Rev Bras Fisiol Exerc 2018;17(1):71-72
doi: 10.33233/rbfe.v17i2.2463
EDITORIAL
A nova calistenia
Alexandre Fernandes
Machado*
*Aluno
do curso de doutorado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu/SP,
Sócio fundador da VO2pro
Correspondência: E-mail:
alexandre@vo2pro.com.br
Em 1829 o suíço Phoktion Heinrich Clias publicou
o livro intitulado: Kallisthenie - Exercises for Beauty and Strength,
caracterizando a calistenia como prática ritmada de
exercícios com o peso corporal denominados de exercícios livres [1,2].
A estrutura de uma
sessão de calistenia obedece a três princípios
básicos, sendo eles: seleção, precisão e totalidade [1]. Os exercícios da
sessão são distribuídos em três grupos: introdutório, exercícios de
aquecimento; fundamental, constituído de exercícios de extensão, flexão e
laterais de tronco, equilíbrio, abdominais, corridas, saltos e conclusivo,
constituídos de exercícios de volta à calma [2].
O treinamento
intervalado de alta intensidade (HIIT) é considerado um método de treinamento
eficiente e seguro para o aprimoramento da aptidão física de indivíduos com
diferentes níveis de atividade física [3-5]. As sessões são compostas por
estímulos repetidos de alta intensidade, que podem variar entre 15 segundos a 1
minuto [6] seguidos por período de recuperação de 10 segundos até 4 minutos
[7].
Alguns pesquisadores
[8-10] reintroduziram a prática de exercícios com o peso corporal usando o
HIIT. Esse treinamento pode ser considerada uma
modalidade de fácil acesso e baixo custo o que facilitaria a inclusão de grande
parte da população, mas é necessária uma proposta metodológica clara e de fácil
uso para a massificação do HIIT [11].
Em 2017 um grupo de
pesquisadores [12] propôs uma metodológica de organização da sessão de treino
de HIIT com peso do corpo e denominou de HIIT body work. A proposta metodológica surgiu a
partir de uma série de pesquisas [13-17] nas quais foram observadas as
respostas fisiológicas e modelos metodológicos, como: resposta da frequência
cardíaca, reposta do lactato, resposta do consumo do oxigênio, esforço
percebido, recuperação percebida, classificação dos exercícios e distribuição
dos exercícios.
Com isso a seleção
dos exercícios para a elaboração de uma sessão de HIIT body work obedece a uma regra metodológica,
que é um dos pilares da calistenia tradicional, na
qual se destacam: a sessão deve ser de caráter inclusivo, usar apenas o peso do
corpo e ter como objetivo saúde, condicionamento e/ou estética. Nesse contexto
podemos afirmar que o HIIT body work é a nova calistenia,
pois ele se enquadra nos quatro pilares da calistenia
tradicional, porém com uma nova abordagem metodológica.
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