Rev
Bras Fisiol Exerc 2021;20(4):S1-S36
doi: 10.33233/rbfex.v20i4.4914
Simpósio de
Bioquímica do Exercício em Saúde
Pontifícia
Universidade Católica do Paraná
Curitiba
23 a 25 de junho
de 2021
Coordenador geral: Prof. Dr. Ricardo Aurino Pinho
rapinho12@gmail.com
Palestrantes
Dr. Rolando B. Ceddia,
York University – Toronto, Canadá
Dr. José Alberto R. Duarte, Universidade
do Porto, Portugal
Dr. Rafael Deminice,
UEL
Dr. Fábio S. Lira, UNESP
Dra. Alessandra Peres, UFCSPA
Dr. José Cesar R. Neto, USP
Dra. Patrícia C. Brum, USP
Dr. Leonardo R. Silveira, Unicamp
Dr. Ricardo A. Pinho, PUCPR
Dr. Luiz Fernando Freire Royes, UFSM
Dr. Aderbal S. Aguiar, UFSC
Dr. Ricardo Arida, Unifesp
Dra. Claudia R. Cavaglieri,
Unicamp
Dr. Fernando Tadeu T. Frajacomo,
Univ. Estácio de Sá
Dra. Renata L. Bertin, UFPR
Dra. Rochelle R. Costa, UFRGS
Dra. Luciele G. Minuzzi, UNESP
Equipe de apoio científico
Dr. Eduardo dal
Bosco Brunetti Cunha, PUCPR: edubrunetti@hotmail.com
Ddo.
Amanda Kruger Costa, PUCPR: amandakruger91@gmail.com
Ddo.
Simone Galbiati Terçariol,
PUCPR- simone.galbiati@uol.com.br
Ddo.
Christiano Francisco dos Santos, PUCPR: christiano.francisco73@gmail.com
Ddo. André
Domingos Lass, PUCPR: andrelass0974@gmail.com
Ddo. Paulo
André Bispo Machado, PUCPR: paulo_vicmar@hotmail.com
Dda. Ana
Carolina Gadotti, PUCPR: ana_raixu3@hotmail.com
Equipe de apoio administrativo e de gestão
Jane Fabia Domenica
Pulowski, PUCPR
Paula Maira Portela do Nascimento,
PPGCS-PUCPR
Andréia Bogo Betiati, MKT-PUCPR
Editorial
O exercício físico tem sido considerado como um dos mais
indispensáveis aspectos do comportamento humano na prevenção e tratamento de
doenças por induzir diferentes estímulos que alteram positivamente o organismo.
Essa compreensão é fruto de dezenas de milhares de pesquisas e publicações, ao
longo dos anos, pelas quais revelam que praticar exercícios físicos regulares
protege o organismo e contribui para a qualidade de vida da população. Nesse
cenário, a bioquímica do exercício tem dado expressiva contribuição para esse
avanço do conhecimento por ser um dos campos disciplinares que avança na
compreensão do papel do exercício físico sobre mecanismos celulares e
moleculares da saúde/doença humana. Os resultados obtidos pelos pesquisadores,
nesse campo de conhecimento, são timidamente conhecidos pela comunidade acadêmica
e científica, e por isso, promover estratégias que disseminam e popularize os
avanços científicos são necessários.
A realização de eventos científicos que congreguem
cientistas, estudantes de graduação e pós-graduação de diversas áreas do conhecimento
promove interações entre diferentes campos do saber, bem como, auxilia na
disseminação dos avanços científicos dentro dessa área de investigação. Isto
permite disseminar as descobertas geradas no âmbito científico bem como
possibilita a reflexão, discussão e contribuição dos pares em torno do tema
proposto. Foi com essa perspectiva que o Laboratório de Bioquímica do Exercício
em Saúde vinculado ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Escola
de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná promoveu remotamente,
entre os dias 23 e 25 de junho de 2021, a segunda edição do Simpósio de
Bioquímica do Exercício em Saúde. Foi um evento de com abrangência nacional
tendo a bioquímica do exercício físico como foco central e teve a contribuição
de 17 cientistas de expressivo reconhecimento de 15 instituições nacionais e
duas estrangeiras. Foram 622 inscritos de 116 instituições representando 18
estados brasileiros, além de Portugal e Canadá que participaram de atividades
interativas com efetiva aproximação com os pesquisadores-palestrantes, como
segue: 4 workshops, 6 conferências e 2 painéis, 30 resumos apresentados
remotamente, duas sessões ao vivo de tema livres e duas sessões de apresentação
de projetos de dissertações e teses.
O resultado deste evento foi exitoso o que pode ser
observado nas inúmeras manifestações feitas pelos participantes durante a
transmissão do evento tanto quanto nas avaliações obtidas por instrumento
específico após o evento. O sucesso dessa edição aponta para novas edições nos
anos seguintes.
Nas páginas seguintes, você poderá ler os resumos de
trabalhos recentes desenvolvidos por diferentes centros de pesquisa os quais
foram submetidos e apresentados por alunos de iniciação científica, mestrado,
doutorado e pós-doutorado, contribuindo para a qualidade do Simpósio e a
disseminação do conhecimento científico em Bioquímica do Exercício.
Prof. Dr.
Ricardo A. Pinho
Coordenador
geral do Simpósio de Bioquímica do Exercício em Saúde
I - Resumos de trabalhos completos
Efeito
agudo de uma série de agachamento com fita de suspensão sobre variáveis
hemodinâmicas
Souza
JCA1*, Teixeira JAA1, Teixeira KKL1, Santos
Júnior VM2, Rodrigues CNS1, Duarte ACGO1
1Laboratório de Nutrição e Metabolismo
aplicados ao Exercício, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São
Paulo, Brasil
2Núcleo de Vivências Corporais, Centro
Universitário de Votuporanga, Votuporanga, São Paulo, Brasil
*jeancesar.andrade@gmail.com
Introdução: O treinamento funcional, tendo como
meio a fita de suspensão, caracteriza-se pelo uso de fitas ancoradas
em pontos fixos, onde os praticantes mantem suspenso mãos ou pés, enquanto
o outro par de extremidades permanece no solo. Devido ao aumento do número de
praticantes, que apresentam características e níveis de treinamento distintos,
torna-se importante investigar as respostas fisiológicas provocadas por esta
modalidade de treinamento. Este estudo avaliou o efeito agudo de uma série de
agachamento com auxílio da fita de suspensão sobre variáveis hemodinâmicas de
indivíduos treinados. Métodos: Trinta voluntários, sendo 15 homens
(29,33 ± 4,79 anos), 15 mulheres (26,08 ± 4,38 anos), treinados (> 150
minutos/semana de atividade física), alunos do Centro Universitário de
Votuporanga-UNIFEV, tiveram suas variáveis hemodinâmicas: pressão arterial
sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e pressão arterial média
(PAM), aferidas em repouso (10 minutos antes), imediatamente após e nos 3°, 6°,
9° e 12° minutos decorridos o término da série. A sessão de treinamento
consistiu em: uma série de vinte repetições de agachamento com auxílio da fita
de suspensão durante 1 minuto. Os dados foram analisados pelo software
STATISTIC 7, adotando significância de p < 0,05. Resultados:
Verificou-se o aumento significativo das variáveis de PAS em homens (p = 0,03)
e mulheres (p = 0,03) e PAM somente nos homens (p = 0,04) em comparação ao
repouso. Tais diferenças não foram observadas em PAD em ambos os sexos (homens
p = 0,557; mulheres p = 0,348) e PAM nas mulheres (p = 0,502). Este aumento não
se manteve nos minutos que sucederam a série, com os valores retornando aos
parâmetros de repouso. Conclusão: Uma série de agachamento com fita de
suspensão promoveu a elevação de variáveis hemodinâmicas imediatamente após o
término da série, onde a PAS mostrou ser a variável determinante para a
modulação da PAM. Tais dizeres apontam para um aumento da demanda
cardiovascular na modalidade.
Palavras-chave: exercício físico; fita de suspensão;
pressão arterial; treinamento.
Fonte
Financiadora: CAPES
Recuperação
autonômica cardíaca após esforço máximo em adultos obesos e não obesos
Schamne,
JC1,2*, Araújo AC1, Costa BM1, Okuno NM1
1Universidade Estadual de Ponta Grossa,
Ponta Grossa, Paraná, Brasil
2Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, Paraná, Brasil
*juliocezarschamne@gmail.com
Introdução: O comportamento da variabilidade da
frequência cardíaca (VFC) durante a recuperação após o exercício pode estar
prejudicado em indivíduos com excesso de gordura corporal. O objetivo deste
estudo foi comparar os índices da VFC entre adultos eutróficos
e obesos durante a recuperação pós-exercício. Métodos: Treze homens
obesos (OBE) (24,9 ± 4,4 anos) e 18 homens eutróficos
(CON) (23,2 ± 4,1 anos) realizaram um teste incremental máximo (protocolo de Balke modificado) em uma esteira ergométrica até a exaustão
voluntária. Logo após o fim do teste, os indivíduos caminharam na esteira nos
primeiros 5 minutos e assumiram a posição sentada nos últimos 5 minutos de
recuperação. O tempo de transição entre o fim do exercício e o início da
recuperação, bem como o tempo de deslocamento da esteira para a cadeira, foram
de aproximadamente 5 segundos. Os batimentos cardíacos foram monitorados
continuamente durante o exercício e nos 10 minutos de recuperação
pós-exercício, por meio de um cardiofrequencímetro. A
raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR
adjacentes (RMSSD) e os componentes de baixa e alta frequência (BF e AF,
respectivamente) foram os índices da VFC analisados nos últimos 5 minutos de
recuperação pós-exercício. As variáveis foram comparadas entre os grupos por
meio do teste t para amostras independentes. Resultados: Não houve
diferença significativa entre os grupos para a BF (OBE: 4,1 ± 1,1 ms2
vs. CON: 4,5 ± 1,1 ms2; p = 0,212). No entanto, o RMSSD (OBE: 4,8 ±
1,9 ms vs. CON: 7,6 ± 3,9 ms;
p = 0,012) e a AF (OBE: 1,9 ± 1,1 ms2 vs. CON: 2,8 ± 1,3 ms2;
p = 0,039) foram significativamente menores no grupo OBE em comparação ao grupo
CON. Conclusão: Adultos obesos possuem uma reativação parassimpática
mais lenta após esforço máximo em comparação com adultos eutróficos.
Palavras-chave: obesidade; doenças cardiovasculares;
variabilidade da frequência cardíaca; exercício físico
Efeito
da periodização do treinamento no risco cardiovascular de adultos com
obesidade: um ensaio clínico randomizado
Streb
AR1*, Bertuol C1, Rosa F1,
Del Duca GF1
1Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício
Físico e Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
*anne.streb@posgrad.ufsc.br
Introdução: Permanecem inconclusivos os efeitos
dos tipos de periodização do treinamento na redução do risco cardiovascular em
adultos com obesidade. Objetivou-se verificar o efeito do treinamento combinado
não periodizado e com periodização linear no risco cardiovascular em adultos
com obesidade. Métodos: Realizou-se um ensaio clínico randomizado, cego
e controlado com adultos com obesidade alocados em três grupos: controle (GC),
treinamento combinado não periodizado (GN) e treinamento combinado com
periodização linear (GP). A intervenção ocorreu por 16 semanas, em três sessões
semanais de treinamento combinado (aeróbio e força na mesma sessão). O GN
treinou em intensidade moderada durante toda a intervenção (50 a 59% FCres e 12 a 10 RMs). O GP
progrediu linearmente em intensidade nos três mesociclos
(5 semanas), passando por leve (40 a 49% FCres e 14 a
12 RMs), moderada e, no final, vigorosa (60 a 69% FCres e 10 a 8 RMs). Utilizou-se
o algoritmo de Framingham Risk Score
(FRS) para estimativa do risco cardiovascular. Empregou-se Equações de
Estimativa Generalizadas estratificada por sexo, considerando p < 0,10 para
a interação grupo*tempo. Resultados: Participaram 27 homens com 34,6 ±
7,5 anos e 42 mulheres com 34.7 ± 7,0 anos. A média de IMC dos participantes
foi de 33,5 ± 2,8 kg/m². Para os homens, houve diferença significativa entre os
grupos ao longo do tempo (pg*t = 0,058) na pontuação
do FRS. Ambos os grupos de treinamento apresentaram reduções (GN- pré: 2.78 ± 0.46; pós: 0.50 ± 1.02; GP- pré:
1.67 ± 0.52; pós: 0.25 ± 0.54). O CG não modificou o FRS ao longo do tempo (pré: 1.38 ± 0.88; pós: 2.14 ± 0.81; valor p = 0.404). Entre
as mulheres, não houve mudanças significativas entre os grupos ao longo do
tempo (pg*t = 0.907). Conclusão: Dezesseis
semanas de treinamento combinado, independentemente do modelo da periodização,
reduzem o risco cardiovascular em homens com obesidade.
Palavras-chave: adultos; fatores de risco; manejo da
obesidade; exercício
Fonte
Financiadora: CAPES
O
componente lento no consumo de oxigênio pulmonar: mecanismos fisiológicos que
explicam a perda de eficiência metabólica e mecânica durante o ciclismo em
diferentes intensidades
Do
Nascimento Salvador PC1,2*, Antunes D1, Nascimento EMF1,
Possamai LT1, Guglielmo LGA1, Denadai BS1
1Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC, Florianópolis, Brasil
2Centro Universitário Leonardo da Vinci –
UNIASSELVI, Indaial, Brasil
*nascimentosalvadorpc@gmail.com
Introdução: Buscou-se verificar os mecanismos
fisiológicos centrais e/ou periféricos que explicam o componente lento de
consumo de oxigênio (V̇O2sc) e a perda de eficiência mecânica
durante o ciclismo em diferentes intensidades. Método: Dezesseis homens
fisicamente ativos realizaram em dias diferentes a determinação da capacidade
muscular oxidativa (V̇O2m), teste máximo de rampa e cargas
constantes nos domínios moderado (6 min), pesado (D30) e muito pesado (D60) (12
min). O decréscimo no torque produzido (DT) foi determinado através de sprints
isocinéticos com duração de 3 s, no início e no final de cada visita ou a cada
dois minutos em duas ocasiões (D30 e D60). Resultados: O V̇O2sc
foi maior no exercício de D60 (~70% vs. ~28% do V̇O2 de reserva
no D30). Houve diferença significativa na amplitude final da extração muscular
de O2 (HHb) (D60 ~90% vs. ~82% no D30 vs. ~45% no
moderado; % da máxima fisiológica) e no DT (D60 ~30 Nm
vs. D30 ~8 Nm). O maior DT ocorreu nos primeiros 2
min de exercício (D60 ~23 Nm; D30 ~12 Nm). Não foi observada uma relação significativa entre o V̇O2sc
e DT. A amplitude final da HHb explica parcialmente
(r = -0,52) o DT inicial (2 min) no D60. O V̇O2m apresentou
relação significativa com a Atotal da HHb (D60 r = -0,53; D30 r = -0,64). Conclusão: Conclui-se
que o V̇O2sc, a necessidade de uma maior extração de O2
na musculatura e a perda de eficiência mecânica compartilham de uma causa
fisiológica similar, que pode estar ligada a uma diminuição no V̇O2m.
Palavras-chave: eficiência metabólica; fadiga
muscular; consumo de oxigênio
Fonte
Financiadora: CNPq
Efeitos
do exercício físico em pacientes com sequelas pós-CVID-19
Campos
MC¹*, Nery T¹, Starke AC¹, Alves ACB¹, Aguiar JRAS¹
¹Laboratório
de Biologia do Exercício Físico (LaBioEx),
Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, Santa Catarina, Brasil
*maria.cristine@ufsc.br
Introdução: A fadiga é a sequela mais prevalente
nos pacientes pós-COVID-19 e persiste por meses após a fase aguda. Os pacientes
apresentam ainda, dispneia, tosse, mal-estar pós-esforço, distúrbios de
atenção, dor musculoesquelética, ansiedade e depressão. Objetivo: avaliar o
efeito do exercício sobre as sequelas de pacientes pós-COVID-19. Métodos:
estudo piloto, prévio ao estudo clínico RE2SCUE “REabilitação
REspiratória em pacientes sobreviventes à COVID-19”.
Cinco pacientes (60% sexo feminino), com média de idade de 53,8 ± 9,1 receberam
oito semanas consecutivas de tratamento, duas vezes na semana. A intensidade do
exercício aeróbio foi de 60 a 75% da frequência cardíaca de reserva, esforço
subjetivo entre 4 e 6 pela escala de BORG modificada e a velocidade da esteira
em 75% da média atingida no teste de capacidade de exercício. O fortalecimento
em intensidade de 80% de 10 repetições máximas: 3 séries de 10 repetições com
intervalo de 2 minutos. Ao final, era realizado alongamento. A fadiga e
dispneia foram avaliadas pelo Pulmonary Functional Status and Dyspnea Questionnaire - Modified version (PFSDQ-M), além disso, o Medical Research Council (MRC) foi
aplicado. A ansiedade e depressão avaliadas pelo Hospital Anxiety and Depression
Scale (HADS), e a capacidade de exercício
avaliada pelo Incremental Shuttle Walk Test (ISTW). A
atenção e memória, respectivamente, pelo teste d2-R e The Rey Auditory-Verbal Learning Test (RAVLT). Resultados:
Houve redução significativa da fadiga (p = 0,007), dispneia (p = 0,007) e dos
sintomas de ansiedade (p = 0,017). Aumento da capacidade de exercício (p =
0,007), e melhora da atenção (p = 0,00). Não foi observado melhora nos sintomas
depressivos e no desfecho memória. Conclusão: O exercício físico parece
ser seguro e pode melhorar as sequelas fadiga, falta de ar, distúrbios de
atenção, ansiedade e aumentar a capacidade de exercício dos sobreviventes à
COVID-19.
Palavras-chave: Infecções por Coronavírus; Exercício
Físico; Reabilitação
Fonte
Financiadora: CNPq,
CAPES, FAPESC e Ministério da Saúde
Efeitos
da quarentena sobre os impactos na alimentação, sono, atividade física, humor e
bem-estar de praticantes de Crossfit®
Silvestre
JC1,3*, Da Silva RC2, Dos Santos RVT3
1Universidade Metropolitana de Santos e
Universidade Católica de Santos, Santos, SP, Brasil
2Universidade Metropolitana de Santos,
Santos, SP, Brasil
3Laboratório de Fisiologia e Bioquímica
do Exercício, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
*j.csilvestre@yahoo.com.br
Introdução: O isolamento social causado pela quarentena
impactou no afastamento dos treinos, gerando alterações de sono, humor e
bem-estar e consumo alimentar, bem como diminuição na prática de atividade
física. Objetivo: Investigar se a quarentena influenciou na qualidade da
alimentação, rotina de treinos, sono, humor e bem-estar dos indivíduos. Métodos:
Foram aplicados questionários de sono, humor e bem-estar, de atividade física e
do consumo alimentar (diário alimentar de três dias não consecutivos) em 18
praticantes de Crossfit®, com média de idade de 34,4
anos ± 10 anos, adultos, sadios, do sexo masculino e feminino, com a média de
prática de Crossfit® de 28,2 meses ± 16,9 meses,
durante um período de quatro semanas. Resultados: Os resultados
mostraram uma alteração na qualidade do sono (leve e moderadamente alterado),
que pode trazer como prejuízo o ganho de peso e desencadear o consumo de
alimentos de alto teor de gorduras e açúcares em especial carboidratos simples.
Na primeira semana os níveis de tensão, depressão e raiva estavam mais
elevados, considerando que os dados das duas primeiras semanas foram coletados
em momento de total isolamento social e as duas últimas semanas foram coletados
já em período de flexibilização, na chamada fase amarela da pandemia, os níveis
foram diminuindo. Os níveis de fadiga, também aumentaram ao longo do estudo,
podendo ser comparado aos níveis de atividade física do questionário
internacional de atividade física (IPAQ – versão curta), que foram aumentando
também. Conclusão: o isolamento social pode ter provocado efeitos
indiretos negativos na vida nos praticantes de Crossfit®,
pois tiveram alterações de sono, de humor e bem-estar e oscilação da atividade
física, fatores que podem impactar no consumo alimentar.
Palavras-chave: sono; ciências da nutrição; ciências
da nutrição e do esporte
Fonte
Financiadora: Sem
financiamentos
Efeito
agudo de uma série de exercício físico contínuo de baixa intensidade na
expressão do gene PGC1-α
Novaes
G1,2*, Pires RA1,2, Correia TML1,2, Almeida AA1,2,
Coqueiro RS1,2, Machado M3,4, Queiroz RF1,2,
Pereira R1,2
1Núcleo o Pesquisa em Fisiologia
Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
2Grupo de Pesquisa em Fisiologia
Neuromuscular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
3Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, RJ, Brasil
4Laboratório de Estudos do Movimento
Humano, Fundação Universitária de Itaperuna, Itaperuna, RJ, Brasil
*gabonmiranda@gmail.com
Introdução: O exercício induz alterações agudas na
bioenergética celular, influenciando os eventos de mitogênese, o qual tem como principal regulador o PGC1-α
(Proliferador ativado de peroxissoma gamma receptor coativador 1-alfa). Nesse contexto, o presente estudo teve
como objetivo analisar o efeito agudo do exercício contínuo de baixa
intensidade (ECBI) na expressão do gene que regula a síntese do PGC1-α em
músculos esqueléticos de camundongos. Métodos: 25 camundongos Swiss machos foram divididos em 2 grupos: controle (GC = 5
animais) e exercício (GE = 20 animais), os quais foram submetidos a um
protocolo de exercício de nado forçado com lastro contendo 2,5% do peso do
próprio animal por 30 minutos. 5 animais do GE foram sacrificados em horários
específicos (imediatamente [0h], 6h, 12h e 24h) após a sessão de exercício. Os
camundongos do GC foram eutanasiados sem serem submetidos previamente a
exercício físico. O músculo gastrocnêmio foi removido
para análise posterior da expressão do Ppargc1a envolvidos na biogênese
mitocondrial. As comparações foram realizadas com ANOVA one-way.
O nível de significância foi fixado em p < 0,05. Resultados:
Observou-se um pico de expressão do gene Ppargc1α 6h após a realização do
exercício, seguido de um retorno em direção à medida basal (i.e., medida do
grupo controle) 12h após o exercício e um pequeno aumento novamente 24h após o
exercício. Observou-se diferença significativa entre a medida de 6h após o
exercício e a medida basal e às medidas obtidas 0h e 12h após o exercício (p
< 0.05). A comparação entre a medida de 24h com a condição basal apresentou
um p = 0,056. Conclusão: O pico da expressão do gene Ppargc1α
ocorre ao redor de 6h após o ECBI, seguido de uma tendência a redução à
condição basal e novo aumento 24h após o exercício, o que sugere uma dinâmica
não-linear da expressão deste gene após o exercício.
Palavras-chave: exercício; biogênese mitocondrial;
estresse oxidativo.
Fonte
Financiadora: Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) (APP0024/2016 e RED038/2014),
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
(462401/2014-6)
Aptidão
cardiorrespiratória e frequência cardíaca de recuperação são preditores de
mortalidade em idosos hipertensos?
Costa
BM1*, Schamne JC1,2, Okuno NM1
1Universidade Estadual de Ponta
Grossa/Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, Ponta Grossa, Paraná,
Brasil
2Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, Paraná, Brasil
*bruno.mtt.tkd@hotmail.com
Introdução:
A hipertensão arterial é uma das
doenças mais prevalentes em idosos. Nessa
população, frequentemente, há menores
níveis de aptidão cardiorrespiratória (ACR) e
disfunção autonômica pós-exercício,
a qual pode ser avaliada pela frequência cardíaca de
recuperação (FCR).
Todavia, o papel desses indicadores como preditores de mortalidade
nesses
indivíduos ainda não está esclarecido. O objetivo
deste estudo foi avaliar se
ACR e FCR são preditores de mortalidade em idosos hipertensos. Métodos:
Participaram do estudo 219 idosos hipertensos, que realizaram um teste
incremental em esteira ergométrica (protocolo de Bruce) até a exaustão
voluntária. A ACR foi estimada a partir do desempenho atingido no teste
incremental, sendo divididos em dois grupos: baixa ACR (VO2máx <
21 ml/kg/min; n = 114), alta ACR (VO2máx ≥ 6; n = 105). A FCR
foi analisada 60s após o encerramento do teste, sendo novamente divididos em
dois grupos: FCR anormal (FCR < 13 bpm; n = 117),
FCR normal (FCR ≥ 13 bpm; n = 102).
Posteriormente, os voluntários foram acompanhados durante um período de até 66
meses. O desfecho principal analisado foi a mortalidade independente de causa.
Foi utilizado o estimador de Kaplan-Meier para comparar a proporção de
mortalidade entre os grupos, assim como, foi calculado o risco relativo (RR) e
intervalo de confiança (IC95%). Resultados: Não houve diferença entre os
grupos FCR anormal e normal (p > 0,05), mesmo tendo apresentado um RR
aumentado no grupo FCR anormal (RR = 2,9; IC95% = 0,8-10,2). No entanto, na
comparação entre baixa ACR e alta ACR houve diferença significativa (p = 0,03),
com maior incidência de mortalidade no grupo baixa ACR. Além disso, o RR foi
bastante elevado (RR = 5,1; IC95% = 1,2-23,1). Conclusão: Em idosos
hipertensos, a baixa aptidão cardiorrespiratória parece ser um fator preditivo
de mortalidade mais importante do que o indicador autonômico.
Palavras-chave: Disfunção autonômica; Doenças
cardiovasculares; Atividade física.
Fonte
Financiadora: CNPq,
CAPES
Efeitos
da restrição do fluxo sanguíneo sobre os biomarcadores de dano oxidativo em
indivíduos saudáveis: revisão sistemática e meta-análise
Ferlito
JV1*, Rolnick ND2, Ferlito MV1, De Marchi T1,3,4,
Salvador M1
1Laboratório de Estresse Oxidativo e
Antioxidantes (LEOA), Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade
de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
2The
Human Performance Mechanic, Lehman College, New York, New York, USA
3Centro-Universitário Cenecista de Bento
Gonçalves, Bento Gonçalves, RS, Brasil
4Laboratório de Fototerapia e Tecnologias
Inovadoras em Saúde (LaPIT), Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Nove de Julho, São Paulo,SP, Brasil
*joaoferlito@yahoo.com.br
Introdução: Nos últimos anos é crescente o
interesse científico por inovações em técnicas de treinamento, dentre as quais
se destaca o exercício com restrição do fluxo sanguíneo (RFS). Isso ocorre
devido a sua capacidade de induzir a hipertrofia e ganho de força muscular
similar ao treinamento de alta intensidade (TAI, 70-80% de 1RM), porém com
baixa intensidade (20-30% de 1RM). Entretanto, ao nosso conhecimento, não há
estudos que descrevam sistematicamente os efeitos do treinamento de força com
RFS sobre o dano oxidativo em comparação com o TAI em indivíduos saudáveis. Métodos:
Esta revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos seguiram as
diretrizes PRISMA. As bases de dados da PubMed,
EMBASE, CINAHL, CENTRAL, PeDro e Biblioteca Virtual
em Saúde foram utilizadas para a busca dos artigos. Não houve restrição de ano
ou idioma. O risco de viés e a certeza da evidência foram avaliados usando a
escala PeDro e o sistema GRADE, respectivamente. O
tamanho de efeito foi calculado pela diferença média padronizada (DMP). Resultados:
Cinco estudos (n = 51, 22,54 ± 4,8 anos) com risco moderado a alto de viés (5 a
6 pontos na escala PeDro) foram incluídos. Nossos
achados demonstraram que há baixa certeza de evidência de que RFS gera um menor
dano oxidativo a proteínas (DMP = -0.62 IC 95% -1.08 a -0.17) e lipídeos (DMP =
-0.86, IC 95% -1.50 a -0.22) quando comparado ao TAI. Apenas um ensaio avaliou
que o dano oxidativo 24 e 48 horas após o exercício, e reportou maior dano
oxidativo a lipídios a favor do TAI (p < 0,05). Conclusão: O corpo de
evidências atual sugere que uma sessão de exercício com RFS produz menor dano
oxidativo a lipídeos e proteínas do que o exercício com TAI. Porém, mais
estudos são necessários para confirmar estas conclusões.
Palavras-chave: estresse oxidativo; restrição de fluxo
sanguíneo; exercício; dano oxidativo
Efeito
da terapia de fotobiomodulação no dano oxidativo
induzido pelo exercício: revisão sistemática e meta-análise
Ferlito
JV1*, Ferlito, MV1, Leal-Junior
ECP3, De Marchi T1,2,3, Salvador M1
1Laboratório de Estresse Oxidativo e
Antioxidantes (LEOA), Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade
de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
2Centro-Universitário Cenecista de Bento
Gonçalves, Bento Gonçalves, RS, Brasil
3Laboratório de Fototerapia e Tecnologias
Inovadoras em Saúde (LaPIT), Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Nove de Julho, São
Paulo (SP) Brasil
*joaoferlito@yahoo.com.br
Introdução: O estresse oxidativo induzido pelo
exercício tem sido um campo de pesquisa em constante crescimento, devido à sua
relação com os processos de fadiga, dano muscular e diminuição da capacidade de
produção de força muscular. Nesse sentido, a terapia de fotobiomodulação
(TFBM) tem demonstrado ser um recurso capaz de melhorar o desempenho, reduzindo
a fadiga e os danos musculares. Portanto, realizamos uma revisão sistemática
com meta-análise objetivando demonstrar o efeito da TFBM sobre os marcadores de
dano oxidativo após exercícios de alta intensidade. Métodos: Esta
revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos seguiram as diretrizes
PRISMA. As bases de dados da PubMed, EMBASE, CINAHL,
CENTRAL, PeDro e Biblioteca Virtual em Saúde foram
utilizadas para a busca dos artigos. Não houve restrição de ano ou idioma;
apenas estudos em humanos que compararam a aplicação de TFBM com placebo foram
incluídos. O risco de viés e a certeza da evidência foram avaliados usando a
escala PEDro e o sistema GRADE, respectivamente. Resultados:
Seis estudos (n = 118, 22,14 ± 4,41 idade) foram elegíveis para esta revisão,
com qualidade metodológica de moderada a excelente. A certeza da evidência
encontrada foi de baixa a moderada, ainda assim, nossos achados sugerem que uma
sessão de TFBM é capaz de diminuir os danos aos lipídios (DM = -0,65; IC 95%
-1,11 a -0,20; I2 = 94%; p = 0,005) e proteínas (DM = -0,51; IC 95% -0,89 a
-0,14, I2 = 68%, p = 0,008) induzidos pelo exercício. Observamos que esse
efeito permaneceu após até 96 horas após o exercício. Conclusão: Embora
haja um número limitado de ensaios disponíveis na literatura sobre este tópico,
o corpo de evidências sugere que o TFBM pode diminuir o dano oxidativo induzido
pelo exercício por até 96 horas.
Palavras-chave: fotobiomodulação;
dano oxidativo; estresse oxidativo; exercício.
Polimorfismo
i/d do gene da enzima conversora de angiotensina (eca) e desempenho físico em
tarefas de endurance e de força explosiva
Cardoso
DR1,2, Freire IV1,2, Oliveira AA1,2, Machado
M3,4, Schettino L1,2, Barbosa
AAL1,2, Pereira R1,2
1Núcleo o Pesquisa em Fisiologia
Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas,
Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
2Grupo de Pesquisa em Fisiologia
Neuromuscular, Departamento de Ciências Biológicas,Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
3Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, RJ, Brasil
4Laboratório de Estudos do Movimento
Humano, Fundação Universitária de Itaperuna,
Itaperuna,
RJ, Brasil
Introdução: Os estudos que investigam a associação
do polimorfismo I/D da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA) e o desempenho
físico durante os exercícios têm sido limitados a atletas ou envolvendo apenas
um tipo de exercício (força ou resistência). Nossa hipótese é que o alelo D
estaria associado à melhor desempenho em tarefas baseadas na força explosiva,
enquanto o alelo I, especialmente os indivíduos homozigotos, em tarefas
baseadas em condicionamento cardiorrespiratório (CCR). Este estudo teve como
objetivo investigar a associação do polimorfismo I/D do gene da ECA e o
desempenho em tarefas de força e de CCR. Métodos: 73 homens saudáveis
(18-19 anos), que foram genotipados quanto ao
genótipo I/D da ECA e classificados como II (n = 14), ID (n = 29) ou DD (n =
30), e submetidos a duas tarefas: 1) medida da força isométrica máxima de
extensão do joelho; 2) teste de corrida de 12 minutos (máxima distância
alcançada nesta tarefa). Com base em amostras envolvendo atletas, os indivíduos
foram agrupados de 2 formas: 1) genótipo II vs
genótipo ID + DD; 2) genótipo II+ID vs genótipo DD. O
teste t não pareado comparou o desempenho dos grupos nas tarefas estudadas. O
nível de significância foi estabelecido em p < 0,05. Resultados:
Diferenças significativas foram observadas entre os grupos nas duas tarefas (p <
0,05). Melhor desempenho na tarefa baseada em CCR foi observado nos grupos que
carregam o alelo I (i.e., genótipo II e grupo II+ID), enquanto maior produção
de força explosiva foi observada para o genótipo ID+DD quando comparado ao
genótipo II. Conclusão: Pessoas que carregam o alelo I, em homozigose II
ou heterozigose ID são propensos a melhor desempenho em tarefas de CCR,
enquanto os carregam o alelo D (i.e., ID e DD) são propensos a atividades de
força explosiva.
Palavras-chave: sistema renina-angiotensina; gene
candidato; Polimorfismo ACE I/D; exercício, desempenho físico.
Fonte
Financiadora: CNPq,
CAPES
Suplementação
de creatina melhora o desempenho físico e sem efeitos negativos nos marcadores
hepáticos e de função renal em jovens fisicamente treinados
Malta
FL3,4*, Almeida D1, Pereira R3,4, Borges EQ1,
Rocha LS3, Machado M3,4
1Laboratório
de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V,
Itaperuna, 28300-000, RJ, Brasil
2Laboratório de Estudos do Movimento
Humano, Fundação Universitária de Itaperuna, Itaperuna, 28300-000, RJ, Brasil
3Núcleo Pesquisa em Fisiologia
Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié 45210-506, BA, Brasil
4Grupo de Pesquisa em Fisiologia
Neuromuscular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié 45210-506, BA, Brasil
*filipelirio@outlook.com
Introdução: A segurança da suplementação de
creatina tem sido investigada, porém, a segurança de um esquema de
suplementação de alta dose/curto prazo, seguido de baixa dose/longo prazo,
associado a um programa de treinamento contra-resistido,
ainda não foi estudou. O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança de 28
dias de suplementação de creatina monohidratada em um
estudo duplo-cego controlado por placebo, avaliando os indicadores de saúde do
sangue e da urina em praticantes de treinamento contra-resistido.
Métodos: Trinta e quatro homens saudáveis foram aleatoriamente
designados para receber suplementação de creatina (CREA / 7 dias, 0,3 g/kg de
massa corporal + 21 dias, 0,03 g/kg) ou grupo placebo (PLA). Os voluntários
participaram de uma intervenção de treinamento de resistência (6 exercícios, 3
séries de 8-12 repetições por exercício a 85% de 1RM, 3 dias/semana). Amostras
de sangue foram coletadas em jejum, sempre pela manhã, antes, 7 e 28 dias após
a suplementação. A atividade plasmática de Aspartato Aminotransferase, Alanina
Aminotransferase, fosfatase alcalina e creatinina foram comparadas usando ANOVA
two-way com medidas repetidas (2 grupos [CREA e PLA]
x 2 medidas [“POS7 menos PRE” e “POS28 menos PRE”]). Resultados: O grupo
CREA apresentou aumento significativo de 1RM (PÓS28 menos PRE) em todos os
exercícios avaliados, quando comparado ao grupo PLA. Fosfatase alcalina,
creatinina se mostraram significativamente maiores nas comparações POS7 e POS28
quando comparados ao PLA, no entanto, nenhum dos grupos apresentou níveis
plasmáticos acima do ponto de corte clinicamente recomendado para os marcadores
estudados. Conclusão: Nossos dados sugerem que o esquema de
suplementação de creatina aqui estudada, concomitantemente ao treinamento de
resistência, melhora o desempenho físico sem risco evidente para a saúde de
jovens fisicamente treinados com exercício contra-resistido.
Palavras-chave: Suplemento; desempenho físico;
musculação; rim; fígado; segurança.
Fonte
Financiadora: Recursos
próprios
Barreiras
para a prática de atividade física e sua associação com fatores
sociodemográficos em adultos com obesidade
Rosa
F1*, Streb ARS1, Bertuol C1, Del Duca GF1
Grupo
de Estudo e Pesquisa em Exercício Físico e Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(GEP1EFID), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC,
Brasil
*fr.fernanda@hotmail.com
Introdução: A atividade física influencia
positivamente no combate à obesidade, porém os indivíduos podem perceber
barreiras que os impedem de manter-se ativos. Objetivou-se investigar a
prevalência de barreiras à prática de atividade física e fatores
sociodemográficos associados em adultos com obesidade. Métodos: Recorte
transversal de um ensaio clínico randomizado e controlado realizado com adultos
com obesidade, utilizando dados de baseline. Foram coletadas informações
sociodemográficas e de barreiras percebidas, através do questionário proposto
por Martins e Petroski (2000). Na análise de dados,
empregou-se o teste qui-quadrado de Pearson para
variáveis categóricas (sexo, trabalho, estado civil, cor da pele) e o teste t
para variáveis contínuas (idade, escolaridade), adotando-se p < 0,05. Resultados:
Participaram do estudo 67 indivíduos com 34,6 (± 7,1) anos, que estudaram 15,8
(± 2,7) anos. 60,9% eram do sexo feminino, 79,7% trabalhavam, 36,2% não tinha
companheiro e 81,2% eram brancos. As principais barreiras percebidas foram
jornada de trabalho extensa (46,3%), recursos financeiros (44,8%), falta de
energia (cansaço físico) (44,8%), falta de companhia (43,3%) e falta de
equipamento disponível (29,8%). Pequena parcela relatou medo de lesionar-se
(1,5%), enquanto a barreira relacionada à dores leves e/ou mal-estar não foi
mencionada por nenhum participante. A barreira mais prevalente não teve
associação significativa com as variáveis sociodemográficas. Recursos
financeiros e falta de energia foram associados com a cor da pele (p = 0,02; p
= 0,01), sugerindo que indivíduos brancos percebem mais barreiras, enquanto a
falta de companhia associou-se com o sexo feminino (p = 0,008) e a falta de
equipamento, com indivíduos que trabalham (p = 0,01). Conclusão: A
jornada de trabalho extensa foi a principal barreira à atividade física
apontada por adultos com obesidade, e não foi associada com variáveis
sociodemográficas. Dores leves/mal-estar não foram relatadas pelos
participantes. Variáveis sociodemográficas como sexo, trabalho e cor da pele
estiveram associadas à diferentes barreiras à atividade física.
Palavras-chave: doença crônica; estilo de vida;
atividade motora; barreiras.
Fonte
Financiadora: CAPES
Suplementação
e sugestão de suplementação aguda de creatina induzem melhoria de desempenho em
supino
Cunha
APS3,4*, Aguiar MS1, Pereira R3,4, Machado M3,4
1Laboratório de Fisiologia e Biocinética, UNIG Campus V, Itaperuna, RJ, Brasil
2Laboratório de Estudos do Movimento
Humano, Fundação Universitária de Itaperuna, Itaperuna, RJ, Brasil
3Núcleo o Pesquisa em Fisiologia
Integrativa, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
4Grupo de Pesquisa em Fisiologia
Neuromuscular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil
*souzacunhaanapaula@gmail.com
Introdução: Afirmações anedóticas sobre melhora da
performance após suplementação aguda de creatina são cada vez mais frequentes,
mas inferências a este respeito não são reportados na literatura
científica. O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho em séries de
supino 30 minutos após suplementação de creatina, sugestão de suplementação de
creatina (ingerir dextrose sob a alegação de ser creatina), suplementação de
dextrose e sem qualquer suplementação. Métodos: Quinze homens saudáveis
(18-26 anos) foram submetidos a 4 sessões de supino reto (3 séries a 10RM),
realizadas até a falha concêntrica. Em cada sessão foi realizada sob uma
condição experimental: 1) sem qualquer suplementação [CONTROLE]; 2)
suplementação de creatina (0,3 g/kg), sendo informados de que recebiam este
suplemento [CREA]; 2) dextrose (0,3 g/kg), sendo informados de que recebiam
este suplemento [DEXT]; 3) dextrose (0,3 g/kg), sendo informados de que
recebiam creatina [PLA_CREA]. A ordem de realização das condições foi randômica
e nas sessões com suplemento, o mesmo foi oferecido 30
minutos antes da sessão. O número de repetições em cada série e o total de
repetições na sessão foram comparados usando ANOVA two-way
com medidas repetidas. Resultados: O número de repetições reduziu
significativamente e de forma linear ao longo das séries (p < 0,05). O
número médio de repetições foi significativamente maior em todas as condições
suplementadas quando comparadas à sessão CONTROLE (p < 0,05). Observou-se
interação significativa tratamento x séries, com maior número de repetições observado
nas condições de suplementação (CREA, PLA_CREA e DEXT) na primeira, segunda e
terceira séries, quando comparada ao CONTROLE (p < 0,05). Conclusão:
As condições CREA, PLA_CREA e DEXT, induzem melhora do desempenho em séries de
supino igualmente, indicando que o benefício da suplementação aguda de creatina
se deve a efeitos psicológicos.
Palavras-chave: suplemento; desempenho físico;
musculação; creatina.
Influência
da suplementação nutricional com farinha de maca amarela (Lepidium
meyenii walp.) na
memória e densidade neuronal hipocampal de ratos
adolescentes submetidos a exercício físico
Sales VS1*, Sales EPN2, Cabral
FR2,3, Arida RM1
1Universidade Federal de São Paulo, São
Paulo, Brasil
2Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo, São Paulo, Brasil
3Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa
Albert Einstein, São Paulo, Brasil
*valter.pernambuco@gmail.com
Introdução: A nutrição saudável e o exercício
físico estimulam modificações no cérebro em um processo denominado de
neuroplasticidade. Este fenômeno acontece com maior intensidade no início do
desenvolvimento. Deste modo, o uso da farinha de Lepidium
meyenii (maca peruana) em razão das propriedades
nutricionais e medicinais já descritas, como neuroproteção
e melhora da cognição, motivou-nos a investigar se existe influência da
suplementação com farinha de maca associada ou não ao exercício físico, sobre o
desempenho da memória e densidade neuronal no hipocampo, em ratos na
adolescência. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar
pesando em média 140 g, com 21 dias de idade, divididos em grupos, controle,
exercício, maca e maca + exercício. Durante o período pós-natal (P21 a P60), os
animais foram suplementados com uma dose de farinha de maca (2000 mg/kg) e
submetidos a corrida na esteira. Após este período, foram realizados os testes
do campo aberto, reconhecimento de objetos e esquiva passiva do tipo step down. Ao final destes
experimentos, os animais foram perfundidos e o tecido cerebral retirado e
analisados por imuno-histoquímica utilizando o anticorpo NeuN
e os neurônios quantificados por densidade óptica por meio do Software ImageJ. Resultados: Os animais não apresentaram
alteração da locomoção, excluindo uma possível interferência no resultado dos
testes. A farinha de maca, o exercício físico e a associação destas
intervenções melhoraram o desempenho da memória de curta e longa duração nos
testes comportamentais e induziram aumento da densidade neuronal no hipocampo
(giro dentado, hilo, CA1 e CA3). Conclusão: A suplementação nutricional
com farinha de maca e exercício físico melhoraram o desempenho da memória e
aumentaram a densidade neuronal no hipocampo, mas sem efeito aditivo quando
associadas. Nossos resultados mostram que o exercício físico, as macamidas e ácidos graxos poli-insaturados
presentes na Lepidium meyenii
promovem efeitos positivos na plasticidade hipocampal.
Palavras-chave: exercício físico; Lepidium;
plasticidade neuronal; memória.
Fonte
Financiadora: CNPq
Quimioterápico
doxorrubicina causa sarcopenia em camundongos
Cella PS1*, Marinello PC2, Búçu IP1,
Nunes JHC1, Chimin P1, Deminice R1
1Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física, Londrina, PR, Brasil
2Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Patologia Geral, Londrina, PR, Brasil
*paolascella@gmail.com
Introdução: O A doxorrubicina
(DOX) é um quimioterápico com potente ação antitumoral, muito utilizado no tratamento
do câncer. A cardiotoxicidade, caracterizada por
perda de massa e função do músculo cardíaco, é o principal efeito colateral
deste quimioterápico. De fato, muitos sobreviventes do câncer sofrem com
cardiomiopatias induzidas pela DOX. Entretanto, os efeitos dos ciclos de
quimioterapia usando DOX sobre o músculo esquelético e sua função são pouco
conhecidos. Com isso, o objetivo do trabalho foi determinar o efeito de ciclos
de DOX sobre os principais moderadores da sarcopenia: perda de massa e força
musculares e disfunções físicas em camundongos. Métodos: Camundongos
C57-BL machos foram divididos em dois grupos: Controle (n = 14) e tratados com
DOX (n = 14). A DOX (6mg/kg i.p.- total de 24mg/kg)
foi administrada a cada quatro dias por um total de 15 dias. O grupo controle
recebeu o mesmo volume de água destilada, nas mesmas condições. Os testes de Grip Strength Meter e de 1RM em
escada foram utilizados para análise de força muscular. A atrofia muscular foi
avaliada pela área de secção transversa do músculo gastrocnêmico. O diâmetro
dos cardiomiócitos foi analisado como parâmetro de cardiotoxicidade. Resultados: O tratamento com a DOX
promoveu cardiotoxicidade demonstrada pela atrofia do
coração (19%). O tratamento com DOX promoveu ainda mudança nos principais
componentes da sarcopenia, como redução da força 20% (p < 0,05) determinada
usando os testes de Grip Strenght
e de 1RM; além de atrofia do músculo gastrocnêmio
(10%). Conclusão: Duas semanas de tratamento com DOX promoveu perda de
força e atrofia em camundongos, principais definidores da sarcopenia.
Palavras-chave: função muscular; perda de força;
quimioterapia
Fonte
Financiadora: CAPES
O
efeito de concussões recorrentes associadas a prática de exercício físico de
natação na comunicação entre cérebro e intestino de ratos
Godinho
DB1 Lima GC1*, Cipolat, RP1,
Machado FG1, Nascimento AS1, Royes
LFF1
1Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, RS, Brasil
*gabrielcorrealima2@gmail.com
Introdução: A concussão, uma alteração na função
cerebral ocasionada por uma força externa, chama atenção por seus efeitos
sutis, principalmente em órgãos periféricos, que podem ser somados e agravar o
dano inicial da lesão. O intestino, um órgão linfoide secundário que compõe o
trato digestório e que apresenta um vasto microbioma,
é envolvido no funcionamento de processos complexos como a homeostase
eletrolítica ao longo do trato intestinal e os movimentos peristálticos de
contração e relaxamento do musculo liso, regulados primariamente pelo Sistema
Nervoso Entérico (SNE). Modulações no intestino de animais submetidos à
traumatismos sugerem atuação do eixo bidirecional cérebro-intestino durante
estados patológicos. Métodos: Nosso trabalho investigou os efeitos de 10
concussões associadas à prática de exercício físico no intestino e nas suas
vias de comunicação com o cérebro de ratos jovens. Ratos Wistar,
machos, foram randomizados, submetidos à um protocolo de natação de cinco
semanas, onde duas vezes a cada semana sofreram concussão pelo modelo de queda
livre de peso, imediatamente após o exercício. Resultados: Análises sete
dias após a última sessão de natação mostraram que concussões recorrentes e
intervaladas são capazes de afetar o funcionamento normal do cólon proximal
destes animais. Nosso modelo de concussões causou aumento na lipoperoxidação e parâmetros colinérgicos, embora não
modulou per se a atividade da enzima Na+, K+ - ATPase.
O exercício físico evitou o aumento dos níveis de malonaldeído, nAChR α7, além de reverter o aumento da atividade da
enzima acetilcolinesterase. Além disso, animais treinados que sofreram
concussão mostraram um aumento na atividade da enzima Na+, K+ - ATPase em relação aos sedentários que sofreram concussões. Conclusão:
Compreender como concussões recorrentes afetam também órgãos periféricos pode
ser uma nova alternativa para o desenvolvimento de tratamentos ao dano
secundário e possíveis neuropatologias induzidas por traumas repetitivos
Palavras-chave: concussão; eixo cérebro-intestino; nAChR α7; Na+,K+
ATP-ase; Esportes.
Fonte
financiadora: CNPq,
CAPES, FAPERGS
Efeitos
do exercício físico na regulação neuroinflamatória e tumorogênese em animais expostos a um modelo experimental
de glioblastoma
Gattiboni
BB¹*, Costa AK¹, Marqueze LFB¹, Vasconcellos FTF¹,
Cunha EBD¹, Pedroso GS², Baldissera AB4, Fernandes
LC³, Pinho RA¹
¹Laboratório
de Bioquímica do Exercício em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
²Laboratório
de Fisiologia e Bioquímica do Exercício, Universidade do Extremo Sul
Catarinense, Criciúma, SC, Brasil
³Laboratório
de Metabolismo Celular, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
4Laboratório
de Matriz Extracelular e Biotecnologia de Venenos, Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil
*brunabertogattiboni@gmail.com
Introdução: Gliomas são tumores cerebrais malignos
com alta incidência e baixa sobrevida. Alterações da biologia redox tem sido
reportada em prévios estudos com protocolos de exercício experimentais e os
resultados ainda são inconclusivos. Este estudo avaliou os efeitos de um
programa prévio de treinamento físico sobre indicadores de estresse clínicos,
comportamentais, tumorigênicos e neuroinflamatórios
em animais expostos a um modelo experimental de glioblastoma (GBM). Métodos:
48 camundongos C57BL/6J, randomizados em 4 grupos: Sham, GBM não treinado, Sham
treinado e GBM treinado. Foram submetidos a intervenção de treinamento em
esteiras por 4 semanas, 6 sessões semanais e intensidade progressiva de 13 a 17
m/min. Seguida, pela indução do GBM, intracerebroventricular
da linhagem tumoral GL261. Foram avaliados os indicadores clínicos,
comportamentais, consumo de hídrico e ingesta alimentar. Após 21 dias da
cirurgia, foram realizadas a eutanásia e posteriores análises. Resultados:
Demonstraram ganhos de massa corporal e maior ingesta alimentar ao final do
período experimental nos grupos treinados, adicionalmente, apresentaram
alterações pronunciadas no comportamento exploratório. Os animais GBM não
treinados apresentaram alterações anatomopatológicas com alta intensidade na imunoexpressão da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) e
baixa intensidade do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), em
todos os tecidos. A imunoexpressão do fator de
necrose tumoral alfa (TNF-α) foi moderada na região tumoral nos grupos GBM
não treinados e treinados. Enquanto, a intensidade do fator nuclear kappa b
(NF-kb),
interleucina 6 (IL-6) e interleucina 1 beta (IL-1b) se apresentaram fracas nos diferentes
grupos e tecidos analisados. Conclusão: Estes achados sugerem que a
realização de exercícios físico previamente a indução de GBM exerce potencial
efeito neuroprotetor por contribuir para a regulação
anatomopatológica e neuroinflamatória. Entretanto,
face à algumas limitações do presente estudo, são necessárias investigações
adicionais em estudos futuros.
Palavras-chave: exercício; câncer; glioblastoma;
estresse oxidativo; inflamação.
Fonte
financiadora: CNPq,
CAPES
Determinação
da fatigabilidade para teste de frequência de socos no caratê
Urbinati
KS1*, Machado RO1, Scheeren E1,
Nohama P1
¹Programa
de Pós-graduação em Tecnologia em Saúde, PUCPR, Curitiba, Brasil
*keith.msato@gmail.com
Introdução: Protocolos avaliativos para
modalidades esportivas auxiliam o cotidiano de técnicos e atletas,
especialmente com análises para a compreensão das respostas fisiológicas em
situação de fatigabilidade. Objetivo: Comparar as respostas bioquímicas
oriundas da fadiga em atletas de caratê. Métodos: Foram avaliados 20
atletas de caratê, praticantes por 12,8 ± 4,5 anos, faixas marrom e preta, do
sexo masculino, nível nacional. Foram aplicados 2 protocolos de forma
randomizada cross over com diferença de 24 h. O grupo
1 (G1, n = 10) realizou o teste de frequência de socos na seguinte ordem: (Sem
Fadiga - SF) realização de 10 s de soco contralateral, com 10 s de intervalo
passivo; (Com Fadiga - CF) realização de 10 s de soco contralateral, com
realização de 30 s de countermovement jump. O grupo 2
(G2, n = 10) realizou o protocolo em ordem inversa. Foram coletadas amostras
sanguíneas ‘pré’, ‘pós’ e ‘10 min pós’ teste para
lactato, glicose, creatinoquinase total (CK),
testosterona e cortisol. Realizou-se teste MANOVA (p<0,05), post hoc de Bonferroni para identificar diferenças entre protocolos em
diferentes momentos. Resultados: Identificou-se diferenças entre os
protocolos SF e CF para as variáveis: lactato ‘pós’ teste (F1, 23 = 0,56; p =
0,02) e ‘10 min pós’ teste (F2, 21 = 0,74; p = 0,001); CK ‘pós’ teste (F1, 21 =
0,61; p = 0, 003) e ‘10 min pós’ (F1, 25 = 0,45; p = 0, 04); e cortisol ‘10 min
pós’ (F3, 28 = 0,89; p = 0,03) apresentaram valores elevados para CF; relação
testosterona: cortisol ‘10 min pós’ (F2, 12 = 0,71; p = 0,007) com menor valor
para CF. Conclusão: Elevados valores de lactato, CK e cortisol para o
protocolo CF, especialmente nos momentos ‘pós’ e ‘10 min pós’ de teste são
indicativos que o protocolo CF exige elevada intensidade de esforço, garantindo
a fatigabilidade do teste.
Palavras-chave: fadiga; arte marcial; fenômeno
fisiológico sanguíneo.
Fonte
financiadora: Fundação
Araucária
Suplementação
de ubiquinol não promove regulação redox após overuse muscular
Falcão
FTV1*, Macedo AC1, Marqueze LB1, Costa AK1, Cunha
EBB1, Fernandes LC2, Pinho RA1
1Laboratório de Bioquímica do Exercício
em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2Laboratório de Metabolismo Celular,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
*francianevasconcellos@hotmail.com
Introdução: O uso excessivo da musculatura pode
promover danos celulares, principalmente quando não há períodos de recuperação
suficientes. Conhecido como overuse, essa forma de
lesão envolve eventos celulares que elevam a produção de espécies reativas de
oxigênio e consequente estresse oxidativo. A suplementação de antioxidantes tem
sido utilizada visando restabelecer o estado redox da musculatura, porém, o
efeito é limitado devido à dificuldade de atravessar as barreiras membranosas
das células. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do ubiquinol (CoQH2) sobre parâmetros de estresse oxidativo
muscular, após exposição a um modelo overuse. Métodos:
Ratos Wistar, machos foram randomizados em dois
grupos: não exercitados e overuse e subdivididos em
controle, suplementados com veículo e CoQH2. Após período de adaptação e teste
para estimar a velocidade máxima de esforço, o grupo overuse
foi exercitado em esteira, 21 dias contínuos, variando as intensidades: baixa,
moderada e alta. CoQH2 foi administrado diariamente, via oral. Após 24 horas da
última sessão, os animais foram eutanasiados e extensor longo dos dedos (EDL) e
quadríceps foram removidos e processados para análises de força muscular, histopatológicas
e parâmetros de estresse oxidativo. Resultados: Os resultados apontam
para uma redução do consumo de ração pelos suplementados enquanto a massa
corporal e o consumo de água não sofreram alterações significativas. A força
muscular máxima e a velocidade de relaxamento muscular tiveram aumento
significativo nos animais expostos ao overuse. Uma
lesão músculo-tendínea com infiltrado linfo-plasmocitório e hiperplasia de células sinoviais foram
observadas nos animais em overuse. Animais overuse, suplementados ou não com ubiquinol,
apresentaram níveis de oxidação de DCFH aumentados no quadríceps. Não foram
observadas alterações no conteúdo de glutationa e da sulfidrila no EDL. Conclusão:
Tomados em conjunto, os dados revelam que a suplementação com ubiquinol não exerce efeitos antioxidantes significativos
no soro e músculo de animais expostos ao overuse.
Palavras-chave: Exercício físico; overuse;
ubiquinona; estresse oxidativo; antioxidante;
músculo.
Fonte
Financiadora: CNPq,
CAPES
II - Resumos de projetos de mestrado ou doutorado
Regulação
dos parâmetros oxidativos, comportamentais e carcinogênicos mediados pelo
exercício físico em animais com glioblastoma experimental
Marqueze
LF*1, Aguiar A1, Alves, AC1, Gattiboni B1,
Pedroso GS2, Falcão F1, Nery T1, Pinho RA1
1Laboratório de Bioquímica do Exercício
em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2Laboratório de Biologia do Exercício,
Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, SC, Brasil
*luis_marqueze@hotmail.com
Introdução: Glioblastomas (GBM) são tumores
malignos cerebrais de complexa abordagem terapêutica devido a elevada
capacidade de infiltração, o que inviabiliza, geralmente,
sua ressecção elevando o número de recidivas e consequente morte
precoce. Frequentemente, ocorrem em indivíduos adultos com idade entre 50 e 70
anos, com a mediana de sobrevida, pós-diagnóstico, de 12 a 15 meses. As reações
de oxirredução são regulares nas atividades biológicas e o seu desabalando
positivo (estresse oxidativo) é evidenciado em diversas fisiopatologias, sendo
um dos componentes quantitativos de maior relevância sobre a progressão da
doença. Desta forma, estudar terapias que possam contribuir para minimizar os
efeitos deletérios da doença torna-se extremamente relevante a saúde pública. O
exercício físico é proposto como componente auxiliar ao tratamento de diversos
cânceres, devido a sua capacidade de influenciar positivamente
em diversos mecanismos moleculares e bioquímicos. O estresse
oxidativo é um fenômeno celular que está intimamente relacionado ao
desenvolvimento e progressão de tumores e é modulado também pelo exercício
físico. Métodos: Camundongos C57-black/6l, machos, com 60 dias serão,
após a indução do GBM por um modelo de aloenxerto com células de
glioma GL261, submetidos a um programa de treinamento progressivo de 3 sessões
seguidas de um dia de descanso, durante 4 semanas; a velocidade da esteira será
progressiva de 50% a 60% de intensidade, estabelecida por um teste de
esforço anterior, e o tempo de cada sessão será de até 50 min/dia sem
inclinação. Não será utilizado nenhum estímulo nocivo para incentivar a corrida
nos animais. Os grupos não-treinados serão mantidos na caixa durante todo
período experimental. Após a eutanásia, os córtex pré-frontal, lobos
parietais e quadríceps direito serão retirados para análises
anatomopatológicas, parâmetros carcinogênicas, inflamatórias e de estresse
oxidativo. Resultados esperados: Espera-se que os resultados obtidos
possam contribuir para compreensão dos mecanismos de neuroproteção induzidos
pelo exercício no GBM.
Palavras-chave: exercício físico, câncer,
glioblastoma, estresse oxidativo.
Fonte
Financiadora: CNPq,
CAPES
Resumo
gráfico
Efeito
do consumo agudo do suco de juçara (Euterpe edulis
Martius) sobre biomarcadores de estresse oxidativo e fadiga em uma sessão de
exercício intervalado de alta intensidade: um ensaio clínico randomizado e cross-over
Copetti
CLK1*, Orssatto LBR2, Diefenthaeler F2, Silveira TT1, Da
Silva EL1,3, Baptista SL1, Mendes BC1, Venske DKR1, Vieira FGK1, Hinnig PF1, Schulz M4, Fett R4, Di Pietro PF1
1Programa de Pós-Graduação em Nutrição,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
2Laboratório de Biomecânica, Departamento
de Educação Física, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC,
Brasil
3Laboratório de Lipídeos, Antioxidantes e
Aterosclerose, Departamento de Análises Clínicas, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
4Departamento de Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
*candice.lk@hotmail.com
Introdução: O consumo de alimentos ricos em
antocianinas, como o fruto juçara (Euterpe edulis Martius),
pode oferecer proteção antioxidante durante o exercício, independentemente da
duração da intervenção. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do consumo
agudo do suco de juçara sobre biomarcadores do estresse oxidativo e fadiga em
uma sessão de exercício intervalado de alta intensidade. Métodos: Em um
estudo randomizado, cross-over e controlado, 15
homens fisicamente ativos foram designados para consumir 250 mL de suco de juçara ou água (controle) 1h antes do
exercício. Amostras sanguíneas foram obtidas 1h antes do exercício,
imediatamente após e 1h após o exercício. Os parâmetros avaliados foram: fenóis
totais, ácido úrico, glutationa reduzida (GSH), glutationa oxidada (GSSG),
razão GSH:GSSG, capacidade antioxidante total (TAC), estado oxidante total
(TOS), índice de estresse oxidativo (IEO), proteínas carboniladas
(PC) e as enzimas antioxidantes: glutationa peroxidase (GPx),
superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). Resultados: A partir das
mudanças relativas médias foi possível observar uma diminuição do IEO
imediatamente após o exercício (p = 0,020) e um aumento de GSH 1h após o
exercício (p = 0,040) após o consumo do suco de juçara comparado ao controle.
Também foi observado um aumento nos níveis de fenóis totais (p = 0,020) e ácido
úrico (p < 0,001) ao longo do tempo. Além disso, foi observada redução da
fadiga (p < 0,001) no grupo que consumiu o suco de juçara. Conclusão:
Os resultados indicam que o suco de juçara pode contribuir para as respostas
antioxidantes e redução da fadiga após uma sessão de exercício intervalado de
alta intensidade.
Palavras-chave: antocianinas; antioxidantes; espécies
reativas de oxigênio; estresse oxidativo; treinamento intervalado de alta
intensidade; fadiga.
Fonte financiadora: CNPq,
CAPES e Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa
Catarina
Resumo
gráfico
As
proteínas que facilitam a entrada célular do
SARS-COV-2, ECA2 e PRSTMS2 estão elevadas em tecidos pulmonares de ratos
alimentados com uma dieta obesogênica, mas não em
ratos alimentados com uma dieta cetogênica
Da
Eira D1*, Jani S1, Ceddia RB1
1Muscle Health
Research Centre, York University, Toronto, Canadá
*ddaeira@yorku.ca
O
objetivo desse estudo foi identificar mecanismos moleculares relacionados a
predisposição de indivíduos obesos a desenvolverem sintomas graves após
infecção com o novo coronavírus, e investigar se a dieta cetogênica
(DC) pode atenuar o risco de doença severa relacionada a SARS-CoV-2. Para isso,
ratos da linhagem Sprague-Dawley foram alimentados
com uma das seguintes dietas: dieta padrão (DP), dieta rica em gordura e
enriquecida com sacarose (GS), e DC. Após um período de alimentação de 16
semanas, os pulmões dos animais foram extraídos para análise do conteúdo das
seguintes proteínas essenciais à entrada celular do SARS-CoV-2: enzima
conversora de angiotensina 2 (ECA2) e a protease transmembrana serina 2
(PRSTMS2). Também foram medidos outros componentes do sistema
renina-angiotensina (SRA) e a expressão gênica de marcadores inflamatórios. Nós
observamos que os conteúdos da ECA2 e da PRSTMS2 aumentaram 3,8 e 5,1 vezes,
respectivamente, nos pulmões dos ratos alimentados com a dieta GS.
Interessantemente, os conteúdos destas proteínas não mudaram nos pulmões dos
ratos alimentados com a DC. No entanto, a DC diminuiu o conteúdo da enzima
conversora de angiotensina 1 (ECA1). Além disso, a DC reduziu as expressões
gênicas do receptor da interleucina-6 (IL6R) e do receptor toll-like
4 (TLR4) em 79% e 74%, respectivamente, em relação à dieta GS. Em conjunto,
estes dados sugerem que o elevado risco de doença severa em indivíduos obesos
infectados com o COVID-19 pode ser atribuído ao aumento das proteínas ECA2 e
PRSTMS2 nos pulmões desses pacientes. Esses dados também sugerem que, em
indivíduos obesos, a DC pode atenuar a entrada celular do SARS-CoV-2, uma vez
que não eleva os conteúdos de ECA2 e PRSTMS2, além exercer um efeito
anti-inflamatório em tecidos pulmonares. Isto pode reduzir a migração do vírus
para outros tecidos, incluindo o coração e a vasculatura, onde mais danos
poderiam ocorrer.
Palavras-chave: dieta cetogênica,
SARS-CoV-2; enzima conversora de angiotensina 2
Resumo
gráfico
Efeitos
da reabilitação cardiopulmonar sobre o comprometimento muscular e disfunção
respiratória de médio a longo prazo após infecção por SARS-CoV-2
Terçariol
SG1*, Nesi RT2, Dias CN3,
Pinho RA1
1Laboratório de Bioquímica do Exercício
em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2Fisioterapeuta, Clínica Nesi Cardiopulmonar, Criciúma, PR, Brasil
3Fisioterapeuta, Clínica Reabilit, Brasília, DF, Brasil
4Pontifícia Universidade Católica do
Paraná Escola de Medicina-PUCPR, Programa de pós-graduação em Ciências da
Saúde, Laboratório de Bioquímica do Exercício em Saúde (BIOEX), Curitiba, PR,
Brasil
*simone.galbiati@uol.com.br
Introdução: Neste século, os seres humanos
passaram por vários surtos epidêmicos, mas nenhum tão devastador como esse
coronavírus. O Sars-CoV-2 é uma síndrome respiratória aguda grave 2, também
denominado como COVID-19 (do inglês Coronavirus Disease 2019). Sabe-se que o COVID-19 vem causando sequelas
respiratórias, diminuição de massa e força muscular esquelética com prejuízo
funcional. A reabilitação cardiopulmonar e muscular tem uma importância
significativa, principalmente neste momento de pandemia. Mas os resultados dos
estudos ainda são inconsistentes ou, por vezes, contraditórios, e ainda pouco
se sabe sobre o futuro das consequências causadas pela doença. Objetivo:
Investigar os efeitos da reabilitação cardiopulmonar sobre o comprometimento
muscular e disfunção respiratória de médio a longo prazo em pacientes
infectados pelo Sars-Cov-2. Métodos: Pacientes que estão realizando ou
já realizaram a reabilitação cardiopulmonar pós-COVID,
terão seus dados coletados a partir dos seus prontuários de avaliação.
Inicialmente, serão coletados: (1) sexo, idade; (2) frequência cardíaca,
pressão arterial; (3) avaliação de capacidade funcional (CF), incluindo; Teste
de Caminhada de 6 minutos (TC6), Teste do Degrau e Teste de Força Muscular; (4)
espirometria, analisando o volume total (VT), capacidade vital (CV) e função
pulmonar. As medidas avaliadas serão: Frequência Respiratória (FR), Volume
Residual (VR), Volume de Reserva Expiratório (VRE), avaliação de força muscular
inspiratória. Esses valores irão analisar o comprometimento muscular e
disfunção respiratória desses pacientes. Todas as medidas serão confrontadas
com valores de referências conforme os autores sugerem. Resultados esperados:
Espera-se que os resultados obtidos nessa proposta possam contribuir substancialmente
para o avanço do conhecimento na área da reabilitação na pandemia de COVID-19,
pois além de investigar os efeitos da reabilitação sobre o comprometimento
muscular e respiratório, a presente proposta também relaciona possíveis
alterações a médio e longo prazo que venham a ser encontradas nos pacientes
infectados pelo Sars-Cov-2.
Palavras-chave: comprometimento muscular; coronavírus;
reabilitação cardiopulmonar.
Resumo
gráfico
Papel
do toll like receptor 4 na resposta lipolítica
mediada pelo exercício exaustivo agudo
Cabral-Santos
C1*, Sanches LS2, De Souza Teixeira AA2,
Rosa-Neto JC2, Lira FS1
1Laboratório de Fisiologia Celular do
Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Estadual Paulista
(UNESP) Campus Presidente Prudente, SP, Brasil
2Laboratório de Imunometabolismo,
Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento, Universidade de São
Paulo (ICB1 - USP), SP, Brasil
*carolina-cabralsantos@hotmail.com
Introdução: A elevação das concentrações de ácidos
graxos livres (AGL) durante o exercício é mediada principalmente pela resposta
neuroendócrina e, concomitante a esta condição, foi postulado que a endotoxemia por lipopolissacarídeos
(LPS) favorece a ativação da resposta inflamatória via Toll
Like Receptor 4 (TLR-4) em diferentes tipos celulares. Especula-se que a
ativação de TLR-4 favoreceria o processo de lipólise no tecido adiposo (via
transcrição de citocinas pró-inflamatórias), aumentando assim a disponibilidade
de AGL como substrato circulante. Métodos: Camundongos foram utilizadas
duas linhagens de animais: Wild Type C57BL/6J (WT)
+Salina e animais TLR-4 nocaute (TLR-4-/-), divididos em grupo 1-controle (Rest); 2-exercitado com eutanásia imediatamente
pós-exercício (0h); 3-2h pós-exercício (2h) e; 4-6h pós-exercício (6h) (n = 8
por grupo). Além disso, foi adicionado mais um grupo WT que recebeu 10 mg/kg
peso de bloqueador beta-adrenérgico (Propranolol). A sessão de exercício
exaustivo agudo consistiu de 50 minutos de corrida em
esteira rolante à 60% da Velocidade Máxima seguida de incremento de 1 m/min até
a fadiga voluntária. As diferenças entre os grupos e os tempos referente ao
perfil metabólico e inflamatório foram analisadas pelo teste ANOVA de duas vias
e quando necessário o post-hoc de Bonferroni. Resultados:
O grupo TLR-4 KO apresentou elevada concentrações de AGL plasmáticos (p =
0,029), bem como um decaimento continuo do conteúdo de
triacilglicerol (p = 0,04) e glicogênio hepático musculares até 6h após o
exercício (p = 0,001) quando comparado com os demais grupos. Além disso, o
efeito anti-inflamatório do exercício estimulado pela liberação de IL-10
avaliado nos depósitos retroperitoneal e mesentérico do tecido adiposo estavam
prejudicados (p = 0,02) quando comparado aos demais grupos. Conclusão: Tomados
em conjunto, os resultados sugerem que o TLR-4 tem um importante papel como
modulador do metabolismo energético, bem como tem participação na produção
aguda de citocinas anti-inflamatórias após o exercício exaustivo.
Palavras-chave: exercício; metabolismo; inflamação;
fatores transcricionais; toll-like receptor 4.
Fonte
financiadora: Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Processo FAPESP n. 2015/26148-0
Resumo
gráfico
Capacidade
de produção de força muscular e comportamento sedentário de crianças e
adolescentes em tratamento oncológico: um estudo descritivo
Santo
BCR1*, Cardoso LA1, Freitas CLR1
1Grupo de Pesquisa em Exercício Clínico
(GPEC), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
*barbaracarlin8@gmail.com
Introdução: O câncer infanto-juvenil refere-se à
propagação rápida e desordenada das células, ocorrendo em qualquer parte do
organismo. Embora apresente uma taxa de sobrevivência significativa (~70%), os
efeitos colaterais provocados pela intensidade das abordagens com quimioterapia
e radioterapia são problemáticos. O aumento do comportamento sedentário, a
diminuição nos níveis de atividade física e da capacidade de produção de força
muscular durante e após o tratamento são alguns efeitos colaterais já apontados
na literatura. Até o presente momento, não foram identificadas pesquisas que
busquem investigar e relacionar a produção de força muscular e o comportamento
sedentário desta população. Objetivo: O objetivo geral deste estudo é
avaliar a capacidade de produção de força e comportamento sedentário em
crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Métodos: A amostra será
composta por pacientes com idade entre 4-15 anos, em tratamento oncológico em
um hospital da grande Florianópolis (SC). Os prontuários médicos serão
utilizados para caracterizar os participantes. Serão mensuradas as variáveis
antropométricas Peso (balança digital) e Estatura (estadiômetro
portátil). O comportamento sedentário será avaliado através de um questionário
referente a exposição em tempo médio utilizando telas, em dias típicos da
semana e fins de semana. A força muscular isométrica dos flexores e extensores
de cotovelo e joelho será avaliada por um dinamômetro manual (microFET2 HHD). Resultados
esperados: A partir deste estudo, objetiva-se compreender as adaptações
musculares decorrentes da doença e do tratamento, bem como identificar a
mudança dos hábitos relacionados a atividade física da população oncológica
infantojuvenil. Através dos resultados, espera-se oferecer um diagnóstico
enfatizando a importância de os pacientes oncológicos apresentarem um estilo de
vida ativo, a fim de minimizar os efeitos do tratamento e melhorar a sua
qualidade de vida. Almejamos, futuramente, desenvolver um projeto de extensão
universitário que proponha intervenções com atividades físicas orientadas e
adequadas direcionadas a essa população no hospital.
Palavras-chave: força muscular; exercício físico;
crianças e adolescentes; câncer.
Resumo
gráfico
Treino
resistido periodizado previne a atrofia e perda de força muscular causadas pela
quimioterapia em camundongos
*Nunes JHC1,2, Cella PS1,2, Búçu IP1,2,
Deminice R1,2
1Universidade Estadual de Londrina,
Paraná, Brasil (UEL)
2Laboratório de Bioquímica do Exercício
(LABEX)
*jonathanhenriquep@hotmail.com
Introdução: Guidelines
recentes recomendam que pacientes oncológicos realizem exercícios físicos
durante seu tratamento. Entretanto, o tratamento quimioterápico promove efeitos
adversos severos que podem variar entre os ciclos de infusão, conhecidos com “dias ruins’. Apesar da periodização ser implementada
no contexto da aderencia/bem-estar, pouco se sabe
sobre o efeito da periodização do treinamento resistido (TR) considerando dias
bons e ruins sobre o ganho de força, massa muscular e estresse oxidativo. Objetivo:
Analisar os efeitos da periodização do TR considerando os “melhores dias” do
ciclo quimioterápico, sobre o ganho de força, massa muscular e estresse
oxidativo em camundongos tratados com doxorrubicina
(DOX). Métodos: Camundongos Swiss foram
divididos aleatoriamente em cinco grupos (n = 14): controle (C), doxorrubicina (DOX), treinados (T), doxorrubicina
treinados (DOXT) e doxorrubicina com periodização do
treino respeitando os “dias ruins” (DOXTP). A DOX (i.p.)
foi aplicada semanalmente num total de 11 mg/kg em 3 semanas. O TR consistiu de 4 a 8 escaladas, com intensidade progressiva, 3 vezes por
semanas, durante 3 semanas. Ao final da terceira semana, os animais foram
eutanasiados. Resultados: Três semanas de tratamento com DOX promoveram
significativa (p < 0,05) perda de peso corporal (-14,6%), atrofia dos
músculos EDL (-22,6%) e sóleo (-27,6%), perda de
força (-29,6%) e peroxidação lipidica, MDA (69%), em
comparação ao grupo C. O treinamento resistido preveniu significativamente (p <
0,05) a atrofia muscular do EDL, sóleo, perda de
força e aumento do GSH/GSSH induzidos pelo tratamento com DOX, somente quando
periodizado. Conclusão: O TR, quando periodizado considerando flutuações
nos efeitos adversos provocados pelo tratamento quimioterápico, é capaz de
prevenir a atrofia e a perda de força muscular. Esta demonstra ser uma variável
importante na prescrição de exercício durante o tratamento quimioterápico.
Palavras-chave: treinamento de força; massa muscular;
periodização; estresse oxidativo.
Resumo
gráfico
O
papel do co-transportador sódio-glicose-2 e do
exercício físico na regulação do sistema redox e do complexo inflammasoma em animais com nefropatia diabética
Machado-Junior
PAB1,2*, Anizelli LB2, Kruger A1, Marquese LF1,
Cunha EB1, Moraes TP2, Pinho RA1,2
1Laboratório de Bioquímica do Exercício
em Saúde, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2Escola de Medicina, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
*machadojrpab@gmail.com
Introdução: A importância da resposta inflamatória
e do estresse oxidativo na gênese e progressão da nefropatia diabética (ND) tem
sido demonstrada em estudos recentes, sendo o complexo inflammasoma
NLRP3 um notável regulador desse processo. Abordagens não farmacológicas, a
exemplo de dieta e treinamento físico, e farmacológicas, a exemplo dos
inibidores do co-transportador sódio-glicose-2
(iSGLT2), constituem importantes pilares para o tratamento da ND; apesar disso,
os efeitos dessas terapias de forma combinada sobre os parâmetros de estresse
oxidativo, o complexo NLRP3 e histopatologia ainda
não são completamente elucidados na literatura. Objetivo: Avaliar o
papel do exercício físico e do co-transportador
sódio-glicose-2 sobre a regulação do sistema redox e do complexo NLRP3 em
animais expostos à ND. Métodos: Camundongos serão randomicamente
divididos em 8 grupos: (I) SHAM, (II) ND, (III) SHAM + iSGLT2, (IV) SHAM +
treinamento físico, (V) SHAM + iSGLT2 + treinamento físico, (VI) ND + iSGLT2,
(VII) ND + treinamento físico, (VIII) ND + iSGLT2 + treinamento físico. A ND
será induzida através da associação de dieta hipercalórica e dose única de estreptozotocina. Após 13 semanas, os animais receberão
iSGLT2 (empaglifozina 35mg/kg) ou água destilada,
associado ou não a um programa de treinamento físico de intensidade
intermediária. Parâmetros clínicos (glicemia plasmática, consumo hídrico,
calórico e ganho de peso) serão avaliados semanalmente, e parâmetros funcionais
(taxa de filtração glomerular, cleareance de
creatinina e albuminúria) serão avaliados
trimestralmente. Após 30 semanas de acompanhamento, os animais serão
eutanasiados para obtenção de amostras renais e avaliação dos parâmetros
histológicos e moleculares. Valores de p < 0,05 denotarão significância
estatística. Resultados esperados: Espera-se que essa combinação seja
capaz de retardar a progressão da nefropatia diabética de forma mais eficaz que
essas terapias em formas isoladas, por meio da atenuação da resposta
inflamatória e do estresse oxidativo.
Palavras-chave: Estresse oxidativo; inflamação;
exercício físico; nefropatia diabética.
Resumo
gráfico
Receptor
ativado por proliferador de peroxissomo gama (PPARg) modula o imunofenótipo,
mas não o perfil anti-inflamatório de macrófagos de camundongos obesos
exercitados
Silveira
LS1,2*, Biondo LA2, Teixeira
AAS2, Lima Junior EA2, Castoldi
A3, Câmara Nos3, Festuccia, WT4,
Rosa-Neto JC2, Lira FS1
1Exercise
and Immunometabolism Research Group, Postgraduation Program in Movement
Sciences, Department of Physical Education, Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Presidente Prudente, SP, Brazil
2Department
of Cell and Developmental Biology, Institute of Biomedical Sciences, Universidade de São Paulo (USP), SP, Brazil
3Department
of Immunology, Institute of Biomedical Sciences, Universidade
de São Paulo (USP), SP, Brazil
4Department
of Physiology and Biophysics, Institute of Biomedical Sciences, Universidade de São Paulo (USP), SP, Brazil
*loreana.silveira@usp.br
Introdução: O treinamento aeróbico moderado (TAM)
é uma terapia para pacientes com doenças inflamatórias crônicas de baixo grau
devido à resposta anti-inflamatória mediada por células do sistema imunológico.
O receptor ativado por proliferador de peroxissomo gama (PPARg) regula a polarização M1
(pró-inflamatória) e M2 (anti-inflamatória) e o imunometabolismo
de macrófagos. Nesse contexto, o presente estudo procurou esclarecer se a
deleção condicional do PPARg
nos macrófagos teria efeito sobre o papel anti-inflamatório do TAM. Métodos:
Para testar esta hipótese, foram utilizadas duas linhagens de camundongos: com
deleção do PPARg
em macrófagos (KO) e animais controle (CTRL). Cada genótipo foi alimentado com
dieta hiperlipídica e subdividido em 1) sedentário
(HF) e 2) treinamento aeróbico moderado (HFT). O protocolo experimental durou
12 semanas, sendo quatro semanas de dieta apenas mais oito semanas de dieta com
TAM (5vezes/semana, 50-60 minutos/dia a 60% da velocidade máxima). Análises na
morfologia e conteúdo de citocinas do tecido adiposo subcutâneo (TAS),
expressão gênica e produção de citocinas por macrófagos peritoneais e imunofenotipagem dos macrófagos do TAS e peritoneais. Resultados:
Animais KO foram mais propensos a hipertrofia do TAS, embora apenas a IL1b (p = 0,0049) tenha sido maior em
comparação aos valores observados em animais CTRL. Macrófagos peritoneais de
animais KO exibiram um aumento no TNFα (p = 0,0008), IL1b (p = 0,0017) e IL-6 (p < 0,0001)
após estimulação com lipopolissacarídeos (LPS).
Embora o marcador M1 CD86 não tenha sido atenuado com o treino, animais KO
expressaram menos citocinas proinflamatórias no TAS.
Já em macrófagos peritoneais estimulados com LPS, apesar da atenuação do
marcador M2 CD206 (p < 0,001) em KO, o TAM modulou a produção de citocinas
em de ambos os genótipos, reduzindo citocinas proinflamatórias
como TNFα (p = 0,0002) e IL6 (p < 0,0001). Conclusão: A deleção
do PPARg não inibiu
o efeito anti-inflamatório mediado pelo exercício, ressaltando a importância do
exercício na modulação da inflamação.
Palavras-chave: tecido adiposo, citocinas, sistema
imunológico, treinamento aeróbio moderado, fator transcricional.
Fonte
financiadora: FAPESP,
CAPES
Resumo
gráfico