Rev Bras Fisiol Exerc 2019;18(1):3-8
ARTIGO
ORIGINAL
Respostas
agudas da pressão arterial em exercícios básicos do treinamento de força
Acute
arterial pressure response in basic strength training exercises
Matheus Rodrigues
Paiva*, Gabriel da Costa Gomes Rodrigues*, Thiago Teixeira Pereira*, Gildiney Penaves de Alencar, M.Sc.**, Leonardo Emmanuel Medeiros Lima, M.Sc.***, André Luis de Oliveira Krug, D.Sc.****, Aluisio Fernandes de Souza, M.Sc.*****
*Acadêmico
do curso de Educação Física pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB),
**Professor Efetivo de Educação Física pela Prefeitura Municipal de Campo
Grande/MS, Professor Tutor Presencial na Universidade Norte do Paraná Campo
Grande no curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, ***Docente na
Universidade Anhembi Morumbi curso de Educação Física, ****Docente na
Universidade Católica Dom Bosco no curso de Educação Física, Professor Efetivo
de Educação Física na Prefeitura Municipal de Campo Grande, MS, *****Docente na
Universidade Católica Dom Bosco no curso de Educação Física
Recebido em 18 de
setembro de 2018; aceito em 13 de março de 2019.
Endereço
para correspondência:
Matheus Rodrigues Paiva, Rua das Garças, 565, 79010-020 Campo Grande MS, E-mail:
mathrpa@icloud.com; Gabriel da Costa Gomes Rodrigues: gabrielgomees7@gmail.com;
Thiago Teixeira Pereira: thiagoteixeira.ef@gmail.com; Gildiney
Penaves de Alencar: gildiney.gpa@gmail.com; Leonardo
Emmanuel Medeiros Lima: leonardolimadocente@gmail.com; André Luis de Oliveira Krug:
rf3522@ucdb.br; Aluisio Fernandes de Souza:
aluisio@ucdb.br
Resumo
O treinamento de força
conta com diversos benefícios para a saúde, trazendo adaptações positivas no
sistema cardiovascular. Desta maneira, o objetivo deste estudo se pautou em
identificar as respostas agudas da pressão arterial em exercícios básicos do
treinamento de força. O estudo foi realizado com 8 praticantes de treinamento
de força do sexo masculino (21,4 ± 1,68 anos), com no mínimo 1 ano de treinamento
ininterrupto, normotensos, nos exercícios agachamento livre e supino reto,
sendo executados testes de 1 RM para determinação da intensidade. Os avaliados
foram submetidos a dois testes, com intervalo de no mínimo 48 horas entre eles.
No primeiro, foram executadas 3 séries do exercício supino reto a 100% de 1 RM
e no segundo, 3 séries a 100% de 1 RM do exercício agachamento livre. Uma
semana depois realizaram o mesmo procedimento com 80% de 1 RM. A pressão
arterial foi aferida antes e imediatamente após a execução de cada série. Houve
uma diferença estatisticamente significativa considerando as alterações na
pressão arterial sistólica (PAS) nos valores de 100% de 1 RM e 80% de 1 RM
quando comparamos o valor de PAS de repouso no exercício de agachamento livre e
as respostas agudas na 1ª, 2ª e 3ª séries. Quanto à pressão arterial diastólica
(PAD), não observa-se nenhuma diferença significativa
nos valores de 100% e 80% de 1 RM entre a PAD de repouso no exercício
agachamento livre e as respostas agudas na 1ª, 2ª e 3ª séries. Tais resultados
nos remetem ao quão seguro e benéfico pode ser um treinamento realizado em
intensidades mais elevadas e o estudo esclarece o funcionamento da pressão
arterial quando o corpo é submetido a altas cargas, sendo possível uma prescrição
de protocolos seguros e adequados dentro das academias.
Palavras-chave: musculação, adaptação
fisiológica, pressão arterial.
Abstract
Strength
training has several health benefits, bringing positive adaptations in the
cardiovascular system. Thus, the purpose of this study was to identify the
acute responses of blood pressure in basic strength training exercises. The
study was performed with 8 male strength training practitioners (21.4 ± 1.68
years) with at least 1 year of uninterrupted training, normotensive, in free
squat and bench press exercises, and 1 RM tests were performed to determine the
intensity. The patients underwent two tests, with a minimum of 48 hours between
them. The first one was performed 3 sets of exercise bench press at 100% of 1 RM
and in the second, 3 sets at 100% of 1 RM of exercise free squat. One week
later they performed the same procedure with 80% of 1 RM. Blood pressure was
measured before and immediately after the execution of each series. There was a
statistically significant difference considering the changes in systolic
arterial pressure (SAP) at 100% of 1 RM and 80% of 1 RM when comparing the SAP
at rest in the free squat exercise and the acute responses at the 1st, 2nd and
3rd series. Regarding diastolic arterial pressure (DAP), no significant
difference was observed in 100% and 80% of 1 RM values between rest DAP in the
free squat exercise and the acute responses in the 1st, 2nd and 3rd grades.
These results point out to us how safe and beneficial training can be at higher
intensities, and the study clarifies the functioning of blood pressure when the
body is subjected to high loads, and it is possible to prescribe safe and
adequate protocols within the fitness centers.
Keywords: strength
training, physiologic adaptation, arterial pressure.
O exercício físico tem
mostrado promover adaptações extremamente favoráveis no que se diz respeito ao
sistema cardiovascular. Através de exercícios aeróbios e anaeróbios prescritos
de forma correta pode-se observar uma diminuição crônica na frequência cardíaca
e na pressão arterial a longo prazo [1].
O treinamento de força
conta com diversos benefícios para a saúde, trazendo adaptações positivas no
sistema cardiovascular. Esse tipo de treinamento causa um efeito hipotensor de
até 12 horas pós sessão de exercício, tanto em indivíduos hipertensos quanto em
indivíduos normotensos [1]. Quando se trata de exercícios que envolvam o
sistema aeróbio, há um consenso na literatura que estes levam a uma redução da
pressão arterial de repouso. Ainda, uma hipotensão de até 24 horas após a
realização do exercício aeróbio pode ser observada [2].
Muito se sabe sobre os
benefícios do treinamento aeróbio para a manutenção do sistema cardiovascular e
cardiorrespiratório, porém, é notável que os exercícios anaeróbios também
influenciem na pressão arterial, proporcionando benefícios ao praticante [3].
A pressão arterial,
força exercida pelo sangue na parede dos vasos sanguíneos é um dos principais
fatores relacionados à morbidade e mortalidade cardiovascular e sua função é
manter todo o fluxo sanguíneo adequado às necessidades do organismo [1]. A
medida da pressão arterial em um indivíduo varia a cada período
de tempo e essa variação pode ser por duas causas, seja em função de
características biológicas ou em função de erro de medição [4].
Ao aferirmos a pressão
arterial, nos mantemos atentos a dois valores, sendo o primeiro valor a pressão
arterial sistólica (PAS) e o segundo valor a pressão arterial diastólica (PAD).
A PAS é representada por uma maior pressão no interior dos vasos sanguíneos e
corresponde à sístole cardíaca, nessa fase a entrada de sangue supera a
drenagem. O segundo, PAD, é o volume de sangue armazenado nos vasos que é
liberado até seu valor mínimo, sendo caracterizada pelo relaxamento do coração
[1].
As adaptações
cardiovasculares ao treinamento são afetadas pelo tipo de exercício, seja ele
aeróbio ou anaeróbio, frequência, duração, volume e intensidade. O exercício de
resistência gera tensão, encurtamento na fase concêntrica ou na fase estática e
comprime os vasos periféricos que irrigam os músculos ativos. A intensidade do
esforço e o volume dos músculos trabalhados estão diretamente ligados à
magnitude da resposta hipertensiva do exercício [3].
No treinamento de
força, é muito presente o componente isométrico, pode-se observar uma
sobrecarga da pressão através do músculo cardíaco e dos vasos sanguíneos. A
magnitude das respostas cardiovasculares ao exercício de força depende do peso,
do número de repetições, séries e tipo de contração realizada (concêntrica,
excêntrica e isométrica) [1].
De acordo com Bermudes et al.
[5] o treinamento de força ou exercício resistido tende a reduzir cerca de 3%
da PAS e 4% da PAD dos indivíduos em geral, sem que isso importe em redução de
peso corporal ou frequência cardíaca de repouso. É um tipo de exercício que não
provoca elevações significativas nos níveis pressóricos, passíveis de uso em
rotinas de melhoria do condicionamento físico [6]. A funcionalidade da redução
de pressão arterial ocorre tanto nos quadros de normotensão quanto hipertensão
[5].
Desta maneira, o
objetivo deste estudo se pautou em identificar as respostas agudas da pressão
arterial em exercícios básicos do treinamento de força. Conhecer as variadas
respostas no ato do exercício com pesos auxiliará os profissionais da área de Educação
Física a prescreverem um treinamento mais adequado para seus alunos, levando em
conta as particularidades e respeitando os limites de cada um, promovendo
resultados mais satisfatórios a longo prazo.
A presente pesquisa é
descritiva, em que estabelece relações entre as variáveis e tem como uma de
suas características a utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados
[7, 8]. Também, a pesquisa é qualitativa, já que descreve a complexidade de
determinado problema e analisa a interação das variáveis envolvidas [9] e
possui o cunho de corte transversal, em que a obtenção dos dados para a
pesquisa ocorre num só momento, e tem como intuito descrever e analisar o
estudo de uma ou várias variáveis [10].
O estudo foi realizado
com 8 praticantes de treinamento de força do sexo masculino, com idade média de
21,4 anos (± 1,68 anos), com no mínimo 1 ano de treinamento ininterrupto,
normotensos [11], com os exercícios agachamento livre e supino reto com barra
já incluídos em suas rotinas de treinamento. Todos os indivíduos, depois de
informados sobre os procedimentos aos quais seriam submetidos, assinaram o
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), conforme preconiza a resolução
nº 466/2012 do Ministério da Saúde.
Para a realização deste
estudo, foram utilizados um esfigmomanômetro Premium®, um estetoscópio
Premium®, um banco de supino reto, uma gaiola de suporte para agachamento e uma
barra média, que possuía por volta de 12 kg para a realização dos exercícios.
Os voluntários
realizaram o teste de 1 RM para avaliação da força máxima, sendo o primeiro dia
de teste para membros superiores e o segundo dia de teste para membros
inferiores. Foram utilizados os sete passos do protocolo de Uchida
et al. [1] para determinar o valor de
1 RM e os indivíduos avaliados executaram um aquecimento de 5 a 10 repetições
com um peso de 40% a 60% da estimativa de 1 RM. Em seguida, após o intervalo de
1 minuto e execução de um leve alongamento, realizaram um aquecimento de 3 a 5
repetições com peso de 60% a 80% da estimativa de 1 RM. Após esta etapa, deu-se
um intervalo de 2 minutos, os avaliados estimaram um peso próximo do máximo, de
modo com o qual fosse possível completar de 2 a 3 repetições, adicionando o
máximo de 5 kg por tentativas. A cada tentativa executada, foi realizado o
intervalo de 3 a 5 minutos, aumentando ou reduzindo a carga, até que se
executasse apenas uma repetição máxima [1,12].
Foi então decidido
identificar tais alterações apenas em exercícios específicos do treinamento de
força, nos quais são trabalhados grandes grupamentos musculares, escolhendo os
exercícios supino reto com barra e agachamento livre, trabalhando com base em
80% a 100% de 1 RM.
Os voluntários foram
submetidos a dois testes, com intervalo de no mínimo 48 horas entre eles,
pensando na reprodutibilidade da medida [13]. No primeiro teste semanal, foram
executadas 3 séries do exercício supino reto com barra a 100% de 1 RM e no
segundo dia, 3 séries a 100% de 1 RM do exercício agachamento livre, ambos os
exercícios executados segundo a técnica de Uchida et al. [1]. Uma semana depois os
voluntários realizaram o mesmo procedimento, porém com a intensidade de 80% de
1 RM. O intervalo de recuperação determinado entre as séries foi de 3 minutos
[1]. Durante todo o teste, a pressão arterial dos indivíduos foi aferida antes
e imediatamente após a execução de cada série, a fim de identificar as
alterações agudas.
Os testes estatísticos
foram realizados por meio do programa One Way e Post Hoc de Tukey,
utilizando o teste análise de variância de um caminho, sendo os resultados
expressos pela diferença entre as médias, considerando a margem de erro e
desvio padrão. As diferenças são consideradas estatisticamente significantes
quando o valor de p ≤ 0,05.
De acordo com as
análises estatísticas, pode-se observar que houve uma diferença
estatisticamente significativa considerando as alterações na Pressão Arterial
Sistólica (PAS) nos indivíduos voluntários da pesquisa submetidos aos testes
quando aplicados os valores de 100% de 1 RM e 80% de 1 RM quando comparamos com
o valor da PAS de repouso, no exercício de agachamento livre e as respostas
agudas na 1ª, 2ª e 3ª séries no exercício agachamento livre (Figura 1).
Entretanto, quando
avaliamos a Pressão Arterial Diastólica (PAD), foi possível observar que não
houve nenhuma diferença significativa, quando aplicados os valores de 100% e
80% de 1 RM, entre a PAD de repouso no exercício agachamento livre e as
respostas agudas nas 1ª, 2ª e 3ª séries (Figura 1).
Quando comparamos a PAS
obtida a partir da utilização da força máxima (100% de 1 RM) com peso médio
(80% de 1 RM), observamos que não existe diferença em nenhuma das séries de
repetições, demonstrando que as alterações pressóricas ocorridas, durante as
repetições multifatoriais, não são influenciadas pela carga submetida durante o
exercício de agachamento livre (Figura 1).
Figura 1 - Comparação entre Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial
Diastólica (PAD) e Pressão Arterial Média (PAM) a 100% (*) de 1 RM e 80% (+) de
1 RM, na 1ª, 2ª e 3ª séries no exercício agachamento livre
De acordo com as
análises estatísticas, pode-se observar que houve uma diferença
estatisticamente significativa considerando as alterações na Pressão Arterial
Sistólica (PAS) no treinamento de força no exercício supino reto utilizando
100% de 1 RM e 80% de 1 RM quando comparamos o repouso com os exercícios na 1ª,
2ª e 3ª séries (Figura 2).
Porém, quando avaliamos
a Pressão Arterial Diastólica (PAD) foi possível observar que não houve
diferença significativa, tanto nos treinos de força em exercícios multiarticulares em 80% a 100% de 1 RM entre o repouso e os
exercícios na 1ª, 2ª e 3ª séries (Figura 2). Estes dados indicam a similaridade
com os exercícios de agachamento, visto que só foi possível observar uma
resposta aguda após o treinamento de força na PAS e não na PAD, tanto em
exercícios multiarticulares com peso médio (80% de 1
RM) e com a utilização da força máxima (100% de 1 RM) considerando as
repetições em relação ao repouso (Figura 2).
Na avaliação de
resposta aguda entre as repetições em si, não foi possível observar diferença
significativa, tanto na PAS no treinamento de força de 100% de 1 RM, quanto na
PAD no treinamento de força de 100% de 1 RM.
Quando comparamos a PAS
obtida a partir da utilização da força máxima (100% de 1 RM) com o peso médio
(80% de 1 RM), observamos que não existe diferença em nenhuma das séries de
repetições, demonstrando que as alterações pressóricas ocorridas durante as
repetições multifatoriais também no supino reto não são influenciadas pela
carga submetida durante o exercício (Figura 2).
Figura 2 - Comparação entre Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial
Diastólica (PAD) e Pressão Arterial Média (PAM) a 100% (*) de 1 RM e 80% (+) de
1 RM, na 1ª, 2ª e 3ª séries nos exercícios Supino Reto
Ao identificar as
respostas do sistema cardiovascular nos exercícios agachamento livre, a
variável que mais nos chamou atenção foi a Pressão Arterial Sistólica (PAS),
que sofreu grande alteração, principalmente quando analisada do repouso à
primeira série, provavelmente por serem exercícios básicos que demandam maior
volume sanguíneo em transição, maior nível de coordenação intermuscular e
consequentemente maior ação sinérgica de outras musculaturas [14]. Nas séries
seguintes, a mesma tende a se estabilizar, sendo possível concluir que não há
alterações significativas na PAS em múltiplas séries. Estudo realizado por Aldenucci, Camara e Milistetd [15] avaliou 16 indivíduos normotensos, sexo
masculino, idade média 26,3 anos (± 1,1 anos) e tempo de treinamento que variou
de 6 meses a 2 anos e meio, utilizando um protocolo de uma série de agachamento
de 10-12 repetições na barra Smith, com intensidade de 75% de 1RM, o que se
aproxima com o perfil deste estudo. Seus resultados revelaram um aumento
significativo na PAS logo após a realização da série, comparado com PAS em
repouso.
É observável ainda uma
diferença nas pressões durante as séries, pois, em alguns momentos,
obtiveram-se valores menores de PAD e maiores de PAS após a série de força,
tanto no exercício supino reto com barra quanto no agachamento livre.
Todos os dados indicam
que só foi possível observar uma alteração significativa na comparação entre a
PAS e PAD de repouso com a PAS de esforço e não com a PAD de esforço no
exercício agachamento livre quando os indivíduos foram submetidos à realização
de 3 séries consecutivas com pausas de 3 minutos entre elas e pesos de 100% e
80% do 1 RM.
Estas são respostas
fisiologicamente esperadas e demonstram o quão o exercício de força é benéfico
sendo realizados com mais intensidade, como demonstra D’Assunção et al. [16] em
um estudo que analisou as respostas cardiovasculares ao treinamento de
musculaturas de diferentes dimensões. Tal estudo traz gráficos que mostram
alterações muito sutis na pressão arterial após a primeira série da sessão de
treinamento.
Numa revisão
bibliográfica realizada por Polito e Farinatti [14] e no estudo de Brum et al. [17] mencionando as respostas agudas do exercício no sistema
cardiovascular, os autores citam como realmente a pressão sistólica é mais
suscetível às alterações durante o treinamento de força e ao treinamento
resistido, e ressaltam também a diferença entre as pressões sanguíneas na aorta
e no átrio direito, fator também observável nas respostas encontradas em nossos
estudos.
Ainda, no estudo de
Corrêa Neto et al. [18], com oito
indivíduos do sexo masculino, também normotensos com idade entre 18 e 25 anos,
os autores exploraram as respostas da pressão arterial após três sessões de
treinamento de força realizadas com intensidades diferentes (60%, 75% e 90% de
1 RM) em três exercícios multiarticulares (supino
reto, leg press 45º e
puxada anterior no pulley) e notaram um aumento na
PAS, principalmente nos primeiros 10 minutos pós-execução dos protocolo. Apesar
de o protocolo ser diferente em relação às intensidades e protocolos de
exercício (apenas o exercício supino reto foi similar), é possível relacionar
estes dados com os do nosso estudo, no qual encontramos tal alteração na PAS.
A PAD não foi tão
suscetível às alterações perante o treinamento de força, apresentando em alguns
momentos valores menores que os de repouso, mas ainda assim nada significativo
como verificado também na pesquisa de Corrêa Neto et al. [18].
Tais resultados nos
remetem ao quão seguro e benéfico pode ser um treinamento realizado em
intensidades mais elevadas, considerando que a única variável com alterações
significativas encontradas foi a Pressão Arterial Sistólica e, ainda assim,
manteve-se de forma ordenada nas séries seguintes na sessão de treinamento.
Acreditamos que o
estudo em questão esclarece bem o funcionamento da pressão arterial quando o
corpo é submetido a altas cargas, elucidando o comportamento da mesma no
treinamento de força, sendo possível uma prescrição de protocolos seguros e
adequados dentro das academias, sem perder a intensidade ideal.