Rev Bras Fisiol Exerc. 2024:23:e235575
II Simpósio Internacional de
Fisiologia do Exercício e Saúde
17
e 18 de novembro de 2023
Universidade
Federal de Viçosa - Campus Florestal
Florestal,
Minas Gerais, Brasil
Coordenação
Osvaldo
Costa Moreira
Instituto
de Ciências Biológicas e da Saúde
Universidade
Federal de Viçosa, Campus Florestal
Comitê científico
Osvaldo Costa Moreira
Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Guilherme de Azambuja Pussieldi
Universidade Federal de Viçosa,Campus Florestal
Ricardo Wagner de Mendonça Trigo,
Universidade Federal de Viçosa,Campus Florestal
Claudia Eliza Patrocínio de Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Miguel Araújo Carneiro Júnior
Universidade Federal de Viçosa
Bruno Gonzaga Teodoro, Universidade Federal de Uberlândia
Camila
Fernanda Costa e Cunha Moraes Brandão
Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis
Ciro José de Brito
Universidade Federal de Juiz de Fora, Campus Governador
Valadares
Dihogo Gama de Matos
Universidade de Manitoba, Canadá
Edison Andrés Pérez Bedoya
Universidade Federal de Viçosa
Felipe José Aidar
Universidade Federal de Sergipe
Francielle de Assis Arantes
Centro Universitário UNIFAGOC
Gabriela Rezende Venturini
Centro Federal de Educação Tecnológica, Campus Leopoldina
Irismar Gonçalves Almeida da
Encarnação
Universidade Federal de Viçosa,
João Batista Ferreira Júnior
Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais,
Campus Rio Pomba
joao.ferreira@ifsudestemg.edu.br
José Vitor Vieira Salgado
Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis
Lenice Kappes
Becker
Universidade Federal de Ouro Preto
Lidiane Aparecida Fernandes
Universidade Federal de Juiz de Fora, Campus Governador
Valadares
Lucas Vieira Santos
Universidade Federal de Viçosa
Matheus Santos Cerqueira
Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio
Pomba
Mauro Lúcio Mazini Filho
Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio
Pomba
mauro.mazini@ifsudestemg.edu.br
Moacir Marocolo Júnior,
Universidade Federal de Juiz de Fora
Paulo Roberto Santos Amorim
Universidade Federal de Viçosa
Samuel Gonçalves Almeida da Encarnação
Instituto Politécnico de Bragança, Portugal
Sandro Fernandes da Silva
Universidade Federal de Lavras
Suene Franciele Nunes Chaves
Universidade Federal de Viçosa
Wellington Segheto
Universidade Federal de Lavras
Como
citar
Moreira
OC, Pussieldi GA, Trigo RWM, Oliveira CEP, Carneiro Júnior MA, Teodoro BG, et
al. II Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício e Saúde. Rev Bras Fisiol
Exerc. 2024:23:e235575. doi: 10.33233/rbfex.v23i1.5575
Resumos
A
saúde da mulher e a autopercepção corporal durante o ciclo menstrual
Júlia Zanúncio Araujo1, Osvaldo Costa Moreira1,
Luiz Henrique Rezende Maciel2, Ester Alves de Barros2, Thalia Miranda Rufino1, Cláudia Eliza Patrocínio
de Oliveira1
1Universidade
Federal de Viçosa, 2Universidade Federal de Lavras
Introdução: O Ciclo Menstrual (CM) é um processo
complexo que ocorre no corpo de mulheres, envolvendo diversas interações
hormonais. Os hormônios essenciais nesse sistema são o folículo estimulante
(FSH), o luteinizante (LH), o estrogênio e a progesterona. Em média, um ciclo
dura 28 dias, iniciando com a menstruação e passando pelas fases folicular, ovulatória e lútea, de acordo com os hormônios que podem
ser inibitórios ou estimuladores e que são sincronizados pelo eixo
hipotálamo-hipófise-ovário. Por isso, mulheres podem apresentar sintomas
físicos e mentais paralelos à variação hormonal, como a Síndrome Pré-Menstrual
(SPM). Essas variações podem afetar a Imagem Corporal (IC), uma variável
associada a compreensão das pessoas em relação a autoimagem e a satisfação
corporal. Objetivo: Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é
compreender se mulheres adultas, com idades entre 18
e 30 anos, podem alterar a autopercepção e satisfação em relação a sua IC ao
longo das fases do CM. Métodos: Para mensuração do CM, será utilizado o
aplicativo Meu Calendário como primeiro passo de acompanhamento do ciclo das
avaliadas, seguido de coleta sanguínea nos dias estimados (a partir dos dados
do aplicativo) para a menstruação, ovulação e fase lútea, com a análise dos
hormônios LH, FSH, estrogênio e progesterona. Tanto o aplicativo, quanto as
coletas sanguíneas serão realizadas em momentos diferentes, porém os dois pelo
período de dois meses, totalizando quatro meses de acompanhamento. Em relação à
IC, será aferida a estatura e peso das voluntárias para obtenção do Índice de
Massa Corporal (IMC) e aplicada a Escala de silhuetas de Kakeshita
(2008). Essa escala contém 15 cartas com silhuetas femininas distintas entre
si, cada uma representando um IMC para uma forma corporal. A comparação será
realizada a partir do IMC real, obtido a partir do peso e altura coletados das
avaliadas; e os IMC adquiridos a partir das perguntas: “Qual figura representa
o seu corpo atual?” (Atual); “Qual figura representa o corpo que você gostaria
de ter?” (Desejado); e “Qual figura representa o corpo ideal?” (Ideal).
Palavras-chave: imagem corporal; ciclo menstrual;
mulheres; hormônios
Agradecimentos: Ao Departamento de
Educação Física da Universidade Federal de Viçosa e à FAPEMIG (APQ-02915-21).
Análise
da resposta antecipatória da ativação muscular do bíceps braquial em estudantes
Saymon Erick Jardim Monteiro, Italo Santiago Alves Viana, Osvaldo Costa Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: A ativação muscular é o resultado da
mobilização das unidades motoras dentro dos músculos esqueléticos. O sistema
nervoso faz com que grupos de fibras musculares se contraiam, através de sinais
nervosos que vêm do cérebro e da medula espinhal, permitindo que os músculos
façam a contração das fibras. Objetivo: Analisar a resposta
antecipatória da ativação muscular do músculo bíceps braquial medida por
eletromiografia de superfície em 4 condições: sem privação visual e sem peso
(SPV_0Kg); sem privação visual e com 5 kg (SPV_5Kg); com privação visual e sem
peso (CPV_0Kg); com privação visual e 5kg (CPV_5Kg). Métodos: Participaram do
estudo 24 sujeitos entre 18 e 24 anos, sendo 12 do sexo feminino e 12 do sexo
masculino. Foram realizadas as medidas antropométricas como massa corporal
(77,15 ± 15,91 kg) e estatura (1,79 ± 0,08 m) para os homens, e massa corporal (62,51
± 9,37 kg) e estatura (1,62 ± 0,07 m) para as mulheres. Para avaliar a
atividade eletromiográfica (EMG) do músculo bíceps
braquial utilizou-se um eletromiógrafo Miotool, modelo 400 (Miotec®,
Porto Alegre, Brasil). A inserção dos eletrodos foi definida com base no Atlas
de Zonas de Inervação Muscular. Para avaliação, foi requerido que os
voluntários fizessem 2 ações: a flexão de cotovelo SPV_0Kg e SPV_5Kg, depois
realiza-se a flexão de cotovelo CPV_0Kg e CPV_5Kg. Resultados: É possível
observar que não houve diferença estatisticamente significante para as
variáveis de ativação muscular do bíceps braquial, nas 4 condições analisadas:
SPV_0Kg (RMS = 1,11 ± 0,75; FM = 113,57 ± 18,54; FMED= 73,59 ± 11,77), SPV_5Kg
(RMS = 1,12 ± 0,64; FM = 111,02 ± 20,74; FMED = 72,51 ± 10,88), CPV_0Kg (RMS =
1,00 ± 0,69; FM = 116,51 ± 27,21; FMED = 71,67 ± 12,33), CPV_5Kg (RMS = 1,05 ± 0,73;
FM = 108,50 ± 20,36; FMED = 72,75 ± 11,22), quando a amostra é analisada em sua
totalidade. Quando a análise foi realizada por sexo, também não foram
observadas diferenças estatisticamente significantes entre os resultados da
ativação muscular do bíceps braquial nas quatro diferentes condições
analisadas, tanto para mulheres [SPV_0Kg (RMS = 1,56 ± 0,80; FM = 111,01 ± 21,59;
FMED = 71,94 ± 12,11)], [SPV_5Kg (RMS = 1,52 ± 0,62; FM = 110,27 ± 19,19; FMED =
69,17 ± 11,26)], [CPV_0Kg (RMS = 1,44 ± 0,72; FM= 124,45 ± 33,62; FMED = 73,15 ±
15,55)], [CPV_5Kg (RMS = 1,46 ± 0,81; FM = 108,03 ± 17,31; FMED =
70,82±13,66)], quanto para os homens [SPV_0Kg (RMS = 0,67 ± 0,31 FM = 116,13 ± 15,43;
FMED = 75,25 ± 11,71)], [SPV_5Kg (RMS = 0,72 ± 0,33 FM = 111,77 ± 23,02; FMED=
75,05 ± 10,09)], [CPV_0Kg (RMS = 0,56 ± 0,26 FM = 108,57 ± 16,75; FMED = 70,19 ±
8,43)], [CPV_5Kg (RMS = 0,64 ± 0,29 FM = 108,96 ± 23,81; FMED = 74,69 ± 10,25)].
Conclusão: Na amostra avaliada, tanto para mulheres, como para homens, não
houve diferença estatística para os valores da resposta antecipatória da
ativação muscular do bíceps braquial, independentemente da carga mobilizada e da
privação visual.
Palavras-chave: Biofeedback;
eletromiografia; força muscular; privação sensorial
Agradecimentos: Laboratório de Análise da Morfofisiologia Humana (HUMAN LAB); MEC/FNDE
Ansiedade
pré-competitiva de homens e mulheres participantes
nos jogos dos institutos federais
João
Henrique Alves Rocha, Wellton dos Santos Silva
Oliveira, Luís Guilherme Brás Gonçalves Mendes, Ricardo Campos de Faria, Irismar Gonçalves Almeida da Encarnação, Carlos Magno
Amaral Costa
Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais,
Campus Rio Pomba
Introdução: Nos últimos 20 anos tem se notado um
aumento da preocupação por parte de pesquisadores envolvidos na área de
psicologia do esporte em investigar a ansiedade, um dos fatores psicológicos
que podem ser mais prejudiciais ao desempenho esportivo. Dado uma possível
ligação entre ansiedade e desempenho esportivo, bem como a diferença de níveis
de ansiedade entre os sexos, é importante ampliar o conhecimento a fim de
ajudar treinadores e professores de educação física a trazer resultados
melhores para as equipes escolares, principalmente durante as competições. Objetivo:
Sendo assim, o presente estudo objetivou comparar diferentes níveis de
ansiedade traço, estado e competitiva entre homens e mulheres em nível de
atletas escolares. Métodos: Participaram 67 alunos atletas escolares do
Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba, sendo 34 do sexo
masculino e 33 do sexo feminino que foram avaliados quanto ao nível de
ansiedade através de dois questionários já validados, o Inventário de Ansiedade
Traço-Estado (IDATE) e o CSAI-2 (cognitivo, somático e autoconfiança). Esses
questionários foram aplicados de forma individual, em uma sala silenciosa e
realizado uma hora antes da primeira partida de cada modalidade (futsal,
handebol, atletismo, tênis de mesa e xadrez) nos Jogos dos Institutos Federais
(JIF). A normalidade dos dados foi testada através do teste Shapiro wilk, os dados foram não paramétricos, e, portanto, para
comparação entre os sexos foi aplicado o Teste U de Mann-Whitney. O nível
de significância considerado foi p < 0,05. Resultados: Os resultados
apresentaram diferença estatística (p < 0,05) entre os sexos em todos os
questionários aplicados, e são apresentados em média ± DP, do CSAI-2 cognitivo
dos homens (18,47 ± 4,7); e das mulheres (22,79 ± 6,5)(p = 0,005), CSAI-2
somático dos homens (17,85 ± 4,8); e das mulheres (22,48 ± 6,3)(p = 0,001),
CSAI-2 autoconfiança dos homens (29,09 ± 4,8); e das mulheres (25,45 ± 4,5)(p =
0,001). O questionário IDATE-TRAÇO dos homens (34,97 ± 10,3); e das mulheres
(40,15 ± 10,3)(p = 0,017) e IDATE-ESTADO dos homens
(36,44 ± 10,0); e das mulheres (42,85 ± 8,1)(p = 0,000). Conclusão: Os
resultados que foram encontrados demonstraram que atletas do sexo feminino tem
maiores níveis de ansiedade se comparados a atletas masculinos, seja ela estado
ou traço. Já em relação a autoconfiança os homens demonstraram ter maiores
níveis em relação às mulheres. Um fator que devemos lembrar, os participantes
dessa pesquisa são de nível escolar, o que pode ser um dos fatores para níveis
mais altos de ansiedade nas mulheres, isso pode estar relacionado diretamente
com o baixo incentivo de participação das mulheres em competições escolares
desde as séries iniciais, principalmente em modalidades coletivas de maior
participação dos homens. Visto isso, é importante atenção a mulheres na
condução da inserção no esporte, principalmente aos fatores psicológicos.
Palavras-chave: ansiedade; jogos escolares; pré-competição
Wellington
Segheto1, Eduarda Miranda Peixoto2, Gabriela Fernanda de
Sá2, Ana Clara da Cruz Della Torre1, Daniela Braga Lima1
1Universidade
Federal de Lavras,
Introdução: As doenças cardiovasculares são a
principal causa de morte no mundo, e diversos fatores de risco estão
associados, entre eles o excesso de gordura corporal. Dentre os métodos de
avaliação, temos o índice de massa corporal e a circunferência da cintura. Apesar
de amplamente utilizado, o índice de massa corporal apresenta algumas
limitações. Sabe-se que em indivíduos com carga horária elevada de trabalho,
como os trabalhadores do comércio, o tempo dedicado ao autocuidado pode ser
restrito, aumentando a prevalência de fatores de risco para doenças
cardiovasculares. Objetivo: Analisar a associação do índice de massa
corporal e da circunferência da cintura com níveis pressóricos elevados e
dislipidemia em trabalhadores do comércio de uma cidade de Minas Gerais. Métodos:
Estudo transversal realizado em uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais. A
amostra foi composta por trabalhadores do comércio, de ambos os sexos, com
idade máxima de 40 anos e que não estavam afastados de suas atividades. Os
questionários foram entregues aos indivíduos em seus locais de trabalho, após
autorização e consentimento. O índice de massa corporal foi calculado a partir
da estatura e massa corporal autorreferidos, e a
circunferência da cintura foi medida no ponto médio entre a última costela e a
crista ilíaca. Os níveis pressóricos elevados e a dislipidemia foram avaliados
por meio de perguntas objetivas sobre o diagnóstico médico das referidas
doenças. Utilizou-se a estatística descritiva para apresentação das variáveis,
e a diferença entre as proporções foi verificada pelo teste Qui-quadrado.
A associação entre sobrepeso e circunferência da cintura aumentada com níveis
pressóricos elevados e dislipidemia foi analisada por meio de regressão
logística binária ajustada para sexo, idade, estado civil, cor da pele e renda.
Os dados foram analisados no programa Stata, versão
13.1, e adotou-se o valor de p < 0,05. Todos os procedimentos éticos foram
realizados. Resultados: Foram avaliados 275 trabalhadores (59,85% do
sexo feminino), com média de idade de 27,9 anos (DP 6,3 anos). A proporção de
homens foi significativamente maior para o sobrepeso
(52,9%; p < 0,01), níveis pressóricos elevados (11,8%; p = 0,03) e para
dislipidemia (22,8%; p = 0,02), enquanto a proporção da circunferência da cintura
foi significativamente maior nas mulheres (33,2%; p = 0,02). Após ajustes, o
sobrepeso permaneceu significativamente associado a níveis pressóricos elevados
(OR 2,6; IC 95% 1,2 – 5,3) e dislipidemia (OR 3,0; IC 95% 1,5 – 5,8), enquanto
a circunferência da cintura permaneceu associada somente aos níveis pressóricos
elevados (OR2,5; IC 95% 1,2 – 5,5). Conclusão: Observamos a associação
do excesso de gordura com a hipertensão e dislipidemia, o que pode contribuir
para um maior risco de doenças cardiovasculares. A conscientização e
intervenções para melhorar o estilo de vida e prevenir doenças cardiovasculares
são necessárias neste grupo.
Palavras-chave: obesidade; índice de massa corporal;
doenças cardiovasculares; fatores de risco; circunferência abdominal
Avaliação
da capacidade cardiorrespiratória de praticantes do projeto de cross training da Universidade Federal de Viçosa
Maria
Luiza da C. Santos, Gabriel F Biagini, Lucas Henrique
Fernandes Brum, Thalia Miranda Rufino, Osvaldo Costa
Moreira, Cláudia Eliza Patrocínio de Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: Nos últimos anos, o treinamento
funcional de alta intensidade (TFAI) surgiu como uma notável abordagem para
aprimorar a aptidão física global. Essa modalidade se destaca pela ênfase em
exercícios multimodais de alta intensidade, realizados em curtas sessões, o que
tem gerado um crescente interesse e adesão por parte dos praticantes. Esse
fenômeno tem provocado a necessidade de estudos científicos mais abrangentes e
diretrizes específicas nessa área. Além disso, é fundamental reconhecer a
importância do treinamento da capacidade cardiorespiratória
no contexto das modalidades de TFAI, sendo o cross
training (CT) uma delas. O CT é um programa holístico projetado para aprimorar
diversas dimensões das habilidades físicas (força, flexibilidade, potência,
aptidão cardiorrespiratória etc.) dos praticantes sendo a investigação acerca
das adaptações relacionadas à capacidade cardiorrespiratória contribui para a
compreensão do papel do TFAI na otimização da saúde e desempenho físico. Objetivo:
Identificar e descrever o nível da capacidade cardiorrespiratória (VO2máx)
dos integrantes do projeto de Cross Training da Universidade Federal de Viçosa
(CROSS UFV). Metodologia: Foi conduzido um estudo transversal envolvendo
107 praticantes (83 mulheres e 24 homens) do projeto CROSS UFV. Os
participantes do sexo masculino apresentaram uma média de idade de 26 anos,
enquanto a média de idade do sexo feminino foi de 28 anos. Para a avaliação do
VO2máx, utilizou-se o Teste de Léger (1982),
amplamente reconhecido como o Yoyo Test, um
procedimento renomado para mensurar a capacidade cardiorrespiratória dos
indivíduos. Resultados: O VO2máx dos participantes do CROSS
UFV obteve média geral de 32,6 ml/kg/min, inferindo numa razoável aptidão
cardiorrespiratória. Onde o maior VO2máx alcançado pelos praticantes
do sexo masculino do CROSS UFV foi de 47,6 ml/kg/min e o menor 26,6 ml/kg/min e
o maior VO2máx alcançado pelos praticantes do sexo feminino foi de
38,6 ml/kg/min e o menor 23,6 ml/kg/min. Conclusão: Os praticantes do
Cross UFV apresentam boa aptidão cardiorrespiratória segundo as diretrizes do
método utilizado. Destaca-se a necessidade de considerar a individualidade na
prescrição de treinamento e a importância contínua de pesquisas para otimizar o
CT e o TFAI.
Palavras-chave:
capacidade cardiorrespiratória; cross training;
treinamento funcional
Avaliação
da força muscular de praticantes de cross training
Gabriel
Fonseca Biagini, Lucas Henrique Fernandes Brum, Maria
Luiza da C. Santos, Thalia Miranda Rufino, Osvaldo
Costa Moreira, Claudia Eliza Patrocínio de Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: O Cross Training (CT), é um estilo de
treinamento funcional de alta intensidade, e tem ganhado popularidade como um
programa de exercícios que combinam elementos de diversas modalidades, como o
Levantamento de Peso Olímpico, a ginástica e exercícios aeróbios. É projetado
para desenvolvimento de força muscular, potência e condicionamento físico
geral. Uma das principais capacidades físicas trabalhadas é a força muscular,
não somente pela característica funcional, mas também relacionada à performance
nos esportes. É um componente fundamental para a realização dos mais diversos
exercícios que compõem a modalidade do CT, desde movimentos básicos como o
agachamento livre, até os mais complexos, tais como o levantamento de terra,
clean e snatch. Objetivo: Avaliar os níveis de
força dos músculos abdominais, membros superiores e inferiores em participantes
do projeto de CT da Universidade Federal de Viçosa, CROSS UFV. Metodologia:
Realizou-se um estudo transversal, composto por uma amostra de 93 praticantes
(70 mulheres e 23 homens), com média de idade de 30 ± 7,8 anos, sendo a média
de 30 ± 8 anos do sexo feminino e 29 ± 6,5 anos do sexo masculino, do CROSS
UFV. A coleta de dados consistiu na realização do teste de 1RM nos exercícios
de levantamento terra, um minuto de realização dos exercícios de flexão de braço
e flexão abdominal (Pollock e Wilmore, 1993). Resultados:
Após a análise de dados, verificou-se que a média do 1RM no Levantamento Terra
foi de 105,5 ± 3 6kg para o masculino e 57,9 ± 18,8 kg para o feminino. No
teste de abdominal, a média obtida foi de 28,7 ± 6,6 repetições para o sexo
feminino e 34,5 ± 6,8 repetições para o sexo masculino. Já no teste de flexões,
a média foi de 26 ± 8,6 repetições para o sexo feminino e 32,6 ± 10 repetições
para o sexo masculino. Conclusão: A classificação dos participantes do
CROSS UFV em relação à força muscular de membros inferiores é média para o sexo
masculino e fraca para o sexo feminino. O teste abdominal obteve uma
classificação boa tanto para o sexo feminino, quanto para o sexo masculino. Em
relação ao teste de flexão dos braços, a classificação obtida foi um valor
excelente para o sexo masculino e boa para o sexo feminino. Mais estudos são
necessários para classificar e entender a avaliação da força máxima de praticantes
de Cross Training, para que haja um entendimento do perfil dos alunos e assim
uma prescrição mais assertiva, respeitando as individualidades e necessidades
do grupo.
Palavras-chave: levantamento de peso; potência;
ginástica; força muscular
Caracterização
da função física em mulheres idosas participantes de um ensaio clínico
randomizado com exercício de força com volantes inerciais
Pablo
Augusto Garcia Agostinho, Amanda dos Reis Cota, Édison
Andrés Pérez Bedoya, Claudia Eliza Patrocínio de
Oliveira, Miguel Araújo Carneiro Júnior, Osvaldo Costa Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: As mulheres são mais suscetíveis a
problemas de função física com o envelhecimento, em especial após a menopausa.
No entanto, o treinamento resistido pode amenizar e/ou retardar esse declínio. Objetivo:
Caracterizar a função física de mulheres idosas participantes de uma pesquisa
com exercício de força com volantes inerciais. Métodos: Trata-se de um
ensaio randomizado controlado paralelo por dois grupos composto por mulheres
com comportamentos sedentários com 60 anos ou mais e sem diagnóstico de doenças
psiquiátricas ou crônicas não transmíssiveis
descontroladas (n = 36). As intervenções terminaram no mês de novembro de 2023
e foram desenvolvidas no laboratório de Morfofisiologia
Humana subscrito ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal de
Viçosa. As participantes foram designadas aleatoriamente por blocos de 2 e 4
para o grupo de intervenção (n = 18), que foi submetido ao treinamento
resistido com volante inercial, ou para o grupo controle (n = 18), que foi
submetido ao treinamento resistido convencional. O grupo intervenção realizou 6
exercícios com sobrecarga excêntrica utilizando o dispositivo mult-gym flywheel. O grupo
controle realizou os mesmos exercícios usando aparelhos de ginástica e pesos
livres. Ambos grupos realizaram 2 sessões em dias não consecutivos por semana
durante 8 semanas de treinamento. O desfecho principal é avaliação da função
física, no qual foi realizado a Short Physical
Performance Battery (SPPB) e o Timed
Up and Go (TUG). Para
garantir o cegamento, tanto os pesquisadores principais quanto o pesquisador
responsável pela avaliação dos resultados não sabiam das atribuições do grupo,
que foram ocultadas por meio de envelopes ocultos e opacos administrados por um
pesquisador externo. O pesquisador responsável pela intervenção e as idosas não
foram cegados. A randomização foi realizada com o software Epidat
4.2. O estudo foi registrado como um ensaio clínico no clinicaltrial.gov sob
registro NCT05910632. Resultados: Antes das internveções,
as mulheres do grupo intervenção apresentaram um score total de 11,17 ± 0,71 na
SPPB e 6,69 ± 0,87 segundos no TUG, enquanto o grupo controle apresentou 11,17
± 0,25 na SPPB e 7,06 ± 1,52 segundos no TUG. A amostra foi homogênea, visto
que as provas estatísticas realizadas para avaliar a homogeneidade das varianças (Levene), observou que
o valor de p foi maior que 0,05 (SPPB: 0,11; TUG: 0,48) e corroborou a
diferença observando o intervaldo de confiança a 95%
(SPPB: -0,60 – 0,60; TUG: -0,46 – 1,21). Essa homogeneidade também foi observada
nas variáveis relacionadas aos aspectos sociodemográficos e nos desfechos
secundários. Conclusão: Os dados preliminares indicam que não há
diferenças para a caracterização da função física de mulheres idosas
participantes da pesquisa com exercício de força com volantes inerciais.
Palavras-chave:
desempenho físico funcional; envelhecimento; mulher; treinamento de força
Agradecimentos: A
pesquisa teve apoio com bolsas CAPES e FAPEMIG.
Caracterização
do perfil de sono e do humor de estudantes da Universidade Federal de Viçosa
campus Viçosa no contexto do distanciamento social
Diovanna Maria Mendes Satler,
Helton de Sá Souza
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: A saúde biopsicossocial está
diretamente relacionada à qualidade de vida do indivíduo. Com o estilo de vida
do público universitário, a má qualidade de sono e alterações no humor têm-se
mostrado mais frequentes. Objetivo: Dessa forma, o objetivo do presente estudo
foi caracterizar o perfil de o sono e do humor no contexto de distanciamento
social em estudantes universitários, matriculados na Universidade Federal de
Viçosa – UFV campus Viçosa. Métodos: A avaliação se deu no formato de um
questionário exibido na plataforma online Google Forms©,
na qual utilizou-se questionários de caráter comportamentais (Escala de
Sonolência de Epworth, Índice da qualidade de sono de
Pittsburgh e Escala de Humor de Brunel) que buscam
avaliar, respectivamente, o perfil de sono e do humor. Resultados: Os
resultados mostraram que quando perguntados sobre distúrbios do sono do
questionário do Índice da qualidade de sono de Pittsburgh (PSQI), as mulheres
apresentaram resultados maiores em relação aos homens, tanto no escore (feminino
= 1,54 ± 0,70 e masculino = 1,19 ± 0,48), quanto categoricamente. Já em relação
a Escala de Sonolência de Epworth (ESE) relacionado a
sonolência diurna também houve diferença entre os sexos (p = 0,007), o público
feminino apresenta o relato de sonolência diurna excessiva maior se comparada
com o público masculino. Ademais, de acordo com os resultados do questionário
escala de humor de Brunel (BRUMS), encontrou-se uma
diferença significativa (p = 0,045) entre homens e mulheres nas variáveis de
tensão, com mulheres relatando uma média do escore de 5,28 ± 3,95 e os homens
de 4,24 ± 3,82. Por fim, em relação ao vigor, pode-se observar que os homens
apresentaram um maior valor do que as mulheres com média de 6,64 ± 3,61 e, as mulheres,
4,89 ± 3,26 e p < 0,001. Não foram encontradas diferenças nas variáveis de
qualidade de sono, latência do sono, uso de medicação para dormir, disfunção
durante o dia, insônia, depressão, raiva, fadiga e confusão. Conclusão:
Concluiu-se que o sexo feminino apresenta maiores índices de distúrbio do sono,
sonolência diurna excessiva, distúrbio total de humor e tensão quando
comparadas ao sexo masculino. E também apresenta menores índices relacionados
ao vigor.
Palavras-chave: qualidade de sono; universitários; distanciamento social; covid-19; BRUMS
Agradecimentos: CAPES,
LAPSE, ATTAq, UFV
Financiamento:
FAPEMIG-APQ-02146-22
Ciclo
menstrual e níveis de força em mulheres: um estudo piloto
Francielle de Assis Arantes, Bárbara Dias Diniz Da
Costa, Juliana Souza Valente, Osvaldo Costa Moreira, Claudia Eliza Patrocinio de Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: O Ciclo Menstrual (CM) induz variações
nas concentrações séricas hormonais sexuais reguladas pelo eixo
hipotálamo-hipófise-ovariano. Especula-se que as oscilações hormonais durante
as diferentes fases do CM podem influenciar sistemas fisiológicos, como o
musculoesquelético, também podendo impactar sobre o desempenho físico e a
qualidade de vida. Objetivo: Considerando que não há consenso na
literatura acerca dessa temática, este estudo objetivou verificar e comparar os
efeitos do CM nos níveis de força de mulheres. Métodos: A amostra foi
composta por mulheres de 18 a 30 anos de idade, que faziam uso (G1) ou não (G2)
de Contraceptivos Orais (CO). Para o G1, a determinação das fases do CM foi
estimada pela média do comprimento dos CM anteriores com uso de aplicativo de
celular, bem como foram planejadas coletas, em que são visualizadas maiores
oscilações hormonais, nos dias 10 (FFI), 11 (FFT) e 21 (FLM). O G2 seguiu a
mesma linha de avaliações, sendo o dia 10 o início do sangramento de privação.
As concentrações hormonais foram determinadas por extração sanguínea, enquanto
a FM foi avaliada pelos testes de força dinâmica máxima (1 RM) e potência
muscular a 40%, 60% e 80%. Os dados foram tratados por meio da ANCOVA de dois
fatores (grupo e tempo), com nível de significância de p < 0,05. Resultados:
Os valores hormonais apresentaram diferenças significativas maiores em quase
todos os hormônios e fases do G1. Os resultados dos testes de FM apresentaram
redução significativa de 1 RM (dia 21) no G1, com tamanho de efeito moderado
nos dias 21 e 11. No teste de potência muscular (PM) do G1, no dia 10
houve aumento significativo na Potência Muscular Pico (PMP) e Potência Muscular
Média (PMM) de 60% em relação ao dia 11 e PMP 60% em relação ao dia 21. No G2,
PMM 80% teve aumento significativo no dia 10 em relação ao dia 11, porém houve
redução no dia 11 em relação ao dia 21, que semelhantemente confere ao PMM e
PMP 80% no dia 11. Neste mesmo grupo houve um tamanho de efeito grande para PMP
40% no dia 21 e PMM 40% no dia 10. Conclusão: Assim, é possível
considerar que o comportamento hormonal de ambos os grupos se manteve ao longo
das avaliações. Com relação às manifestações de FM, sugere-se que o CM regular,
sem uso de CO, induz a redução nos níveis de FM durante os dias 11 e 21 em
mulheres. Porém, o grupo que fazia uso de CO teve tamanho de efeito maior na
PMM 40% durante o dia 10 e PMP 40% no dia 21.
Palavras-chave: hormônios sexuais; ciclo menstrual;
força muscular
Financiamento: Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) - APQ-02915-21
Comparação
da área de secção transversa do músculo vasto lateral utilizando softwares
diferentes
Igor
José Soares Rodrigues1, Igor Henrique de Aguiar Leite1, Kaillany da Costa Pires1, Giovanna Pernetti1,
Rodrigo Cesar Ribeiro Diniz2, Lucas Túlio de Lacerda1
1Universidade
do Estado de Minas Gerais,
Introdução: A mensuração da área de secção
transversa (AST) utilizando imagens panorâmicas obtidas por ultrassom tem sido
considerada uma forma adequada para inferir o volume muscular. Estudos
anteriores utilizaram softwares distintos para analisar a AST muscular em
arquivos no formato DICOM. No entanto, não sabe se a utilização de softwares
com diferentes ferramentas acessórias para facilitar a visualização das imagens
forneceria valores semelhantes de AST do músculo analisado. Objetivo:
Comparar a resposta na AST do músculo vasto lateral (VL) utilizando os
softwares Radiant (Medixant,
Poznan, Poland) e Osirix (OsiriX MD 6.0, Bernex, Switzerland). Métodos: A comparação das médias entre os
softwares Radiant e Osirix
foi feita através do teste t utilizando o pacote estatístico SPSS para Windows
versão 22.0 (SPSS, Inc., Chicago, IL, EUA). Dez voluntárias não
treinadas em força participaram do estudo (massa corporal 56,15 ± 15,99 kg;
estatura 1,59 ± 0,059 m e idade 22,00 ± 2,41 anos). Foi utilizado um
equipamento de ultrassom (Vinno®, Q5-7L, Suzhou, Jiangsu, China) para a
captura de imagens da coxa das voluntárias em modo panorâmico a 50% do
comprimento do fêmur. Posteriormente, a AST do VL foi analisada através da
demarcação manual do perímetro do músculo na imagem de ultrassom por um
examinador velado para as voluntárias utilizando os dois softwares citados
anteriormente. Foi dado um intervalo de 48h entre as análises realizadas nos
diferentes softwares. Resultados: O teste t para amostras pareadas não
indicou diferenças significativas (t9 = 0,14; p = 0,99) entre os valores de AST
mensurados pelo software Osirix (Média = 13,22 ±
1,51) e Radiant (Média = 13,22 ± 1,48). Além disso,
verificou-se valores de coeficiente de correlação intraclasse
de 0,96 entre as medidas de AST realizadas em cada um dos softwares. Conclusão:
Conclui-se que a realização da análise da AST do VL em softwares diferentes
proporcionou resultados intercambiáveis. No entanto, são necessários estudos
futuros comparando a resposta das análises proveniente dos diferentes softwares
considerando outros músculos (ex. músculos mais profundos). Sabe-se que imagens
de músculos profundos coletadas via ultrassom não possibilita uma clara
visualização das interfaces entre o músculo alvo e os tecidos adjacentes (ex. outros
músculos, ossos e tecido adiposo) comparado às imagens capturadas de músculos
mais superficiais. Portanto, é possível que para esses músculos haja a
necessidade de um software com ferramentas que aumentem o contraste entre as
estruturas do corpo humano que apresentam diferentes composições, por exemplo,
densidades distintas.
Palavras-chave: antropometria; hipertrofia; ultrassom
Composição
corporal e nível de atividade física em pacientes pós covid-19
Wendell
Costa Bila1, Andresa Machado e Silva1, Leonardo Gomides
Bicalho1, Jeniffer Rafaela Silva Costa1, José Vitor
Vieira Salgado1, Cezenário Gonçalves
Campos2
1Universidade
do Estado de Minas Gerais,
Introdução: A pandemia da doença coronavírus 2019 (COVID-19) criou uma crise de saúde
pública. A composição corporal é um importante indicador nutricional, cujo
conhecimento permite a subdivisão do peso corporal em alguns componentes,
principalmente massa magra ou massa livre de gordura e massa gorda corporal dos
indivíduos. Objetivo: Avaliar massa magra e gordura corporal em
pacientes pós-COVID-19, correlacionando-as com tempo de internação, pré e pós-internação e nível de atividade física dos
pacientes, especificando a gordura segmentar relativa. Metodologia: Estudo observacional,
transversal, com análise quantitativa e amostra de conveniência, aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais. Foram
convidados a participar da pesquisa pacientes em atendimento/reabilitação no
setor de fisioterapia/ambulatório de um Centro Regional de Reabilitação, com
histórico de diagnóstico de COVID-19, com idade igual ou superior a 20 anos, de
ambos os sexos. A massa corporal magra e a gordura corporal foram obtidas pela
avaliação da bioimpedância elétrica tetrapolar
horizontal. A segmentação da gordura corporal foi coletada medindo-se a
espessura das dobras cutâneas. O nível de atividade física foi obtido por meio
do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). O histórico de
internações foi obtido através do preenchimento da ficha cadastral. Resultados:
Foram analisados dados de 20 pacientes. A massa corporal magra média encontrada
foi de 69,7% e 30,3% de gordura corporal. Não houve correlação entre
sedentarismo e massa magra. 50% dos pacientes apresentavam comorbidades prévias
e 50% apresentavam forma leve de infecção por COVID-19. 10% necessitaram de
hospitalização e suporte ventilatório. 85% eram fisicamente ativos ou muito
ativos. Houve maior presença de gordura corporal na região abdominal e supra-ilíaca. Conclusão: A massa corporal magra
mostrou-se superior a outros estudos realizados e não foi encontrada correlação
estatisticamente significativa entre ela e histórico de internação, tempo de
doença e nível de atividade física. As regiões com maior participação de
gordura corporal foram a abdominal e a supra-ilíaca,
importantes por razões inflamatórias e fatores de risco para diversas doenças,
especialmente doenças cardiovasculares.
Palavras-chave: pandemia de covid-19; obesidade;
sarcopenia; nutrição
Agradecimentos:
Programa institucional de apoio à pesquisa da Universidade do estado de Minas
gerais (PAPq-UEMG)
Efeito
crônico do alongamento prévio ao treinamento resistido reforçado
excentricamente sobre indicadores morfológico do quadríceps femoral
Maria
Eduarda Araújo Lara, Izabela Mendes Alves, Érike Augusto de Sousa Resende, Ítalo Santiago Alves Viana,
Claudia Eliza Patrocínio de Oliveira, Osvaldo Costa Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: O treinamento resistido (TR) tem sido
amplamente aceito como uma abordagem efetiva para promover a saúde, resultando
em melhorias significativas na força e capacidade funcional dos músculos.
Algumas pesquisas têm explorado o impacto do alongamento nos processos
musculares; no entanto, a influência do alongamento realizado antes do TR
reforçado excentricamente (TRRE) nos aspectos morfológicos musculares permanece
um tema controverso e carente de estudos abrangentes. Objetivo:
Determinar o efeito crônico do alongamento prévio ao TRRE sobre indicadores
morfológicos do quadríceps femoral. Métodos: Foram avaliados 20
indivíduos, com idade entre 18 e 24 anos, que se submeteram aleatoriamente a
duas condições: grupo TRRE (GTRRE) e grupo flexibilidade + TRRE (GFTRRE). Em
ambos os grupos, os voluntários realizaram 20 sessões de treinamento, com 4
séries de 8-12 repetições do exercício de extensão de joelho, à potência
concêntrica máxima, com dois minutos de intervalo de descanso, entre as séries.
O treinamento foi realizado em uma máquina com volantes inerciais, para a
promoção do reforço excêntrico. Somente o GFTRRE, realizou 4 séries de
alongamento pelo método passivo, com duração de 30s, para musculatura de
quadríceps femoral (flexão do joelho). Os indicadores morfológicos avaliados
foram o perímetro de coxa e a dobra cutânea de coxa. O tratamento estatístico constou
do teste de normalidade de Shapiro Wilk, e das comparações intragrupo (pré x pós) e intergrupos (GTRRE x GFTRRE) por meio da
análise multivariada da variância (MANOVA) para medidas repetidas, empregando
dois fatores: tempo e grupo. Adotou-se um nível de significância estatística de
p < 0,05. Resultados: Foi observado que o GTRRE (Pré:
53,00 ± 4,51cm; Pós: 54,13 ± 4,88 cm) apresentou aumento do perímetro da coxa,
enquanto o grupo GFTRRE (Pré: 58,63 ± 3,76 cm; Pós:
58,22 ± 3,32 cm) não (F: 4,99; p: 0,038). Já para a dobra cutânea, não houve
diferença intragrupo (F: 0,66; p: 0,421). Conclusão: A realização do
alongamento prévio ao TRRE teve como efeito crônico o aumento do perímetro de
coxa, fato não observado no grupo que não realizou o alongamento. A execução do
alongamento prévio ao TRRE não demonstrou diferenças estatisticamente
significativas na dobra cutânea. Isso pode indicar que, o alongamento prévio ao
TRRE atuou como um facilitador da hipertrofia muscular no quadríceps femoral de
indivíduos adultos jovens.
Palavras-chave: treinamento resistido; hipertrofia
muscular; flexibilidade
Efeito
da ultramaratona no desempenho de salto vertical contramovimento
e características psicobiológicas de atletas
experientes
Larissa
Quintão Guilherme, Júlia Pagotto Matos, Thayana Soares, Paulo Roberto dos Santos Amorim, Helton de
Sá Souza
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: As ultramaratonas (UTRs)
representam uma modalidade extrema de corrida, caracterizada por distâncias
excepcionalmente longas e intensidades desafiadoras, podendo afetar
negativamente o sono, a função neuromuscular e, consequentemente, o desempenho
físico. Objetivo: Caracterizar o padrão de sono e os cronotipos
de atletas de ultramaratonas e identificar as variações no desempenho do salto
vertical contramovimento (CMJ) imediatamente após
completarem uma corrida de 80 km. Métodos: Estudo observacional,
transversal, que avaliou ultramaratonistas de trilha e montanhas. Para a caracterização
do sono, foram aplicados o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, o Índice
de Gravidade de Insônia, a Escala de Sonolência Epworth
e o Questionário de Matutinidade e Vespertinidade de Horne e Ostberg para determinar os cronotipos.
Além disso, utilizou-se uma plataforma de contato para avaliar a altura e a
potência dos saltos CMJ. Três tentativas de CMJ foram realizadas antes da prova
(entre 24 e 48 horas) e 15 minutos após os 80 km (5288 m de ganho altimétrico)
da UTR. Os dados foram apresentados em frequência absoluta (n) e relativa (%),
juntamente com as médias e desvio padrão (±). A análise estatística foi
conduzida utilizando o teste t pareado, considerando um nível de significância
de p < 0,05. Resultados: A amostra era majoritariamente composta por
homens (n= 8, 61,5%), com idade de aproximadamente 42,31 anos (± 5,52),
estatura média de 1,69 metros (± 0,07) e massa corporal de 63,61 quilogramas (±
8,74). Todos os participantes possuíam mais de dois anos de experiência com Trail, sendo notável que 92,3% deles preferiam distâncias
superiores a 42 km. Quanto aos cronotipos, a maior
parte dos atletas apresentava características cronobiológicas
matutinas (n = 10; 76,9%). Também foi observado que 46,2% deles relataram
grande sonolência diurna, enquanto 69,2% tinham insônia insignificante. A
maioria desfrutava de boa qualidade de sono (n = 8, 61,5%), caracterizada por
uma eficiência média do sono de 96,81 ± 2,05% e um tempo total médio de sono de
407,08±39,88 minutos por noite. Ao comparar as alturas do CMJ antes e após a
UTR, observou-se uma diminuição nas médias após a corrida, com uma redução de
6,47 ± 3,00 cm (p < 0,001). No que se refere à potência normalizada, também
foi registrada uma diminuição após a corrida de 6,21 ± 12,69 W/kg (p < 0,001).
Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que a realização de uma
UTR pode temporariamente impactar negativamente a capacidade muscular,
especialmente no contexto do ciclo de alongamento-encurtamento. Essa diminuição
na altura e potência do salto CMJ após a corrida pode estar associada à fadiga
muscular, devido ao considerável esforço da musculatura excêntrica do joelho,
principalmente em decorrência das variações do terreno. Portanto, ressalta-se a
importância de manter uma boa qualidade de sono após as competições, visando à
recuperação muscular e à prevenção de lesões.
Palavras-chave: corrida de ultramaratona; potência;
fadiga; sono; desempenho físico
O
treinamento resistido e seus efeitos na qualidade de vida de pessoas com lesão
medular
Eveline
Torres Pereira, Lucas Vieira Santos, Karla Raphaela
da Silva Ramos Freitas, Claudia Eliza do Patrocínio de Oliveira, Osvaldo Costa
Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: As mudanças impostas pela lesão medular
espinhal (LME) vão desde tarefas simples como trocar de roupa até a capacidade
ou não de que essas pessoas prossigam em seus empregos e isso impacta
diretamente na redução da qualidade de vida (QV) dos indivíduos após a LME. O
exercício físico, em especial o treinamento resistido (TR) tem sido cada vez
mais estudado e utilizado por apresentar resultados positivos em aspectos
funcionais, cardiorrespiratórios e QV de pessoas com LME. Além dos benefícios
do TR tradicional (TRT) na independência e na prevenção de complicações
secundárias, dentre diversas modalidades TR, o TR reforçado excentricamente
(TRRE) e a execução de repetições em alta velocidade (POT) se destacam devido
ao seu impacto positivo no desenvolvimento da potência muscular, o que
consequentemente aprimora a funcionalidade, mobilidade e a qualidade de vida
dos pacientes. Objetivo: Sabendo disso, o objetivo desse estudo foi
analisar o impacto do TRT, TRRE e POT na QV de pessoas com LME através do
questionário SF-36. Através dessa ferramenta é possível avaliar a capacidade
funcional, as limitações físicas, a dor, o estado geral de saúde, vitalidade,
aspectos sociais, limitações emocionais e a saúde mental. Métodos: Três
grupos de 15 pessoas com LME foram submetidas a 8 semanas de treinamento, cada
grupo utilizando um método de TR acima citado. Os 3 grupos realizaram tanto a
progressão do volume como o ajuste de cargas afim de manter a intensidade dos
exercícios (OMNI-RES). Os exercícios prescritos foram direcionados aos grupos
musculares com função preservada na parte superior do corpo dos voluntários. Os
dados foram sujeitos a uma análise descritiva, e a normalidade foi avaliada
utilizando o teste de Shapiro-Wilk. Variáveis que não apresentaram distribuição
normal foram submetidas a uma transformação logarítmica com base 10. A
igualdade das características das variáveis foi confirmada por meio do teste
Box M. As análises iniciais entre os grupos foram realizadas por meio de uma
Análise de Variância de um único fator (ANOVA), seguida por testes de comparação
múltipla de Bonferroni. Para comparações dentro de
cada grupo e entre grupos, aplicamos uma Análise de Variância de medidas
repetidas de duas vias, considerando os fatores de tempo e grupo. O nível de
significância adotado foi de p < 0,05. Resultados: Os principais resultados
mostram que POT foi capaz de melhorar os domínios de limitações físicas
(87,50±13,06) enquanto o TRT apresentou melhoras na vitalidade e nos aspectos
sociais (70,83±20,32 e 89,58±19,19 respectivamente) após as 8 semanas de TR.
Não foram observadas outras alterações positivas na comparação pré e pós TR e entre os grupos. Conclusão: Conclui-se,
portanto, que é possível melhorar alguns domínios da QV no SF-36 por meio do
TR, contudo, se fazem necessários novos estudos para o melhor entendimento do
efeito do TR na QV aferida pelo SF-36.
Palavras-chave: paraplegia; força muscular; qualidade
de vida; reabilitação; capacidade funcional
Efeitos
das fases do ciclo menstrual no desempenho de resistência muscular de mulheres
jovens
Ana
Clara Porto Lopes, Ana Vitória Leca Lara Campos, Yan
Léo de Melo Vieira, Nicole de Santos Sá, Lucas Túlio de Lacerda, Camila
Fernanda Costa e Cunha Moraes Brandão
Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução: Pesquisas relacionadas ao desempenho
de força muscular são comumente realizadas em homens, devido as características
da fisiologia feminina, especificamente a influência das interações afinadas do
ciclo menstrual, ciclo ovariano e alterações hormonais reprodutivas femininas.
Sabe-se que as adaptações fisiológicas, metabólicas e musculares envolvem
numerosos mecanismos, inclusive os hormonais. Neste sentido, alguns estudos
avaliaram a diferença do durante o ciclo menstrual na adaptação muscular, no entanto,
os resultados são inconsistentes na literatura. Objetivos: Avaliar a
resistência de força muscular e percepção de esforço de mulheres nas fases
folicular e lútea do ciclo menstrual. Métodos: Para esta pesquisa
exploratória e transversal, após aprovação do Comitê de ética em pesquisa
(CAAE: 72480123.9.0000.5115), participaram 16 mulheres (por conveniência), com
idade de 24 ± 5 anos, com Índice de Massa Corporal de 24 ± 3 kg/m2,
ciclo menstrual regular, sem ingestão de contraceptivos hormonais. As participantes
foram avaliadas em duas fases do mesmo CM quanto a: resistência de força
muscular abdominal e flexão de braços (testes de 1 minuto), e percepção
subjetiva de esforço reduzida (após os testes físicos). As avaliações foram
realizadas nas seguintes fases: Folicular, entre 1º e 5º dia do ciclo; Lútea, entre o 16º e 19º dia do ciclo. Os dados foram
analisados por testes pareados como Teste T pareado, após verificação da
normalidade (Shapiro-Wilk test) no GraphPad Prism 5, e estão apresentados em média ± desvio padrão,
considerando diferença estatística p < 0,05. Também, foram calculados a
variação em percentual entre as fases (Δ % = ((Fase Lútea - Fase Folicular)/Fase Folicular)x100). Resultados: O teste
de resistência de força abdominal foi de 41 ± 12 repetições na Fase Folicular e
44 ± 13 repetições na Fase Lútea, com aumento de 9% para a fase Lútea (p = 0,128).
Para a flexão de braço, houve aumento de 28% na Fase Lútea, com 30 ± 12
repetições versus 27 ± 12 repetições na Fase Folicular (p = 0,145). Para a
Percepção Subjetiva de Esforço, também não houveram diferença estatística entre
as fases folicular e lútea, respectivamente para ambos os testes: Abdominal (6
± 2 vs 6 ± 2); Flexão de Braço (6 ± 3 vs 6 ± 2), p > 0,05. Conclusão: As fases
folicular e lútea precoce não promovem alterações na resistência de força
muscular abdominal e braços, bem como na percepção subjetiva de esforço.
Demonstrando que podem ser desenvolvidas treinamento de força normalmente
independente das possíveis alterações hormonais causadas pelo ciclo menstrual.
Palavras-chave: força muscular; percepção de esforço;
teste físico.
Agradecimentos/Financiamentos:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG); Universidade
do Estado de Minas Gerais (Bolsa Produtividade).
Efeitos
de diferentes atividades condicionantes no desempenho físico de jogadores de
futebol
Wellton dos Santos Silva Oliveira1,
Douglas da Silva1, Mauro Lucio Mazini Filho1, Vitor Hugo
Santos Rezende2, Joao Batista Ferreira Júnior1, Carlos
Magno Amaral Costa1
1Instituto
Federal do Sudeste de Minas Gerais.
Introdução: Como é sabido, diversos são os
benefícios da prática do futebol, porém deve-se levar em consideração o risco
de lesões, haja vista essa preocupação vem sendo proposto a aplicação de
protocolos de atividades previamente ao jogo de futebol. Esses protocolos têm
sido alvo de estudo com o efeito de prevenção de lesões, contudo eles também
podem apresentar aumento no desempenho físico. Ao analisar os princípios das
atividades condicionantes, a utilização de pequenos jogos antes das partidas de
futebol poderia também ser uma forma de aumentar o desempenho físico dos
atletas. O objetivo do estudo foi investigar o efeito de diferentes atividades
condicionantes no desempenho físico de jogadores de futebol. Métodos:
Participaram do estudo 12 atletas de futebol masculino, eles foram divididos em
3 grupos e de forma randomizada e que realizaram três situações de atividades
condicionantes: 1) Jogo reduzido com estrutura 3 vs.3 (JR3), 2) FIFA 11+ versão
reduzida (FR), e 3) Condição controle (5 min. de corrida de baixa intensidade),
em 3 dias com intervalo de 48 horas. Após as atividades condicionantes os
participantes realizaram um intervalo de 7 min e foram submetidos a dois testes
de capacidade física, um teste de velocidade máxima, medido pelo tempo gasto
para um percurso de 10m e registrado por meio do uso de duas fotocélulas, e um
teste de salto vertical (SCM) realizado sobre um tapete de contato, ambos os
testes os participantes realizaram duas tentativas e se considerou os melhores
resultados. Resultados: A velocidade máxima demonstrou que não houve
diferença significativa entre as condições experimentais (Controle = 1,825 ± 0,087s,
Fifa 11+ = 1,819 ± 0,084v e reduzido 3vs.3 = 1,807 ± 0,080 s, F = 2,66; p = 0,092;
np² = 0,195, efeito mínimo). Em relação ao salto vertical,
a análise estatística demonstrou uma diferença significativa no desempenho
entre os protocolos experimentais (F = 4,29; p = 0,027; np²
= 0,281, efeito mínimo). Os jogadores apresentaram maior desempenho no salto no
protocolo envolvendo jogos reduzidos (36,6 ± 5,0 cm) em comparação ao protocolo
controle (32,8 ± 4,0 cm) (p = 0,044). Não houve diferença significativa entre
as demais comparações (p > 0,05). Conclusão: Os testes de desempenho
de velocidade não foi alterado, podendo ser aplicada qualquer das atividades
como aquecimento, porém, o salto vertical demonstrou melhor resultado quando
aplicado o protocolo de jogos reduzidos, isso demonstra que realizar um
aquecimento com jogos reduzidos pode ser eficiente para que o jogador de
futebol se inicie a partida melhor preparado para ações de salto. Importante
destacar que não foi objetivo deste estudo mensurar a prevenção de lesão, fator
também que deve ser considerado ao selecionar atividades de aquecimento para
partidas de futebol.
Palavras-chave: velocidade; salto; atividade
condicionante; futebol
Efeitos
de diferentes métodos de treinamento resistido sobre a força de pessoas com
lesão medular
Lucas
Vieira Santos, Karla Raphaela da Silva Ramos Freitas,
Eveline Torres Pereira, Claudia Eliza do Patrocínio de Oliveira, Osvaldo Costa
Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: A lesão medular espinhal (LME) é uma
condição incapacitante que afeta a vida dos indivíduos, com consequências
fisiológicas, psicológicas e econômicas. Os sintomas variam de acordo com a localização
da lesão e incluem disfunção motora e sensitiva, distonia muscular, reflexos
patológicos, problemas cardiopulmonares, urinários, intestinais, sexuais e
questões associadas à perda de capacidade física. O exercício, em especial o
treinamento resistido tradicional (TRT) é considerado uma estratégia importante
de tratamento para pessoas com LME, melhorando sua independência e prevenindo
complicações secundárias. Dentre as modalidades de treinamento resistido, o
treinamento resistido reforçado excentricamente (TRRE) é particularmente
benéfico, pois melhora a potência muscular e, portanto, a funcionalidade,
mobilidade e qualidade de vida. A literatura mostra que a realização de
repetições em alta velocidade, comumente chamadas de treinamento de potência
(POT), melhoram a potência muscular. Aumentos na força e potência são benéficos
para pacientes com LME, pois influenciam na melhora da funcionalidade, da
mobilidade e na prevenção de quedas, aumentando sua qualidade de vida. Objetivo:
O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de 3 métodos de treinamento
resistido - TRT, TRRE e POT - sobre as manifestações da força em pessoas com
LME. Métodos: Os indivíduos foram divididos em 3 grupos de 15 e
realizaram 8 semanas de treinamento com exercícios de membros superiores para
todos os grupos musculares de função preservada, com volume progressivo e
intensidade de alta a moderada (OMNI-RES). Os testes foram realizados no
exercício de flexão de cotovelos e avaliaram: contração isométrica voluntária
máxima (CVIM), força máxima (FM) 1RM e potência com 40%, 60% e 80% de 1RM. Os
dados foram analisados descritivamente e avaliada a normalidade com o teste de
Shapiro-Wilk. Variáveis não normais foram transformadas logaritmicamente
(base 10). A homogeneidade das variáveis foi verificada com o teste Box M. As
comparações iniciais entre grupos foram feitas com a Análise da Variância de
uma via e post hoc de Bonferroni. Para comparações intra e intergrupo, foi usada a ANOVA para medidas
repetidas de duas vias, considerando os fatores tempo e grupo. O nível de
significância foi p < 0,05. Resultados: Os principais resultados
mostraram que, para aumento da CVIM, POT e TRT apresentaram vantagens frente ao
TRRE, porém, se o objetivo é o aumento da FM, todos os 3 métodos de treinamento
são alternativas viáveis. POT e TRT, porém, apresentaram maiores vantagens
adaptativas frente ao TRRE. Para o aumento da potência muscular, POT e TRRE
apresentaram melhoras significativas nos testes com 80% de 1RM enquanto somente
POT apresentou efeitos positivos no teste com 40% de 1RM. Conclusão: A
partir da análise dos dados é possível concluir que o método de treinamento a
ser utilizado deve levar em consideração quais as adaptações nas manifestações
da força são buscadas com o treinamento.
Palavras-chave: paraplegia; força muscular; qualidade
de vida; reabilitação, capacidade funcional
Efeitos
do treinamento resistido e utilização de decanoato de
nandrolona sobre órgãos de ratos Wistar
Arthur
Eduardo de Carvalho Quintão, Pedro Zavagli Suarez, Alexa Alves de Moraes, Beatriz Lana Fontes, Antônio José
Natali, Miguel Araújo Carneiro Júnior
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: O uso de esteroides anabolizantes
androgênicos (EAA) tem aumentado entre atletas e indivíduos que praticam
exercícios físicos para melhorar o desempenho e aumentar a massa muscular.
Dentre eles, o decanoato de nandrolona (DN) é popular
pelo custo relativamente baixo. Todavia, o uso indiscriminado pode resultar em
efeitos adversos em vários sistemas do corpo, incluindo o hipogonadismo, danos
hepáticos e renais. Objetivo: Analisar os efeitos do treinamento físico
resistido associado ao DN sobre o peso corporal, dos rins, fígado e testículos
de ratos Wistar. Métodos: A amostra foi
dividida em quatro grupos com n = 7 animais: controle sedentário (CTSD),
sedentário + DN (NDSD), controle treinado (CTTR), treinado + DN (DNTR). Os
grupos NDSD e NDTR receberam duas doses semanais de 10 mg/kg de DN, por 8
semanas. Os grupos CTSD e CTTR receberam 0,2 ml/kg de solução de cloreto de
sódio, duas vezes por semana, durante 8 semanas. O protocolo de treinamento consistiu
em 4 a 9 subidas de escadas com um aparato fixado à parte proximal da cauda,
carregando progressivamente cargas mais pesadas, o qual foi feito 3 vezes por
semana durante 8 semanas. Nas quatro primeiras escaladas, os animais carregaram
50%, 75%, 90% e 100% da carga máxima suportada, e em seguida foram adicionados
30 gramas extras a cada subida, até que o animal não conseguisse mais escalar
ou atingisse 9 escaladas com sucesso. A distribuição dos dados foi avaliada
utilizando-se teste de Shapiro-Wilk, e as diferenças entre grupos foram
testadas por ANOVA Two-Way, seguida do post-hoc de Tukey. Os dados foram apresentados como média ± erro-padrão
da média, ao nível de significância de 5%. Resultados: DN diminuiu
significativamente o peso final (p = 0,041) e o peso hepático dos animais
sedentários (p = 0,018), porém o mesmo não ocorreu nos animais treinados (p =
0,195 e p = 0,233, respectivamente). O DN aumentou significativamente o peso
dos rins (p < 0,001). O DN diminuiu significativamente (p = 0,006) o peso
testicular em relação aos grupos que não foram submetidos à droga. O treinamento
resistido foi capaz de reverter esta diminuição, sendo a diferença entre NDTR
(1,392 ± 0,077) e NDSD (1,05 ± 0,481) com p = 0,031. Conclusão: O DN
gerou diminuição do peso corpóreo, do fígado e testículo, e um aumento no peso
dos rins. O TR foi capaz de reverter os efeitos sobre o peso corpóreo, hepático
e testicular.
Palavras-chave: exercício físico; vísceras; esteroides
androgênicos anabolizantes
Effects of nutritional interventions in sarcopenic
older adults: an umbrella review
Mauro
Lúcio Mazini Filho¹, Lucas Barbosa Almada², Pedro Lima Souza³, Juliana Brandão
Pinto de Castro4, João Guilherme Vieira da Silva5,
Gabriela Rezende de Oliveira Venturini6
1Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais 2Universidade
Federal de Viçosa, 3Faculdade Sudamérica, 4Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, 5Universidade Federal de Juiz de Fora, 6Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Introduction: Sarcopenia is
the loss of muscle mass associated with aging. Nutritional interventions and
physical exercise are some of the strategies used to mitigate the deleterious
effects of sarcopenia. Aim: This umbrella review aimed to provide an
evidence-based overview of nutritional interventions with ergogenic
supplementation in the clinical status of older people. Methods:
Following the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and
Meta-Analyses guidelines and registered in PROSPERO (CRD42021278372), the MedLine (via PubMed), Scopus, Cochrane Library, SPORTDiscus, and Web of Science databases were searched for
systematic reviews and meta-analyses reporting the effect of diets and
nutritional supplementation on sarcopenia in older people. Results: A
total of 14 studies were included. The following supplements stood out:
leucine, β-hydroxy-β-methylbutyrate (HMB),
and protein. Other supplements were also examined: vitamin D, creatine, omega
3, phytochemicals, and multinutrients. The dosage
varied according to the supplement and the clinical condition of the older
individual. The sample ranged from 384 to 4137 older people. Physical exercise,
mainly resistance training, associated or not with supplementation and diets,
showed effectiveness in increasing strength and muscle mass in sarcopenic older
people. Conclusion: Although there is a need for further investigations
to better substantiate the prescriptions with ergogenic supplementation, it
seems that leucine, HMB, and proteins are potential supplements that help in
the treatment of sarcopenia, mainly in conjunction with resistance training.
Keywords: diet; frail elderly; sarcopenia;
dietary supplements
Equações
de predição da área de secção transversa do quadríceps femoral baseadas em
medidas antropométricas
Igor
Henrique de Aguiar Leite, Igor José Soares Rodrigues, Camila Fernanda Costa e
Cunha Moraes Brandão, Lucas Rios Drummond, Diego de Alcantara Borba, Lucas
Túlio de Lacerda
Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução: A hipertrofia muscular é uma das
principais adaptações induzidas pelo treinamento de força e pode ser representada
pelo aumento da área de secção transversa (AST) do músculo treinado. Contudo,
apesar das técnicas (meios) de aquisição/análise de imagens serem válidas e
confiáveis para medir AST, estas são inacessíveis para a maioria dos
profissionais da saúde especialistas em avaliação física, mas teria
possibilidade de elaborar equações para predizer as AST dos músculos de forma
indireta tendo como base medidas antropométricas (ex. circunferência (CC) e
dobras cutâneas (DC)). Objetivo: O objetivo deste estudo foi elaborar
equações preditivas baseadas nas medidas de CC e DC da coxa para estimar as AST
dos músculos do quadríceps femoral (QF) a 50% e 70% do comprimento do fêmur. Métodos:
As análises de regressões lineares múltiplas foram realizadas utilizando o software
estatístico SPSS para Windows versão 22.0 (SPSS, Inc., Chicago, IL., EUA) com
nível de significância de 0,05. Trinta e três voluntárias não treinadas
participaram do estudo (massa 56,08 ± 17,79 kg; estatura 1,60 ± 0,05 m, idade
21,00 ± 2,16 anos, massa de gordura corporal 16,08 ± 13,54 kg, percentual de
gordura corporal 28,76 ± 10,49%, massa livre de gordura 39,12 ± 4,01 kg e
percentual de tecido livre de gordura 71,24% ± 10,49). Utilizou-se uma fita
métrica e um adipômetro para a mensuração da circunferência
da coxa e das dobras cutâneas a 50% e 70% do comprimento do fêmur,
respectivamente. As AST de cada músculo e região da coxa analisadas foram
avaliadas usando um equipamento de ultrassom em modo panorâmico (Vinno®, Q5-7L, Suzhou, Jiangsu, China). Para as análises das imagens utilizou-se o
software RadiAnt DICOM versão 2023.1 (Medixant, Inc., Poznan, Polônia). Resultados: Duas
equações de regressão foram desenvolvidas usando dados de CC e DC e a soma das
AST do QF para cada regiões da coxa analisadas a 50% comprimento do fêmur
resultou em uma equação estatisticamente significativa: [F (2,32) = 12,899; p
< 0,001; R² = 0,546], AST50% = 19,518 + 0,253 x (CC) + 0,136 x (DC) e apresentou
um erro padrão de estimativa (EPM) relativo de 7,76%. Já, a 70% do comprimento
do fêmur também foi verificada uma equação estatisticamente significativa: [F
(2,32) = 8,826; p = 0,001; R² = 0,306], AST70% = 9,372 + 0,444 x (CC) + 0,011 x
(DC) com um EPM relativo de 12,44%. O modelo apresentado com base nas medidas
de CC e DC predizem a AST do QF em 44,6% e 35,6% considerando as regiões de 50%
e 70% do comprimento do fêmur, respectivamente. Conclusão: Considerando
os resultados apresentados nesse estudo, recomenda-se as duas equações elaboras
como ferramentas a serem utilizadas por profissionais da saúde para predizer as
AST do QF a 50% e 70% da coxa de mulheres não treinadas. Essa recomendação se
baseia em valores inferiores de EPM relativos observados no presente estudo aos
encontrados nas equações que comumente utilizadas para estimar a densidade
corporal (≈ 17%).
Palavras-chave: massa muscular; circunfêrencia;
dobras cutâneas
Esporte
4.0: uma revisão sistemática
Yuri
Ferreira Moreira1, Yasmim Faria Meira1, Vinícius Lima
Fernandes1, Mauro Lúcio Mazini Filho2, Gabriela Rezende
de Oliveira Venturini1
1Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG, 2Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – IF
Sudeste MG
Introdução: A evolução humana sempre esteve ligada
ao desenvolvimento de novas tecnologias; e sendo o esporte, uma manifestação da
cultura humana, é natural que o referido desenvolvimento se manifeste também no
contexto esportivo. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi
realizar o levantamento do estado da arte sobre as principais tecnologias da
informação utilizadas no esporte, através de uma revisão sistemática da
literatura. Métodos: Foram adotadas as recomendações de Page et al.
(2021) para revisões sistemáticas, onde a frase de busca ("sports" OR "Sport" OR "Athletics" OR "Athletic") AND ("Information Technology" OR "Technology, Information") foi utilizada nas bases de dados Pubmed, Scielo, Periódicos Capes,
Scopus, e Web of Science. Resultados:
Inicialmente foram encontrados 978 estudos, os quais passaram pelos seguintes
critérios de elegibilidade: a) apresentarem algum tipo de tecnologia utilizada
no esporte; b) explique o uso de algum tipo de tecnologia utilizada no esporte;
c) relatem o histórico de criação e aplicação de algum tipo de tecnologia utilizada
no esporte; d) abordam possíveis desfechos futuros (inovação) de tecnologias
que já são utilizadas no contexto esportivo, ou que se encontrem em processo de
elaboração. Após o processo de elegibilidade, foram incluídos 15 estudos na
revisão, dos quais foram extraídos os seguintes dados para elaboração dos
resultados: a) autoria (autor e ano da publicação); b) tecnologia utilizada
(aplicativo, software, etc); c) caracterização da
amostra; d) área de aplicação da tecnologia utilizada (análise de desempenho
técnico, físico, tático, etc); d) histórico de origem
e criação da tecnologia em questão. Conclusão: Concluiu-se que as
tecnologias da informação aplicadas ao esporte foram categorizadas a princípio
em duas áreas: análise do desempenho humano (aplicativos que coletam dados de
variáveis do condicionamento físico do atleta que evoluíram para integração com
wearables e gamificação) e análise de vídeo
(treinamento de habilidades motoras e tomada de decisão tática em ambientes de
realidade virtual e simulada); foram originadas há aproximadamente 50 anos, e
desenvolvem-se no contexto da inovação utilizando inteligência artificial.
Palavras-chave: esporte; tecnologia da informação;
inovação
Explorando
a correlação entre a frequência de treinamento e o estado de humor em
corredores
Bárbara
Celina Moraes, Ana Lívia dos Santos, Rauno Álvaro de
Paula Simola, Andrêza
Soares dos Santos, José Vítor Vieira Salgado
Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução: O estudo aborda a importância da
atividade física, especificamente a corrida de rua, na promoção da saúde,
destacando os benefícios na prevenção de doenças crônicas. A popularidade da
corrida de rua é evidenciada pelo crescente número de praticantes, sendo
considerada uma prática acessível e amplamente adotada. Além dos benefícios
físicos, a atividade física, em particular a corrida, está associada a
melhorias no estado de humor, incluindo a redução do estresse e ansiedade.
Objetivo: A pesquisa tem como objetivo analisar a correlação entre a frequência
de treinamento e o estado de humor de corredores de rua. Metodologia: O
estudo adotou uma abordagem transversal, buscando correlacionar a frequência de
treinamento e o estado de humor percebido em corredores de rua. Foi utilizado
um questionário online para coletar dados demográficos, informações sobre a
prática esportiva e avaliação do estado de humor (utilizando a Escala de Humor
de Brunel - BRUMS). A análise estatística foi
realizada no software SPSS 25. Resultados: A amostra incluiu 50
praticantes de corrida de rua, com idade de 39,22 ± 10,98 anos. A análise
descritiva revelou que, em média, os participantes apresentam níveis mais
elevados de vigor em comparação com outras dimensões do humor, como tensão,
depressão, raiva, fadiga e confusão. A frequência de treinamento não demonstrou
uma correlação significativa com o estado de humor dos corredores. Observou-se
que 50% dos participantes utilizavam a Escala de Percepção Subjetiva de Esforço
(PSE) em seus treinos. Conclusão: O estudo destaca a importância do
vigor no desempenho atlético e sugere que manter um estado de humor positivo,
caracterizado por elevado vigor e baixos níveis de fadiga e tensão, pode ser
benéfico durante o treinamento. A análise da relação entre a frequência de
treinamento e o estado de humor não confirmou a hipótese de que o componente da
carga de treinamento “frequência” influenciaria no estado de humor quando
analisado separadamente dos outros componentes de carga de treinamento. Os
resultados sugerem que o vigor está diretamente relacionado a um estado de
humor positivo em corredores de rua. Cuidar da saúde mental e emocional pode
influenciar o desempenho esportivo. A conclusão ressalta a necessidade de
estudos adicionais para compreender a relação entre o estado de humor, a prática
de corrida de rua e diferentes perfis de corredores.
Palavras-chave: Corrida de rua; esporte; humor
Impact of detraining on the health of individuals with
spinal cord injury: a systematic review
Lucas
Barbosa Almada1, Lucas Vieira Santos1, Luís Felipe Moutinho
Leitão2, Mauro Lúcio Mazini Filho3, Gabriela Rezende de
Oliveira Venturini4, Osvaldo Costa Moreira1
1Universidade
Federal de Viçosa, 2Instituto Politécnico de Setubal,
3Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, 4Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Introduction: Spinal cord
injury (SCI) is a debilitating condition that causes motor, physiological, and
sensory impairments, potentially leading to permanent disability, increased
morbidity, and mortality, ultimately impacting an individual's quality of life.
Physical exercise emerges as an effective alternative to mitigate these
consequences and uphold the autonomy and quality of life for this population.
Detraining (DT), defined as the partial or total loss of adaptations induced by
physical training in response to its complete interruption or insufficient
stimulus, represents a significant concern. Aim: The aim of this systematic
review was to conduct a comprehensive literature review regarding the current
state of knowledge on the potential impacts of detraining on the health of
individuals with SCI. Methods: The search was conducted on PubMed, Web
of Science, Embase, SPORTDiscus,
and Cochrane databases using relevant English terms (("Detraining")
AND ("Spinal Cord Injury")) and their synonyms. Due to the limited
number of studies addressing this topic, no specific time frame was set for
study eligibility. The literature search was performed in January 2023,
yielding 42 results, from which 15 remained after removing duplicates. Two articles
were excluded following title analysis. Thirteen abstracts were reviewed, and 7
were excluded, leaving 6 articles for full analysis. Due to the nature of the
studies, a meta-analysis was not conducted. Results: Detraining resulted
in alterations in body composition, including increased body fat and reduced
muscle mass, especially following the interruption of testosterone-associated
training. Additionally, the cessation of training impacted the metabolic
profile, leading to changes in glucose, lipids, and insulin sensitivity.
Furthermore, hemodynamic variables, such as blood pressure and heart rate,
underwent changes, elevating the risk of cardiovascular complications.
Regarding cardiorespiratory components, there was a decline in peak oxygen
consumption (VO2peak) following the detraining period. Conclusion:
Halting exercise can lead to detrimental health consequences, underscoring the
imperative of maintaining consistent physical training for these individuals.
Keywords: spinal cord injury; detraining; health
Impacto
dos exercícios físicos em pacientes com transtornos alimentares: revisão
sistemática
Vitória
Aparecida Nunes Lemos1, Izabelle Laini Leão Gomes1, Júlia Lemos Silveira1,
Maiane Celestino Ferraz de Oliveira1,
Gabriel Moraes de Oliveira2, Lucas Rios Drummond1
1Universidade
do Estado de Minas Gerais, 2Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: Os exercícios físicos são
frequentemente associados aos tratamentos de psicopatologias como depressão e
ansiedade, entretanto têm sido utilizados também como uma das opções de
intervenção para o tratamento de pacientes com transtornos alimentares (TA),
principalmente em casos de anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN), porém,
podem ser controversos em alguns casos. Objetivo: Analisar e
investigar como os exercícios físicos interferem em
pacientes com transtornos alimentares, principalmente com bulimia e
anorexia nervosa. Métodos: O presente trabalho é uma Revisão Sistemática
focada nos estudos que apresentam efeitos dos exercícios físicos em indivíduos
com TA. Foram excluídos estudos com crianças, idosos e que relacionavam TA com
outras patologias e cirurgias. As seguintes bases de dados eletrônicos foram
pesquisadas em julho de 2021: Embase, PubMed e Web of Science. Os descritores foram usados nas seguintes
combinações: (binge eating, body dysmorphia, body
image distortion, body perception, DSM-5, eating disorders, food restriction,
nervous anorexia, nervous bulimia, slimming) AND (aerobic exercise, athletes,
physical activity, physical exercise). Os
estudos incluídos foram analisados com base nas seguintes categorias: tipo de
exercício como intervenção, tipo de transtorno alimentar e população de estudo.
Para a análise de risco de viés dos estudos foi utilizada a escala de PEDro. Resultados: Na pesquisa bibliográfica foram
encontrados 7678 estudos, sendo 2361 na Embase, 1034 na PubMed
e 4283 na Web of Science. Desses, 9 estudos
preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídos na revisão sistemática.
Os resultados mostraram, antes do tratamento, elevados índices de dependência
dos exercícios físicos, longa duração de atividades físicas moderadas e
vigorosas, dieta alto restritiva, IMCs abaixo do indicado
nos casos de Anorexia e Bulimia e alteração na percepção da imagem corporal.
Após a intervenção, os resultados demonstraram uma melhora no quadro de
pacientes que receberam exercícios físicos no tratamento dos distúrbios
alimentares com monitoramento e acompanhamento profissional. Conclusão: A
inclusão de um programa de treinamento físico no tratamento de Anorexia e
Bulimia Nervosa demonstrou que os exercícios físicos, recomendados e
controlados de forma adequada, colaboram para uma melhora no quadro dos
transtornos alimentares. Os resultados do presente estudo sugerem o exercício
físico como uma modalidade terapêutica, vinculado a outras formas de terapia
coordenadas por uma equipe multidisciplinar.
Palavras-chave: anorexia nervosa; atividade física;
bulimia nervosa; restrição alimentar
Influência
do ciclo menstrual na saúde mental e performance de mulheres atletas de
handebol
Thalia Miranda Rufino, Osvaldo Costa Moreira,
Júlia Zanúncio Araújo, Cláudia Eliza Patrocínio de
Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: A rotina de atletas de alto rendimento
requer um trabalho árduo, visto que estão sempre perto do limite de desempenho
físico e mental. A sobrecarga física, psicológica e social acarreta tanto
efeitos agudos como crônicos na saúde, isso devido a busca pelo desempenho classificado
como “ótimo”. Assim, diante de todas as atividades desenvolvidas no esporte de
alto rendimento, é necessário entender todas as lacunas sobre o que acontece no
corpo das atletas para que qualquer problema seja minimizado. Além das questões
históricas e culturais que perpassam sobre a participação da mulher no meio
esportivo, as atletas lidam com um fator que envolve planejamento e organização
para sua prática, o ciclo menstrual (CM). O CM se caracteriza pela
periodicidade de tempo, tendo seu início no primeiro dia da menstruação até o
dia que antecede o início da próxima. Além disso, é dividido em três fases
(fase folicular, ovulatória e lútea), essas que são
importantes para a compreensão do funcionamento do CM na saúde das mulheres. Objetivo:
Diante disso, a pesquisa visa compreender a influência do ciclo menstrual nas
suas três fases em atletas de handebol sobre os aspectos físicos e emocionais,
relacionar o CM com o desempenho físico, mensurar aspectos inerentes da
modalidade: velocidade, força, agilidade, resistência cardiorrespiratória,
potência e flexibilidade; correlacionar CM com o humor e estresse e relacionar
aspectos físicos e emocionais. Métodos: A presente pesquisa trata de um estudo
com abordagem qualitativa e quantitativa, tendo como público-alvo atletas de
alto rendimento de handebol com o acompanhamento de 3 CM após aprovação do
Comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de
Viçosa. A amostra será composta por atletas com idade de 18 à
34 anos, que treinam regularmente, não utilizam métodos contraceptivos, exceto
anticoncepcional oral e que não possuam disfunções hormonais. Para verificar o
estado da saúde emocional será utilizado o questionário de Brunel
(2008) que está relacionado ao humor, e o questionário de Estresse e
Recuperação (RESTQ-Sport,1993) que analisa o nível de estresse mental e físico.
Em relação aos aspectos físicos, serão verificados diferentes testes que
engloba capacidades funcionais importantes para a modalidade: a força, que será
mensurada através de um teste de arremesso de medicine ball
(2010); a potência que ocorrerá através da análise da impulsão vertical e horizontal
(1986); a velocidade que será realizado através de 3 testes: o de Margaria-Kalamen (1966) para analisar a velocidade de reação das
atletas, a corrida de 30 metros (2005) que observa a agilidade e o teste de
velocidade máxima. Em relação à resistência aeróbica será feito o YO-YO teste
de recuperação intermitente nível 2 (1996); para a análise da flexibilidade
será realizado o teste de Sentar e Alcançar de Wells e Dillon (1952) e para
avaliar o equilíbrio será utilizado o Y Balance Teste (YBT) que permite avaliar
o equilíbrio dinâmico.
Palavras-chave: saúde da mulher; ciclo menstrual;
atletas
Influência
do ciclo menstrual sobre a capacidade cardiorrespiratória em mulheres eumenorreicas: um estudo piloto
Juliana
Souza Valente, Bárbara Dias Diniz da Costa, Francielle
de Assis Arantes, Osvaldo Costa Moreira, Cláudia Eliza Patrocínio de Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: O ciclo menstrual (CM) é um período circamensal com duração de 21 à 35
dias, regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovariano. Seu início se dá com a
menstruação, durando até a menstruação seguinte. Essa ciclicidade é determinada
pela variação nas concentrações de quatro principais hormônios: Estradiol,
Progesterona, Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH).
Tais oscilações marcam diferentes fases do ciclo, que podem influenciar alguns
sistemas fisiológicos do corpo humano, como o sistema cardiovascular e
musculoesquelético. Desta forma, o consumo máximo de oxigênio pode ter
variações ao longo de um CM. Objetivo: Verificar se há alterações
consumo de oxigênio em mulheres eumenorreicas em
diferentes fases do CM. Métodos: A amostra foi composta por mulheres eumenorreicas de 18 a 30 anos, que não faziam uso de
contraceptivo oral. A determinação das fases do CM foi estimada pela média do
comprimento dos ciclos menstruais anteriores com uso de aplicativo de celular.
As coletas foram planejadas, onde são visualizadas maiores oscilações hormonais
do CM, nos dias 01 (fase folicular inicial), 11 (fase folicular tardia) e 21 (fase
lútea média). As concentrações hormonais foram determinadas por análise
bioquímica de amostras sanguíneas e a capacidade cardiorrespiratória foi
avaliada pelo teste de cicloergômetro submáximo de Astrand. Os dados foram tratados por meio de estatística
descritiva, média, desvio padrão e ANOVA. Resultados: A amostra final
foi composta por 5 mulheres saudáveis, com média de idade 24,2 ± 2,17 anos,
massa corporal 62,82 ± 10,58 kg, altura 1,64 ± 0,05 m, IMC 23,46 ± 4,90 kg/m2,
comprimento do CM 29,2 ± 1,09 dias; todas com CM regular entre 21-35 dias. Os
valores hormonais do estradiol e LH demonstraram uma redução significativa no
dia 01 em relação aos demais dias. A progesterona apresentou redução
significativa nos dias 01 e 11 comparado ao dia 21 e o FSH apresentou redução
significativa no dia 01 em relação ao dia 21. Com relação ao VO2máx,
os valores obtiveram aumento significativo nos dias 11 e 21 do ciclo em
comparação ao dia 1. Conclusão: Com base nesses valores, é possível
considerar que os resultados obtidos no estudo piloto demonstraram que as
oscilações hormonais se mantiveram conforme esperado ao longo do CM. Com
relação ao VO2máx, presume-se que os hormônios podem influenciar a
capacidade cardiorrespiratória ao longo do CM em mulheres eumenorreicas.
Estudos com amostra mais abrangente são necessários para resultados mais
fidedignos.
Palavras-chave: ciclo menstrual; aptidão
cardiorrespiratória; hormônios femininos.
Influência
do ciclo menstrual sobre variáveis físicas e psicológicas em atletas
universitárias de futsal feminino
Caio
Ferreira Guimarães Oliveira1, Bruno de Cassio Coelho2,
Christiano Eduardo Veneroso2, Luciano Bernardes Leite1,
Felipe Augusto Mattos Dias1, Guilherme de Azambuja Pussieldi1
1Universidade
Federal de Viçosa, 2Universidade Federal do Maranhão
Introdução: Nos últimos anos, o impacto do ciclo
menstrual no desempenho esportivo feminino tornou-se uma área de grande
interesse. No entanto, estudos que avaliem os efeitos do ciclo menstrual em
atletas de futsal feminino ainda são escassos. Objetivo: Investigar o
impacto das fases hormonais do ciclo menstrual na qualidade do sono, estado de
recuperação, humor, flexibilidade, tempo de deslocamento em velocidade máxima e
força explosiva de membros inferiores em atletas universitárias. Metodologia:
A amostra foi composta por seis atletas de futsal feminino consideradas
recreativas, visto as mesmas se dedicavam a pelo menos 4 horas semanais à
prática da modalidade. Todas as atletas estavam afiliadas a ligas regionais e
participavam de competições universitárias em níveis regional, estadual e nacional.
A coleta de dados foi realizada em três diferentes etapas do ciclo menstrual:
fase folicular precoce (FP), fase folicular média (FM) e fase lútea média (LM).
Durante o estudo, foram aplicados questionários autorreferidos
sobre qualidade do sono, estado de recuperação e estado de humor. Além disso,
foram registrados o peso corporal, a altura e a flexibilidade das
participantes. Foram também realizados testes de deslocamento em velocidade
máxima de 30 metros, com medições parciais a cada 10 e 20 metros, bem como
testes de saltos verticais, salto contra movimento e salto agachado. os dados
foram submetidos ao teste Shapiro-Wilk para verificar a sua distribuição. Em
função da distribuição dos dados, foi utilizado o teste Anova One-Way de medidas repetidas, seguido de Post Hoc de Tukey para avaliação entre as atletas nas diferentes fases
do ciclo menstrual. Resultados: Os resultados encontrados revelam que
não há diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) entre as
diferentes fases do ciclo menstrual para o índice de massa corporal, qualidade
do sono, estado de humor, qualidade de recuperação, produção de força explosiva
dos membros inferiores e capacidade de aceleração máxima das atletas. A única
alteração significativa ocorreu no nível de flexibilidade, observou-se uma
redução (p < 0,05)
na flexibilidade na fase F.P em comparação as fases F.M e L.M. Conclusão:
Os resultados deste estudo indicam que o estado de humor, qualidade do sono,
estado de recuperação, capacidade de deslocamento em velocidade máxima e
produção de força explosiva dos membros inferiores não foram afetados durante
diferentes fases do ciclo menstrual. No entanto, foi observada uma diminuição
na flexibilidade durante a fase F.P em comparação com as demais fases do ciclo
menstrual.
Palavras-chave: futsal feminino; desempenho; ciclo
menstrual; força explosiva; aceleração
Influências
das diferentes fases do ciclo menstrual na composição corporal de mulheres
jovens
Ana
Vitória Leca Lara Campos, Yan Léo de Melo Vieira, Ana
Clara Porto Lopes, Lucas Rios Drummond, Lucas Túlio de Lacerda, Camila Fernanda
Costa e Cunha Moraes Brandão
Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução: A composição corporal é uma importante
medida da biologia humana, utilizada para análise de saúde, qualidade de vida e
estado vital físico. Enquanto, o ciclo menstrual (CM) é o segundo ritmo
biológico mais importante, dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea, cujo suas alterações hormonais podem
influenciar a composição corporal, sendo visualizado a retenção hídrica na fase
lútea Objetivos: Avaliar a composição corporal de mulheres em diferentes
fases do CM. Métodos: Para esta pesquisa exploratória e transversal,
após aprovação do Comitê de ética em pesquisa (CAAE: 64582022.5.0000.5115),
participaram 18 mulheres (por conveniência), com CM regular, sem ingestão de
contraceptivos hormonais. As participantes foram avaliadas em duas fases do
mesmo CM quanto a: composição corporal por meio de bioimpedância elétrica tetrapolar (InBody770®), circunferências da cintura abdômen
e quadril (cm) e nível de atividade física (IPAQ). As avaliações foram
realizadas nas seguintes fases: Folicular, entre 1º e 5º dia do ciclo; Lútea, entre o 16º e 19º dia do ciclo. Os dados foram
analisados por testes pareados como Teste T pareado, e Correlação de Spearman, após verificação da normalidade (Shapiro-Wilk test) no GraphPad Prism 5, e
estão apresentados em média ± desvio padrão e frequência relativa, considerando
diferença estatística p < 0,05. Resultados: Quanto ao nível de atividade
física das participantes, 6% estão irregularmente ativas, 44% ativas e 50%
muito ativas. O peso corporal das participantes foi de 62 ± 10 kg e Índice de
Massa Corporal (IMC) 24 ± 3 kg/m2 em ambas fases. Observa-se os
resultados para as Fase Folicular versus Fase Lútea, respectivamente:
Circunferência da cintura (cm) 72 ± 7 vs 71 ± 6, p=
0,104; Circunferência do abdômen (cm) 82 ± 11 vs 78 ±
9, p = 0,001; Circunferência do quadril (cm) 100 ± 9 vs
100 ± 8, p = 0,852; Gordura corporal (%) 30 ± 6 vs 30
± 6, p = 0,898; Massa muscular esquelética (kg) 24 ± 4 vs
24 ± 4, p = 0,885 Taxa de água extracelular total 0,375 ± 0,008 vs 0,372 ± 0,008, p = 0,007; Água Corporal Total (L) 32 ± 5
vs 31 ± 5, p = 0,387; Água Corporal do Tronco (L) 15 ±
2 vs 15 ± 3, p = 0,436. Foi observado correlação
positiva entre circunferência da cintura e água corporal total (r = 0,446, p =
0,001), gordura corporal em kg (r = 0,805, p < 0,001) e água corporal do
tronco (r = 0,513, p = 0,001). Conclusão: A circunferência do abdômen e
a taxa de água extracelular apresentam diferenças entre as fases, sendo maiores
na fase folicular do CM. Além disso, houveram correlações positivas entre
circunferência da cintura, gordura e água corporal, mostrando possível
influências sobre os resultados encontrados da circunferência da cintura. No entanto,
não foram observadas mudanças nas fases do CM avaliadas para as outras
variáveis da composição corporal. Apontando, que o ciclo menstrual possa não
promover efeito sobre gordura e massa livre de gordura corporal nas fases
folicular e lútea precoces.
Palavras-chave: gordura corporal; massa livre de
gordura; água corporal total
Influências
de três modelos de treinamento resistido na agilidade funcional de pessoas com
lesão medular
Karla Raphaela da Silva Ramos Freitas, Lucas Vieira Santos, Jayckyson Crisostomo Cupertino,
Eveline Torres Pereira, Osvaldo Costa Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: A lesão medular (LM) é uma condição
que acarreta disfunções motoras, sensorial e autonômicas que podem levar a
possíveis limitações funcionais a curto e longo prazo. A prática de exercícios
físicos pode atuar como meio de se aumentar a autonomia após a lesão e o
treinamento de força (TF) é relatado como uma das possibilidades de exercícios
físicos que podem ser utilizados para ganhos de funcionalidade de membros
superiores. Por outro lado, a realização de exercícios tem demonstrado uma
associação positiva com o estado de saúde de pessoas com LM, assim como na
melhoria de aspectos relacionados a participação e qualidade vida que pode
estar afetados quando há limitação na mobilidade nos usuários de cadeiras de
rodas. Objetivo: O objetivo do estudo foi comparar as influências de
diferentes métodos de treinamento resisto, treinamento resistido tradicional
(TRT), treinamento resistido reforçado excentricamente (TRRE) e treinamento de
potência (POT) sobre a agilidade em cadeira de rodas em pessoas com LM. Métodos:
Os protocolos de treinamento de força foram realizados por 8 semanas,
considerando exercícios para musculaturas totalmente preservadas, com
progressão de volume e intensidade de moderada a alta. A agilidade em cadeira
de rodas foi mensurada através do teste de ziguezague adaptado. Resultados:
Os resultados apontam efeito positivo no teste de agilidade intragrupo nas
análises pré (POT + 28,34 DP 4,88; TRRE + 31,97 DP
2,61; TRT + 33,08 DP 4,88) e pós-intervenção (POT + 28,12 DP 2,64; TRRE + 26,75
DP 0,85; TRT + 32,55 DP 4,93) para todas as configurações de treinamento (F =
22,16; p < 0,001, n2 = 0,40). Entretanto apenas os resultados TRRE
apresentaram relevância estatística. As comparações intergrupos apontam que POT
e TRT mostraram-se a frente quando comparados ao TRRE quando comparados os
resultados pós treinamento (F = 14,68; p < 0,001, n2 = 0,47). Conclusão:
É possível concluir que ambas as configurações de treino se mostram favoráveis,
mas que quando se espera ganhos na agilidade em cadeiras de rodas em pessoas com
LM o TRRE mostrou-se melhor.
Palavras-chave: exercício; capacidade funcional;
paraplegia
Metabolismo
energético em diferentes fases do ciclo menstrual de mulheres jovens
Yan Léo
de Melo Vieira1,2, Ana Vitória Leca Lara
Campos1, Ana Clara Porto Lopes1, Lucas Rios Drummond1,
Lucas Túlio de Lacerda1, Camila Fernanda Costa e Cunha Moraes
Brandão1,2
1Universidade do Estado de
Minas Gerais, unidade Divinópolis, 2Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Introdução: É evidente que durante o ciclo
menstrual ocorrem flutuações de estrogênio e progesterona, hormônios ovarianos
que controlam o fluxo sanguíneo excretado durante o ciclo, o período fértil,
bem como, possui funções fisiológicas relacionadas ao gasto energético e oxidação
de substratos. O entendimento quanto as variações durante o ciclo menstrual
poderão auxiliar no aprimoramento de avaliações relacionadas ao metabolismo
energético de mulheres. Objetivos: Avaliar a taxa metabólica de repouso,
oxidação de carboidratos e lipídeos, e Consumo Máximo de Oxigênio nas fases
folicular precoce e lútea precoce do ciclo menstrual de mulheres jovens. Métodos:
Para esta pesquisa exploratória e transversal, após aprovação do Comitê de
ética em pesquisa (CAAE 63961022.3.0000.5115), participaram 16 mulheres (por
conveniência), com ciclo menstrual regular, sem ingestão de contraceptivos
hormonais. As participantes foram avaliadas em duas fases do mesmo ciclo
quanto: a massa corporal, altura (estadiômetro), taxa
metabólica de repouso (TMR), oxidação de substratos (por calorimetria indireta)
e Consumo máximo de Oxigênio (VO2max) por teste ergoespirométrico. As
avaliações foram realizadas nas seguintes fases: Folicular, entre 2º e 5º dia
do ciclo; Lútea, entre o 16º e 19º dia do ciclo. Os
dados foram analisados por testes pareados como Teste T ou Wilcoxon,
após verificação da normalidade (Shapiro-Wilk test)
no GraphPad Prism 5, e estão apresentados em média ±
desvio padrão, considerando diferença estatística p < 0,05. Também, foram
calculados a variação em percentual entre as fases (Δ % = ((Fase
Lútea-Fase Folicular)/Fase Folicular)x100). Resultados:
A massa corporal das participantes foi de 62 ± 10 kg e Índice de Massa Corporal
(IMC) 24 ± 3 kg/m2 em ambas as fases. Não foram observados diferença
estatística para nenhuma das variáveis avaliadas. Observa-se os resultados para
as Fase Folicular versus Fase Lútea, respectivamente: TMR (kcal/dia) 1355 ± 229
vs 1392 ± 262, p = 0,580; Oxidação de Lipídeos
(g/dia) 126 ± 38 vs 121 ± 31, p = 0,674; Oxidação de
Carboidratos (g/dia) 38 ± 59 vs 61 ± 91, p = 0,660;
VO2máx (ml/kg/min) 35 ± 5 vs 36 ± 6, p =
0,256. Ao analisar o delta percentual entre as fases, houve o aumento de 62% na
oxidação de carboidratos em repouso na Fase Lútea. Conclusão: Não foram
observadas diferenças entre nenhuma das variáveis avaliadas comparando as duas
fases precoce, sugerindo que as variações do ciclo menstrual não interferem
sobre o metabolismo energético de mulheres jovens. Embora isso, ao considerar o
delta percentual, a oxidação de carboidratos é maior na Fase Lútea, diferente
do esperado, cujo aparentemente há maior oxidação de lipídeos nesta fase.
Sugere-se que este aumento na fase lútea possa ser um indicador da
predominância do metabolismo de carboidrato.
Palavras-chave: consumo máximo de oxigênio; oxidação
de substratos; taxa metabólica de repouso; gasto energético
O
estado nutricional está associado a outros fatores de risco à saúde em
universitários?
Kamilla Milione
Nogueira Reis1, Braian Rodrigues Campos1,
Bianca Aparecida de Sousa2, Camila Maria de Melo2,
Wellington Segheto2
1Centro
Universitário Governador Ozanan Coelho, 2Universidade
Federal de Lavras
Introdução: A e a obesidade são um dos principais
fatores de risco para diversas doenças, e a associação com o aumento da pressão
arterial, a inatividade física e o tempo gasto sentado, dentre outros fatores
de risco, podem aumentar o risco de doenças e levar a um gasto excessivo com
doenças. Em adultos jovens, como os universitários, podem haver uma série de
mudanças que podem levar à adoção de comportamentos inadequados à saúde. Objetivo:
Analisar a associação do índice de massa corporal com níveis pressóricos
elevados, o nível de atividade física e o tempo gasto sentado assistindo TV em
universitários. Métodos: Estudo transversal realizado com universitários
de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 40 anos, regularmente matriculados
em uma instituição privada. Foram avaliados estudantes de graduação dos cursos
da área de Ciências Exatas, Humanas e Saúde. Foi aplicado um questionário com
questões objetivas para avaliar as variáveis sociodemográficas e econômicas e
realizada a aferição da pressão arterial por estudantes de medicina. O índice
de massa corporal foi calculado pela razão da estatura e massa corporal autoreferidas, o nível de atividade física e o tempo gasto
assistindo TV foram avaliados tendo como base as questões do VIGITEl. Os resultados foram descritos por meio da
estatística descritiva, e foi utilizado o teste qui-quadrado
para verificar diferenças entre proporções. Para analisar a associação entre o
estado nutricional com os níveis pressóricos elevados, nível de atividade
física e tempo gasto sentado assistindo TV, foi utilizada a regressão logística
multinomial bivariada e ajustada por sexo, idade, cor
da pele, renda familiar e ocupação atual. Os dados foram avaliados utilizando o
programa Stata, versão 13.1, e foi adotado o nível de
significância de 0,05. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética, e todos os
procedimentos éticos foram seguidos. Resultados: Fizeram parte deste
estudo 885 universitários (47,0% do sexo masculino e 53,0% do sexo feminino),
com média de idade de 22,2 anos (DP 3,9 anos). A proporção de estudantes com
sobrepeso foi de 23,8%, e a obesidade de 8,2%, proporcionalmente maior no sexo
masculino para o sobrepeso e obesidade (p < 0,05). As mulheres apresentaram uma
maior proporção de inatividade física (p < 0,01), embora o tempo sentado
assistindo TV não tenha diferenciado entre os sexos. Na análise bivariada,
aqueles universitários com sobrepeso e obesidade apresentaram maior risco de
apresentar níveis pressóricos elevados (p < 0,01), enquanto o sobrepeso
esteve associado à prática regular de atividade física. Após ajustes para
variáveis sociodemográficas e econômicas, aqueles com sobrepeso e obesidade
apresentaram um risco maior de apresentar níveis pressóricos elevados (p <
0,01). Conclusão: Este estudo evidencia a associação entre índice de
massa corporal, inatividade física e pressão arterial elevada em
universitários, ressaltando a importância de estratégias de promoção da saúde
nessa população.
Palavras-chave: obesidade; índice de massa corporal;
doenças cardiovasculares; fatores de risco; estudantes
O
óxido nítrico central modula a termorregulação em ratos hipertensos durante o
exercício físico
Lucas
Rios Drummond1,2, Helton Oliveira Campos1, Quezia Teixeira Rodrigues, Thales Nicolau Prímola-Gomes, Cândido Celso Coimbra1
1Universidade
Federal de Minas Gerais, 2Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução: A termorregulação ocorre por um
equilíbrio entre os mecanismos de produção e de dissipação de calor do
organismo. Ratos espontaneamente hipertensos (SHR) apresentam um desequilíbrio
na regulação da temperatura corporal durante o exercício físico que pode estar
relacionado com o nível de ativação de vias neurais moduladas pelo óxido
nítrico (NO). Objetivos: Este estudo teve como objetivo verificar se o
déficit termorregulatório apresentado por animais
hipertensos durante o exercício, envolve a ativação de vias neurais oxinitrérgicas. Métodos: Foram utilizados 8 ratos Wistar normotensos (NWRs) e 8 SHRs. Na 16ª semana de idade, os animais passaram pelas
cirurgias para implante do sensor de temperatura abdominal e de uma cânula guia
no ventrículo cerebral lateral direito. Em seguida, tiveram 5 dias para
recuperação das cirurgias, seguidos de 5 dias de familiarização à corrida em
esteira rolante. Os animais foram então submetidos a uma sessão de exercício progressivo
até a fadiga para determinação da velocidade máxima de corrida. No dia do
experimento, os animais passaram inicialmente por um período de repouso na
esteira pelo tempo mínimo de 60 minutos. Em seguida, os animais dos grupos NWR
e SHR foram submetidos a uma das duas situações experimentais desse
delineamento: exercício constante a 60% da Vmáx
em ambiente temperado (24°C) após a injeção intracerebroventricular
(i.c.v.) de salina (0,15 mol/L) ou NPS (8,4 mmol). As
duas situações de exercício foram realizadas até a fadiga e em ordem randomizada.
Durante o exercício foram feitas as medidas da temperatura abdominal (Tabd), temperatura da pele (Tpele)
e do tempo de exercício (TE). Todos os procedimentos foram aprovados pela
Comissão de ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Minas Gerais (#
246/2021). Resultados: No grupo NWR, a injeção i.c.v.
de NPS provocou menor aumento na Tabd quando comparada
ao grupo salina entre o minuto 18 e a fadiga (fadiga: 1,28 ± 0,16 ºC vs. 1,71 ±
0,26 ºC, p < 0,05), e maior aumento na Tpele entre
os minutos 7 e 8, 14 e a fadiga (fadiga: 3,12 ± 0,33 ºC vs. 1,60 ± 0,47 ºC, p
< 0,05). No grupo SHR, a injeção i.c.v. de NPS
provocou menor aumento na Tabd quando comparada ao
grupo salina entre o minuto 23 e a fadiga (fadiga: 1,09 ± 0,13 ºC vs. 1,70 ±
0,18 ºC, p < 0,05), e maior aumento na Tpele entre
os minutos 8 e 19 (min 19: 2,53 ± 0,52 ºC vs. 1,06 ± 0,72 ºC, p < 0,05). A
injeção i.c.v. de NPS não alterou o TE em animais NWRs (NWR NPS: 66,0 ± 6,8 vs. NWR SAL: 60,5 ± 6,7, p >
0,05) ou SHRs (SHR NPS: 61,2 ± 5,8 vs. SHR SAL: 59,7
± 5,8, p > 0,05). Conclusão: Os resultados do trabalho indicam que o
aumento da disponibilidade de NO central aumenta a dissipação de calor e
diminui o aumento da temperatura interna durante o exercício em ratos
normotensos e hipertensos.
Palavras-chave: temperatura corporal; hipertensão
arterial; sistema nervoso central
O
treinamento combinado melhora parâmetros inflamatórios e funcionais em pessoas
com diabetes mellitus tipo 2
João
Gabriel da Silveira-Rodrigues, Bruno Teobaldo Campos, Guilherme Guisso Pizzol; Maicon Arcanjo
Silva; Daniel Massote Melo Leite, Danusa
Dias Soares
Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: O desequilíbrio homeostático presente
no Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) induz um estado inflamatório crônico de baixo
grau que impacta negativamente no manejo da doença. Indivíduos com DM2
apresentam decréscimos funcionais, como a redução da força muscular, massa
muscular, agilidade e flexibilidade. Em contrapartida, estudos prévios sugerem
que o treinamento físico provoca melhorias no desempenho funcional e no perfil
inflamatório em diversas populações. Todavia, são escassos os estudos avaliando
os efeitos do treinamento combinado (treinamento aeróbico combinado ao
treinamento da força muscular) em adultos e idosos com DM2. Objetivo:
Investigar o impacto do treinamento combinado de curto prazo em parâmetros
inflamatórios, antropométricos e na capacidade funcional de indivíduos com
T2DM. Também, investigar se as alterações induzidas pelo treinamento em
parâmetros inflamatórios e funcionais estavam correlacionadas. Métodos:
Trinta e cinco indivíduos sedentários com T2DM foram alocados em dois grupos,
um deles realizou 8 semanas de treinamento combinado progressivo e
supervisionado em três sessões semanais (grupo TC, n = 18) ou grupo controle
(CONT, n = 17). Antes a após a intervenção, mensurou-se as concentrações
plasmáticas das citocinas soluble tumor necrosis factor receptor 1
(sTNFR1), leptina e adiponectina. Foram realizados
testes funcionais para avaliar a agilidade, velocidade habitual de caminhada e
o desempenho aeróbico. Além disso, também foram avaliados a massa corporal,
altura, circunferências corporais e dobras cutâneas. Resultados: Os
participantes tinham 63 ± 8 anos (81% mulheres). O grupo TC reduziu as
concentrações de sTNFR1 (p = 0,04; TC: Cohen’s d =
-0,96 vs. CONT: d = 0,15, respectivamente), melhorou seu desempenho de agilidade
(p = 0,03; d = 0,72 vs. D = -0,07), sua velocidade de caminhada (p = 0,04; d =
0,51 vs. D = 0,01) e desempenho aeróbico (p = 0,04; d = 1,07 vs. D = 0,32). Por
outro lado, as concentrações de leptina e adiponectina,
a força de preensão manual e os testes de flexibilidade, o IMC, circunferência
de cintura, a relação cintura-quadril, a soma de circunferências e de dobras
cutâneas não apresentaram mudanças significativas (p > 0,05). Embora as
alterações induzidas pelo treinamento nos níveis de sTNFR1 e em parâmetros funcionais
tenham sido concomitantes, elas não foram estatisticamente correlacionadas (p
> 0,05). Conclusão: O treinamento combinado melhorou o desempenho
funcional e reduziu as concentrações de sTNFR1, contrapondo déficits funcionais
e o estado inflamatório de baixo grau que é frequentemente observado em pessoas
com DM2. Estes efeitos ocorreram de maneira independente da redução da massa
corporal ou mudança da composição corporal. Além disso, as mudanças
longitudinais nos testes funcionais e nos marcadores inflamatórios, apesar de terem
ocorrido de maneira concomitante, não estiveram correlacionadas.
Palavras-chave: funcionalidade; citocinas; doença
metabólica; hiperglicemia; inflamação
Perfil
da qualidade do sono em idosas participantes de um ensaio clínico randomizado
com exercício de força com volantes inerciais
Amanda
dos Reis Cota, Pablo Augusto Garcia Agostinho, Édison
Andrés Pérez Bedoya, Claudia Eliza Patrocínio de
Oliveira, Osvaldo Costa Moreira, Miguel Araújo Carneiro Júnior
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: O sono é considerado um estado
funcional, cíclico e reversível, que desempenha um papel crucial na restauração
e regulação dos sistemas corporais. Já com o avanço da idade, tornam-se
evidentes alterações em sua estrutura, assim como uma redução notável em suas
fases, especialmente após o período da menopausa. Objetivo: Determinar o
perfil da qualidade do sono e sonolência diurna de idosas sedentárias da
comunidade de Viçosa, Brasil, participantes de uma pesquisa com exercício de
força com volantes inerciais. Métodos: Trata-se de um estudo controlado
randomizado paralelo de dois grupos, composto por 29 idosas, sem diagnóstico de
doenças psiquiátricas ou crônicas não transmissíveis descontroladas. As
participantes foram designadas aleatoriamente por blocos de 2 e 4 para o grupo
controle (treinamento resistido tradicional, n = 15) e para o grupo intervenção
(treinamento resistido com volante inercial, n = 14). As intervenções ocorreram
na Universidade Federal de Viçosa, durante 8 semanas, com duas sessões
semanais. Ambos os grupos realizaram 6 exercícios, o grupo intervenção utilizou
o dispositivo multi-gyn flywheel
volante inercial e o grupo controle realizou os exercícios em aparelhos de
musculação e pesos livres. A qualidade do sono foi avaliada através da escala
de Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh e a escala de Epworth
para análise da sonolência diurna. O cegamento foi realizado por um
administrador externo a atribuições dos grupos por meio de envelopes ocultos e
opacos. O pesquisador responsável pela intervenção e as idosas não foram
cegados. A randomização foi realizada com o software Epidat
4.2. A amostra foi homogênea, diante da prova estatística utilizada
(homogeneidade das variâncias - Levene), foi
considerando p < 0,05. Os dados foram apresentados em frequência absoluta
(n) e relativa (%), além de média e desvio padrão (±). O estudo foi registrado
como um ensaio clínico no clinicaltrial.gov sob registro NCT05910632. Resultados:
Em termos basais, a maioria das variáveis relacionadas a qualidade do sono
avaliada no início das intervenções não apresentaram diferença estatisticamente
significativa, apenas na classificação geral da qualidade do sono e sonolência
diurna, no qual o grupo controle apresentou 73.3% (n = 11) das idosas com uma
boa qualidade do sono, 20,05% (n = 3) com qualidade ruim e 6.7% (n = 1) com
distúrbios no sono. O grupo intervenção, 28.6% (n = 4) apresentou boa qualidade
do sono, 57.1% (n = 8) qualidade ruim e 14.3% (n = 2) distúrbios do sono. A
sonolência diurna, no grupo controle observou-se que 26.7% (n = 4) possuem
chance excessiva de cochilar durante o dia, 6.7% (n = 1) grande chance e 66.7%
(n = 10) pequena chance. No grupo intervenção, 21.4% (n = 3) possuem chance
excessiva, 28.6% (n = 4) grande chance e 50.0% (n = 7) pouca chance de cochilar
(p < 0,05). Conclusão: O grupo controle apresentou uma melhor
qualidade do sono e um menor risco de sonolência diurna em comparação ao grupo
intervenção.
Palavras-chave: envelhecimento; mulher; sono;
treinamento de força
Relação
entre habituação à cafeína e o efeito ergogênico em
ciclistas treinados
Ítalo
Vinícius Florian, Paulo Estevão Franco-Alvarenga,
Gustavo César de Vasconcelos, Cayque Brietzke Barreto, Bruno Ferreira Viana, Flávio de Oliveira
Pires
Universidade de São Paulo (EACH-USP)
Introdução: A cafeína é uma substância popular no
ciclismo, devido ao seu efeito ergogênico. Alguns
autores sugerem que haja uma relação negativa entre habituação à cafeína e o
seu efeito ergogênico, mas os achados na literatura
são controversos. Objetivo: Observar a relação entre a habituação à
cafeína e o efeito ergogênico em múltiplos contrarrelógios
de 4 km (CR4km). Métodos: Treze ciclistas foram ao laboratório em cinco
visitas: Visita 1) Foi realizado um CR4km preliminar (tempo de prova ≤ 379s)
para selecionar os participantes num tempo, após foi respeitado 30 minutos de
descanso e foi iniciado o teste incremental máximo; visita 2) Ocorreu a
familiarização, assim foram realizados três CR4km com intervalos distintos
entre eles, o intervalo entre primeiro CR4km e o segundo foi de 50 minutos
devido a ação da cafeína, e do segundo para o terceiro foi de 30 minutos para
atenuar os efeitos da fadiga do CR4km anterior; visitas 3,4 e 5) Foram caracterizadas
como experimentais, nessas visitas os protocolos foram semelhantes ao da
familiarização, mas os participantes receberam em diferente dias cafeína (CAFI
e CAFII) e em outro momento placebo (PLA), de modo randomizado. Assim, o
segundo CR4KM foi considerado o primeiro teste suplementado (TSI) e o terceiro
CR4km foi denominado de segundo teste suplementado (TSII), pois o tempo de meia
vida de cafeína é de 6 a 10 horas. A habituação à cafeína foi analisada pelo
questionário de Landrum (1992) e o consumo de cafeína
através da classificação de Buhler et al., (2013).
O teste de correlação de Pearson foi usado entre o consumo de cafeína e o delta
do tempo do teste suplementado com cafeína (TS) e placebo. A diferença do tempo
de prova entre as condições foi analisada pelo modelo misto generalizado, por
fim, foi considerada diferença estatística p ≤ 0,05. Resultados:
Sobre a correlação entre habituação e efeito ergogênico,
os resultados indicaram baixa correlação no TSI da CAFI (r = 0,03; p = 0,91) e
média na CAFII (r = -0,39; p = 0,18). Ademais, no TSII a correlação também foi
baixa CAFI (r = 0,12; p = 0,71) e CAFII (r = 0,01; p = 0,98). Ademais, não
houve diferença entre do tempo de prova dos testes TS1 (p = 0,08) e TS2 (p = 0,64).
Por fim, a confiabilidade da cafeína foi boa na comparação dos TS1 (CCI = 0,75;
EPM = 13s) e TS2 (CCI = 0,87; EPM = 9,7s), em relação a intra
teste do CAFI (CCI = 0,78; EPM = 14,7s) e CAFII (CCI = 0,97; EPM = 6,8s). Conclusão:
Os resultados do presente estudo mostram que a habituação ao consumo de cafeína
não está correlacionada ao seu efeito ergogênico em
múltiplos testes de ciclismo de 4 km.
Palavras-chave: cafeína, esportes, desempenho físico e
ciclismo
Temperatura
central em idosos durante o exercício físico no calor: uma metanálise
Carlos
Henrique Paiva1, Ana Júlia de Oliveira Schittine1,
William M Januário1, Natália F Lessa1, Helton Oliveira
Campos2, Thales Nicolau Prímola-Gomes1
1Universidade Federal de Viçosa,
2Universidade do
Estado de Minas Gerais
Introdução: O atual cenário com o aumento da
incidência das ondas de calor impõe desafios para a prática de exercícios
físicos em ambientes quentes cada vez mais quentes, sendo as populações idosas
mais suscetíveis às diversas enfermidades pelo calor. Assim, estudar a
regulação da temperatura corporal nesta população durante o exercício físico no
calor é fundamental. Objetivos: Realizar uma metanálise
acerca da temperatura central em idosos durante o exercício físico no calor, em
comparação a adultos jovens. Métodos: A partir de uma revisão
sistemática realizada nas plataformas Pubmed, Web of Science e EMBASE foram selecionados 27 artigos entre os
anos 1990 e 2021. Os descritores utilizados foram: global warming, climate change, heatwave, heat
diseases, extreme heat, hot temperature, high temperature, thermoregulation,
exercise, physical activity, middle-aged, aging, aged, elderly, frail elderly,
aged 80 and over. A metanálise utilizou o protocol
PRISMA, ocorrendo a exclusão dos artigos que não apresentavam os dados
necessários, resultando em quatro trabalhos sobre a temperatura central. Esses
trabalhos comparavam o exercício físico no calor entre jovens e idosos. As
médias e desvio-padrão das temperaturas centrais foram analisadas com o teste
X², além de média ponderada das variáveis. O intervalo de confiança de 95% foi
utilizado em todas as análises do trabalho. O trabalho foi registrado no
sistema Próspero, com o número de registro CRD42022297885. Resultados: O
tamanho médio do efeito foi de -1.282 (95%CI -3.043, 0.479), indicando
temperaturas centrais entre idosos e jovens estatisticamente iguais (p > 0,05).
Os dados foram considerados homogêneos (I² = 65,1%; Q = 5,74; df = 2; p = 0,057). Conclusão: De acordo com os
resultados, pode-se concluir que a temperatura central entre jovens e idosos é
estatisticamente igual durante o exercício físico no calor.
Palavras-chave: aquecimento global; ondas de calor;
atividade física e saúde
Temperatura
da pele em idosos durante o exercício físico no calor: uma metanálise
Ana
Júlia O Schittine1, Carlos Henrique Paiva1, William M
Januário1, Natália F Lessa1, Helton O Campos2,
Thales N Prímola-Gomes1
1Universidade Federal de Viçosa,
2Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução: O atual cenário de aquecimento global
vem impondo desafios para viver e realizar exercícios em ambientes quentes,
principalmente nas populações idosas, mais suscetíveis às enfermidades pelo
calor. Assim, entender a termorregulação nesta população durante o exercício
físico no calor é essencial. Objetivo: Realizar uma metanálise
acerca da temperatura da pele em idosos durante o exercício físico no calor, em
comparação a adultos jovens. Métodos: A partir de uma revisão sistemática
conduzida nas plataformas Pubmed, Web of Science e EMBASE, foram identificados 27 artigos publicados
no período de 1990 a 2021. Foram utilizados os seguintes
descritores: global warming, climate change,
heatwave, heat diseases, extreme heat, hot temperature, high temperature,
thermoregulation, exercise, physical activity, middle-aged, aging, aged,
elderly, frail elderly, aged 80 and over. A
análise dos artigos selecionados foi conduzida de acordo com o protocolo
PRISMA, com a exclusão daqueles que não forneceram os dados essenciais. Três
estudos foram selecionados contendo os dados da temperatura da pele em relação
ao exercício físico em condições de calor, comparando jovens e idosos. As
médias e desvios-padrão das temperaturas centrais foram submetidos a análise
por meio do teste Qui-Quadrado, juntamente com a
média ponderada das variáveis relevantes. O intervalo de confiança utilizado
foi 95%. O trabalho foi registrado no sistema Próspero, sob o número
CRD42022297885. Resultados: A temperatura da pele dos idosos apresentou
dados estatisticamente menores que a dos jovens, com um tamanho de efeito médio
de -1.388; 95% intervalo de confiança (CI) -2.846,- 0.291. Conclusão: De
acordo com o estudo, a temperatura da pele de idosos é diferente da de jovens
durante o exercício físico no calor.
Palavras-chave: aquecimento global; ondas de calor;
atividade física e saúde
Validade
do exergen-tat5000 na estimativa da temperatura central durante o exercício
físico em ambiente quente
Cristovão Augusto Valadares, William Martins
Januário, Emille Rocha Bernardino de Almeida Prata,
João Carlos Bouzas Marins, Thales Nicolau Prímola-Gomes
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: As recentes ondas de calor têm
aumentado a importância do monitoramento preciso e contínuo da temperatura
corporal. O aumento da temperatura corporal, característico da atividade física
somado ao estresse térmico, eleva o risco de enfermidades relacionadas ao
calor. A utilização de dispositivos válidos e confiáveis atua como uma
ferramenta importante para garantir a prática esportiva segura e possibilitar
um melhor desempenho. Objetivo: Assim, o objetivo deste estudo foi validar o
escâner temporal EXERGEN-TAT5000 na estimativa da temperatura central durante o
exercício físico de ciclismo em ambiente quente. Métodos: 8 homens e 8 mulheres
praticantes regulares de ciclismo (32±8 anos; 52,2 ± 7,7 mL.kg-1.min-1)
realizaram 3 visitas ao laboratório: 1ª visita - caracterização e
familiarização da amostra; 2ª/3ª visitas – Após 10min de repouso iniciais, foi
aplicado um protocolo de exercício (60min) em ambiente quente (Tambiente: 32,40 ± 0,14ºC; UR: 60,0 ± 4,2%), sendo, em
sequência, 10 min a 20% da potência aeróbica máxima, 25 min a 55% e 25 min a
75%, acrescidos de 25 min de recuperação pós-exercício. A temperatura central
foi registrada simultaneamente, a cada minuto, por meio de uma cápsula
gastrointestinal (Tgastrointestinal) e pelo escâner
temporal EXERGEN-TAT5000 (Texergen). A Texergen foi medida atrás da orelha direita até a metade do
processo mastoide. Por meio da análise de Bland–Altman
foram calculados o bias, os limites superior (LCS) e
inferior (LCI) de concordância, e o intervalo de confiança de 95% (IC95%). A
diferença máxima aceitável entre os dois aparelhos foi de 0,3ºC. Utilizou-se um
modelo linear misto para modelar as diferenças pareadas entre os dois sistemas
de medição, no qual considerou-se o efeito dos sujeitos e da reprodutibilidade
como efeitos aleatórios e as atividades como efeito fixo. Ética:
63310522.6.0000.5153. Resultados: Foi encontrado um valor de bias
significativo -0,616, um LCS de 0,828, um LCI de -2,061 e um IC95% de 1,445. Conclusão:
Comparado à Tgastrointestinal, o escâner temporal
EXERGEN-TAT5000 não foi considerado válido na estimativa da temperatura central
durante o exercício físico de ciclismo realizado em ambiente quente.
Palavras-chave: ciclismo; hipertermia; onda de calor;
termorregulação.
O
treinamento resistido aumenta o conteúdo mineral ósseo de pessoas com lesão
medular?
Claudia
Eliza do Patrocínio de Oliveira, Lucas Vieira Santos, Karla Raphaela
da Silva Ramos Freitas, Eveline Torres Pereira, Osvaldo Costa Moreira
Universidade Federal de Viçosa
Após uma
lesão medular espinhal (LME), as mudanças hormonais e metabólicas podem
aumentar o risco de obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Há
também alterações no conteúdo mineral ósseo e na massa muscular além de um
aumento no peso de gordura que ocorrem de maneira acentuada no primeiro ano
após a LME, podendo levar a quadros de osteoporose e osteopenia e à obesidade sarcopênica. Os músculos podem sofrer atrofia devido à
falta de estímulos pela perda do drive neural, afetando a força e mobilidade.
Recentemente, o treinamento resistido (TR) tem sido entendido como uma
ferramenta segura para o aumento do conteúdo mineral ósseo (CMO) e a atenuação
da sarcopenia, e assim, evitar quadros de osteoporose. Com base nesse
entendimento, este estudo teve como objetivo investigar se três diferentes
métodos de TR: TR tradicional (TRT), o TR Reforçado Excentricamente (TRRE) e o
TR de alta velocidade na fase concêntrica, conhecido como treinamento de
potência (POT) podem auxiliar no aumento do CMO. Três grupos compostos por
quinze participantes cada realizaram um programa de treinamento de oito
semanas, focado nos músculos dos membros superiores com função preservada,
realizando progressão de volume e mantendo a intensidade de alta a moderada
(conforme a escala OMNI-RES) durante cada sessão de treinamento. O CMO foi
avaliado através de DEXA e os resultados apresentados em quilogramas (kg). Os
dados foram analisados descritivamente e avaliada a normalidade com o teste de
Shapiro-Wilk. Variáveis não normais foram transformadas logaritmicamente
(base 10). A homogeneidade das características das variáveis foi confirmada por
meio do teste Box M. As análises iniciais entre os grupos foram conduzidas
utilizando a Análise de Variância de um fator (ANOVA), seguida por testes post
hoc de Bonferroni. Para comparações dentro de cada
grupo e entre grupos, empregamos a ANOVA de medidas repetidas de duas vias,
considerando os fatores de tempo e grupo. Foi estabelecido um nível de
significância de p < 0,05. Após as 8 semanas de TR em nenhum dos três grupos
foi possível observar alterações significativas do CMO seja em função do tempo
e no comparativo entre os grupos TRT (pré 1,85 ± 0,51
– pós 2,13 ± 0,28), TRRE (pré 1,90 ± 0,26 – pós
1,90±0,27) e POT (pré 2,24 ± 0,57 – pós 2,28 ± 0,57).
Portanto, é importante observar que, se por um lado nenhum dos métodos de TR
empregados foram capazes de aumentar o CMO em 8 semanas, por outro lado, este
estudo pode apontar para uma tendência da manutenção do CMO durante o período
de treinamento. Porém, se fazem necessários outros estudos para a confirmação
dessa hipótese. Diante dos dados disponíveis, pode-se concluir que TRT, TRRE e POT
não promoveram aumentos significativos do CMO em pessoas com LME.
Palavras-chave: paraplegia; força muscular; qualidade
de vida; reabilitação, capacidade funcional
Alterações
na composição corporal de pessoas com lesão medular após três configurações
distintas de treinamento resistido
Osvaldo
Costa Moreira, Lucas Vieira Santos, Karla Raphaela da
Silva Ramos Freitas, Eveline Torres Pereira, Claudia Eliza do Patrocínio de
Oliveira
Universidade Federal de Viçosa
Introdução: Após uma lesão medular espinhal (LME),
as mudanças hormonais e metabólicas podem aumentar o risco de obesidade,
doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A piora na composição corporal e o
aumento na atividade inflamatória em pessoas com SCI podem resultar na
ocorrência de alterações cardíacas e síndrome metabólica e o cuidado com o peso
corporal permanece a melhor forma de lidar com tais complicações. Há também uma
redução na massa óssea e na massa muscular além de um aumento no peso de
gordura que ocorrem de maneira acentuada no primeiro ano após a LME,
caracterizando a obesidade sarcopênica, também
observada nessa população. Os músculos podem sofrer atrofia devido à falta de
estímulos pela perda do drive neural, afetando a força e mobilidade. Por isso,
treinamento resistido (TR) beneficia pacientes com LME em suas atividades
diárias, melhorando a massa muscular, força e qualidade de vida, além de
prevenir quedas e promover independência. Objetivo: Sabendo disso, o
objetivo deste estudo foi analisar os efeitos de 3 diferentes métodos de TR em
pessoas com LME sendo eles o TR tradicional (TRT), o TR Reforçado
Excentricamente (TRRE) e o TR de alta velocidade na fase concêntrica, popularmente
conhecido como treinamento de potência (POT). Métodos: 3 grupos de 5
indivíduos realizaram 8 semanas de treinamento com exercícios de membros
superiores para todos os grupos musculares de função preservada, com volume
progressivo e intensidade de alta a moderada (OMNI-RES) e tiveram sua
composição corporal (CC) avalia por DEXA. As variáveis avaliadas foram o peso
corporal (PC), massa magra (MM), massa de gordura (MG). Os dados foram
analisados descritivamente e avaliada a normalidade com o teste de
Shapiro-Wilk. Variáveis não normais foram transformadas logaritmicamente
(base 10). A homogeneidade das variáveis foi verificada com o teste Box M. As
comparações iniciais entre grupos foram feitas com a Análise da Variância de
uma via e post hoc de Bonferroni. Para comparações intra e intergrupo, foi usada a ANOVA para medidas
repetidas de duas vias, considerando os fatores tempo e grupo. O nível de
significância adotado foi p<0,05. Resultados: Observou-se uma melhora
significativa da MM após o período de treinamento para os grupos POT
(35,89±7,07) e TRRE (39,64±3,76), porém quando comparados os grupos o TRT
apresentava MM (37,53±9,67) superior aos dois primeiros mesmo sem alterações
significativas após as 8 semanas de treinamento. Importante ainda ressaltar o
aumento de MG no grupo TRRE (21,49±0,62). Para as demais variáveis, não se
observou diferenças significativas. Conclusão: Conclui-se que POT e TRRE
foram eficientes para aumentar a MM e TRT foi eficiente para a manutenção da MM
de pessoas com LME.
Palavras-chave: paraplegia; força muscular; qualidade
de vida; reabilitação; composição corporal
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) - APQ-02263-21; CAPES.