doi: 10.33233/rbfex.v22i1.5552
VIII Congresso de Ortopedia e
Medicina Esportiva da UFJF
IV Congresso Multidisciplinar
de Ciências do Esporte
Universidade
Federal de Juiz de Fora
5
e 6 de outubro de 2023
Organização
Vitor
Franco de Santana, vitorfrancodesantana@gmail.com
Pedro
Castro Areias, pedroareias18@gmail.com
Ana
Beatriz Maia de Almeida Guimarães, anabeatrizmaia.ag@gmail.com
Isadora
de Cássia Oliveira Leal, isadora_col@hotmail.com
Matheus
Azevedo Lobato, matheus.lobato@esudante.ufjf.br
João
Vitor Santos Gamonal, joaovitorgamonal@hotmail.com
Henrique
Correa Teixeira, henriqueteixeira@hotmail.com
Henrique
Tadeu Resende Silva, ricksilva@gmail.com
Resumos
Lesão
de Morel-Lavallée no dorso do pé - Relato de caso
Mateus
Esteves Silva Ribeiro, João Paulo Gonçalves dos Santos, Leonardo Gonçalves Vanelli Oliveira, Pedro Victor do Carmo Baptista, Katlan José Rodrigues, Thiago Mattos Resende
Universidade
Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil
estevesmateus15@gmail.com
Introdução: Lesões de Morel-Lavallée
(LMLs) se apresentam como uma lesão fechada,
decorrente de trauma agudo, intenso e que envolve forças de cisalhamento, nas
quais ocorre um efeito de desenluvamento, separando a
pele e a derme da fáscia muscular profunda, criando uma cavidade entre as
camadas, preenchida por uma coleção hemolinfática,
devido à ruptura dos capilares sanguíneos e vasos linfáticos locais. Essas
lesões apresentam incidência elevada de colonização bacteriana e acometem
principalmente a região trocantérica maior, com 30.4% dos casos, seguida por
coxa (20.1%), pelve (18.6%) e joelho (15.7%), com raras menções na literatura
da ocorrência dessas lesões em dorso do pé, foco do presente relato. Objetivos:
Relatar o caso de uma paciente com LML em dorso do pé esquerdo, apresentação
incomum do quadro. Métodos: As informações foram obtidas por meio de
revisão de prontuário, registro fotográfico dos exames de imagem aos quais a
paciente foi submetida e revisão da literatura acerca das lesões de Morel-Lavallée. Resultados: Paciente do sexo
feminino, 87 anos, procurou serviço de emergência devido a um trauma torcional no tornozelo esquerdo, sem sinais de fratura ou
luxação. Radiografia não indicou fratura, sendo liberada. Após 5 dias, evoluiu
com hematoma extenso em dorso de pé esquerdo, acompanhado de dor intensa,
retornando ao serviço. Exame de Ressonância Magnética evidenciou alteração pós contusional envolvendo a porção meta epifisária superior do
quarto e quinto metatarsos, microfissuras e coleção sero hemorrágica subfascial,
definindo uma LML. Foi submetida a tratamento cirúrgico, com drenagem da lesão,
evoluindo com melhora do quadro, recebendo alta hospitalar em 48 horas, sem
necessidade de reabordagem. Discussão: LML
podem ocorrer em topografia não-usual. Independente
do local acometido, uma vez realizado o seu diagnóstico, o tratamento
padrão-ouro é o tratamento cirúrgico, não devendo ser postergado em razão do
risco de infecção. Conclusão: O caso relatado traz à tona a discussão da
abordagem de uma situação complexa e rara que é a LML no pé, salientando que o
médico deve estar atento à possibilidade do diagnóstico, mesmo em topografia
não-usual.
Palavras-chave: desenluvamentos
cutâneos; traumatismos do tornozelo; lesões do pé
Fratura
exposta grave de membro inferior associada a lesão vascular: um relato de caso
Isadora
de Cássia Oliveira Leal, João Paulo Gonçalves dos Santos, Luiz Gustavo Reis
Carvalho, Adriely Cardoso Barbosa, Vitor Hugo de
Oliveira Teixeira, Wemerson Rosa do Nascimento
Faculdade
de Medicina, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
isadora_col@hotmail.com
Introdução: Fraturas expostas são lesões
traumáticas graves que ocorrem quando há comunicação do foco de fratura com o
meio externo devido à lesão de partes moles ou contaminação de cavidades. A
classificação de Gustillo-Anderson é o principal
sistema utilizado para categorizar a gravidade dessas lesões, sendo aquelas associadas
a lesões vasculares classificadas como 3C tendo pior prognóstico. Objetivo:
Relato de caso de um paciente com lesão grau 3C Gustilo-Anderson.
Métodos: Descrição de caso clínico, radiografias e resultados dos
procedimentos utilizando prontuário médico e exames de imagem pelo período de
90 dias, associados à revisão da literatura. Resultados: Homem, 56 anos,
vítima de acidente automobilístico (colisão carro x moto) evoluindo com dor e
deformidade do membro inferior direito. Apresentava ferimento extenso com
sangramento ativo. Admitido na emergência com má perfusão distal à lesão.
Radiografias evidenciaram fratura exposta bimaleolar
do tornozelo. No centro cirúrgico foi diagnosticada e reparada lesão transfixante da artéria tibial posterior. Instalado fixador
externo transarticular de tornozelo para
estabilização. As regiões dorsal do pé e anteromedial do tornozelo evoluíram com necrose extensa da
pele após 3 dias, motivando novo desbridamento e curativos com hidroalginato para absorção de exsudato e prevenção de
infecção. Após 35 dias, houve melhora da lesão de partes moles, e realização da
cirurgia definitiva, com osteossíntese com placa na
tíbia e placa em ponte na fíbula devido a pequena lesão ulcerada não resolvida.
48 horas após a cirurgia recebeu alta hospitalar. Discussão: Fraturas
expostas associadas a lesão vascular necessitam de reparo imediato da lesão
associada a procedimento de controle de danos ortopédicos. No caso, mesmo com a
cirurgia definitiva sendo realizada após 35 dias e utilizada técnica em ponte
na fíbula, após 30 dias da mesma, o paciente já deambulava com auxílio de bota
ortopédica (robofoot) e muleta, sem dor. Conclusão:
O controle de danos ortopédicos associado ao tratamento das lesões associadas é
o padrão-ouro em casos graves, com bons resultados funcionais, mesmo se
necessário retardar a cirurgia definitiva.
Palavras-chave: fratura exposta, manejo, emergência
ortopédica.
Efeitos
da suplementação de creatina na saúde renal
Maria Izabella Coelho Pinheiro da Silva, Renato Nunes, Sólon
Batista Nunes, Giulia da Silva Jaloto Nascimento,
Luiza Bento Junqueira Villela, Andreza Luíza Ferreira dos Santos
Universidade
Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil
maria.izabella@estudante.ufjf.br
Introdução: A creatina (ácido metilguanidino-acético)
é um composto de aminoácidos e é um suplemento amplamente utilizado por
atletas. Estudos apontam que o acúmulo de cretina nos músculos esqueléticos
oferece vantagens significativas em esportes de alta intensidade e curta
duração, pois o aumento de seus estoques potencializa a ressíntese
de adenosina trifosfato (ATP). Entretanto, existem questionamentos acerca das
consequências da suplementação de creatina e seus efeitos na saúde renal. Objetivos:
Reunir informações recentes sobre os efeitos da suplementação de creatina, e
avaliar se seu uso pode trazer malefícios à saúde renal. Métodos:
Trata-se de uma revisão de literatura, onde os trabalhos usados como referência
foram pesquisados nas plataformas PubMed, CAPES e
Cochrane Library, utilizando os descritores “creatine”,
“kidney injury” e “amino acid supplementation”, em
26/08/2023. Materiais com publicação anterior a 2018 foram descartados, bem
como aqueles que não tratavam da suplementação de creatina e saúde renal. Resultados:
Não foram constatadas evidências que atestem a perda de função renal em
indivíduos saudáveis associada à suplementação de creatina, sendo descritas
como “de baixa relevância clínica”. Doses de até 5 g/dia são seguras e aumentam
a resistência ao exercício e força muscular. Discussão: A suplementação
de creatina em indivíduos saudáveis não traz alterações na função renal, e o
uso regular de 5 g/dia traz diversos benefícios. A sua utilização aumenta a
massa muscular e diminui a fadiga, favorecendo a prática de exercícios.
Ademais, observou-se que a creatina é capaz de melhorar a função cognitiva e
atenuar a fadiga mental, mitigando os sintomas da privação do sono e condições
estressantes. As funções hepáticas e renais não tiveram nenhuma alteração
significativa em pessoas saudáveis que realizaram suplementação com creatina,
mesmo durante vários meses e até anos, em populações jovens e idosas. Conclusão:
Não há evidências que sustentem que a creatina pode representar um risco para a
saúde renal de indivíduos saudáveis. No entanto, pode haver prejuízo caso seu
uso seja feito de forma indiscriminada.
Palavras-chave: lesão renal; creatina; performance;
suplementação.
Efeitos
das diferentes abordagens de biofeedback na atividade
muscular durante o ortostatismo
João
Eduardo Machado da Costa Antunes, Fabio Vieira dos Anjos, Thiago Lemos de
Carvalho, Arthur de Sá Ferreira
Laboratório
de Análise Cinética e Cinemática Humana, Laboratório de Neurociências em
Reabilitação, Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
joaoeduardoantunes@souunisuam.com.br
Introdução: O biofeedback
é vital nas Ciências da Reabilitação, oferecendo controle sobre variáveis
específicas, como o equilíbrio. Embora estudos sugiram que o biofeedback possa reduzir os movimentos corporais durante a
postura ereta, permanece incerta a sua estratégia em relação à ativação
muscular. Objetivo: Investigar os efeitos de diferentes técnicas de biofeedback sobre a atividade muscular em ortostatismo de
adultos. Métodos: Três adultos foram testados neste estudo piloto, o
qual foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa local
(CAAE–52142021900005235). Todos os voluntários realizaram três tarefas
posturais: Olhos abertos (OA); Biofeedback por posturografia (BP), objetivo é aproximar o COP o máximo
possível de um alvo localizado à altura dos olhos; Biofeedback
por laser (BFLaser), consistindo em manter um laser o
mais próximo possível de um alvo com o punho direito. O deslocamento COP foi
quantificado por meio de uma plataforma de força. Eletromiogramas
de superfície foram coletados dos músculos gastrocnêmico medial (GM) e tibial
anterior (TA) direito. A amplitude do RMS foi obtida para avaliar o grau de
ativação muscular durante cada condição. Devido ao pequeno número amostral, a
análise descritiva dos dados foi realizada diferença percentual ([OA-biofeedback]/OA).
Resultados preliminares: Os resultados revelaram que dois participantes
reduziram o desvio padrão COP em AP 48% enquanto um indivíduo obteve um aumento
5% deste parâmetro com o BP em relação a OA. A tarefa BFLaser,
obtivemos 2 participantes com um aumento do desvio padrão 1,73% e um que
aumentou em 7%. Referente aos dados dos eletromiogramas
para o TA direito, em dois participantes reduziram o nível de atividade 64% na
condição BP. Para o GM, todos os voluntários reduziram o nível de atividade
66,5% em relação a OA. Na tarefa de BFLaser, o
músculo TA direito, em todos os participantes reduziram 6%. Em GM, todos os
participantes reduziram o nível de atividade 2 % em relação a OA. Conclusão preliminar:
Essas observações indicam que o BP reduz as oscilações na direção AP, enquanto
o BFLaser aumenta. Ambas as tarefas diminuem a
atividade muscular em TA e GM. Recrutamento em andamento.
Palavras-chave: Controle Postural; Biofeedback;
Eletromiografia.
Fomento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Relato
de uma fratura de avulsão da tuberosidade anterior da tíbia durante a prática
esportiva e sua correção
Henrique
Correa Teixeira¹, João Paulo Gonçalves dos Santos¹, Maria Fernanda Padilha
Gouvea¹, Matheus Azevedo Lobato¹, Igor Gerdi Oppe²
1Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil
2Hospital
Universitário
EBSERH/UFJF, Serviço de Ortopedia, Juiz de Fora, MG, Brasil
henriqueteixeirac@hotmail.com
Introdução: Fraturas de avulsão da tuberosidade
anterior da tíbia (TAT) são raras (0,4% a 2,7% das lesões fisárias),
sendo mais comuns em adolescentes do sexo masculino. Ocorrem por contração
violenta do quadríceps com o pé fixo ou flexão abrupta do joelho. Objetivo:
Descrever um caso de uma fratura por avulsão de TAT durante prática desportiva,
seu tratamento e evolução. Métodos: Revisão de prontuário, registro
fotográfico dos exames de imagem do paciente e revisão da literatura. Resultados:
Paciente masculino, 15 anos, sentiu estalo em membro inferior esquerdo durante
movimento brusco de desaceleração jogando futebol. Evoluiu com dor e
incapacidade funcional. Realizadas radiografias que evidenciaram fratura-avulsão
da TAT Ogden 3A e indicado tratamento cirúrgico,
realizado por acesso anterior ao joelho com redução da epífise e da superfície
articular e fixação com 2 parafusos canulados na
região da epífise com compressão do foco de fratura e 1 na região da metáfise,
associados a cerclagem em formato de 8 ligando o
mecanismo extensor e a túnel trans ósseo na região
distal da tíbia para reduzir a sobrecarga nos parafusos, sem intercorrências. Discussão:
Durante a ossificação da tíbia proximal, células cartilagíneas substituem a
fibrocartilagem que preenchia a epífise da TAT. É durante esse período de
transição, quando a extremidade frontal da tíbia está mudando de
fibrocartilagem para matriz óssea, que ela se torna mais suscetível a lesões de
avulsão. Essas lesões foram incialmente descritas por Watson-Jones e
classificadas em 3 grupos distintos: 1- Comprometimento apenas da porção mais
distal da TAT; 2- Fratura com angulação superior de toda a TAT, sem atingir a
articulação do joelho; 3- Extensão do traço de fratura à fise
proximal da tíbia. Ogden et al, subdividiram-nas
através da avaliação de deslocamento (A) e cominuição
(B). Um diagnóstico diferencial é a doença de Osgood-Schlatter,
na qual não haverá envolvimento da fise, além de
estar relacionado a quadros de evolução crônica. Conclusão:
Fraturas-avulsão da TAT, embora raras, devem ser sempre consideradas como
diagnóstico diferencial em traumas em adolescentes, devido às características
do tecido ósseo nesse grupo.
Palavras-chave: avulsão; tuberosidade anterior da
tíbia
Análise
comparativa das funções executivas e memória episódica de atletas de orientação
com corredores de rua
Rodrigo
Machado de Oliveira, Rodrigo Hohl, Sávio Soares Gonçalves, Paula Mauad Kaheler Sá, Nadia Shigaeff
Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
rodrigomachadoufrrj@hotmail.com
Introdução: O exercício físico pode aprimorar a
memória devido às neurotrofinas e o aumento do fluxo
sanguíneo cerebral. Entretanto, o impacto do exercício nas funções executivas
(FE) carece de consenso, uma vez que estudos demonstram que o exercício com baixa
demanda cognitiva não aprimora habilidades executivas como inibição,
atualização e flexibilidade mental. Nesse sentido, o esporte de orientação
apresenta demandas fisiológicas de um esporte de endurance
associadas a uma enorme demanda cognitiva para navegação espacial com uso de
mapas e bússola em percurso desconhecido, portanto, configura-se com uma
atividade de dupla tarefa (i.e., física-cognitiva) mais complexa do que a
corrida de rua. Objetivo: Comparar os resultados de uma bateria de
testes para avaliação da memória e FE em praticantes de orientação com
corredores de rua. Métodos: estudo
observacional-transversal-quantitativo com 40 esportistas sendo 20 atletas de
orientação e 20 corredores de rua com idades entre 18-64 anos, sem diagnóstico
de transtornos mentais e/ou neurológicos, com tempo de treinamento médio
similares (entre 9-12 anos), volume de treino significante para os corredores
de rua e nível técnico equivalente para os orientistas.
Foi aplicado um teste de memória episódica (RAVLT) e dois para FE (Blocos de
Corsi e Five Point). Resultados preliminares: praticantes de orientação
apresentaram desempenho significativamente (p < 0,05) superiores aos
corredores de rua na avaliação das FE. Não houve diferença na avaliação da
memória. Discussão: Os resultados corroboraram com a hipótese de que uma
atividade física de dupla tarefa promove maior benefício para as FE do que
atividades físicas com baixa demanda cognitiva. Embora a avaliação da memória
não tenha apresentado diferença entre os grupos, é necessário comparar com um
grupo saudável de não atletas para avaliar se houve afeito do treinamento
esportivo de longo prazo nos dois grupos. Conclusão: anos de prática
regular do esporte de orientação foi associado com o melhor desempenho em
testes das FE em comparação com a corrida de rua. Para aprimoramento das FE,
recomenda-se a atividade física com atividades cognitivas complexas
simultâneas.
Palavras-chave: orientação; funções executivas
avaliação cognitiva
Identificação
das habilidades cognitivas desenvolvidas no esporte de orientação a partir de
valores normativos: implicações na reabilitação cognitiva em pacientes clínicos
Sávio
Soares Gonçalves, Rodrigo Hohl, Paula Mauad Kaheler Sá, Rodrigo Machado, Nadia
Shigaeff
Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
saviosoares06@gmail.com
Introdução: Os valores normativos para populações
saudáveis são utilizados como um dos critérios para diagnóstico de déficit
cognitivo e acompanhamento do processo de reabilitação cognitiva (RC). O
exercício físico vem sendo investigado como um indutor de neuroplasticidade e
pode ser um instrumento para a RC devido à síntese de neurotrofinas
e o aumento do fluxo sanguíneo cerebral. No entanto, evidências recentes
indicam que o treinamento físico isolado pode não ser suficiente para a RC. Por
outro lado, a combinação simultânea da atividade física com a estimulação
cognitiva (i.e., dupla-tarefa) pode ser um promissor instrumento terapêutico
para pacientes com comprometimento cognitivo. Nesse contexto, o esporte de
orientação é uma atividade de dupla-tarefa que combina a corrida de longa
duração com a navegação em terreno desconhecido com mapa e bússola. Objetivo:
Identificar as habilidades cognitivas aprimoradas na prática do esporte de
orientação para propor atividades de dupla-tarefa com vistas a potencializar a
RC em pacientes clínicos. Métodos:
Aplicação de sete testes cognitivos
para avaliação de memória, atenção e
funções executivas em praticantes de
Orientação.
Amostra com 20 atletas, idade média de 32,95 (± 11,70)
anos, volume semanal de
treino de 52,85 (± 32,42) km e 9,75 (± 8,81) anos de
prática. Resultados
preliminares: Os dados das funções executivas apresentaram scores-z [95%
IC] acima da média normativa nos testes Five Point, Cubo de Corsi e Stroop. Na avaliação da memória (teste RAVLT), observamos
score-z acima da média no reconhecimento tardio de informações estimuladas uma
única vez. O mesmo ocorreu com a atenção sustentada no Teste de Trilhas. Discussão:
As avaliações da memória episódica,
funções executivas e da atenção sustentada
dos praticantes de Orientação parecem corresponder
às imposições da atividade
dupla-tarefa presentes no esporte. A comparação com dados
normativos sugere que
prática da Orientação aprimora habilidades
cognitivas em indivíduos
preservados. Conclusão: Entende-se que as demandas requisitadas pelo
esporte de orientação podem constituir-se como um norteador de meios e métodos
para uma RC potencializada.
Palavras-chave: esporte de orientação; atividades
dupla-tarefa; habilidades cognitivas; reabilitação cognitiva
Efeito
agudo da massagem percussiva na fadiga muscular, dor muscular e no desempenho
físico em sujeitos ativos: ensaio clínico randomizado cruzado
Raphael
Oliveira Caetano, Diogo Carvalho Felício, Fernanda de Oliveira Lauria, Isabela Vergara Marques, Ana Carolina Nicolau Gomes
Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
racaetano.fst@gmail.com
Introdução: Para minimizar os efeitos deletérios
dos danos musculares após um exercício é importante para os atletas utilizarem
estratégias de recuperação para reduzir a fadiga muscular, evitar lesões e
possibilitar o retorno ao treino o mais rápido possível e de maneira mais
eficiente. Dentre as estratégias de recuperação, a massoterapia apresenta os
melhores resultados após exercícios extenuantes. A massagem percussiva com uso
de dispositivo portátil ganhou notoriedade na prática clínica. Objetivos:
Investigar o efeito agudo da massagem percussiva na fadiga muscular, dor
muscular, torque muscular de extensor de joelho e salto vertical após exercício
de indução a fadiga. Métodos: Ensaio clínico randomizado cruzado,
realizado na Faculdade de Educação Física da UFJF (Faefid),
após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com CAAE de número
68628223.6.0000.5147. A amostra foi por conveniência, sendo incluídos sujeitos
de 18 a 40 anos de ambos os sexos com experiência em academia de pelo menos 6
meses e excluídos sujeitos com autorrelato de dor ou
lesão musculoesquelética no quadril e joelho no momento da avaliação.
Avaliou-se a fadiga, a dor muscular, torque muscular de quadríceps e o salto
vertical na linha de base, após exercício de fadiga e após recuperação. Dez
participantes foram divididos em grupo tratado (GT) e Grupo Controle (GC). O GT
realizou 5 minutos de massagem percussiva com dispositivo portátil e o GC
realizou recuperação passiva deitado por 5 minutos. Resultados preliminares:
O grupo GT apresentou redução da fadiga muscular (p < 0,001) e dor muscular
(p = 0,002), após a recuperação, porém sem diferença estatística para melhora
do desempenho de troque muscular (p = 0,165) e salto vertical (p = 0,216)
comparados com o GC. Conclusão preliminar: A massagem percussiva com
dispositivo portátil teve efeito na melhora da fadiga muscular e dor muscular,
porém não apresentou melhoras nos testes de torque muscular e salto vertical.
Palavras-chave: massagem, fadiga neuromuscular,
recuperação muscular.
Treinamento
físico na promoção de saúde em
Doenças crônicas não-transmissíveis: duas
vezes
por semana são suficientes?
Higor Leal Fernandes, Antônio Paulo A. de
Castro, Caio Oliveira de Lima, Elaine Dias Gemellaro
Centro
Universitário de Valença (UNIFAA), RJ, Brasil
higorlealgf@hotmail.com
Introdução: Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial
(HAS) e obesidade (Ob), estão associadas à redução da
capacidade física-funcional (CFF) e a qualidade de vida (QV). Opostamente, o
treinamento físico (TF) tem papel coadjuvante para a prevenção e o tratamento
das DCNTs, bem como melhorar a CFF e a QV. Objetivos:
Investigar os efeitos do TF na CFF e QV de pacientes com DCNTs
de um programa interprofissional. Métodos: Foram acompanhados 86
pacientes, sedentários e que possuíam ao menos uma DCNT. O grupo foi submetido
a TF (exercícios resistidos; 2x/sem) com intensidade leve a moderada na escala
de Borg. A CFF foi avaliada pelos testes: handgrip
(HG), sentar e levantar em 30 segundos (TSL-30”), timed
up and go (TUG), caminhada
de seis minutos (TC6’) e flexibilidade (FLEX). A QV foi avaliada pelo SF-36. As
avaliações foram realizadas no período inicial (AV1) e após os 3 (AV2) e 6
meses (AV3). Resultados: A adesão dos pacientes foi superior a 90%. A
idade média foi de 58,6 ± 12,7 anos e o IMC médio de 31,6 ± 8,3 kg/m2.
A prevalência de HAS foi de 81%, de DM de 48,7% e Ob
de 55,0%. Evidenciou-se aumentos do HG (27,4 ± 9,4; 28,2 ± 8,3; 30,5 ± 4,6), no
TSL-30” (10,3 ± 2,6; 11,5 ± 2,7; 12,7 ± 2,3), no TUG (9,5 ± 5,1; 8,8 ± 4,3;
7,7± 1,3), na FLEX (20,8 ± 10,5; 22,6 ± 10,6; 24,8 ± 11,6) e no TC6’ (401,5 ± 77,3;
423,8 ± 77,1; 445,7 ± 74,8). Da mesma forma, a QV melhorou em todos os 8
domínios avaliados. Discussão: A adesão ao tratamento não medicamentoso
na abordagem das DCNTs é um dos pilares mais difíceis
de se instituir no plano terapêutico destes pacientes. Durante o período de
acompanhamento, observou-se uma alta taxa de adesão ao projeto, superior a 90%,
o que impactou positivamente nos resultados. Esses achados destacam a eficácia
do TF na CFF e QV desta população, mesmo sendo realizado apenas 2 x/sem.,
indicado que esta frequência de TF é capaz de gerar resultados semelhantes
àqueles observados em frequências maiores, o que pode facilitar a sua
implementação para promoção da saúde. Conclusão: O TF supervisionado
realizado num contexto interprofissional mostrou-se seguro e eficaz para o
aumento da CFF e da QV de pacientes com DCNTs.
Palavras-chave: exercício físico; doenças crônicas
não-transmissiveis; capacidade física; qualidade de
vida
Osteoartrite
de joelho e quadril em atletas: um desfecho inevitável?
André
Luís Defilippo do Valle¹, André Caetano do Valle²,
Lívia Silva da Costa Zanon¹
¹Graduando
em Medicina, Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC-JF), Minas
Gerais, Brasil
²Médico
Ortopedista pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), Rio de
Janeiro, Brasil
andreldefilippo@hotmail.com
Introdução: A osteoartrite (OA) é uma condição
degenerativa em que ocorre degradação da cartilagem articular, cursando com
dor, edema e diminuição da amplitude de movimento. Em praticantes de atividades
físicas, existe o contrabalanço entre um maior impacto articular,
potencialmente predispondo à OA precoce, com um maior fortalecimento muscular,
possivelmente servindo como fator protetivo. Objetivos: Analisar a prevalência
de osteoartrite de joelho e quadril em praticantes de atividades físicas
vigorosas. Métodos: Os vocábulos “osteoarthritis”
e “athletes” foram empregados nas bases Pubmed e SciELO por meio dos descritores DeCS/MeSH, de forma que foram
encontrados 45 artigos. O estudo deveria ser claro quanto à forma de
diagnóstico da OA, além de investigá-la no joelho ou quadril dos participantes.
Após a conclusão da pesquisa, 11 artigos do período de 2012-2022 foram
selecionados para leitura completa. Resultados: Grande parte dos estudos
apontaram para relação estatisticamente relevante entre altos níveis de
atividade física ao longo da vida com evidências clínicas e principalmente
radiográficas de OA de joelho ou quadril. De outro modo, exercícios físicos
praticados de forma recreativa e moderada não se mostraram suficientes para
aumento do quadro. Além disso, a associação mais relevante para aumento de
incidência de OA no joelho foi histórico de lesão articular. Discussão:
Muito utilizado como tratamento da OA, o fortalecimento muscular gerado pelo
exercício atua como prevenção dos sintomas em atletas, já que há redução de
carga em componentes passivos articulares. Por isso, atletas de alto rendimento
não tiveram maiores sintomas em comparação com não atletas. Pela maior
ocorrência de lesões articulares, a prevalência de OA em atletas pode ser
superestimada. Conclusão: A análise da prevalência de OA de joelho e
quadril em atletas mostrou resultados que apontaram para maior prevalência em
relação aos demais indivíduos. Entretanto, este aumento na frequência de OA em
atletas se tornou totalmente evitável, quando existe prevenção de lesões,
manutenção do índice de gordura corporal baixo e as atividades praticadas não
chegavam em níveis extenuantes.
Palavras-chave: Osteoartrite; atletas; joelho quadril
Análise
do desempenho e percepções de recuperação e esforço de nadadores em duas
sessões teste e reteste de treinamento
Rebecca
Louise de Oliveira, Géssyca Tolomeu
Oliveira, Matheus Lopes Fonseca, Leonardo Olier S.
Monteiro, Rajane de Almeida Cassiano, Moacir Marocolo
Grupo
de pesquisa em Fisiologia e Desempenho Humano, Universidade Federal de Juiz de
Fora, MG, Brasil
gessyca.t.oliveira@gmail.com
Introdução: Atletas que competem em esportes
contrarrelógio estão continuamente empenhados em reduzir seus tempos. Objetivo:
Analisar as mudanças no desempenho esportivo de nadadores entre dois
momentos-teste (M1 e M2) e sua relação com as percepções de recuperação (PSR) e
de esforço (PSE). Métodos: Foram coletados dados de 11 nadadores (14,1 ±
1,28 anos) e 7 nadadoras (16 ± 2 anos), sendo: tempos de 6 sprints de 100
metros, PSR e PSE em dois momentos, separados por 15 dias. O percentual médio
de variação de desempenho foi calculado e testes t de amostras emparelhadas
foram realizados. Resultados: Os nadadores apresentaram uma redução
média de -1,92% nos tempos do M2, enquanto as nadadoras um aumento médio de
0,57%. Individualmente, 8 (72,7%) nadadores e 3 (42,9%) nadadoras melhoraram
seus tempos no M2. A PSR foi menor em ambos os grupos no M2, enquanto os
nadadores relataram uma PSE menor no M2. Discussão: Houve melhor
manutenção no desempenho, mesmo com a menor média da PSR no M2 possivelmente
por adaptação ao treinamento durante os 15 dias. Conclusão: Houve
melhora no desempenho esportivo após 15 dias mesmo com menor percepção de
recuperação.
Palavras-chave: Natação; desempenho esportivo; atletas
Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq)
Associação
entre características antropométricas e desempenho de lutadores do Ultimate Fighting Championship -
UFC®
Anderson
Meireles, Moacir Marocolo, Rhaí André Arriel, Géssyca Tolomeu Oliveira, Hiago Leandro
Rodrigues de Souza, Rajane de Almeida Cassiano
Grupo
de pesquisa em Fisiologia e Desempenho Humano, Universidade Federal de Juiz de
Fora, MG, Brasil
meireles726@gmail.com
Introdução: O UFC® é a proeminente competição de
Artes Marciais Mistas, abrangendo diversas categorias de peso. Contudo, a
ausência de dados detalhados sobre perfis de lutadores e seu impacto compromete
o treinamento. Objetivos: Analisar como o perfil dos lutadores em
diferentes categorias se relaciona com os métodos de vitórias. Métodos:
Os dados de 127 homens e 48 mulheres, disponíveis no site da UFC®, sendo idade,
peso, altura, envergadura e alcance das pernas e tipos de vitória (Nocaute: KO/TKO,
finalização: FIN e decisão dos juízes: DEC) foram considerados. Comparou-se
características físicas entre categorias (ANOVA ou Kruskal-Wallis)
e correlacionou-as com tipos de vitória (Spearman). Resultados:
Peso e envergadura mostraram correlação positiva com vitórias por KO/TKO (ρ = 0,4; p < 0,001 e ρ = 0,5; p < 0,001, respectivamente),
enquanto vitórias por DEC apresentaram correlações negativas com peso (ρ = -0,6; p < 0,001), envergadura (ρ = -0,5; p < 0,001) e alcance das
pernas (ρ = -0,4; p < 0,001). A idade foi
similar entre categorias masculinas e femininas (p = 0,206 e p = 0,426). Discussão:
Apesar das diferenças antropométricas entre categorias, o treinamento é
uniforme. Contudo, o tipo de vitória está ligado às características físicas. Conclusão:
Houve correlação entre peso, envergadura e alcance das pernas com vitórias por
KO/TKO e DEC apenas nas categorias masculinas.
Palavras-chave: Esportes de combate, desempenho
esportivo, antropometria, atletas.
Fomento: Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Identificação
do tipo de doping sanguíneo em atletas de alto rendimento de nível
internacional
Rajane de Almeida Cassiano, Géssyca Tolomeu de Oliveira,
Leonardo Olier S. Monteiro, Anderson Meireles, Moacir
Marocolo, Hiago L R Souza
Grupo
de pesquisa em Fisiologia e Desempenho Humano, Universidade Federal de Juiz de
Fora, MG, Brasil
gessyca.t.oliveira@gmail.com
Introdução: O doping sanguíneo envolve a
manipulação das hemácias para aumentar a quantidade de oxigênio disponível para
os músculos durante o exercício. Objetivos: Identificar a prevalência do
uso do doping sanguíneo por atletas sancionados pela Agência Mundial Antidoping
(WADA). Métodos: Dados de 834 atletas de alto rendimento, selecionados a
partir da lista pública de atletas sancionados pela WADA nos últimos 10 anos,
foram analisados. A análise foi feita considerando o esporte e a substância
identificada nos testes antidoping. Resultados: Do total, 114 atletas
utilizaram doping sanguíneo, sendo 105 EPO (92,11%) e 9 TS (7,89%). Destes, 64
atletas (56,14%) praticam ciclismo, com 98,44% usando EPO e 18 (15,79%)
atletismo, com 85,71% usando EPO. Demais esportes como levantamento de peso,
natação, triatlo, lutas, canoagem, vôlei e futebol somam 28,06% da amostra,
sendo 87,88% usando EPO e 9,09% TS. Discussão: O uso de eritropoietina
(EPO) e transfusão de sangue (TS) é utilizado por atletas visando aumentar a
disponibilidade oxigênio da corrente sanguínea e, consequentemente, otimizar a
capacidade aeróbica. Conclusão: Há prevalência de uso de EPO,
principalmente em praticantes da modalidade ciclismo, no qual é caracterizada
por provas de resistência aeróbica, onde os atletas pedalam a uma intensidade
moderada a alta durante longos períodos.
Palavras-chave: Recurso ergogênico;
desempenho esportivo; atletas
Fomento: Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de
Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq)