Rev Bras Fisiol Exerc 2023;22(1Supl):S1-S14
doi: 10.33233/rbfex.v21i4.5393
Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício e Saúde
2 e 3 de dezembro de
2022
Universidade Federal
de Viçosa - Campus Florestal
Florestal, Minas
Gerais, Brasil
Coordenação
Osvaldo Costa Moreira
Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde
Universidade Federal
de Viçosa, Campus Florestal
Comitê científico
Osvaldo Costa Moreira, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Guilherme de Azambuja Pussieldi, Universidade Federal de Viçosa,
Campus Florestal
Ricardo Wagner de
Mendonça Trigo, Universidade Federal de Viçosa,
Campus Florestal
Claudia Eliza
Patrocínio de Oliveira, Universidade Federal de Viçosa
Miguel Araújo Carneiro
Júnior, Universidade Federal de Viçosa
João Carlos Bouzas Marins, Universidade Federal de Viçosa
Paulo Roberto Santos
Amorim, Universidade Federal de Viçosa
Moacir Marocolo Júnior, Universidade Federal de Juiz de Fora
Matheus Santos
Cerqueira, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais,
Campus Rio Pomba
Helton de Sá Souza, Universidade
Federal de Viçosa
Bruno Gonzaga Teodoro, Universidade Federal de Uberlândia
Mauro Lúcio Mazini
Filho, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais,
Campus Rio Pomba
Lucas Vieira Santos, Universidade
Federal de Viçosa
Irismar Gonçalves Almeida da Encarnação, Universidade Federal de Viçosa
Francielle de Assis Arantes, Universidade Federal de Viçosa
Dihogo Gama de Matos, Universidade de Manitoba, Canadá
Resumos
A correlação da
composição corporal no teste incremental em ciclistas
Octávio Henrique
de Carvalho Silva, Sandro Fernandes da Silva, Guilherme Pereira Saborosa
Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG
Octávio Henrique de Carvalho Silva, octavio.silva@estudante.ufla.br
Introdução: A ciência do esporte ao longo dos anos dividiu a composição
corporal em quatro componentes: músculo, ossos e massa residual (massa magra) e
massa gorda (gordura de reserva e gordura essencial). É conhecido que um alto
%G, gera doenças crônico degenerativas, bem como limita o rendimento na prática
esportiva. Objetivo: Analisar a correlação da composição corporal com a
potência alcançada de ciclistas em um teste incremental máximo. Metodologia:
Ao todo 21 ciclistas fizeram parte do estudo, em primeiro momento foi
preenchido o TCLE, logo após foram realizadas as avaliações antropométricas
(62,49 ± 9,41 massa corporal isento de gordura; 13,27 ± 4,09 %G). Após, os
voluntários eram direcionados ao cicloergômetro para
início do teste, que iniciou com uma carga de 25 Watts (W) e a cadência livre
durante 5 minutos. O estágio 1 do teste começou com cadência de 100 W e
cadência mínima de 80 rpm durante dois minutos. A cada estágio era inserido 25
W e o teste era finalizado quando os voluntários chegavam à exaustão máxima,
não garantindo a cadência determinada (80 rpm) durante 15 segundos. Para
calcular a massa livre de gordura (massa muscular) era realizado o seguinte
cálculo (massa total - gordura total). A gordura total foi calculada de acordo
com o percentual de gordura encontrado para cada voluntário. A estatística
descritiva para a determinação de média e desvio padrão. Para a correlação
entre as variáveis foi usado o teste não paramétrico de Spearman.
Resultados: Não foram encontrados valores que demonstrasse uma
correlação (rs = - 0,04; p > 0,05) entre o
%G (13,27 ± 4,09) e a potência pico (309,79 ± 42,26). Já para a análise entre
a massa magra e a potência pico, foi demonstrada uma correlação positiva (rs = 0,58; p = 0,03). Conclusão: A
partir da análise feita, um elevado %G não está diretamente
correlacionado a potência pico, porém se levado em consideração outros
parâmetros, pode ser um fator limitante não só ao desempenho máximo do teste
incremental, mas também a um bom estado de saúde. Um bom índice de massa
muscular está aliado a um melhor desempenho na potência pico no teste. Contudo,
uma boa alimentação está diretamente ligada ao controle da massa corporal,
sendo aliada a boa qualidade de vida e indispensável a atletas que almejam o
melhor desempenho.
Palavras-chave: potência muscular; desempenho; composição corporal
Perfil fisiológico e de desempenho de um teste
incremental máximo realizado com corredores
Ana Karolina Mesquita, Paula Souza Alves dos Santos, Sandro Fernandes da
Silva
Universidade
Federal de Lavras
Ana Karolina Mesquita,
ana.mesquita1@estudante.ufla.br
Dentre
as principais modalidades de exercício praticado pela população, as corridas de
rua vêm ganhando destaque, especialmente pela facilidade de sua prática. Sendo
assim, um acompanhamento da composição corporal de atletas, é fundamental para
o controle dos treinamentos e melhorar o desempenho físico dos indivíduos. O
objetivo deste estudo foi descrever o perfil fisiológico e o desempenho de
corredoras em um teste progressivo. Participaram do estudo 5 indivíduos do sexo
feminino (idade 27,6 ± 8,2) praticantes
de corrida de rua. Inicialmente foram realizadas as medidas antropométricas,
como, peso, estatura e o percentual de gordura (%G). Para analisar o %G
utilizamos um ultrassom portátil (BodyMetrixⓇ Bx 2000) através do protocolo de Jackson, Pollock (1978) 7
dobras. O teste progressivo foi realizado na pista de atletismo da UFLA,
seguindo todas as recomendações do protocolo UMTT, onde: a pista era demarcada
a cada 40 metros com cones, e após a marcação era solicitado que as voluntárias corressem simultaneamente ao cone a
cada sinal sonoro. O teste se iniciava a uma velocidade de 8 km.h-1
durante 2 minutos, a cada término de estágio ocorria o incremento de 1 km.h-1
até à exaustão da voluntária, finalizando assim o teste. A verificação da
Frequência Cardíaca (FC) e da PSE era realizada no momento em que as
voluntárias ultrapassavam os cones. Para análise dos dados, utilizou-se a
estatística descritiva com determinação de média e desvio padrão. As voluntárias do presente estudo apresentaram os
seguintes resultados para as variáveis morfológicas: massa corporal total =
59,68 ± 5,24 kg; %G = 26,36 ± 3,07. Já para o perfil fisiológico levando em
consideração a FCmáx (192,2 ± 5,77 bpm)
encontrada no teste, as voluntárias alcançaram cerca de 102% da FC estimada.
Por conseguinte, os valores da PSE, constatou-se uma média de 8,2 ± 2,16. Por fim, para o
desempenho no teste, foi alcançado uma velocidade PICO de 13,6 km/h ± 1,14 km/h. Conclui-se que
através dos testes realizados, as atletas alcançaram um alto índice de esforço
em relação a velocidade máxima atingida. Ou seja, o que nos permite dizer que o
perfil das corredoras foi semelhante ao encontrado nas literaturas.
Palavras-chave: fisiologia, desempenho
físico, atletas
Frequência cardíaca estimada e
alcançada em um teste progressivo em ciclistas do sexo feminino e masculino
Vitor
Hugo Ricardino, Sandro
Fernandes da Silva
Universidade Federal de Lavras, MG
Sandro Fernandes da Silva,
sandrofs@ufla.br.
Introdução:
A frequência cardíaca e a PSE (Percepção subjetiva de esforço) são marcadores
essenciais para identificar o limiar anaeróbico e o VO2 máximo dentro
de uma atividade física, ao monitorar estas medidas é possível identificar qual
a zona de intensidade, qual o metabolismo utilizado, qual o substrato
energético e em qual domínio o indivíduo se encontra dentro da atividade. Objetivo: Monitorar a frequência cardíaca em um teste progressivo em
ciclistas do sexo feminino e masculino. Metodologia: Ao
todo fizeram parte da pesquisa 35 pessoas sendo, 14 mulheres (34,71 ± 7,6 anos;
26,06 ± 4,52 %G) com experiência
prática (6,6 ± 6,6 anos) no ciclismo. E 21 homens (31,6 ± 8,8 anos; 13,3 ± 4,1
%G) Com apenas uma visita presencial os momentos foram divididos da seguinte
maneira: preenchimento do TCLE, avaliação da composição corporal, mensuração da
morfologia muscular, e por fim o teste em uma bicicleta ergométrica. Para
monitorar a frequência cardíaca os indivíduos utilizaram relógios particulares.
Ao iniciar o teste, os sujeitos foram submetidos a um aquecimento de 5 minutos
com uma carga de 25 watts e com velocidade livre, após o aquecimento os
indivíduos informaram a frequência cardíaca, o teste foi realizado em uma
velocidade de 15 km/h e com uma carga inicial de 100 watts, após 2 minutos a
carga era aumentada em 25 watts, no mesmo momento o indivíduo informava a
frequência cardíaca através do relógio e a PSE, após os próximos 2 minutos o
processo se repetia até que o experimentado atingia seu maior estágio possível.
Após o término do teste, em repouso os avaliados informavam a frequência
cardíaca dentro de 5 minutos, em 3 momentos diferentes, 1 minuto pós teste, 3
minutos pós teste e por fim 5 minutos pós teste. Resultados: Para a
análise estatística foi utilizado a estatística descritiva para média e desvio
padrão, e para a comparação entre as médias foi adotado o teste de T, foi
adotado que p < 0,05 para diferença significativa. Homens, FC estimada
(185,81 ± 6,05) FCmáx (187,76 ± 10,36) P =
0,30, houve diferença significativa. Mulheres, FC estimada (183,79 ± 5,45) FCmáx (179,57 ± 6,88) P = 0,01, não houve
diferença significativa. Conclusão: FC é um fator para o controle da
sessão de treinamento, pois, o controle das zonas de esforço é primordial para
o aumento da performance.
Palavras-chave:
frequência cardíaca; ciclismo.
A utilização da bicicleta no período da
pandemia covid-19
Larissa Gabriela Silva, João
Paulo Bernardo Silva, Marcos Meneghini Esmeraldo, Daniela
de Castro Esmeraldo, Rauno Álvaro de Paula Simola, José Vitor Vieira Salgado
Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)
Unidade Divinópolis
Introdução: O Ministério da Saúde do Brasil (2020)
determinou que o isolamento social era uma medida de saúde pública para o
enfrentamento da disseminação do coronavírus no país. Dentre as medidas foi
sugerido o transporte ativo considerado uma valiosa estratégia de combate à
disseminação do vírus. O uso da bicicleta proporciona aos praticantes inúmeros
benefícios, é de grande importância para a prevenção de doenças e melhoria da
qualidade de vida. Ao longo do isolamento social, as pessoas precisaram se
adaptar a novos hábitos, dessa forma a utilização da bicicleta de forma
contínua no período da pandemia colaborou com a prevenção e cuidado com a saúde
mental e física dos praticantes, bem como meio de transporte. Objetivos:
O objetivo desse estudo foi identificar a
prevalência dos indivíduos que iniciaram a prática do ciclismo como meio de
transporte durante o período de isolamento social em virtude do COVID-19. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, com
caráter quantitativo, com pesquisa de campo, usando o método survey, aplicada online através de formulário Google
forms. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética
em pesquisas (Parecer: 5.067.445). Amostra composta por 168 voluntários, sendo 66,7% de indivíduos do sexo masculino com
idade de 43,2 ± 11,8 anos e 33,3% do sexo feminino, com idade de 38,9 ± 9,9
anos. Resultados: Dos indivíduos que participaram do estudo, 69,1% praticavam
o ciclismo ou passeavam de bicicleta antes da pandemia COVID-19 e 39,9% dos indivíduos
reportaram iniciar a prática do ciclismo durante a pandemia. Dos ciclistas
entrevistados 35,1% faziam o uso da bicicleta como meio de transporte antes da
pandemia e os indivíduos que passaram utilizar a bicicleta como meio de transporte
durante o período de maiores restrições na pandemia passou para 45,5%. A
frequência semanal de utilização da bicicleta reportada seja para transporte ou
prática esportiva dos ciclistas foi de 20,8% uma vez, 22% duas vezes, 27,4%
três vezes, 14,3% 4 vezes, 8,9% 5 vezes, 4,8% 6 vezes e 1,8% 7 vezes por
semana. A quilometragem semanal percorrida foi de até 30 km para 26,2% da
amostra, entre 30 e 50 km semanais de 23,2%, de 50 a 75 km foi 18,45%, de 75 a
100 km foi 14,3% e mais de 100 km por semana 17,9%. Conclusão: Grande
parte dos indivíduos entrevistados utilizavam a bicicleta antes da pandemia,
mas ocorreu um aumento significativo nos últimos anos, a utilização como meio
de transporte aumentou 10% e se manteve, demonstrando uma adesão a prática
durante o período e tende a permanecer, entretanto, fatores como segurança
pública, vias urbanas adequadas, ausência de ciclovias e adequações dos locais
de trabalho, tanto para armazenamento das bicicletas quanto vestiários são
fatores determinantes para uma maior utilização como meio de transporte. Contudo, o uso da bicicleta tornou-se
fundamental no período pandêmico, tanto para transporte, quanto para lazer e
atividade física esportiva.
Palavras-chave: pandemia;
ciclismo; meio de transporte
Agradecimento ao Programa Institucional
de Apoio à Pesquisa (PAPq) - UEMG Edital 01/2022
Larissa Vitalina de Medeiros Pires, Aparecida
Patricia Guimarães, Adilson de Barros
Martins, Fernanda Guimarães Drummond e Silva, Sarah Alessandra Alves Lelis, Raianne dos Santos
Baleeiro, , Emerson Cruz de Oliveira, Lenice Kappes Becker
O Ácido Gama-Aminobutírico
(GABA) é utilizado em suplementos esportivos.
Dentre os possíveis efeitos destaca-se o aumento da massa magra, a diminuição
do percentual de gordura e da ansiedade. O objetivo foi investigar o efeito da suplementação com GABA à prática do exercício físico em mulheres
com obesidade. Participaram do estudo 26 mulheres (13 GABA e 12 PLACEBO) com idade média de 44,5 ± 13 anos com índice
de massa corporal de 32,17 ± 3,56
kg/m2. As voluntárias foram randomizadas em dois grupos; G1-GABA
(200 mg, GABA) e G2-Placebo (200 mg,
cápsula vazia) e ambos realizaram o programa de exercícios físicos
constituído de 3 sessões semanais
com duração de 60 minutos
(condicionamento aeróbico e de força)
concomitantemente à
suplementação ingerida diariamente por 90 dias. Foram coletados dados de: VO2máx, preensão
palmar, relação cintura quadril (RCQ), índice de massa corporal (IMC),
massa corporal, massa
magra, massa gorda e taxa metabólica basal (TMB)
nos momentos 0 e 90 dias respectivamente. A análise estatística foi realizada através
do software prisma versão 9.0, com dados expressos em
média e desvio padrão. O teste ANOVA Two-Way
foi utilizado para comparação entre os tempos e as intervenções de cada
grupo adotando p < 0,05 como significante. Foram observadas diferenças significativas entre os tempos para massa corporal
(p < 0,047), preensão palmar
(p < 0,0001) e TMB (p < 0,0169) com diminuição para os dois grupos. Para IMC (p < 0,0038 e p <
0,0125) e massa magra (p < 0,0043 e p < 0,0184) com redução para os dois grupos. Não foram observadas
diferenças significativas entre os grupos e os tempos para RCQ e VO2máx
e % de gordura. Dados coletados até o presente momento mostram um pequeno
efeito do treinamento físico na massa corporal e IMC sem efeito adicional
da suplementação.
Palavras-chave: exercício físico;
GABA; obesidade
Agradecimentos: Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES), Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação
da UFOP – PROPPI-UFOP, Fundação
de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais.
(FAPEMIG), Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ),
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição (PPGSN),
Laboratório de Fisiologia do Exercício (LABFE),
Escola de Nutrição
e Educação Física da Universidade Federal
de Ouro Preto (EEF-UFOP)
O efeito da suplementação aguda de
suco de beterraba rico em NO3- no desempenho e na pressão arterial
de corredores
Paula Souza Alves dos Santos, João Pedro de Souza
Ferreira, Guilherme Pereira Saborosa, Ana Karolina Mesquita, Sandro Fernandes
da Silva
Universidade
Federal de Lavras
Paula Souza Alves dos Santos,
paula.santos7@estudante.ufla.br
Alguns vegetais e raízes ricos em nitrato inorgânico, como a
beterraba, podem aumentar a biodisponibilidade de óxido nítrico no organismo, o
qual vem reportando resultados promissores na vasodilatação, homeostase da
glicose, biogênese/respiração mitocondrial outros mecanismos. Beneficiando
assim esportes como a corrida de resistência, a qual necessita de suporte
adequado de O2 para a geração de energia durante o esforço, a
exemplo. O intuito desta pesquisa foi analisar o efeito da suplementação aguda
de suco de beterraba rica em nitrato (SSBN) na pressão arterial e desempenho de
corredores de resistência submetidos a um teste de pista. O estudo contou com a
participação de 9 homens (27± 3,9 anos de idade, %G de 7,8 ± 3,0), engajados
com a corrida de resistência (10,0 ± 4,7 anos). Os voluntários foram submetidos
a um crossover, aleatorizado duplo-cego. Cumprindo 3 encontros no laboratório e
na pista de atletismo da UFLA. No 1º encontro coletou à assinatura do TCLE,
análise da composição corporal e antropometria. Um washout
de 7 dias separou o 2º e 3º encontro, onde aplicou o contra-relógio
de 3.200 m 2 horas após a ingestão da SSBN ou placebo (Kapo®, Del Valle,
Brasil), anotando as seguintes variáveis: pressão arterial (PA), tempo,
velocidade, frequência cardíaca (FC) e percepção subjetiva (PSE). Para análises
dos dados realizou-se estatística descritiva, teste de levene
para a normalidade,
através do software SPSS® 21.0. A PA não reportou diferenças significativas nos
momentos analisados (pré SSBN, 30, 60 e 90 min após
SSBN e pós 3200 m), mas é possível notar valores inferiores na média sístole (Pré: 1,2%; 30 min: 2,3%; 60 min: 0,37%; 90 min: 2,4%; Pós:
1,0%) e diástole (Pré: 3,0%; 30 min: 4,1%; 60 min:
0,16%; 90 min: 4,4%; Pós: 2,1%) quando incrementado a SSBN em relação ao
placebo. Ao analisar o desempenho, foi possível observar uma elevação na velocidade
em determinadas parciais (800 m: 13,4%; 1600 m: 1%; últimos 400 m: 1,6%) ao
longo dos 3200 m, resultando em uma conclusão mais rápida de 1,66 s quando
estes estavam suplementados, mas sem alterações significativas. A FC e PSE não
reportaram respostas estatísticas significativas. O aumento do tônus vascular
em detrimento da SSBN, transportando mais O2 a musculatura no
momento de esforço pode ter contribuído para incremento na velocidade e
posteriormente na conclusão do contra relógio. Apesar das evidências não
demonstrarem diferenças estatísticas na PA e no desempenho dos corredores é
possível notar os potenciais efeitos da SSBN, uma vez que qualquer diminuição
no tempo durante uma corrida é essencial para os resultados finais.
Palavras-chave: óxido nítrico, corrida, nutrição
esportiva.
Identificação dos
limiares de transição metabólicos a partir da frequência cardíaca em um teste
incremental com ciclistas
Guilherme Pereira Saborosa, Paula Souza Alves dos Santos, Sandro
Fernandes da Silva
Universidade
Federal de Lavras
Guilherme Pereira Saborosa, guisaborosa08@gmail.com
Os limiares de transição metabólicos (LT) são marcadores
fisiológicos de intensidade que podem ser determinados a partir da Frequência
Cardíaca (FC), devido sua precisão em medir a intensidade do exercício físico. Os
LT são utilizados para demonstrar os momentos onde o metabolismo anaeróbio é
aumentado. A prescrição do treinamento de endurance a
partir dos LT está associada ao desempenho de resistência, pelo fato de se
correlacionar com a mudança do treino aeróbico para o anaeróbico se tornando um
efetivo preditor para o treinamento de ciclistas. Determinar os limiares de
transição de ciclistas a partir da frequência cardíaca em um teste incremental
de intensidade máxima.
Ao todo foram recrutados 21
voluntários (31,6 ± 8,8 anos; 72,6 ± 13,2 kg; 13,3 ± 4,1 %G) do sexo masculino
e 14 (34,7 ± 7,7 anos; 64,9 ± 7,9 kg; 26,1 ± 4,5 %G) do sexo feminino com
experiência (3,8 ± 4,6 anos) pratica no ciclismo. Após o preenchimento do TCLE,
foram realizadas as avaliações antropométricas. Em sequência foi monitorado a FC
em repouso para o início do teste incremental realizado em um cicloergômetro, que iniciou com uma carga de 25 Watts (W) e
cadência livre durante 5 minutos. O estágio 1 do teste teve início com 100 W e
cadência mínima de 80 rpm durante dois minutos, faltando 10 segundos para o fim
do mesmo a FC era monitorada. A cada início de estágio era inserindo 25 W e o
teste era finalizado quando os voluntários não sustentavam a cadência
determinada (80 rpm) durante 15 segundos. Para analisar os LT, os dados da FC e da W foram
plotados a cada estágio para que fosse identificado os pontos de inflexão
(PIFC) e de deflexão da FC (PDFC) através do modelo matemático de Cambri et al. (2006). Neste modelo, todos os valores
de FC e carga são ajustados por uma função polinomial de terceiro grau e por
uma equação linear de primeiro grau derivadas dos dados de cada voluntário. Foi utilizada a estatística descritiva e o teste Post
Hoc de Tukey com um nível de significância de p <
0,05. Para o limiar aeróbico os valores de FC para os
homens (134,4 ± 11,6 bpm) e para as mulheres (142,1 ± 12,5 bpm) não
apresentaram diferenças significativas (p > 0,05), assim como, para o limiar
anaeróbico (176,2 ± 9,2 versus 170,0 ± 8,4 bpm) respectivamente. Quando
analisada a porcentagem da FC atingida em cada limiar de acordo com a máxima,
percebemos que para o limiar aeróbico (71,6 ± 4,3 versus 79,0 ± 5,2 %) e
para o anaeróbico (93,9 ± 2,7 versus 94,7 ± 3,0 %) os valores se
aproximaram, não encontrando diferenças significativas quando comparados os
grupos. Os achados deste estudo mostraram que a identificação dos LT a partir
da FC encontrada em um teste incremental máximo se mostrou eficiente, por
apresentar pontos de limiares próximos entre homens e mulheres, indicando que a
prescrição e controle do treinamento para atletas de ciclismo através das zonas
em que a FC atua durante os LT se torna confiável.
Palavras-chave: frequência cardíaca, ciclismo, limiares
de transição.
Concordância nos parâmetros cardiopulmonares
entre uma sessão e um teste incremental máximo com resistência elástica
Lorena Flores Duarte, Victor Hugo
Gasparini Neto, Leticia Nascimento Santos Neves, Lenice
Brum, Luciana Carletti
Introdução: O teste cardiopulmonar de exercício
(TCPE) é utilizado para a determinação da intensidade e prescrição do
treinamento físico a partir do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e da frequência
cardíaca máxima. Geralmente o TCPE é aplicado em ergômetros tradicionais (esteiras
e cicloergômetros) e isso pode influenciar na prescrição do exercício para
outras modalidades. Uma nova proposta foi apresentada na literatura, o teste
cardiopulmonar de exercício com resistência elástica (TCPEe), utilizado para
prescrição do exercício intervalado de alta intensidade com resistência elástica
(EL-HIIE). No entanto, ainda não está claro se há concordância entre os valores
obtidos no TCPEe comparados com uma sessão de EL-HIIE, prescrita entre 85% a 90% do VO2máx.
O objetivo deste trabalho foi avaliar se o VO2 e a Frequência cardíaca (FC), obtidos em uma sessão de EL-HIIE
são concordantes aos determinados pelo TCPEe. Métodos: Participaram
do estudo 12 homens, fisicamente ativos (≥ 150 min/semana de exercício físico),
idade: 27 ± 3,74 anos; IMC: 23,6 ± 1,71 kg·m-2; massa corporal: 74,5
± 6,27 kg e estatura: 1,80 ± 0,06 m. Trata-se
de um estudo transversal no qual os participantes compareceram três vezes ao laboratório,
separados por um período de sete dias. Primeira visita: Análise da composição
corporal (Pollock 3 dobras) e avaliação médica. Segunda visita: TCPEe até a
exaustão voluntária máxima. Terceira visita: Sessão de EL-HIIE. O TCPEe
consistiu em realizar passos alternados de ida e volta contra uma resistência
elástica presa a um cinto fixo na altura do quadril em cima de um tapete de
borracha demarcado com estágios. O protocolo incremental com até 8 estágios de
um minuto, seguindo uma cadência de 200 bpm, controlada por metrônomo. O EL-HIIE foi
prescrito entre 85% a 90% do VO2máx encontrado no TCPEe, e foi representado por dez séries de exercício
na razão esforço: pausa, 60 segundos (s): 60s. Para comparação das médias foi aplicado
teste t pareado; e Bland Altman para análise descritiva da dispersão. Resultados: Não houve diferença
estatística entre o VO2 da sessão e o TCPEe (40,5 ± 5,2 mL·kg·min-1
vs 38,6 ± 4,7 mL·kg·min-1; P = 0,08). A análise de Bland-Altman para
a mesma variável apresentou vieses de 1,97 mL·kg·min-1 com limites
de concordância de 5 a -9 mL·kg·min-1. A FC também não apresentou diferença
estatística comparando a sessão com o TCPEe (166,7 ± 16,3 bpm vs 167,4 ± 14,9 bpm;
P = 0,69). A análise de Bland-Altman para esta variável apresentou vieses de
-0,72 bpm com limites de concordância de -11,3 bpm a 12,8 bpm. Conclusão: A FC e o VO2 no EL-HIIE
apresentaram boa concordância com o TCPEe,
que podem ser utilizados como parâmetro de
prescrição e controle da intensidade do exercício nesta modalidade.
Palavras-chave: consumo máximo de oxigênio; frequência cardíaca; teste cardiopulmonar, treinamento intervalado de alta
intensidade
Perfil e demandas dos ciclistas da
cidade de Divinópolis
Marcos Meneghini
Esmeraldo, Daniela de Castro Esmeraldo, João Paulo Bernardo, Larissa Gabriela Silva,
Rauno Álvaro de Paula Simola,
José Vitor Vieira Salgado
Universidade do Estado de Minas Gerais -
UEMG Unidade Divinópolis
Introdução: Somente em 1817, após ser introduzido
um sistema de direção, em um brinquedo com duas rodas em linha unidas por uma
barra de ferro, o artefato foi considerado uma bicicleta. Daquele momento em
adiante, o engenho foi utilizado em várias atividades e aplicações. Este trabalho
se justificativa devido à prática do ciclismo possuir inúmeros atrativos e
benefícios para o indivíduo e a coletividade, potencializando a construção de
sugestões, ao poder público, para apoiar e fomentar a sua pratica, gerando
assim, mais benefícios a saúde coletiva, e economia local do município. Objetivo:
O objetivo do estudo foi traçar o perfil e as principais demandas dos ciclistas
da cidade de Divinópolis/MG. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva,
com caráter quantitativo, com pesquisa de campo, usando o método survey, aplicada através de formulário Google.
O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisas (Parecer: 5.067.445). Amostra
formada de 87 voluntários, sendo 57% de
indivíduos do sexo masculino e 43% do sexo feminino, com média de idade de 41
anos. Os indivíduos do sexo masculino possuem um média de 79 kg de massa
corporal, 1,76 m de estatura, e a do sexo feminino com 65 kg e 1,63 m,
respectivamente. Resultados: Alguns resultados foram similares
ao da pesquisa do cicloturista brasileiro 2018. A maior tendência de prática do esporte foi na faixa de 40 a 59 anos,
representando 55,8% da amostra, contra 50,7% da pesquisa com cicloturista. O maior grupo de praticantes do esporte são
casados (52% da amostra, contra 58,2% da pesquisa com cicloturista).
Quanto à escolaridade foi identificado que 67% dos praticantes possuem o curso
superior completo ou em andamento. Em termos de ambiente para a prática do
esporte, as áreas rurais e mistas totalizam 84,9% da preferência. O estudo
indicou que 62,8% dos ciclistas participam de grupos, sendo a busca por uma
companhia durante a atividade, o maior motivador desta participação. Identificamos
uma predominância de atividades moderadas (56%), com 1 a 3 sessões semanais
(73,4%), envolvendo de 3 a 5,9 h de prática semanal (46,5%), e até 50 km por
semana para 54,6% dos ciclistas. Falhas
na infraestrutura são dentificadas como principal problema para prática do ciclismo.
Conclusão: Conclui-se que, a partir dos dados levantados, há uma participação
equilibrada de indivíduos de ambos os sexos, casados, com média de idade de 41
anos, e IMC médio de 25,0. Predomínio de indivíduos com ensino superior
concluído ou incompleto, com atividade laboral, e renda familiar superior à
média do município. Foi identificado uma predominância de
atividades moderadas, com motivadores ligados aos
aspectos relacionados à saúde, bem estar, e qualidade de vida. Os
principais fatores dificultadores, para
a prática e uso da bicicleta, estão relacionados a falhas na infraestrutura,
seja na sua disponibilidade ou manutenção.
Palavras-chave: ciclismo;
volta ao esporte; atividade de lazer; segurança
O sexo e a condição
metodológica são fatores determinantes na confiabilidade e na reprodutibilidade
da avaliação da composição corporal por bioimpedância elétrica
Irina Sidoine
Sossou¹, Gabriella Elisa Magalhães e Silva², Maria Luiza da Cruz Santos², Julia
Abrantes Bicalho², Julia Zanúncio Araújo², Marilia da
Silva Pinto², Claudia Eliza Patrocínio de Oliveira1,2, Osvaldo Costa
Moreira1,3
1. Programa
de Pós-graduação em Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Lavras
2. Departamento
de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa
3. Instituto
de Ciência Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Campus
Florestal
O
uso da bioimpedância elétrica (BIA) na avaliação da composição corporal pode
facilitar o diagnóstico do profissional de saúde e também agilizar o processo
de tratamento do paciente. Nesse intuito, esse trabalho teve como objetivo
verificar a confiabilidade e reprodutibilidade dos valores de massa gorda (MG),
massa magra (MM) e água corporal (H2O) entre sexo, com e sem
preparação prévia para o teste. Participaram da presente pesquisa 29
voluntários de ambos os sexos, com idade média de 24 ± 2 anos, estatura média
de 169,89 ± 8,02 cm e massa corporal média de 71,45 ± 12,71 kg, submetidos a
dois exames consecutivos de corpo total, usando um aparelho de BIA da marca InBody, modelo InBody230 e seguindo aleatoriamente duas
condições, em dois dias diferentes, separados por 48 horas. A primeira condição
seguia um protocolo de preparação prévia para a realização do teste e a segunda
condição sem nenhum protocolo de preparação prévia. Com isso, foi possível
analisar dados referentes à massa corporal total, MG, MM, percentual de gordura
corporal e água corporal total dos avaliados. Foram calculados o coeficiente de
variação (CV), o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e seu intervalo de
confiança de 95% (IC 95%). A análise dos resultados mostrou níveis de
confiabilidade e reprodutibilidade muito altos em ambos os sexos, segundo os
valores de CCI que foram reforçados pelos baixos valores de CV, quando
realizada a preparação prévia. Por fim, a BIA apresentou uma boa confiabilidade
e reprodutibilidade para avaliação da composição corporal, porém, o respeito
das recomendações torne-se primordial e necessário para resultados mais
eficientes.
Palavras-chave: bioimpedância elétrica; composição
corporal; confiabilidade; reprodutibilidade; massa magra; massa gorda; água
corporal
O treinamento resistido
prévio previne o estresse oxidativo pulmonar em modelo de hipertensão arterial
pulmonar
Sebastião Felipe Ferreira
Costa, Alexandre Martins Oliveira Portes, Luiz Otávio Guimarães Ervilha,
Mariana Machado Neves, Emily Correna Carlo Reis,
Antônio José Natali
Universidade Federal de
Viçosa
Introdução: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) está
associada ao desequilíbrio no estado redox pulmonar, caracterizado pelo aumento
na produção de agentes pró-oxidativos e redução da atividade de enzimas
antioxidantes, o que resulta em prejuízos funcionais. Os efeitos do treinamento
físico resistido prévio sobre o estado redox pulmonar na HAP são pouco
conhecidos. Objetivos: Analisar os efeitos do treinamento físico resistido
prévio, com ou sem continuidade, sobre o estresse oxidativo e atividade de
enzimas antioxidantes no pulmão de ratos com HAP induzida por monocrotalina. Metodologia: Vinte e quatro ratos Wistar (Idade: 8 semanas) foram divididos aleatoriamente em
4 grupos de 6 animais: Sedentário controle (SC); Sedentário monocrotalina
(SM); Treinado monocrotalina sem continuidade (TMSC);
Treinado monocrotalina com
continuidade (TMCC). Os animais dos grupos TMSC e TMCC foram submetidos ao treinamento
físico resistido (escalada em escada vertical), que consistiu em 4 a 9
escaladas. Nas 4 primeiras escaladas os animais carregaram 50, 75, 90 e 100% do
peso máximo carregado, respectivamente. Nas demais escaladas foram adicionadas
30 g em cada uma. Após 8 semanas de treinamento, os animais dos grupos SM, TMSC
e TMCC receberam uma única injeção intraperitoneal de monocrotalina
(60 mg/kg de peso corporal; Sigma-Adrich, EUA),
enquanto o grupo SC recebeu o mesmo volume de solução salina. O grupo TMCC
continuou o treinamento físico por mais 6 semanas e o grupo TMSC interrompeu o treinamento
físico. Os animais do grupo SM sofreram eutanásia ao apresentarem sinais de
falha cardíaca (~ 43 dias após injeção de monocrotalina).
Os demais animais sofreram eutanásia nesta mesma época. Após a eutanásia, o pulmão esquerdo foi
dissecado e armazenado em freezer -80ºC para posterior avaliação das atividades
de superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa S-transferase (GST),
e as concentrações de óxido nítrico (ON) e malondialdeído
(MDA). Os dados foram comparados usando a ANOVA one-way,
seguida do post hoc de Tukey. Resultados:
A HAP reduziu a atividade de GST e aumentou a concentração de MDA pulmonar
(p < 0,05). O treinamento físico resistido prévio preveniu o aumento de MDA
em ambos os grupos treinados (p < 0,05). Entretanto, o efeito preventivo relacionado
à redução da atividade de GST foi observado apenas no grupo que continuou o
treinamento resistido (TMCC; p < 0,05). As atividades de SOD e CAT, e a
concentração de NO não foram diferentes entre os grupos (p > 0,05). Conclusão: O treinamento físico resistido prévio previne o aumento de agentes
pró-oxidativos pulmonares, entretanto, o efeito preventivo na redução da
atividade de enzimas antioxidantes está presente apenas com a continuidade do
referido treinamento.
Palavras-chave: treinamento resistido; pulmão; monocrotalina; estado redox; enzimas antioxidantes