações como: chance de cochilar sentado, lendo ou assistindo à televisão. A
pontuação é indicada pelo participante de acordo com as seguintes instruções: 0 corresponde a “não cochilaria nunca”; 1 corresponde a
“pequena chance de cochilar”; 2 corresponde a “moderada chance de cochilar”; e
3 corresponde a “grande chance de cochilar”. A pontuação indicada pelo
participante em todas as situações indagadas é somada e analisada. Resultados
entre 0 e 10 pontos indicam ausência de sonolência;
entre 10 e 16 pontos, sonolência leve; entre 16 e 20 pontos, sonolência
moderada; e entre 20 e 24 pontos, sonolência severa [16].
As participantes
foram submetidas a 18 sessões diurnas, sendo 2
respectivamente, para avaliação e reavaliação, e 16 sessões de treinamento.
Após a avaliação, todas foram submetidas a um programa de treinamento de
Pilates solo com 14 (quatorze) exercícios. Para cada exercício, foi realizado
um total de 6
(seis) repetições com duração aproximada
de 60 minutos cada sessão, composta por exercícios
básicos e intermediários,
realizados 2 (duas) vezes na semana. Na primeira sessão, as
participantes foram
instruídas sobre a respiração durante a
execução dos exercícios, inspiração
na
preparação do movimento e expiração durante
sua execução.
Os exercícios adotados,
segundo Sinzato et al. [13] foram: 1) Spine Stretch Forward – alongamento da cadeia posterior e
mobilização da coluna; 2) Rolling like a
Ball – fortalecimento do reto abdominal, oblíquo externo e mobilização da
coluna; 3) Swan – alongamento da cadeia
anterior do tronco e mobilização da coluna, fortalecimento do peitoral maior,
tríceps braquial, ancôneo e deltoide anterior; 4) Saw – alongamento dos rotadores do tronco, isquiotibiais, quadrado
lombar, fortalecimento do reto abdominal, oblíquo externo e interno; 5) Single Leg Stretch – fortalecimento da
musculatura abdominal, alongamento de glúteos e coluna lombar; 6) Criss Cross – fortalecimento do reto
abdominal, oblíquo externo e interno; 7) Leg
Pull Front – fortalecimento do peitoral maior, tríceps braquial, ancôneo,
deltoide anterior, glúteo máximo, bíceps femoral, semitendinoso e
paravertebrais; 8) Roll-over –
fortalecimento do oblíquo externo e reto femoral; 9) Swimming – fortalecimento dos paravertebrais, deltoide posterior e
médio, glúteo máximo, bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso. Foram incluídos no protocolo de treinamento os seguintes
exercícios: 10) Ponte –
mobilização da coluna, fortalecimento de glúteo máximo, isquiotibiais e
gastrocnêmio; 11) The Hundred –
fortalecimento do reto abdominal, quadríceps femoral e ativação da circulação;
12) Single Straight Stretch –
fortalecimento do reto abdominal. Oblíquo interno e externo,
quadríceps femoral, sartório e íliopsoas e alongamento da cadeia posterior; 13)
Double Straight Leg Stretch –
fortalecimento do reto abdominal, oblíquos, íliopsoas, quadríceps e alongamento
da cadeia posterior; 14) Hip Circles
– fortalecimento do quadríceps femoral e abdominal. Na figura 1 observa-se a sequência dos exercícios propostos.
a)
Spine Stretch Forward, b) Rolling like a Ball, c) Swan, d) Saw, e) Single Leg
Stretch, f) Criss Cross, g) Leg Pull Front, h)
Roll-over, i) Swimming, j) Ponte, k) The Hundred, l)
Single Straight Stretch, m) Double Straight Leg Stretch, n) Hip Circles.
Figura
1 - Programa de exercícios de Pilates solo.
O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Paulista de Santos sob parecer número 1.017.456. Todas concordaram em
participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), conforme o Conselho Nacional de Saúde e a Resolução nº 466/12 do
Ministério da Saúde para pesquisa que envolve seres humanos.
Na análise
estatística foi realizado o teste t para variáveis dependentes antes e depois
do programa de treinamento. Foi adotado o nível de significância de 5% (p <
0,05).
Resultados
Foram incluídas 10
mulheres jovens com idade média de 22,7 ± 2,3 anos, com média de peso de 55,6 ±
5,8 kg, média de altura de 1,62 ± 0,1 m e com IMC médio de 21,21 ± 2,3 kg/m²
(tabela I).
Tabela
I - Dados demográficos dos sujeitos incluídos na
pesquisa.
Todas as
participantes do nosso estudo não praticavam atividade física, sendo
consideradas como sedentárias, conforme a classificação do nível de atividade física
de Baecke (tabela II).
Tabela
II -
Dados referentes ao nível de atividade
física de Baecke.
De acordo com os
resultados apresentados antes e depois da intervenção do método Pilates solo,
houve um aumento da flexibilidade testada com o banco de Wells (tabela III),
respectivamente, 21,2 ± 9,7 cm e 33,7 ± 6,1 cm (p < 0,001).
Tabela
III
- Dados referentes à flexibilidade com o
banco de Wells antes e depois da intervenção com o método Pilates solo.
Na avaliação de sono,
com os questionários PSQI e ESE, após a aplicação do método, observou-se uma
diminuição dos escores de ambas as escalas, representando melhora na qualidade
do sono (tabela IV).
Tabela
IV -
Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh
(PSQI) e Escala de Sonolência de Epworth (ESE) antes e depois da intervenção
com o método Pilates solo.
A média dos escores
do PSQI antes foi maior do que depois do treinamento, respectivamente, 8,8 ±
2,5 pontos e 4,2 ± 2,8 pontos (p < 0,001). A pontuação média da ESE antes
foi maior do que depois da intervenção, respectivamente, 14,4 ± 3,5 pontos e
8,4 ± 3,2 pontos (p < 0,001). Veja na Tabela IV.
Nos resultados
encontrados foi possível observar que após 8 semanas
de intervenção com o método Pilates Solo, as participantes apresentaram melhora
significativa na flexibilidade e na qualidade do sono.
Alguns estudos mostram
a relação entre o método Pilates e o ganho de flexibilidade devido a sua
importância na qualidade de vida e prevenção de doenças osteomusculares
provocadas pelo próprio envelhecimento natural do corpo ou pelo sedentarismo
[17]. Alguns autores [18] demonstraram que os ganhos de flexibilidade de
mulheres jovens sedentárias (mensurados através do banco de Wells) também foram
acompanhados por aumentos de força abdominal e melhora na qualidade de vida. É
possível supor que os ganhos de flexibilidade articular são decorrentes da
característica dos exercícios, os quais trabalham tanto o fortalecimento quanto
o alongamento muscular [19]. Em nosso estudo também foi possível observar ganho
de flexibilidade em mulheres jovens sedentárias após a intervenção.
Estudos [20]
observaram os ganhos significantes na flexibilidade de 15 sujeitos após um
programa de Pilates com 11 semanas de duração. Bertolla et al. [21] mostraram o aumento significativo da flexibilidade de 11
atletas juvenis de futsal do Rio Grande do Sul. Para tal, utilizaram exercícios
do método Pilates solo durante quatro semanas, três vezes por semana com
duração de 25 minutos. Trevisol e Silva [22] observaram que o método Pilates
foi eficaz para promover aumento na flexibilidade da musculatura isquiotibial
de 18 indivíduos voluntários, do gênero feminino que não realizavam outro tipo
de treinamento físico.
O método é dinâmico,
trabalha tanto a flexibilidade quanto a força muscular, mantém as curvaturas
fisiológicas do corpo, tendo o abdômen como o centro de força que é trabalhado
o tempo todo durante a execução dos exercícios [23]. Nosso estudo corrobora os
achados encontrados, no qual demonstrou-se que a
prática do método Pilates é eficaz no ganho de flexibilidade. A melhora da
flexibilidade é importante para o indivíduo, pois reduz os riscos de lesões
musculares e articulares, aumentando o aperfeiçoamento motor e a eficiência
mecânica [24].
O método Pilates é
uma técnica bastante utilizada no tratamento de diferentes patologias, assim
como na promoção da saúde, visando a prevenção e
surgimento de algumas doenças que podem ser decorrentes do próprio
envelhecimento ou até mesmo por ter um estilo de vida sedentário. A técnica
também aborda assuntos referentes à melhoria na qualidade do sono, sendo
possível observar em nosso estudo essa melhora após a intervenção. Todas as
participantes relataram que após a intervenção levaram poucos minutos para
dormir, sem interrupções durante o sono e, assim, tiveram uma melhor qualidade
de sono.
A qualidade do sono
também foi observada em um estudo [25,26] com universitários, utilizando o
método Pilates em aparelhos, durante 15 semanas, três vezes por semana, com
duração de 50 minutos por dia. Os resultados sugerem que o protocolo proposto é
eficaz e podem ajudar no tratamento e prevenção de algumas perturbações do
ciclo sono-vigília. No presente estudo, as voluntárias apresentaram melhora na
qualidade do sono, diminuindo a sonolência diurna.
A atividade física é
reconhecida pela American Sleep Disorders
Association como uma intervenção não-farmacológica
que é eficaz para melhorar os padrões de sono, aumentar os níveis de sonolência
diurna, aumentando os níveis de serotonina, a sincronização do relógio
biológico e indiretamente a melhora da termorregulação [27,28].
Em outro estudo [29],
22 voluntários sedentários, com faixa etária de 18 a 30 anos, participaram de
um programa do método Pilates solo durante 12 semanas, 2
sessões por semana. Esse estudo está de acordo com os nossos resultados, no
qual a população avaliada era composta de jovens sedentárias com a mesma faixa
etária, já que o protocolo de exercícios foi uma boa alternativa para melhorar
a qualidade do sono.
Em nosso estudo foi
possível verificar os benefícios do método Pilates solo em mulheres jovens
sedentárias. Houve um aumento da flexibilidade e melhora da qualidade do sono.