II
Congresso Baiano de Cardiologia do Exercício
Salvador,
BA
2021
Resumo
dos temas livres
Organização
Jefferson
Petto - petto@cardiol.br
Alice
Miranda de Oliveira - alicemofisio@gmail.com
Marvyn
de Santana do Sacramento - marvynsantana@gmail.com
Pedro
Elias Santos Souza - peedroefisio@gmail.com
PRIMEIRO
LUGAR
Coração
de atleta: efeitos do destreinamento físico
Indiana
Jesus Santos1*, Wasly Santana Silva2,
Marvyn de Santana do Sacramento1,3,4,
Jefferson Petto1,3,5
1.
Faculdade do Centro Oeste Paulista, Bauru, SP, Brasil
2.
Faculdade Adventista da Bahia, Cachoeira, BA, Brasil
3.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador,
BA, Brasil
4. Actus Cordios Serviço de
Reabilitação, Salvador, BA, Brasil
5.
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
*indiana_santos@hotmail.com
Introdução: Não está bem estabelecido na
literatura se o remodelamento miocárdico provocado pelo treinamento físico pode
causar predisposição a alterações metabólicas negativas e se um Programa de Destreinamento Físico Orientado (PDFO) pode reverter as
adaptações cardíacas sem deprimir a capacidade funcional. Objetivo: descrever
como um PDFO modificou as alterações estruturais e eletrocardiográficas de um
indivíduo com Coração de Atleta. Descrição do caso: Sexo masculino, 60
anos, 160 cm de altura, 53 kg, assintomático, corredor de provas de endurance. Realizava treinamentos atingindo em média 80 a
120 km por semana, mais a constante participação em competições aos domingos.
Após exames laboratoriais, teste ergométrico convencional e ecodopplercardiograma
foram constatadas alterações cardíacas compatíveis com Coração de Atleta, onde
o desejou reverter as adaptações sem perder a capacidade funcional. Iniciou-se
em abril de 2019 o PDFO com duração de oito meses. Resultados:
Diminuição do Diâmetro Sistólico Final Esquerdo 36 vs
30 mm, Espessura do Septo Interventricular 10 vs 8
mm, Sobrecarga Ventricular (Índice de Cornell) 31 vs
26 mm, aumento da Fração de Ejeção 55 vs 74%, VO2pico
53 vs 77% e massa corpórea 53 vs
64%. Conclusão: Os resultados, levantam a hipótese de que o PDFO é capaz
de minimizar e reverter alterações estruturais cardíaca e eletrocardiográficas
de indivíduos com coração de atleta, sem impactar negativamente na capacidade
funcional.
Palavras-chave: doenças cardiovasculares; exercício;
remodelamento miocárdico
SEGUNDO
LUGAR
Dayse
Mota Rosa Pinto1,2*, Wasly Santana Silva3,
Marvyn de Santana do Sacramento2,4, Ana Marice Teixeira Ladeia2, Jefferson Petto2,4,5
1 -
Faculdade Adventista da Amazônia, Benevides, PR, Brasil
2 -
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador,
BA, Brasil
3 -
Faculdade Adventista da Bahia, Capoeiruçu, BA, Brasil
4 - Actus Cordios Reabilitação
Cardiovascular, Salvador, BA, Brasil
5 -
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
*dayserosa.mota@gmail.com
Introdução: A prescrição de exercícios para os
pacientes com anemia falciforme (AF) ainda permanece incerta, dado o alto nível
de complexidade envolvido no manejo da doença, havendo a necessidade de se
identificar as medidas seguras para prescrição de exercício físico entre esse
grupo, comparando com os achados de grupos saudáveis. Objetivo primário:
Testar a hipótese de que existe diferença entre o Limiar Glicêmico (LG) de
indivíduos com AF quando comparado a um grupo controle (GC). Objetivos
secundários: verificar se existe associação entre o LG e o Borg; verificar se existe diferença entre o ponto de
exaustão dos músculos inspiratórios em indivíduos com AF em relação ao GC;
comparar a PImáx do grupo com AF e GC. Métodos:
Estudo analítico de corte transversal, no qual foram avaliados 36 indivíduos de
ambos os sexos, ativos e sedentários com idades entre 20 e 45 anos divididos em
dois grupos: GC e AF. Os voluntários foram submetidos a um Teste Muscular
Inspiratório Incremental (TMI) e foram avaliados o LG, PE e suas respectivas
variáveis: Carga Relativa, Carga absoluta e Borg. Resultados: Observou-se que
não existiu diferença estatisticamente significante entre a Pimáx
do GC e GA 114 ± 18,6 vs 99 ± 9,6 cmH2O
respectivamente, no entanto, houve redução da força de resistência, demostrados
pela Carga Relativa no LG e PE 54 ± 21,2 vs 18 ± 10,2
e 74 ± 13 vs 28 ± 9% Pimáx
respectivamente. Não houve diferença entre o Borg do
LG e PE 12 ± 3, 5 vs 13 ± 2,9 e 15 ± 2,4 vs 17 ± 2,9
respectivamente. Conclusão: Nossos resultados evidenciam que a força de
resistência dos músculos inspiratórios de indivíduos com AF é inferior à de
saudáveis, sendo o Borg mais sensível que a Carga
relativa para prescrição do TMI nesta população.
Palavras-chave: exercício; treinamento muscular
inspiratório; anemia falciforme
TERCEIRO
LUGAR
Sistema
renina-angiotensina aldosterona em mulheres usuárias de contraceptivo oral
combinado: revisão sistemática
Priscilla
Araújo dos Santos1*, Alice Miranda de Oliveira2,3,
Caroline Queiroz Alves4, Clóvis Figueiredo Souza Filho4,
Ana Marice Teixeira Ladeia1, Jefferson
Petto1,3,4
1.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP,
Salvador, BA, Brasil
2.
Universidade Católica do Salvador – UCSAL, Salvador, BA, Brasil
3. Actus Cordios, Serviço de
Reabilitação Cardiovascular e Metabólica, Salvador, BA, Brasil
4.
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
*priscilaaraujo10@hotmail.com
Introdução: Evidências sugerem relação do
contraceptivo oral combinado com o desenvolvimento da hipertensão arterial
sistêmica. Um dos principais mecanismos que explicam essa relação é a ação dos
componentes do contraceptivo oral combinado, na ativação do sistema renina
angiotensina aldosterona. Objetivo: Descrever os efeitos do
contraceptivo oral combinado no sistema renina angiotensina aldosterona e os
mecanismos que sustentam esse efeito. Métodos: Trata-se de uma revisão
sistemática de acordo com os critérios do Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, registrada no PROSPERO sob id:
CRD42020200019. As buscas foram realizadas entre agosto e setembro de 2020 nas
bases de dados: Medline via Pubmed, Biblioteca
Cochrane Central, Scientific Electronic Library Online e Literatura Latino-americana
e do Caribe em Ciências da Saúde via Biblioteca Virtual em Saúde. Consultado os
artigos sobre os efeitos do contraceptivo oral combinado nos valores da
atividade da renina plasmática, do substrato da renina plasmática, da
angiotensina e/ou aldosterona. Resultados: Foram selecionados 877
estudos, destes, 10 foram incluídos nesta revisão. A amostra variou entre 18 a
137 participantes, totalizando 501 mulheres com idade entre 18 e 49 anos. Os
estudos apresentaram aumento da atividade da renina plasmática, do substrato da
renina plasmática, da angiotensina II e da aldosterona nessa população. Conclusão:
Os achados deste estudo sugerem que o contraceptivo oral combinado promove
maior ativação do sistema renina angiotensina aldosterona. Apoiando a ideia de
que o seu uso esteja relacionado com o aumento do risco de eventos
cardiovasculares, incluindo a hipertensão arterial sistêmica.
Palavras-chave: anticoncepcionais; pressão arterial;
sistema renina-angiotensina; hipertensão; saúde da mulher
Treinamento
muscular inspiratório na qualidade de vida e capacidade funcional na cardiotoxicidade: estudo de caso
Camilla
Lemos Souza1*, Pedro Elias Santos Souza1,2, Enzo Prates
Gravito Salini3, Pedro Henrique Silva Santos4, Jefferson
Petto1,3
1. Actus Cordios, Reabilitação
Cardiovascular, Respiratória e Metabólica, Salvador,
BA,
Brasil
2.
Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Salvador, BA, Brasil
3.
Universidade Salvador (UNIFACS), Salvador, BA, Brasil
4.
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
*camillalsfisio@gmail.com
Introdução: As neoplasias são consideradas um dos
importantes problemas de saúde pública por todo o mundo e um dos principais
tratamentos ofertados para este público é a quimioterapia. Todavia, o uso
destes medicamentos pode ocasionar disfunções cardiovasculares resultando em
insuficiência cardíaca, tais alterações são denominadas cardiotoxicidade.
Objetivo: Descrever o efeito de um programa de TMI de forma
individualizada sobre a capacidade funcional e qualidade de vida de uma
paciente com cardiotoxicidade, em decorrência de uma
neoplasia mamaria. Resultados: Foi possível observar uma melhora de 24%
na PImáx, um aumento de 53% no TMI,
evolução de 18% no TC6, além de melhora de 33% na espessura do septo
intraventricular. No teste de Minnesota identificou-se melhora de 68%. Nas
questões relacionadas a CF pré e pós TMI a melhora
foi de 78% e nos aspectos clínicos e psicológicos houve melhoria de 78%. Conclusão:
Dado o exposto, o Treinamento Muscular Inspiratório mostrou-se eficiente para a
melhora da Capacidade funcional e especialmente da qualidade de vida de uma
paciente com cardiotoxicidade grau III, configurando-se
como um possível recurso terapêutico viável para essa população.
Palavras-chave: antraciclina;
insuficiência cardíaca; oncologia; pressões respiratórias máximas
Efeitos
hemodinâmicos agudos do handgrig
Josias
Melo Leite1*, Alice Miranda de Oliveira2, Pedro Elias
Santos Souza3,
Jefferson
Petto1,3,4
1.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP,
Salvador, BA, Brasil
2.
Universidade Católica do Salvador – UCSAL, Salvador, BA, Brasil
3. Actus Cordios, Serviço de
Reabilitação Cardiovascular e Metabólica, Salvador, BA, Brasil
4.
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
*nino.melo@outlook.com
Introdução: Clinicamente, os efeitos crônicos do
treinamento isométrico com handgrip têm sido
utilizados para o tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica. Entretanto, a
descrição dos efeitos agudos é escassa e heterogênea em relação aos protocolos
de intervenção, sexo e idade. Objetivo: Descrever as respostas agudas da
pressão arterial sistólica e diastólica, frequência cardíaca e duplo produto em
indivíduos saudáveis submetidos a um protocolo de exercícios isométricos de handgrip. Métodos: Revisão sistemática baseada nos
critérios PRISMA, registrada no PROSPERO: CRD42021238275. Foram elegíveis
ensaios clínicos que avaliaram indivíduos com idade de 18 a 80 anos, ambos os
sexos, submetidos a diferentes intensidades de treinamento isométrico com handgrip. As buscas ocorreram nas bases de dados: MEDLINE
via Pubmed, Cochrane Library, Scientific
Electronic Library Online, Biblioteca Virtual em
Saúde e Physiotherapy Evidence
Database. Resultados: Após a aplicação dos
critérios de elegibilidade, cinco artigos foram incluídos nesta revisão. Os
estudos apontaram para aumento da pressão arterial sistólica e diastólica,
frequência cardíaca e duplo produto durante o protocolo de intervenção e logo
após o término. A intensidade foi expressa pelo percentual da força de preensão
máxima (30% a 100%), tempo sob tensão (30 segundos a 8 minutos) e o intervalo
entre séries (0 a 1 minuto). O volume expresso pelo número de séries foi de uma
contração voluntária máxima a quatro contrações isométricas. Conclusão:
O handgrip de forma aguda promove aumento na pressão
arterial sistólica e diastólica, frequência cardíaca e duplo produto. Esse
aumento é mais expressivo quanto maior for a duração e intensidade do handgrip.
Palavras-chave: exercício físico, pressão arterial,
determinação da frequência cardíaca, força da mão.
Exercício
físico na anemia falciforme: uma revisão sistemática
Dayse
Mota Rosa Pinto1*, Marvyn de Santana do
Sacramento1,2, Pedro Henrique Silva Santos3,4, Wasly Santana Silva5, Edna Conceição de Oliveira5,
Giulliano Gardenghi6,7,8,9, Ana Marice Teixeira Ladeia1, Jefferson Petto1,2,3,10
1.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador,
BA, Brasil
2. Actus Cordios Reabilitação
Cardiovascular, Respiratória e Metabólica, Salvador, BA, Brasil
3.
Fundação Estatal de Saúde da Família (FESF-SUS), Salvador, BA, Brasil
4.
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia - IGM), Salvador, BA, Brasil
5.
Faculdade Adventista da Bahia (FADBA), Capoeiruçu,
BA, Brasil
6.
Hospital Encore, Aparecida de Goiânia, Goiás, GO, Brasil
7.
Faculdade Ceafi, Goiânia, GO, Brasil
8. Lifecare, Hugol, Unidade de
Terapia Intensiva em Queimados, Goiânia, Go, Brasil
9.
Hospital e Maternidade São Cristóvão, São Paulo, SP, Brasil
10.
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
*dayserosa.mota@gmail.com
Introdução: A anemia falciforme (AF) é uma
condição genética que altera a conformação das hemácias desoxigenadas, o que
resulta em seu enrijecimento e ocorrência de crises vaso-oclusivas, dano ao
endotélio, disfunção orgânica e complicações sistêmicas. Além disso, a AF
limita a participação dos indivíduos em atividades físicas e sociais. Objetivo:
Por considerarmos que o exercício físico promove a recuperação da capacidade
funcional e do condicionamento cardiorrespiratório, objetivamos verificar os
padrões de prescrição, os efeitos e a segurança do exercício para indivíduos
com AF. Metodologia: Revisamos sistematicamente a literatura publicada
com foco em ensaios clínicos que correlacionaram o exercício físico com
pacientes com AF e estudos transversais que aplicaram o teste de esforço. A
pesquisa de dados baseou-se nas recomendações do PRISMA e foram utilizadas as
seguintes bases de dados: Medline by PubMed, Cochrane, PEDro, Scielo. Resultados: Seis estudos que se basearam na
avaliação de 212 pacientes com idades entre 13 e 40 anos, foram selecionados de
122 estudos identificados. Esses estudos associaram a melhora da tolerância ao
esforço individual, seu ajuste do perfil inflamatório e a ausência de alteração
na atividade do sistema nervoso autônomo ao exercício físico ou teste de
esforço. Conclusão: O exercício físico de baixa a moderada intensidade
aumentou a tolerância do indivíduo com AF sem causar crises vaso-oclusivas, nem
alterações nos perfis hemorreológico e inflamatório.
Palavras-chave: exercício; inflamação; doença
falciforme; hematologia
Contraceptivo
oral e lipoproteína de baixa densidade oxidada: revisão sistemática
Daniell Lima Costa Muniz1, Josias
Melo Leite1, Priscila Araujo dos Santos1,
Clóvis Figueiredo Souza Filho2, Ana Marice
Teixeira Ladeia1, Jefferson Petto1,2,3,4
1.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador,
BA, Brasil
2.
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
3. Actus Cordios Serviço de
Reabilitação, Salvador, BA, Brasil
4.
Centro Universitário UNIFTC – UNIFTC, Salvador, BA, Brasil
*daniellmuniz03@gmail.com
Introdução: O uso de contraceptivos orais
combinados (COC) vem sendo associado ao aumento do risco cardiovascular. Um dos
principais motivos para isso é sua associação com a elevação de biomarcadores
inflamatórios, como a lipoproteína de baixa densidade oxidada (LDL-ox). Objetivo: Revisar a literatura para descrever a
associação entre o uso de COC e a elevação da LDL-ox
e os possíveis mecanismos que desencadeiam essa condição. Métodos:
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura de acordo com os critérios do
Transparent Reporting of System Reviews and Meta-analyses – PRISMA, registrada no PROSPERO sob id:
CRD42021265279. As buscas foram realizadas entre maio e julho de 2021 nas bases
de dados: Medline via Pubmed, Biblioteca Cochrane
Central, Scientific Electronic
Library Online (Scielo), e Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs)
via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Resultados: Foram selecionados
dois estudos após a aplicação dos critérios de elegibilidade, somando-se 104
participantes, dos quais 53 utilizavam contracetivo
oral. Ambos estudos apresentaram valores elevados de LDL-ox
em mulheres que utilizam COC em comparação às que não utilizam. Conclusão:
Segundo os resultados dos estudos avaliados existe correlação entre o uso de
COC e a elevação da LDL-ox. Essa associação pode
estar relacionada a maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
a médio e longo prazo nessa população.
Palavras-chave: contracepção; estresse oxidativo; saúde da mulher