Rev Bras Fisiol Exerc 2018;17(1):3-9
ARTIGO
ORIGINAL
Estudo
da correlação entre a força muscular, composição corporal e a insulinemia
Muscular strength, body composition and insulinemia
Eduardo Hippolyto Latsch Cherem*, Paulo Vanderlei Périco
Júnior**, Fernando Petrocelli de Azeredo***, Leonardo
Chrysostomo dos Santos***
*Escola
Municipal Ginásio Medalhista Olímpico Thiago Braz da Silva, **Academia Body Club Petrópolis, Petrópolis,RJ, ***Laboratório de
Fisiologia do Exercício da Universidade Estácio de Sá, LAFIEX, nos campi Nova Iguaçu e Petrópolis II, RJ
Recebido em 6 de dezembro de 2017; aceito em 29 de dezembro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Eduardo Hippolyto Latsch Cherem, Rua Dr Mário Viana,
400/3ª Santa Rosa 2424-002 Niterói RJ, E-mail: cheremehl@gmail.com; Paulo
Vanderlei Périco Júnior: pericojunior@ig.com.br; Fernando
Petrocelli de Azeredo: fpetrocelli@uol.com; Leonardo Chrysostomo dos Santos: leochrysostomo@terra.com.br
Resumo
A obesidade é um dos
maiores problemas de saúde pública, devido a sua grande e crescente abrangência
mundial e as doenças a ela associada, como as cardiovasculares, diabetes do
tipo 2, dentre outras. Este fenômeno da crescente
obesidade e suas comorbidades não se explica pelo
cruzamento Mendeliano e nem pela teoria evolucionista de Darwin. A leptina,
hormônio secretado principalmente pelos adipócitos e descoberto recentemente,
está na base de sustentação teórica para a explicação deste evento. Autores
sugerem que uma resistência hipotalâmica a leptina pode alterar negativamente a
saciedade e taxa metabólica basal (TMB), fazendo com que os indivíduos ganhem
muita gordura e apresentem altas concentrações de leptina no sangue. O
treinamento de força é conhecido por aumentar a TMB, por diversos fatores
ajudando de forma decisiva no emagrecimento e, portanto, pode estar relacionado
com uma baixa concentração de leptina no sangue. O objetivo deste estudo foi
observar possíveis correlações entre variáveis antropométricas [porcentagem de
gordura (%gord), massas corporal magra (MCM) e
muscular (MM), VO2 e força muscular (FM)] e a insulina sérica.
Participaram 5 homens adultos jovens saudáveis, sedentários.
Foram utilizados: força-média do teste de 10 repetições máximas para supino
reto, puxada dorsal baixa e leg press.
Insulina por radioimunoensaio; glicemia plasmática
por colorimetria enzimática; amostras coletadas em
jejum. Os dados estão expostos como média ± erro padrão; coeficiente de
correlação de Pearson; teste “t” de Student, sendo
aceito um p ≤ 0,05 como significativo. Média ±
erro padrão das variáveis: Porcentual de Gordura = 23,2 ± 2,8; Insulina = 3,5 ±
1,8 ng/dl; Força = 163,6 ± 17,2 kg. Correlações para
com a insulina: Porcentagem de Gordura: r = 0,226; Força Muscular: r = - 0,834;
p < 0,001 para ambas. Os resultados sugerem fortemente que o treinamento da
força muscular pode atuar no controle da insulinemia
sérica.
Palavras-chave: porcentagem de
gordura corporal; insulina; força muscular.
Abstract
Obesity is one of the major public health problems, due to its great and
growing worldwide prevalence and its co-morbidities, like type 2 diabetes,
cardiovascular diseases, and other. This phenomenon cannot be explained by
Mendel and/or Darwin theories. Leptin is a mainly
hormone-secreted by adipocytes, recently discovered, and supports the
theoretical basis of the explanation of this event. Authors suggest that a
hypothalamic leptin resistance would negatively alter
satiety and basal metabolic rate (BMR), causing fat gain and high leptin concentrations in the blood. Strength training is
known for increasing the BMR, due to a lot of factors, and to improve serum
glucose control, which help people to loose weight
and can be correlated with low levels of blood insulin. The aim of this study
was to evaluate possible correlation between body composition, strength and
serum insulin. Five sedentary young men participated in this study. The tests
used were: Average strength – maximum 10 repetitions to chest–press, dorsal
pull down and leg press. Insulin radioimmunoassay, enzymatic colorimetric
assay for glucose, fasting samples collected. Data are expressed as
mean ± standart error; Pearson’s Correlate coefficient
was evaluated; Student test “t”’ was measured, and a p ≤ 0.05 was
considered as a significant. Body fat percentage = 23.2 ± 2.8; Insulin = 3.5 ±
1.8 ng/dl; Strength = 163.6 ± 17.2 kg. The
Correlation for insulin: body fat percentage: r = 0.226; Muscular Strength: r =
- 0.834; p < 0.001 for both. The results suggest strongly that strength
training could control serum insulin.
Keywords: body fat
percentage; insulin; muscular strength.
Uma das principais
preocupações dos governos de diversos países está centrada na saúde pública.
Isto é justificado uma vez que o impacto econômico nesta área chega a ser a
principal fonte de gastos públicos, além de aumentar a morbidade social, muitos
dos problemas de saúde pública podem ser razoavelmente bem controlados/evitados
através de medidas simples e de baixo custo [1-4].
Dentre as grandes
morbidades contemporâneas, a obesidade tem papel central, sendo considerada
como a epidemia do século vinte e um [5].
Caracterizada como
uma doença metabólica do balanço energético, a obesidade é uma doença onde o setpoint entre
ingestão e gasto de energia está descontrolado de forma a poupar grandes somas
de energia sob a forma de gordura, especialmente subcutânea e perivisceral,
esta última apresentando uma maior associação com o desenvolvimento de uma
série de doenças crônico degenerativas [6-9].
As doenças
metabólicas cujo desenvolvimento está associado ao desenvolvimento da obesidade
se apresentam em grande escala, causando um enorme impacto aos cofres públicos
e especialmente, legando um mal pernicioso aos indivíduos, incluindo o óbito [2,9,10].
O leque de doenças as
quais a obesidade expõe os indivíduos é extremamente variado, por exemplo, a
infertilidade, notadamente a masculina, vários tipos de doenças neurodegenerativas, uma série de espécies de câncer como os
de mama, colo de útero, próstata e outros [8,9,11,12].
Um grupo especial de doenças cujo desenvolvimento também está ligado ao da
obesidade é o das doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial
sistêmica, infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, aterosclerose,
dentre outras [1,8,9].
Devemos fazer
considerações especiais sobre a hipertensão arterial sistêmica, definida como
aumento crônico da pressão arterial sistêmica, acima dos níveis considerados
normais, que aumenta exageradamente a chance do desenvolvimento de uma série de
morbidades, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular encefálico, o que
pode gerar uma série de sequelas incapacitantes, além de expor o indivíduo a
processos cirúrgicos e morte [8,9,14].
No Brasil a
hipertensão arterial sistêmica está envolvida em 40% das mortes por doença
cerebrovascular e em 25% das mortes por doença coronariana. Em 2005, foram
1.180.184 internações relacionadas com a doença cardiovascular. Além dos fatos
descritos acima, ainda no Brasil, a hipertensão arterial sistêmica é a primeira
causa de aposentadoria [15,16].
Outra doença que não
pode ser desconsiderada do contexto aqui apresentado é o diabetes mellitus. Com
fortíssima associação ao conteúdo de massa gorda, a ação insulina sofre um
impacto negativo, de forma a desenvolver resistência periférica a sua ação, de
forma notável no tecido muscular estriado esquelético. Esta resistência a insulina,
se não tomada as devidas medidas para o seu controle, pode evoluir para um
quadro de diabetes do tipo 2, não insulino
dependente [1,5,8,14]. Uma vez estabelecido o quadro de diabetes, podem ocorrer
uma série de perturbações no funcionamento normal do organismo, como a própria
hipertensão, doença arterial periférica, doenças neurodegenerativas,
dentre outras, além de potencializar o risco de infarto do miocárdio, com
especial expressão nas mulheres [1,17,18].
Historicamente vários
estudos têm demonstrado que a atividade física é um eficiente meio para o
controle ponderal. A maior parte destes estudos abordam a relação da atividade
física de endurance
e a perda de massa gordurosa e/ou a manutenção de baixos índices de adiposidade
[1,19-23].
Dentre as adaptações
ao treinamento de endurance
que proporcionam o emagrecimento, a modulação endócrina aparece como um dos
principais mecanismos, principalmente na sua relação com o aumento da
sensibilidade à insulina e o controle da leptina [1,24-26].
A leptina é um
polipeptídico liberado, principalmente, pelo tecido adiposo e é considerado
como o principal responsável pelo controle da saciedade, estando, dessa forma,
diretamente implicado no desenvolvimento da obesidade. Sua ação antagônica à insulina
também está implicada no desenvolvimento da síndrome da resistência à insulina,
diabetes melitus do tipo 2,
doenças cardiovasculares, dentre outros estados mórbidos, além de estar
envolvida no fenômeno de desenvolvimento da resistência hipotalâmica a leptina,
fenômeno este, responsável pela alteração do padrão de ativação da fome e da
saciedade e tem sua ação associada fortemente a ação da insulina, tanto na
sensibilização periférica, do músculo esquelético, a insulina e ao controle
glicêmico, bem como sua ação central, no sistema nervoso, sobre o controle da
saciedade [1,5,7,8,14,27,28].
A relação da
interação insulina/leptina é tida como a base da explicação para os fenômenos
abordados anteriormente, que ligam o desenvolvimento da obesidade as diversas
condições de saúde adversa descritas acima. Portanto o aumento da gordura
corporal altera o equilíbrio endócrino, que altera algumas funções chave, como
a ação da insulina e o controle de fome e saciedade, que acaba por gerar um
ciclo vicioso, aumentando a gordura corporal, a leptinemia,
diminuindo a saciedade e a ação periférica da insulina atua no desenvolvimento
de uma série de doenças, aumentando a gordura corporal e assim por diante [1,5,7,8,14,18,27-29].
Apesar de crescentes
evidencias demonstrando a importância do treinamento de força na diminuição da
porcentagem de gordura corporal e sua relação com a modulação endócrina de
alguns hormônios, como a testosterona e a insulina, pouco se sabe sobre sua
relação com o controle endócrino da leptina [1,24,30,31].
Acreditamos que o
trabalho físico, incluindo (e especialmente) o treinamento de força muscular de
alta a altíssima intensidade, conhecido popularmente como musculação, pode
alterar a relação insulina/leptinemia, através da
ação positiva sobre a liberação de insulina e sobre o aprimoramento da
sensibilidade do tecido muscular esquelético a sua ação, além de promover a
redução dos estoques de gordura corporal, tanto subcutânea, quanto
perivisceral.
Portanto, tendo em
vista o plano de fundo apresentado até aqui, o presente trabalho teve por
objetivo avaliar a correlação entre a força muscular, composição corporal e a insulinemia de indivíduos adultos jovens destreinados do
sexo masculino.
Amostra
Foram utilizados como
amostra, cinco homens, voluntários, com idade entre 25 e 33 anos de idade, que
assinaram o termo de compromisso de acordo com a resolução 196 do Conselho
Nacional de Saúde do ano de 1996.
Todos os indivíduos
eram saudáveis na época da participação do estudo.
Este projeto possui
permissão do Sistema Nacional de Ética em Pesquisa, SISNEP, para coleta de
dados envolvendo humanos, sob cadastro CAAE -
0113.0.308.000-07.
Procedimentos
para coleta de dados
A coleta dos dados de
composição corporal foi feita no laboratório de Fisiologia do Exercício do
Departamento de Educação Física do Campus Petrópolis II, da Universidade
Estácio de Sá, utilizando balança, estadiômetro e
computador devidamente equipado. A coleta dos dados de condicionamento de força
foi realizada no SESI Petrópolis.
Para a medida do
condicionamento físico em força foi feita uma média da carga máxima para testes
de 10 repetições máximas (RMs) em 3
exercícios (Supino, Puxada Dorsal Baixa e Leg Press).
Para a composição
corporal foi usada a predição da porcentagem de
gordura corporal, massa corporal em massa livre de gordura e massa muscular por
impedância bioelétrica (marca: Plenna
Especialidade Ltda., modelo: Slim Mea
02510, com precisão de 0,1 para peso, percentual de gordura e massa muscular).
As amostras de sangue
foram coletadas no laboratório Saddy Diagnósticos,
localizado na cidade de Niterói/RJ, onde foi dosada a insulina e a leptina por radioimunoensaio.
A frequência cardíaca,
pressão arterial sistêmica e sensação de desconforto e cansaço foram monitorados constantemente. Não foi relatado qualquer
problema por parte dos avaliados durante os testes físicos de força.
Análise
dos dados
Todos os dados estão
expressos como média mais ou menos erro padrão da
média. Foi realizada a análise da correlação de Pearson (r) para a insulina
contra as seguintes variáveis, força, porcentagem de gordura, massa magra e
massa muscular.
O teste “t” de Student pareado par a par, onde foi considerado como
significante as correlações com um p < 0,05, como descrito por Yokoyama et al. [31].
Foi usado o programa
estatístico Excel para Windows para o cálculo das variáveis.
Os indivíduos
utilizados nesta pesquisa apresentaram valores antropométricos bem diferentes
entre si, para as variáveis avaliadas. O resultado para cada uma das avaliações
antropométricas está descrito na tabela I e ficaram da seguinte forma: a força
muscular demonstrou uma média de 163,6 kg de carga, com um erro padrão de 17,2
kg; a porcentagem de gordura apresentou um escore 23,2% ± 2,8%; a massa
corporal magra apresentou uma taxa média de 63,2 kg ± 1,8 kg; o resultado médio
dos avaliados para massa muscular atingiu um valor de 34,5 ± 1 kg.
Tabela
I - Resultado da antropometria para cada
indivíduo, mais média e erro padrão para cada variável
DP = desvio padrão
O exame da leptina
demonstrou uma variação individual grande, quando realizada a média dos valores
dos indivíduos implicados neste estudo, onde a média foi de 4,2 ± 1,9 ng/ml (valores expressos na tabela I).
Com relação aos dados
da correlação de Pearson, descritos na tabela II, observamos que a correlação
mais expressiva foi encontrada entre a insulina e a força muscular (r = 0,834).
A correlação foi fraca demonstrada com a porcentagem de gordura (e a insulinemia), demonstrando um r = 0,226. As outras
correlações, entre a insulina e as massas magra e muscular foram muito fracas,
não alcançando um r = 0,1 (r = 0,017 e 0,076, respectivamente). O teste “t”
revelou extrema significância das correlações, com um p > 0,001 para todas
as correlações apresentadas neste trabalho.
Este trabalho teve
como objetivo principal observar a relação entre a força muscular e a insulinemia de indivíduos adultos jovens, aparentemente
saudáveis e destreinados. Adicionalmente nos preocupamos com a relação entre outras
variáveis que tem reconhecida influencia sobre a insulinemia,
como os conteúdos de massa muscular e, mais especificamente, o de gordura
corporal e da lepitina plasmática.
É importante que se
destaque que apesar dos dados obtidos com certas populações não terem uma exata
transferência para outras populações, como é o caso do presente estudo, as
relações observadas aqui não devem ser extrapoladas sem as devidas proporções
para populações que apresentem distúrbios no controle glicêmico. De qualquer
forma, nossos resultados apontam em uma direção que deve ser tomada para a
profilaxia destes problemas, bem como corroboram vários estudos que indicam o
exercício físico, incluindo o treinamento de força, para indivíduos que possuem
distúrbios do controle glicêmico, como indivíduos obesos, resistentes a
insulina e diabéticos do tipo 2
[1,8,9,17,18,21-26,31].
O nosso grupo de
estudo tem se preocupado em investigar como certas medidas não farmacológicas,
especificamente o treinamento físico regular, podem ajudar a controlar o
progresso e até mesmo reduzir o impacto de uma série de morbidades, crescentes
de forma alarmantes nas últimas décadas, como a obesidade, doenças
cardiovasculares e diabetes mellitus do tipo 2
[1,2,24,32,33].
Tabela
II -
Resultado das correlações de Pearson
entre a insulinemia e a força muscular, porcentagem
de gordura corporal, massa magra e massa muscular. E teste “t” de Student
Ainda assim, o
conhecimento de como é o ambiente interno de indivíduos “controle”, bem como sua
resposta imediata a diversas modalidades de exercício físico é conveniente.
O principal resultado
encontrado foi uma negativa, fortíssima e significativa correlação entre a
força muscular e a insulinemia (r = -0,834; p ±
0,001). Nossa amostra foi composta por indivíduos saudáveis, o que indica que
sua resposta insulinêmica a diversos estímulos metabólicos estão intactos, o
que pode não ocorrer em diabéticos e indivíduos resistentes à insulina.
Adicionalmente, não
foi realizada medida da insulinemia aguda
pós-exercício, apenas foi verificada uma possível relação de normalidade entre
força muscular e insulinemia, o que se mostrou um
dado positivo. Este resultado indica que em situação de normalidade a insulina
de jejum se apresenta diminuída conforme é maior a força muscular do indivíduo.
Diversos trabalhos
têm demonstrado que mesmo em diabéticos os exercícios de alta a altíssima
intensidade com pesos, provocam aumento a insulinemia,
o que põe mais uma vez esta qualidade física, a força muscular, ou mesmo o
treinamento desta, e principalmente este, como um foco a ser utilizado por
vários indivíduos no controle da saúde [9,17,25,26,34,35].
A relação entre a
gordura corporal e a insulina de jejum normalmente é positiva e forte quando analisada
em indivíduos com resistência a insulina e/ou diabetes mellitus do tipo 2. Talvez, por nossa amostra se apresentar aparentemente
saudável na ocasião da coleta de dados, não tenhamos observado uma correlação
entre essas duas variáveis (massa de gordura e insulina plasmática de jejum),
que não fosse fraca, mas significativa (r = 0,226; p ≤ 0,01). Ainda que
aparentemente saudáveis, os voluntários de nosso estudo apresentaram uma alta
porcentagem de gordura, apesar de estar dentro da normalidade. Este fato pode
ter sido o responsável pela correlação não ter sido fraquíssima e ainda
negativa, mesmo que fraquíssima, é o que esperamos encontrar em populações com
as mesmas características gerais que nossa amostra, exceto por um baixo
percentual de gordura corporal.
As correlações entre
a insulina e as massas magra e muscular não apresentaram uma correlação
expressiva, sendo fraquíssimas, embora significativas (r = 0,017 e r = 0,076,
respectivamente; p ≤ 0,01, para ambas).
Mais uma vez, por
nossa amostra tratar de indivíduos destreinados, as massas magra e muscular
estão dentro de limites fisiológicos normais esperados para atividades do
cotidiano, o que não exigem um alto grau de execução de força, ou grande
quantidade de massa muscular, mas acreditamos que, caso essa amostra fosse
submetida a um período de treinamento de força suficiente para implementar cerca de 2 kg de massa muscular, poderíamos
observar correlações negativas, fortes e significativas com a insulina, uma vez
que são vários os estudos que já demonstram este fenômeno de forma bem
consistente.
A força muscular
apresentou na amostra estudada uma correlação negativa, forte e significativa,
o que indica que o aumento da força muscular pode reduzir a insulinemia
de jejum.
Com isso a
metodologia de treinamento de força pode ser indicada no controle e profilaxia
dos distúrbios ligados a resistência a insulina, como o diabetes mellitus do
tipo 2.
Futuros estudos devem
estudar as adaptações sobre a bioquímica plasmática e o sistema endócrino, como
ações decorrentes do treinamento força, especialmente em estudos longitudinais
que utilizem maior número amostral.