Rev Bras Fisiol Exerc.
2024;23(3Sup): e235610
VI Congresso Internacional de Educação Física e Desportos
III Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício do Rio de Janeiro
I Seminário de Escola, Esporte e Cultura
Instituto de
Educação Física e Desportos (IEFD), Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
27 a 29 de
novembro de 2024
Coordenação
Geral do CIEFD
Profa. Dra.
Nádia Souza Lima da Silva (UERJ)
Coordenação
do III Simpósio de Fisiologia do Exercício
Prof. Dr. Paulo
Sérgio Chagas Gomes (UERJ)
André Luiz
Conveniente Soares (UERJ)
Ana Clara
Oliveira da Costa (UERJ)
Coordenação
do I Seminário de Escola, Esporte e Cultura
Prof. Dr. Silvio
de Cassio Costa Telles (UERJ/UFRJ)
Comitê
científico
Prof. Dr.
Guilherme de Freitas Fonseca (UERJ)
Profa. Dra.
Gabriela Rezende de Oliveira Venturini (UERJ)
Prof. Dr. Walace
David Monteiro (UERJ)
Comitê
temático
Profa. Dra.
Juliana Pereira Borges (UERJ)
Prof. Dr. Paulo
Sérgio Chagas Gomes (UERJ)
Prof. Dr. Silvio
de Cassio Costa Telles (UERJ)
Comitê
Cultural
Prof. Dr. Dirceu
Ribeiro Nogueira da Gama
Dra. Maria Lúcia Alves Oliveira
Resumos
1 - Construção e
validação do questionário de barreiras percebidas à prática regular de
exercícios físicos para militares da força aérea brasileira
Shayne S. Mattos1, Vinicius O.
Damasceno2, Alexander B. C. Bomfim1, Nádia S. L. Silva2,
Helder G. Resende1
1Programa de Pós-Graduação em Desempenho
Humano Operacional, Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2Programa de Pós-Graduação de Ciências do
Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Helder G. Resende, heldergresende@gmail.com
Introdução: O sucesso nas missões das Forças
Armadas está associado ao condicionamento físico adequado dos militares. Apesar
de obrigatório, muitos militares da Força Aérea Brasileira não realizam
treinamentos regularmente. Observou-se falta de estudos sobre barreiras
percebidas por esses militares em relação à prática de exercícios, além da
inadequação dos questionários existentes. O objetivo deste estudo foi construir
e validar um questionário para identificar barreiras percebidas na prática de
exercícios pelos militares da FAB. Métodos: A construção do Questionário
de Barreiras Percebidas à Prática Regular de Exercícios Físicos (QBPPREF)
seguiu etapas indicadas na literatura: definição do constructo teórico; seleção
de domínios e itens; estruturação do questionário; avaliação de validade de
conteúdo; pré-teste; avaliação da confiabilidade. Aplicou-se estatísticas
descritivas e o α de Cronbach
e o ω de McDonald para verificar a
consistência interna e estabilidade do questionário, além de correlações e
testes de efeito. Resultados: A validade de conteúdo foi realizada por
10 especialistas. Os itens com I-IVC < 0,78 foram eliminados, enquanto os
demais foram mantidos ou ajustados conforme recomendações. A abrangência dos
itens pelos respectivos domínios apresentou alta concordância (≥ 0,8).
O S-IVC/UA foi de 0,82. A segunda versão do QBPPREF (35 itens) passou por
pré-teste com 30 militares, apresentando concordância entre 0,8 e 1,0. A
confiabilidade foi verificada pela consistência interna e estabilidade da
medida (α
de Cronbach = 0,84; ω de McDonald = 0,88). Os demais testes
apresentaram valores médios de 0,62 (0,48 - 0,86) para a correlação de Spearman, 0,82 (0,62 - 0,94) para o ICC e 0,076 (-0,13 -
0,35) para o tamanho do efeito de Cohen. 71,4% dos itens apresentaram valores
"fortes" ou "excelentes", enquanto 28,6% foram considerados
"moderados" ou "bons". Conclusão: O QBPPREF
revelou-se confiável e válido para avaliar as barreiras percebidas à prática de
exercícios pelos militares, por ter demonstrado concordância absoluta,
consistência interna e estabilidade adequadas.
Palavras-chave: treinamento físico-profissional
militar, barreiras percebidas, pessoal militar, questionário, construção e
validação.
2 - Análise da ingestão
hídrica pré, durante e pós treinamento físico
realizados por uma turma de estágio de adaptação técnica da força aérea
brasileira
Deyse R. Freitas1,2, Irlei dos Santos2, Helder G. Resende2,
Vinicius O. Damasceno2, Gustavo B. Fanaro2
1Hospital de Força Aérea do Galeão. Rio
de Janeiro, RJ, Brasil
2Universidade da Força Aérea. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Gustavo B. Fanaro, gustavogbf1@fab.mil.br
Introdução: A Força Aérea Brasileira realiza o
teste de avaliação de condicionamento físico (TACF), um dos requisitos para que
voluntários possam realizar o serviço militar temporário. Por isso, muitos
candidatos fazem treinamentos físicos de forma independente, visando passar
neste teste. A hidratação é um fator chave para o bom desempenho durante o
treinamento e a prática de exercícios físicos. Portanto, o objetivo deste
trabalho foi verificar o consumo hídrico pré, durante
e após o treinamento físico realizados pela turma de oficiais temporários em
estágio de adaptação técnica. Métodos: Os dados foram coletados a partir
de um formulário de autopreenchimento preenchidos pela turma de oficiais
temporários que estava em estágio de adaptação técnica na Guarnição dos Afonsos
(RJ) no primeiro semestre de 2024. Resultados: Participaram da pesquisa
72 indivíduos (homens e mulheres) e os resultados mostraram que a maioria
(86,1%) relatou consumir líquidos antes da prática de exercícios e, destes, a
maioria (66,1%) relatou consumir entre 200 a 400 mL.
Já durante a prática de exercícios, cerca de 25% dos participantes relataram
não ingerir líquidos e, dos que ingerem, a maioria (36,4%) relatou ingerir
entre 200 a 400 mL. Após a prática de exercícios, a
grande maioria (97,2%) relatou ingerir líquidos, e a maioria destes (47,1%)
relatou ingerir de 200 a 400 mL. Em relação a cor da
urina, os próprios participantes afirmaram que a cor da urina costuma ter algum
tom de amarelo antes de iniciar o exercício, mostrando que a maioria dos
participantes já inicia o exercício com algum grau de desidratação. Isso pode
ser um dos fatores que explicam o fato de a maioria dos participantes (58,3%)
relatarem sentir tontura frequentemente durante e/ou logo após a prática do
treinamento, além daqueles que relataram sentir câimbras muito frequentemente
(54,2%) durante e/ou logo após a prática dos exercícios. Conclusão: A
maioria dos participantes não consome líquidos pré,
durante e pós a prática de exercícios de forma satisfatória, o que pode estar
contribuindo com o desempenho e sintomas adversos durante o treinamento.
Palavras-chave: exercício físico, ingestão de
líquidos, pessoal da força aérea
3 - Uma análise das
publicações científicas e dos regulamentos normativos de militares: o
desenvolvimento de bateria de testes
Marcos A. Souza Filho,
Alexander B. C. Bomfim
Programa de Pós-Graduação
em Desempenho Humano Operacional, Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Alexander B. C. Bomfim, alexanderabcb@gmail.com
Introdução: Diferentes testes físicos são
realizados por militares, entretanto, por vezes, esses testes se limitam apenas
a avaliações genéricas, não pautadas em correlação com as Tarefas de Combate
Fisicamente Exigentes (TCFE) daquela Força, e embora algumas variáveis de
aptidão genéricas possam estar associadas ao desempenho em TCFE, ainda não há
consenso sobre a adequação dos testes utilizados para medir esses atributos. O
presente estudo tem por objetivo investigar o processo de desenvolvimento de
testes físicos que possam predizer o desempenho operacional de militares e
verificar se estão alinhados com os Testes de Avaliação Física (TAF) realizados
no Corpo de fuzileiros Navais (CFN). Métodos: Foi realizada uma busca em
4 bases de dados: Web of Science, PubMed,
LILACS e Cochrane, com o uso dos seguintes descritores da base MeSH: “Physical Fitness Test”,
“Military Personnel” e “Task Performance”. Foram
consultadas páginas oficiais de Forças e os principais manuais sobre o assunto
do CFN. Resultados: De 52 instituições encontradas, 30 realizam testes
desenvolvidos a partir das TCFE. Estudos que orientam o estabelecimento de
critérios para a avaliação de tarefas ocupacionais aliados às revisões
sistemáticas com meta-análise sobre tarefas comuns militares e sugestões de
testes para sua avaliação, vêm auxiliando o desenvolvimento desses novos
modelos de testes, implementados a partir do ano 2000. Não foram localizadas
seções ou trechos específicos sobre as TCFE do CFN, ou sua avaliação através do
TAF. Conclusão: Embora ainda existam instituições que utilizam apenas
testes genéricos, parece haver uma tendência no estabelecimento de critérios
funcionais ou em estudar novas possibilidades de avaliação física, voltadas
para as TCFE. E faz-se notória a relevância de uma atualização do modelo atual
de TAF do CFN, sendo necessário, como uma das primeiras fases dessa
atualização, a verificação das TCFE para o desenvolvimento de um teste que
possa predizer seu desempenho operacional.
Palavras-chave: militares, teste de esforço,
desempenho profissional
4 - Efeitos da
suplementação de suco de beterraba no desempenho de atletas femininas de
pentatlo militar
Priscila N. de Figueiredo1,
Natália C. Martins1, Jefferson F. Evangelista1, Claudia
M. Meirelles2, Cristiane Matsuura1
1Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Departamento de Farmacologia e Psicobiologia, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
2Escola de Educação Física do Exército,
Divisão de Pesquisa e Extensão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Cristiane Matsuura, cristiane.matsuura@uerj.br
Introdução: O consumo de nitrato vem ganhando
popularidade em função dos seus efeitos ergogênicos
demonstrados em algumas modalidades esportivas. Neste estudo verificamos o
efeito agudo da ingestão de suco de beterraba concentrado (fonte de nitrato
inorgânico) sobre o desempenho na corrida cross-country e força máxima em
pentatletas militares do sexo feminino. Métodos: A amostra constituiu de
nove atletas da equipe de pentatlo militar feminina do Exército Brasileiro (27 ±
4 anos; 1,65 ± 0,05 m; 56 ± 4 kg). Em um estudo duplo-cego, cruzado e
controlado por placebo, as participantes ingeriram suco de beterraba (6,4 mmol
de nitrato) ou placebo (suco de beterraba depletado em nitrato) 2 h antes dos
testes, separados por uma semana. O desempenho foi medido pelo tempo para
completar a corrida cross-country de 4 km, com registro da percepção subjetiva
de esforço (PSE; Escala de Borg de 0 a 10) e dor (Escala Analógica Visual de
Dor) após a corrida. A contração voluntária máxima (CVM) em preensão manual foi
medida com um dinamômetro antes e 3 min após a corrida. As comparações foram
realizadas por teste t pareado (tempo de corrida) ou teste de Wilcoxon (demais variáveis). Os resultados estão expressos
como média ± DP ou mediana (intervalo interquartil). Resultados: Não
houve diferenças significativas no tempo da corrida cross-country (placebo;
1009,0 ± 50,0; suplementado; 1024,0 ± 45,7 s; P = 0,13), PSE [placebo, 8 (3);
suplementado, 9 (3); P = 0,5] e percepção de dor [placebo, 7 (5); suplementado,
7 (5,5); P > 0,99] entre as condições experimentais. Houve um declínio na
CVM após a corrida, mas que não diferiu entre as condições (placebo; -1,5
(3,5); suplementado; -0,25 (2) kgf; P = 0,70). Conclusão: A
suplementação de nitrato não resultou em efeitos ergogênicos
na prova de corrida cross-country do pentatlo militar, uma vez que não melhorou
o desempenho e não atenuou a PSE, a percepção da dor e nem o declínio na força
máxima.
Palavras-chave: exercício, óxido nítrico, suplementos
nutricionais
5 - Testes de flexão no
solo e na barra fixa e sua associação com as tarefas simuladas de combate para
militares
Nathalia C. Silva1,
Priscila S. Bunn1,2, Alexander B. C. Bomfim1
1Programa de Pós-Graduação em Desempenho
Humano Operacional, Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2Centro de Educação Física Almirante
Adalberto Nunes, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Nathalia Couto da Silva, nathcouto@yahoo.com.br
Introdução: O militar operacional é um soldado
pertencente a uma tropa de pronto-emprego, que precisam ser capazes de realizar
tarefas fisicamente exigentes na realidade de um combate sempre que for
necessário. Tarefas Simuladas de Combate (TSC) são versões simplificadas das
ações a serem desempenhadas no combate e servem de parâmetro para a avaliação
do seu status operacional. São instrumentos que passam por processos de
validade e confiabilidade, mas que aumentam os riscos de lesão e apresentam
aplicação restrita, especialmente em países com poucos recursos. Testes físicos
já consolidados na literatura perecem ser uma ferramenta de fácil aplicação,
mensuração e logística simplificada, em contraste com as TSC. O presente estudo
tem por objetivo verificar a associação dos testes de flexão no solo e na barra
fixa com as TSC. Métodos: Foi realizada uma busca na literatura em 10
bases de dados: MEDLINE, PEDro, LILACS, SciELO,
Science Direct, SCOPUS, Web of Science, Cochrane,
CINAHL e Sport Discus com o uso dos seguintes
descritores padronizados, disponíveis nas bases DeCS
e MeSH, utilizando os operadores OR e AND. Foram
selecionados estudos que demonstrassem associação entre os testes de flexão no
solo e na barra e a TSC de militares. Resultados: Testes físicos como a
flexão de braço no solo e na barra fixa, medem a força e a resistência dos
membros superiores, encontrando correlações de moderada a forte em diferentes
TSC. Os melhores resultados foram aqueles que tinham como tarefa levantar, em
uma única repetição, determinada carga a partir do solo (r = 0,64); transporte
e construção de uma ponte, elevando a carga sobre os ombros e acima da cabeça
(r = 0,79); e tempo decorrido para a subida na corda a uma altura de 5m (r = -0,87).
Conclusão: Os testes de flexão no solo e na barra fixa apresentam
associações com as TSC de moderada a forte.
Palavras-chave: testes físicos; militar; desempenho
funcional.
6 - Programa de
treinamento físico específico para mulheres militares: uma revisão sistemática
Gabriel P. N. Â. Da Rocha1,2,
Bruno F. Viana1,2, Priscila dos S. Bunn1,2
1Laboratório de Pesquisa em Ciências do
Exercício e Performance, Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes,
Rio de Janeiro, Brasil
2Programa de Pós-Graduação em Desempenho
Humano Operacional, Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro, Brasil
Gabriel P. N. Â. Da Rocha, gabriel.neves@marinha.mil.br
Introdução: A admissão das mulheres nas Forças
Armadas tem sido um tema de discussão por muitos anos, principalmente em
funções de combate. Estas são tipicamente exigentes, e precisam, muitas vezes,
envolver o carregamento de cargas pesadas por longos períodos. As diferenças
fisiológicas entre homens e mulheres podem apresentar desafios para mulheres
militares, necessitando de estratégias específicas de treinamento físico. Este
trabalho buscou realizar uma revisão sistemática para analisar os efeitos de
programas de treinamento físico em mulheres militares, visando desenvolver
diretrizes para protocolos de treinamento físico específicos para mulheres
combatentes. Métodos: A revisão foi conduzida conforme as diretrizes
PRISMA e registrada no Open Science Framework conforme link
https://osf.io/43qgm/. Foram incluídos estudos que atenderam aos seguintes
critérios de eligibilidade: população (mulheres), intervenção (novo programa de
treinamento), comparação (treinamento tradicional), desfecho (desempenho em
testes físicos militares) e desenho dos estudos (ensaios randomizados). A busca
foi realizada em abril de 2024 nas bases MEDLINE, SCOPUS, SPORTDiscus,
CINAHL e Embase, sem filtros de idioma ou tempo. Dois pesquisadores realizaram
a seleção e coleta de dados de forma independente. Resultados: Sete
estudos atenderam aos critérios e foram incluídos na revisão. Os resultados
indicam que programas de treinamento resistido e intervalado de alta
intensidade são eficazes para melhorar o desempenho físico de mulheres em
testes ocupacionais no contexto militar. O treinamento resistido de maior
intensidade parece ser mais adequado para o desenvolvimento de força. Além
disso, o treinamento focado nos membros superiores (MMSS) apresenta resultados
semelhantes em testes militares quando comparado ao treinamento resistido que
abrange todos os grupos musculares. Conclusão: A literatura sugere que
programas de treinamento específicos para mulheres militares devem focar na
melhoria da resistência e no desenvolvimento de força, especialmente para MMSS,
sendo esses elementos essenciais para a integração eficaz das mulheres em
funções de combate.
Palavras-chave: recrutas, desempenho humano
operacional, sexo, desempenho físico
7 - Confiabilidade do
ultrassom portátil de modo-A para avaliação da
composição corporal de militares com suspeita de obesidade
Daniela N. M. de Medeiros1,2,
André J. Carvalho1,3, Alexander B. C. Bomfim1
1Programa de Pós-Graduação em Desempenho
Humano Operacional, Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2Hospital de Força Aérea de Brasília,
Brasília, DF, Brasil
3Escola de Educação Física do Exército,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Daniela N. Martins de
Medeiros, danicanmartins@gmail.com
Introdução: Militares da Força Aérea Brasileira
(FAB) são submetidos periodicamente à verificações de
seu estado de saúde, fundamental para o cumprimento de sua missão
constitucional. Dentre os testes biopsicossociais avaliados, o Índice de Massa
Corporal (IMC) é utilizado como indicador do estado nutricional. Recomendado
para estudos epidemiológicos, o IMC não é o melhor indicador para diagnosticar
se um indivíduo é portador de obesidade, por não ser capaz de mensurar a
composição corporal do indivíduo. Dentre os instrumentos portáteis, o ultrassom
portátil de modo-A (US-P) tem apresentado resultados
promissores para a avaliação da composição corporal. O presente estudo tem por
objetivo verificar a confiabilidade do US-P para a avaliação da composição
corporal de militares da FAB. Métodos: Estudo de natureza transversal,
composto por 25 (vinte e cinco) militares, sendo 4 (quatro) mulheres, todos
voluntários lotados na Escola de Educação Física do Exército. Foram coletadas
as espessuras da gordura subcutânea dos sítios antropométricos do peitoral,
tríceps, subescapular, suprailíaca, axilar média,
abdome e coxa, por 2 (dois) avaliadores, ambos experientes em antropometria,
porém apenas um experiente na utilização do US-P. As medidas foram coletadas em
dois momentos pelos avaliadores, com intervalo inferior a 24 horas entre as
medições. Para a análise, foram coletados os resultados do teste e do reteste
de cada sítio antropométrico. Para analisar a confiabilidade de repetibilidade
(intra-avaliador) e de reprodutibilidade (entre-avaliadores) foi utilizado o Coeficiente de
Correlação Intraclasse (CCI), no modelo misto de duas vias em concordância
absoluta, através do software SPSS versão 20, admitindo-se P ≤ 0,05 para significância
estatística. Resultados: A partir dos pontos de corte estabelecidos pela
literatura, a repetibilidade e a reprodutibilidade foram confirmadas com
escores para o CCI superior a 0,85 e superior a 0,8 respectivamente, para todos
os sítios antropométricos. Conclusão: O US-P apresenta confiabilidade
aceitável para avaliar a composição corporal de militares.
Palavras-chave: ultrassom, obesidade, repetibilidade,
reprodutibilidade, militar.
8 - Características
metodológicas e respostas agudas de circuitos de alta intensidade aplicados em
adultos saudáveis: uma revisão sistemática
Michel Silva1,
Rui Pilon1,2, Adriano Oliveira1, Lenifran
Santos1, Guilherme Rodrigues1, Eduardo Lattari2,
Paulo Farinatti1, Walace Monteiro1,2
1Laboratório
de Atividade Física e
Promoção da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Ciências do
Exercício e do
Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
2Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Atividade Física, Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, RJ, Brasil
Michel Silva, oliveira.michel661@gmail.com
Introdução: Circuitos resistidos de alta
intensidade (HIIRT) vêm sendo muito aplicados devido aos seus benefícios na
saúde e aptidão física. Entretanto, a literatura é escassa quanto aos critérios
usados para manipulação das variáveis de prescrição do HIIRT. Portanto, esta revisão sintetizou as características metodológicas de
prescrição do HIIRT, analisando a atuação da corrida nos circuitos mistos. Métodos:
A busca foi realizada nas bases de dados PubMed,
Embase, Web of Science e Scielo,
conforme diretrizes do PRISMA, até 1º de junho de 2024. A qualidade
metodológica dos estudos selecionados foi mensurada pela Escala TESTEX. Foram
incluídos ensaios clínicos, com adultos saudáveis de 18 a 40 anos, que
compararam as respostas agudas em protocolos de HIIRT. Resultados: Os 27
estudos selecionados incluíram 371 indivíduos. Na maioria dos estudos, as
amostras envolveram indivíduos bem condicionados (VO2máx 41,0 a 67.3
mL.kg-1.min-1). Observou-se grande variabilidade entre os
protocolos: as sessões variaram entre 4 e 35 minutos, o número de séries de 1 a
4 minutos e o número de repetições de 1 a 15. O número de exercícios variou de
1 a 14. Quanto à aplicação da intensidade do exercício, foram usados
percentuais de repetições máximas, protocolos all-out,
e estratégias como As Many
Repetitions as Possible e
for time. Os estudos que incluíram estações de corrida, tinham como
propósito ressíntese de ATP ou elevação da intensidade do esforço nas sessões. Conclusão:
Verificou-se grande variabilidade nas características
metodológicas do HIIRT,
traduzida pela duração das sessões, número
de séries, número de repetições,
quantidade de exercícios e metodologias para prescrever a
intensidade, o que
reflete a aplicabilidade dos protocolos em diferentes contextos de
treinamento.
Por fim, a inclusão de estações de corrida se
mostrou uma estratégia válida
tanto na recuperação como na elevação da
intensidade do exercício.
Palavras-chave: Treinamento em circuito, treinamento
resistido, alta intensidade, respostas agudas.
9 - Comportamento das
variáveis de carga interna de treinamento e sua relação com o desempenho no
treinamento funcional de alta intensidade em atletas de elite
Carla C. A. Caldas1,2,
Daniel P. Leão1, Raquel C. Castiglione2, Silvio R. M.
Neto1,2,3
1Universidade Salgado de Oliveira,
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
2Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
3Universidade Estácio de Sá, Rio de
Janeiro, Brasil
Carla C. A. Caldas, carlaade41@gmail.com
Introdução: CrossTraining
caracterizado por estímulos mistos, variados e com múltiplas valências, ainda
não apresenta um parâmetro de controle associado ao desempenho físico. O PSE
tem sido citado como um parâmetro importante para o controle de carga, no
entanto, pouco se sabe sobre a contribuição dos parâmetros fisiológicos na
modalidade. O objetivo do estudo foi investigar o comportamento das variáveis
de carga interna de treinamento e sua relação com o desempenho no CrossTraining em atletas de elite. Métodos: 15
atletas, sendo 9 homens e 6 mulheres da categoria elite (Feminino: idade 27,0 ±
1,4, 67,8 ± 4,5 kg, Altura 1,6 ± 0,4 m e Masculino: idade 29,2 ± 4, 9, 88,7 ±
6,7 kg, Altura 1,8 ± 0,5 m), participaram do estudo. Resultados: Foram
observadas associações significativas entre desempenho e PSE (R² = 0,68), FCM
(R² = 0,83) TRIMP, (R² = 0,93) e VO2 (R² = 0,89). FCmáx
(R² = 0,71) e EVA (R² = 0,48). Para as atletas de elite masculino, foram
observadas associações significativas entre desempenho e FCM (R² = 0,94),
desempenho e FCmáx (R² = 0,89), desempenho
e TRIMP (R² = 0,85). Para as variáveis PSE (R² = 0,49) e EVA (R² = 0,35), não
foram encontradas associações estatisticamente significativas. Comparando as
variáveis entre grupos o teste-t para amostras
independentes, e foram encontradas diferenças estatisticamente significativas
para EVA (p < 0,001), FCM (p < 0,01), FCmáx (p
< 0,05), VO2 (p < 0,01), repetições (p < 0,01) e IF (p < 0,005).
Foram observadas também associações positivas entre desempenho e IF
considerando toda a amostra (R² = 0,67), assim como somente para os atletas do
sexo masculino (R² = 0,89). Conclusão: Em conclusão, os parâmetros
fisiológicos mostraram correlações significativas em comparação com o RPE,
demonstrando que parâmetros fisiológicos são mais adequados para monitorar
atletas de CrossTraining em relação ao desempenho.
Palavras-chave: crosstraining,
percepção subjetiva de esforço, frequência cardíaca, atletas, controle de carga
de treinamento
10 - Respostas
cardiorrespiratórias em protocolos hiirt com e sem
estações de corrida
Rui Pilon1,2,
Adriano Oliveira1, Michel Silva1, Guilherme Rodrigues1,
Lenifran Santos1, Eduardo Lattari2,
Paulo Farinatti1, Walace Monteiro1,2
1Laboratório
de Atividade Física e
Promoção da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Ciências do
Exercício e do
Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
2Laboratório e Fisiologia do Exercício,
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física, Universidade Salgado
de Oliveira, Niterói, RJ, Brasil
Rui Pilon,
ruipilon@gmail.com
Introdução: O High-Intensity
Interval Resistance
Training (HIIRT) tem se destacado como uma estratégia eficaz para aprimorar a
capacidade aeróbia e a força muscular em sessões curtas de exercício. Contudo,
há uma carência de estudos que investiguem os efeitos da inclusão de estações
de corrida em circuitos HIIRT, sobretudo quando os protocolos são executados de
forma all-out. Desta forma, este estudo teve como
objetivo comparar as respostas da frequência cardíaca máxima (FCmáx) e consumo máximo de oxigênio (VO2máx),
durante sessões de HIIRT all-out, realizada apenas
com exercícios resistidos ou combinando exercícios resistidos com estações de
corrida entre os mesmos. Métodos: A amostra foi composta por 20 homens
jovens (idade: 24,1 ± 3,4 anos; VO2máx: 50,6 ± 8,7 ml -1mn-1), com
experiência prévia em HIIRT de ao menos seis meses. Os participantes realizaram
dois protocolos HIIRT, ambos com duração total de 12 minutos: um protocolo sem
estações de corrida (HIIRT-T) e outro com estações de corrida entre os
exercícios resistidos (HIIRT-M). As principais variáveis analisadas foram os
percentuais da FCmáx (%FCmáx)
e do VO2máx (%VO2máx) ao longo das sessões de exercício. Resultados:
Dentre os principais resultados, destacamos que os valores referentes ao %FCmáx não diferiram entre os protocolos HIIRT-T
e HIIRT-M, respectivamente (80,40 ± 3,73 vs. 81,30 ± 4,09; p = 0,0613).
Contudo, o mesmo não ocorreu com as respostas referentes ao %VO2máx,
que se mostraram superiores no protocolo HIIRT-M (40,35 ± 7,73 vs. 47,00 ±
11,56; p = 0,0414). Conclusão: A inclusão de estações de corrida nos
circuitos HIIRT all-out foi eficaz em aumentar o
consumo de oxigênio, sem impactar nas respostas de frequência cardíaca ao longo
das sessões de exercícios. Este achado sugere que a combinação de exercícios
resistidos e corrida pode ser uma estratégia eficiente para otimizar o consumo
de oxigênio durante o treinamento.
Palavras-chave: exercício em circuito, treinamento de
força, esforço físico, frequência cardíaca, consumo de oxigênio
11 - Comportamento da
capacidade aeróbia máxima durante a temporada/2023 de jovens atletas de
handebol do Rio de Janeiro
Emanuel Clemente1,
Victor Vieira1, Pedro Sampaio1, Ricardo G. Cordeiro2,3,4,
Juliana Alcântara5, Pablo Rodrigo de Oliveira Silva1,5
1Grupo de Pesquisa em Fisiologia do
Exercício e Treinamento, Centro Universitário São José, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
2Laboratório de Promoção de Saúde e
Atividade física (LABSAU), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
3Universidade Estácio de Sá, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
4Universidade Augusto Motta, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
5Universidade Castelo Branco, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Pablo Rodrigo de Oliveira
Silva, pablo_oliveira@ymail.com
Introdução: No handebol, alternância de estímulos
de alta intensidade com períodos de recuperação, são extremante importantes
para o melhor desempenho. A capacidade aeróbia máxima (VO2máx) é
considerada imprescindível para acompanhar a principal variável fisiológica do
metabolismo aeróbio que atua de maneira importante para esta alternância de
estímulos. Contudo, durante uma temporada esse desempenho pode declinar devido
a uma periodização inadequada. Vale ressaltar, são escassos estudos que
investigaram o VO2máx durante o todo período competitivo,
principalmente de jovens atletas de handebol. Mediante aos apontamentos
anteriores, o objetivo deste estudo foi analisar o comportamento do VO2máx,
durante uma temporada competitiva, de jovens atletas de handebol feminino. Métodos:
Durante 41 semanas (microciclos), na temporada 2023, jovens atletas de handebol
feminino do Clube Esportivo Suzano Costa – (CESC-RJ) (n: 21; 16,8 ± 0,7 anos;
66,8 ± 8,7 kg; 167,0 ± 0,07 cm; 24,0 ± 2,0 kg/m2), realizaram o teste de campo Yo-Yo
intermitent recovery nível
1 (YoYo IR1) em 4 momentos: antes do microciclo 1, no
final do microciclo 8 da pré-temporada, no meio do microciclo 24 e próximo ao
final do microciclo 39 do período competitivo. Para análise do comportamento do
VO2máx, foi usado o teste de ANOVA One way, seguido de post hoc de Bonferroni
em caso de F estatisticamente significativo, com nível de probabilidade fixado
em p < 0,05. Resultados: Houve aumento significativo (F = 16,2; p
< 0,0001; post hoc = p < 0,05) entre momentos 1 (45,1 ± 3,4 ml.kg-1.min-1)
vs. momentos 2, 3 e 4 (50,7 ± 3,7 vs. 51,1 ± 3,0 vs. 50,6 ± 3,0 ml.kg-1.min-1,
respectivamente). Conclusão: Foi possível verificar o aumento do VO2máx
após a pré-temporada e sua manutenção em jovens atletas de handebol durante a
temporada de 2023.
Palavras-chave: Atletas, handebol, capacidade aeróbia
máxima, alto rendimento, jovens.
12 - Comparação do
desempenho neuromuscular entre duas configurações de cluster-sets equalizadas
pela razão trabalho: descanso no supino e levantamento terra
Rodrigo Baladan1,
Igor Nasser1, Rui Pilon1,2, André Gomes1, Matheus Garcia1,
Eduardo Lattari1, Walace Monteiro1,2
1Laboratório de Fisiologia do Exercício,
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física, Universidade Salgado
de Oliveira, Niterói, RJ, Brasil
2Laboratório
de Atividade Física e
Promoção da Saúde (LABSAU), Programa de
Pós-Graduação em Ciências do
Exercício
e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
RJ,
Brasil
Rodrigo Baladan,
baladanpersonal@gmail.com
Introdução: O método de Cluster Sets (CS) envolve
pausas entre repetições dentro de uma série, permitindo um maior volume de
treinamento e sustentação do desempenho mecânico. Comparado a séries
tradicionais, o CS pode melhorar a manutenção da velocidade de movimento.
Protocolos com razão trabalho-descanso equalizada (EW) têm sido pouco estudados
e sua influência em diferentes exercícios ainda é desconhecida. Desta forma, o
objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos agudos de dois protocolos
EW sobre o volume de treinamento, a velocidade média da barra e a perda de
velocidade durante os exercícios desenvolvimento supino e levantamento terra em
homens treinados. Métodos: Foi utilizado um delineamento de medidas
repetidas com 20 homens saudáveis (31,4 ± 5,4 anos). Os participantes
realizaram dois protocolos EW: um com descanso entre repetições (IRR) e outro
com descanso entre séries (ISR). Os testes incluíram familiarização,
determinação de 1RM para os exercícios desenvolvimento supino e levantamento
terra, bem como a execução dos dois protocolos em sessões separadas por 48 a 72
horas. A velocidade média da barra e a perda de velocidade foram mensuradas por
um transdutor linear. Resultados: O levantamento terra apresentou um maior
número de repetições (X = 34.341; p < 0,05) e velocidade média X = 23,245; p
≤ 0,001) em
comparação ao supino em ambos os protocolos. A perda de velocidade foi
semelhante entre os dois exercícios e protocolos X = 6,675; p < 0,05),
sugerindo que o nível de fadiga foi equivalente. O protocolo ISR resultou em
maior volume e velocidade média comparado ao IRR (F = 12,201; p = 0,003). Conclusão:
Ambos os protocolos (ISR e IRR) resultaram em respostas neuromusculares
similares para os exercícios estudados, sugerindo que qualquer um pode ser
utilizado para melhorar o desempenho de velocidade. Em adição, o levantamento
terra demonstrou melhor desempenho em volume e velocidade em relação ao supino,
independentemente do protocolo utilizado.
Palavras-chave: Treinamento resistido, recuperação
entre repetições, recuperação intra série, respostas
agudas, desempenho mecânico
13 - Efeitos do
treinamento baseado na velocidade sobre o desempenho no salto vertical
Desirée Mahet1,
Filipe Aquino1, Rui Pilon1, Walace Monteiro1,2,
Eduardo Lattari1
1Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Atividade Física, Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, RJ, Brasil
2Laboratório
de Atividade Física e
Promoção da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Ciências do
Exercício e do
Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
Eduardo Lattari, eduardolattari@yahoo.com.br
Introdução: A Potenciação Pós-Ativação (PAP) pode
exercer um efeito positivo sobre o desempenho no salto contramovimento (SCM),
porém devido a fadiga instaurada também pode prejudicar o desempenho no salto.
Nesse sentido, o treinamento baseado na velocidade (TBV) parece ser uma
estratégia plausível para induzir PAP sobre o SCM, com o devido controle da
fadiga neuromuscular expresso pela velocidade de movimento concêntrica. O
objetivo do estudo foi analisar o desempenho do SCM seguindo dois protocolos de
prescrição baseada em velocidade (PBV) no exercício de agachamento parcial. Métodos:
Dezessete atletas de vôlei de praia do sexo masculino (idade = 23,2 ± 4,2 anos)
realizaram SCMs antes e após duas sessões
experimentais: 0% de perda de velocidade e até 20% de perda de velocidade (VL0
e VL10-20, respectivamente) no exercício de agachamento parcial. Os dois
protocolos de PBV foram realizados com três séries, velocidade propulsiva média
(~ 0,49 m/s2) associada à intensidade relativa (~ 85% de 1RM) e 3
minutos de recuperação entre séries. Resultados: A sessão VL0 demonstrou
que a altura do salto vertical foi reduzida imediatamente, 2 e 4 minutos após
(p ≤ 0,001,
respectivamente) comparado a linha de base. No entanto, a altura atingida 6
minutos após a condição foi restabelecida em relação a linha de base (p >
0,05). Já na sessão VL10-20, a altura do salto vertical também reduziu
imediatamente, 2, 4 e 6 minutos após (p ≤
0,001) comparado a linha de base. Ao comparar as alturas atingidas entre as
sessões, os valores da sessão VL0 foram maiores com 2 (p = 0,001), 4 (p ≤ 0,001) e 6 minutos após (p = 0,013). Conclusão:
Parece que o TBV sem perda de velocidade induz melhorias importantes sobre o
salto vertical em atletas de vôlei de praia.
Palavras-chave: Treinamento em contraste, potenciação
pós-ativação, salto contramovimento.
14 - Tempo sob tensão do
teste de 3 rm em mulheres treinadas: um estudo piloto
Vicente Pinheiro Lima1,2,3,
Larissa Ruiz Garcia Rosa Bastos1,2,3, Dayane Marins Costa 1,2,3
1Instituto de Educação Física e
Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Brasil
2Programa de Pós-Graduação em Ciências do
Esporte e do Exercício, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
3Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do
Desempenho, Exercício e Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Vicente Pinheiro Lima, vicente.lima@uerj.br
Introdução: o tempo sob tensão (TST) é um fator
importante na prescrição de exercícios físicos, influenciando diretamente o
estímulo muscular e a adaptação fisiológica. O domínio do TST está relacionado
com o controle do volume e intensidade do treinamento resistido (TR). Pelo
exposto, o presente estudo teve como objetivo desenvolver estudo piloto,
testando a determinação do TST durante um teste de 3 repetições máximas em
mulheres praticante de TR. Métodos: a amostra foi composta por 3
mulheres praticante de TR, estudantes de Educação Física em uma universidade
pública, localizada na zona norte do município do Rio de janeiro. com 26,24 ±
5,12 anos de idade; 63,43 ± 17,04 kg de massa corporal e 159,67 ± 1,53 cm de
estatura. Cada participante realizou o teste de 3 repetições máximas (3RM)
tendo no máximo 3 chances para a determinação da sobrecarga e TST. Os testes
foram realizados na sala de musculação do ginásio de esporte da universidade. O
teste foi filmado para o controle do tempo sob tensão e amplitude do movimento
com o uso do software Kinovea versão 0.9.5. O estudo
seguiu as diretrizes da Resolução 466/2012 e foi submetido à Plataforma Brasil,
obtendo aprovação CAEE: 72832023.7.0000.5259, Parecer: 6.250.352. e aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Resultados: os
resultados determinaram que o TST foi de 9,14 ± 2,5 seg.
possuindo distribuição normal (Shapiro-Wilk) com p = 0,333. Conclusão:
este estudo piloto descritivo mostra que há possibilidade de determinação do
TST durante a realização do teste de 3RM no exercício supino horizontal,
através de um sistema de filmagem e análise como o uso do software Kinovea, sendo mesmo de 9,14 ± 2,5 seg.
Feito, pode-se, então, dar andamento aos estudos com maior número de
participantes.
Palavras-chave: Tempo sob tensão, tempo de execução do
exercício, treinamento resistido, análise cinemática.
15 - Impacto da
estimulação transcraniana por corrente contínua no
desempenho físico, resistência à fadiga, respostas perceptuais e fisiológicas
durante o treinamento funcional de alta intensidade
Maicon Teixeira de Almeida1,
Thiago Teixeira Guimarães1, Sergio Eduardo de Carvalho Machado2,
Sílvio Rodrigues Marques Neto1,3
1) Universidade Salgado
de Oliveira, Niterói, RJ, Brasil
2) Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil
3) Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Silvio Rodrigues Marques
Neto, marquesilvio@gmail.com
Introdução: A estimulação transcraniana
por corrente contínua (ETCC) é uma técnica não invasiva que tem ganhado
destaque por seu potencial de melhorar o desempenho físico e a resistência à
fadiga em atividades de alta intensidade. A utilização de ETCC, especialmente
em treinos funcionais de alta intensidade (HIFT), ainda é pouco explorada, mas
pode representar uma estratégia inovadora para otimizar a performance
esportiva. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da ETCC anódica no
desempenho físico, resistência à fadiga e nas respostas perceptuais e
fisiológicas durante o treinamento funcional de alta intensidade. Métodos:
Participaram treze homens com experiência mínima de dois anos em HIFT,
submetidos a três condições experimentais: Controle, Sham e ETCC Anódica. Foram
realizadas quatro rodadas de exercícios funcionais variados, enquanto se mediam
o número de repetições, índice de fadiga (%IF), taxa de esforço percebido
(RPE), escala analógica visual (VAS) para dor muscular, concentração de lactato
sanguíneo (BLC), frequência cardíaca (HR) e impulso de treino (TRIMP). Resultados:
A condição Anódica apresentou aumento significativo no número de repetições em
comparação com Controle e Sham (p < 0,0001). O índice de fadiga foi reduzido
tanto nas condições Sham quanto Anódica, com a maior
redução na condição Anódica (p < 0,05). As variáveis perceptuais (RPE e VAS)
foram significativamente menores na condição Anódica (p < 0,0001), enquanto
a carga de esforço total foi reduzida (p < 0,0006). Fisiologicamente, a
condição Anódica apresentou maior concentração de lactato (p < 0,0001) e menor
frequência cardíaca máxima e média (p < 0,0001), com menores valores de
TRIMP, indicando menor estresse cardiovascular. Conclusão: A ETCC
anódica melhora o desempenho físico, aumenta a resistência à fadiga e reduz o
esforço percebido e o estresse cardiovascular durante o HIFT, mostrando-se uma
intervenção eficaz para otimizar a performance em treinamentos de alta
intensidade.
Palavras-chave: exercício, treinamento funcional, ETCC
16 - Efeitos da
estimulação transcraniana por corrente contínua sobre
a resistência de força isométrica em homens saudáveis
Antony Araújo Ramos1,
Geanny Zanirate Flor1,
Desirée Mahet1, Rui Pilon1, Walace Monteiro1,2,
Eduardo Lattari1
1Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Atividade Física, Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, RJ, Brasil
2Laboratório
de Atividade Física e
Promoção da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Ciências do
Exercício e do
Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
Eduardo Lattari, eduardolattari@yahoo.com.br
Introdução: A estimulação transcraniana
por corrente contínua anódica (ETCC-a) aplicada sobre
o córtex motor (M1) parece induzir melhorias sobre a resistência de força
isométrica. Contudo, essa hipótese permanece inconclusiva em exercício de
membros inferiores. O objetivo desse estudo foi investigar os efeitos da ETCC-a sobre a resistência de força isométrica no exercício
de leg-press em homens treinados em força muscular. Métodos:
Dezesseis homens treinados em força, com idades entre 18 e 35 anos,
compareceram ao laboratório por três ocasiões, com intervalos de uma semana
entre elas. Na visita inicial, os sujeitos foram submetidos ao teste de
contração isométrica voluntária máxima (CIVM) e familiarização com a tarefa de
fadiga. Nas visitas 2 e 3, de forma randomizada, os sujeitos foram submetidos
às seguintes condições: ETCC-a e estimulação placebo
(Sham). Em ambas as condições, o eletrodo anódico foi posicionado sobre M1 de
membros inferiores e o eletrodo de referência foi posicionado sobre o córtex supraorbital direito contralateral. Para a ETCC-a foi aplicada uma intensidade de corrente de 0,5 mA e duração total de 10 minutos, enquanto na condição Sham
o dispositivo foi ativo apenas no início (10 segundos iniciais) e no final do
protocolo (10 segundos finais). Imediatamente após as condições, os sujeitos
realizaram a tarefa de fadiga, através da extensão do joelho direito no
exercício de leg-press horizontal, com oito CIVMs, cinco segundos de duração e intervalo entre as
contrações. Resultados: Foi demonstrado apenas um efeito principal
apenas para as contrações (F = 17,010; p ≤
0,001), indicando que em ambas as condições o percentual de força referente a
CIVM (% CIVM) foram reduzidos, sem diferença entre elas (p > 0,05). Conclusão:
A estimulação transcraniana por corrente contínua
anódica não promove aumento sobre a resistência de força isométrica no
exercício de leg-press em homens treinados em força
muscular.
Palavras-chave: Estimulação cerebral, estimulação não
invasiva, contração estática
17 - Efeito do exercício
físico no comportamento da resposta imune após uma sessão de exercício físico
extenuante
Pedro J. F. Alves, Shayane M. R. Gomes, Bruno F. Azevedo1 Raquel A. A. C.
Albuquerque, Patrícia M. L. Dutra
Laboratório de
Bioquímica de Protozoários e Imunofisiologia do
Exercício – LIFE, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, Brasil
Pedro J. F. Alves, pedro.falci.alves@gmail.com
Introdução: O exercício físico pode trazer
benefícios para saúde através de respostas promovidas nos sistemas biológicos,
incluindo o sistema imunológico. Exercício físico moderado estimula a resposta
imune Th1, reduzindo o risco de infecções, enquanto o exercício físico
extenuante estimula a Th2, aumentando a suscetibilidade a infecções. Este
estudo investigou o efeito de uma única sessão de exercício extenuante na
atividade microbicida de macrófagos peritoneais de camundongos Balb/C, durante o período de 0h a 120h após a sessão de
exercício. Métodos: Os camundongos foram divididos em 2 grupos
(sedentário e extenuante). O exercício consistiu de uma única sessão extenuante
de atividade natatória. Os macrófagos foram coletados do peritônio dos animais
e submetidos à infecção ex vivo por Leishmania major.
Foram avaliados o Fator de infecção (FI) e a produção de óxido nítrico (NO)
pelos macrófagos. Resultados: Uma única sessão de exercício extenuante
promoveu uma diminuição progressiva no FI, alcançando o efeito máximo (86%),
48h após sua realização, onde o FI passou de 227,6 ± 18,58 (sedentário) para
31,97 ± 7,10 (extenuante). Os valores voltaram, progressivamente, ao normal e
após 96h alcançaram um FI de 212,50 ± 15,18. Após 120 h, um estímulo no FI foi
observado (297,70 ± 18,23). Durante o período acompanhado, observamos uma curva
em forma de U. A produção de NO foi inversamente proporcional, apresentando uma
curva em forma de sino, onde o pico de estímulo ocorreu imediatamente após o
exercício e passou de 1,77 ± 0,70 para 6,11 ± 0,80 µM, tendo zerado a produção
após 120h. Resultados representados por média ± erro padrão e analisados
através 2 way ANOVA (post-hoc de Tukey),
utilizando Graphpad Prism
10. Conclusão: Nossos dados sugerem que a predominância da resposta
anti-inflamatória (Th2) apresentada após a realização de exercício extenuante,
no modelo estudado, ocorre em decorrência do processo inflamatório disparado
imediatamente após a realização do exercício, numa tentativa de busca da
homeostasia.
Palavras-chave: exercício físico, macrófagos, resposta
imune
18 - Iniciação
paradesportiva de paciente da pediatria de um hospital de reabilitação
neurológica no para halterofilismo
João Veloso1, Ana
Beatriz F. de Oliveira1,2, Fernando Oliveira1
1Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação
– Associação de Pioneiras Sociais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
João Veloso, 13154@sarah.br
Introdução: A inserção do Para Halterofilismo
em um hospital de reabilitação segue a tendência da inclusão de crianças e
jovens nesse paradesporto, estimulando a prática do exercício para um estilo de
vida mais ativa e saudável. A literatura tem destacado que o foco do
treinamento de força nessa idade deve direcionar-se à execução correta dos
exercícios, em detrimento das cargas levantada nos exercícios. Assim, o
objetivo deste estudo de caso é apresentar a experiência da inserção e evolução
da prática do halterofilismo de uma paciente da reabilitação infantil de um
hospital da Rede Sarah, mostrando que a prática da atividade é segura. Métodos:
Foi estudada uma paciente de 14 anos (estatura: 156 cm, massa corporal: 45 kg),
com paralisia cerebral e deficiência intelectual, com classificações
funcionais GMFCS II e MACS I. Foi realizada uma avaliação inicial nos
exercícios supino no Smith (SM) e supino no banco oficial de
halterofilismo com bastão (BB) para avaliar qualitativamente o padrão de
movimento. No SM, foram prescritas 3 séries de 5 a 7 repetições, visando a
progressão de carga. Já no exercício BB foram executadas 2 séries de 20
repetições para aquecimento e correção do movimento. Foram realizadas 8
sessões de treinamento, 2 vezes por semana, durante um mês. Após esse período,
foi realizada uma segunda avaliação qualitativa do movimento para avaliar a
aprendizagem. Resultados: Após o treinamento, houve progressão de
carga de 13 Kg para 20 kg no exercício SM e de 7 kg para 21 kg no exercício BB.
A partir da segunda avaliação qualitativa do movimento, a parada da barra no
peito passou a acontecer, mostrando que a qualidade do movimento melhorou nos
exercícios. Conclusão: O programa de treinamento foi capaz de
melhorar a técnica de movimento, proporcionando também um aumento seguro das
cargas nos exercícios estudados.
Palavras-chave: para halterofilismo; iniciação
paradesportiva; paralisia cerebral
19 - Exercício on-line
orientado em casa como facilitador para a prática de exercício por professores
brasileiros durante a pandemia
Samira B. C. Domingues,
Flávia P. M. Ferreira
Programa de Pós-graduação
em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de janeiro, RJ, Brasil
Samira B. C. Domingues, samira.bdomingues@rioeduca.net
Introdução: A rotina profissional do professor
brasileiro é marcada por elevada carga horária e falta de tempo livre para
atividades físicas. Durante a pandemia de COVID-19, espaços destinados à
prática de exercício foram fechados e uma nova configuração de trabalho (home
office) foi adotada pelos docentes, trazendo à tona a necessidade de adaptar-se
a uma nova realidade. Neste contexto, o exercício on-line em casa surge como
alternativa para a manutenção de um estilo de vida ativo durante esse período
crítico. O objetivo deste trabalho é analisar a adesão de professores
brasileiros ao exercício on-line em casa como um facilitador para a prática de
exercícios, antes e durante a pandemia. Métodos: Para esta pesquisa do
tipo survey eletrônico, um questionário previamente
validado em conteúdo e confiabilidade foi administrado, através da plataforma
Google Forms, a 696 professores de todas as regiões
do Brasil, atuantes em qualquer nível de ensino. Foi utilizada estatística
descritiva para caracterização da amostra e aplicou-se o Teste de McNemar para comparar os dados antes e durante a pandemia.
Os dados foram tratados em software SPSS-20. Resultados: Os resultados
indicaram que houve aumento significativo (p = 0,0003) de professores que
apontaram a prática de exercícios on-line orientados como facilitador para
treinar durante a pandemia, quando comparado com antes da pandemia. A
frequência absoluta subiu de 1 (0,14%) para 14 (2,01%). Também aumentou
significativamente (p = 0,0046), durante a pandemia, a frequência de docentes
que indicaram a prática não orientada de exercícios on-line como um facilitador
para treinar (n = 2 ou 0,29%), quando comparado com antes da pandemia (n = 10
ou 1,44%). Conclusão: A prática de exercícios on-line em casa, com ou
sem orientação profissional, demonstrou ser uma opção válida para os
professores brasileiros praticarem exercícios durante a pandemia. Os resultados
deste estudo sugerem que os programas digitais de exercício podem ser uma
alternativa viável e acessível para a promoção de hábitos saudáveis entre os
docentes, mesmo diante de rotinas atípicas.
Palavras-chave: exercício; comportamento sedentário;
saúde do trabalhador; covid-19; internet
20 - Confiabilidade das
escalas de feeling scale e felt
arousal scale em pessoas
idosas
Victor G. Sobrinho, Carlos
A. A. Ribeiro, Nádia S. L. Silva
Laboratório de Atividade
Física e Promoção da Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Victor G. Sobrinho, victor_tkd_157@hotmail.com
Introdução: As respostas afetivas ao exercício
físico são variáveis receptivas às impressões sensórias, o que pode gerar
restrições às tarefas. Para medir estados afetivos incertos nos esportes e
exercícios, profissionais da saúde têm à sua disposição muitos questionários e
escalas, entre elas a Felt Arousal
Scale a Feeling Scale.
Apesar destas escalas serem destaques em pesquisas de afeto, elas ainda não
tiveram suas propriedades psicométricas testadas no público idoso, limitando
seu uso com essa população. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo
validar estas escalas com pessoas idosas. Métodos: A amostra foi
composta por 80 voluntários de ambos os sexos (67 mulheres; 37 treinamento
resistido; 43 treinamento funcional; 70±9 anos), que foram submetidos a dois
dias de coleta de dados com intervalo mínimo de 15 dias entre eles, quando
responderam aos seguintes instrumentos: a) Felt Arousal Scale e Feeling Scale nos momentos pré, durante
(entre os minutos 20 a 25 do treino) e pós-treinamento; b) Escala de BORG
durante (entre os minutos 20 a 25 do treino) e pós-treinamento; c) Mini Mental
na primeira visita. Resultados: Os resultados demonstraram correlações
de muito forte a fortes para ambas as escalas (Feeling Scale:
rho = 0,936 durante e rho =
0,840 pós-treinamento; Felt Arousal:
r = 0,967 durante e r = 0,887 pós treinamento), além dos resultados do alfa de Cronbach (Felling Scale: r = 0,887; Felt Arousal: r = 0,860). Conclusão: Conclui-se que as escalas
investigadas são instrumentos válidos para medir o afeto e a excitação em
idosos praticantes de exercícios físicos.
Palavras-chave: afeto, excitação sentida, treino com
afetividade, envelhecimento
21 - IPAQMOVE: validação
de um aplicativo para avaliação do nível de atividade física
Yuri M. Ferreira1,
Jéssica A. M. Clemente1, Laís V. Moraes1, Luís A. M.
Mendes1, Gabriela R. O. Venturini1,2
1Departamento de Computação, Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Leopoldina, Minas Gerais,
Brasil
2Laboratório de Atividade Física e
Promoção da Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, Brasil
Yuri M. Ferreira, campusabertocefetleopoldina@gmail.com
Introdução: O Questionário Internacional de
Atividade Física (IPAQ) foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde como
ferramenta na construção de políticas públicas de saúde coletiva. Nesse
contexto, o uso da tecnologia da informação, se apresenta como potencial
estratégia para popularizá-lo. Assim, objetivo do presente estudo foi
desenvolver e validar um aplicativo a partir do IPAQ, com funcionalidade capaz
de avaliar o nível de atividade física (NAF) de indivíduos. Métodos: A
pesquisa foi dividida em 2 momentos: 1) modelagem, 2) validação do aplicativo.
Para a modelagem foi utilizado o Método de Engenharia (FEBRACE, 2021). Para a
validação, foram realizadas a aplicação do IPAQ na versão lápis-e-papel e na
versão aplicativo, e as coletas de estatura e massa corporal de 147 escolares
de 14 a 18 anos do CEFET-MG, sendo 69 meninas (16,0 ± 0,8 anos; 56,1 ± 8,0 kg;
164,0 ± 5,6 cm; 20,8±2,6 kg/m2) e 78 meninos (16,2 ± 0,8 anos; 69,7 ± 13,2 kg;
175,0 ± 6,6 cm; 22,6 ± 3,8 kg/m2). Foram adotados cuidados éticos em
conformidade com a Resolução 466 de 12/12/2012, do Conselho Nacional de Saúde
(CAAE: 77543316.7.0000.5114). Resultados: A concordância entre a versões
do IPAQ foi avaliada por meio do teste t de Student
pareado, coeficiente de correlação de Spearman (r),
coeficiente de correlação intraclasse (CCI), Kappa de Cohen (K) e concordância
percentual total. A concordância percentual total foi de 78,2%. A maior
discordância foi observada na classificação Muito Ativo. A classificação do
IPAQ na versão lápis-e-papel e aplicativo foi, respectivamente, sedentário
(0,0% vs. 2,0%), Insuficiente Ativo B (0,7% vs. 0,7%), Insuficiente Ativo A
(14,3% vs. 19,7%), Ativo (72,1% vs. 76,2%) e Muito Ativo (12,9% vs. 1,4%). Conclusão:
Conclui-se que a medida do nível de atividade física por meio do IPAQ
apresentou boa concordância quando realizada na versão lápis-e-papel e no
aplicativo, sugerindo que o uso do aplicativo se mostrou válido para escolares
de 14 a 18 anos.
Palavras-chave: saúde, tecnologia da informação,
sistema mobile, sedentarismo, questionário
22 - Efeitos agudos do
exercício resistido sobre as respostas cardiovasculares de pessoas vivendo com
HIV/AIDS
Bárbara P. Silva, João C.
Magalhães, Gabriela S. Froes, Marcus V. dos S. Rangel, Juliana P. Borges
Laboratório de Atividade
Física e Promoção à Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Juliana Pereira Borges, julipborges@gmail.com
Introdução: Ainda não está claro se uma sessão de
exercício resistido (ER) induz hipotensão pós-exercício (HPE) em pessoas
vivendo com HIV (PVHIV). Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi
investigar as respostas cardiovasculares de PVHIV após uma sessão de ER. Métodos:
Nove PVHIV (HIV+; 47,2±9,5 anos) e 9 controles saudáveis (HIV-; 44,4 ± 10,2
anos) realizaram, em ordem randomizada, uma sessão controle (sem exercício) e
uma sessão de ER (6 exercícios; 3 séries de 12 repetições máximas). As
respostas cardiovasculares foram avaliadas antes e até 60 min após as sessões
experimentais por fotopletismografia digital. Resultados:
Em repouso, os grupos apresentaram resultados similares para a pressão arterial
sistólica/diastólica [PAS/PAD] (HIV-: 120,8 ± 12,5/75,8 ± 6,5 vs. HIV+: 126,7 ±
18,5/75,7 ± 9,8 mmHg; p = 0,4), frequência cardíaca [FC] (HIV-: 60,9± 10,8 vs.
HIV+: 66,4 ± 8,2 bpm; p = 0,2), volume sistólico [VS] (HIV-: 85,2 ± 17,7vs.
HIV+: 100,0 ± 24,4mL; p = 0,1), e resistência vascular periférica [RVP] (HIV-:
1,17 ± 0,30vs. HIV+: 0,92 ± 0,22mmHg.s/mL; p = 0,07),
exceto para o débito cardíaco que foi superior no grupo HIV+ vs. HIV- (DC: 6,5
± 0,9vs. 5,2 ± 1,1 L/min; p = 0,02). A análise do efeito líquido [(sessão pós-pré-exercício) - (sessão pós-pré-controle)]
demonstrou que o grupo HIV+ vs. HIV- apresentou maior redução na PAS (-6,5 ±
7,0 vs. -2,8 ± 9,4 mmHg; p = 0,01), na PAD (-14,5 ± 2,3vs. -3,7 ± 4,4 mmHg; p =
0,001), e maior incremento no DC (1,34 ± 0,16vs. 0,80 ± 0,16L/min; p = 0,02) na
recuperação. Reduções dentro do grupo (sessão exercício vs. controle) ocorreram
no grupo HIV- para a PAD (~7 mmHg, de 15 até 60 min; p < 0,05) e a RVP
(~0,63 mmHg.s/mL, de 15 até
60 min; p < 0,05), associado a incremento do DC (~1,0 L/min, de 15 até 60
min; p < 0,05). Já no grupo HIV+, somente foi observada redução na PAD (~8
mmHg, de 15 até 60 min) na sessão exercício vs. controle (p < 0,05). Conclusão:
Uma sessão de ER induz HPE mais pronunciada em PVHIV. No entanto, os mecanismos
responsáveis por essa resposta ainda não estão claros.
Palavras-chave: hipotensão pós-exercício, exercício
resistido, variáveis hemodinâmicas
23 - Efeitos do
treinamento físico nas respostas cardiovasculares à ativação do metaborreflexo muscular em pacientes com doença arterial
coronariana
Caio L. F. Costa, Gabriel da
S. Gama, Vanessa C. de O. Coelho, Juliana P. Borges
Laboratório de Atividade
Física e Promoção à Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Juliana Pereira Borges, julipborges@gmail.com
Introdução: Pacientes com doença arterial
coronariana (DAC) podem apresentar alterações do metaborreflexo
muscular, que podem resultar em intolerância ao exercício e aumento do risco
cardiovascular. O objetivo do estudo é investigar as respostas cardiovasculares
à ativação do metaborreflexo muscular em pacientes
com DAC e avaliar os efeitos do treinamento físico sobre essas respostas. Métodos:
Onze pacientes com DAC (60 ± 8 anos) foram comparados com 9 controles saudáveis
(CTL, 54±6 anos) quanto às respostas cardiovasculares em repouso, durante um
teste de estresse ao frio (CPT) e à ativação do metaborreflexo
muscular utilizando um protocolo de restrição circulatória pós-exercício
(PECA). Após as comparações na linha de base, o grupo com DAC passou por 12
semanas de treinamento físico e foi reavaliado. Resultados: Durante o
CPT, o grupo com DAC apresentou aumentos maiores na pressão arterial média
[PAM] (38,0 ± 9,0 vs. 18,7 ± 16,8 mmHg; P < 0,01) e na resistência vascular
sistêmica [RVS] (1053,0 ± 600,5 vs. 499,8 ± 481,0 mmHg.s/mL; P = 0,04) em comparação ao grupo CTL. A ativação do metaborreflexo muscular induziu aumentos maiores em relação
ao repouso no grupo DAC do que no CTL para a pressão arterial sistólica [PAS]
(27,5 ± 17,3 vs. 14,2 ± 4,5 mmHg; P = 0,04), pressão arterial diastólica [PAD]
(10,1 ± 6,5 vs. 4,2 ± 1,8 mmHg; P = 0,02), PAM (27,5 ± 17,3 vs. 14,2 ± 4,5
mmHg; P = 0,04), RVS (149,7 ± 86,9 vs. 61,0 ± 47,4 mmHg.s/mL; P = 0,02) e lactato sanguíneo (0,48 ± 0,42 vs. -0,18 ±
0,40 mmol/L; P < 0,01). Após o treinamento, o grupo DAC reduziu a resposta
da PAD ao CPT em 30% (P = 0,05). Além disso, as alterações a partir do repouso
induzidas pelo metaborreflexo muscular na PAD, PAM e
lactato sanguíneo diminuíram em 28% (P = 0,05), 28% (P = 0,04) e 85% (P =
0,01), respectivamente. Conclusão: Pacientes com DAC apresentam
respostas pressóricas exacerbadas à ativação do metaborreflexo
muscular, impulsionadas pelo aumento da RVS e dos níveis de lactato sanguíneo,
possivelmente envolvendo a via eferente do metaborreflexo
muscular. O treinamento físico atenuou essas respostas, destacando seu impacto
positivo no manejo da DAC.
Palavras-chave: doenças cardiovasculares, reflexo
pressor do exercício, ergorreflexo muscular
24 - Quantificação do
equivalente metabólico associado ao treinamento misto em circuito em pessoas
com histórico de acidente vascular cerebral
Tatiana R. Santos, Paulo C.
Couto Junior, Victor A. B. Costa, Guilherme F. Fonseca, Felipe A. Cunha
Laboratório de Atividade
Física e Promoção da Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Tatiana R. Santos, tatirod.santos@gmail.com
Introdução: O treinamento misto em circuito (TMC)
tem se mostrado eficaz na reabilitação pós-acidente vascular cerebral (AVC).
Contudo, lacunas persistem no que tange ao estresse fisiológico induzido por
uma sessão de TMC. A adoção do valor de 3,5 mL·kg-1·min-1 para representar um
equivalente metabólico (MET) é amplamente utilizada no âmbito da prescrição do
exercício. Entretanto, evidências sugerem que esse valor tende superestimar a
taxa metabólica de repouso (TMR) no pós-AVC. Portanto, objetivou-se avaliar o MET
e o custo energético associados ao TMC realizado por pessoas com histórico de
AVC a partir de valores estimados e medidos, bem como a reprodutibilidade
teste-reteste. Métodos: Sete pessoas com histórico de AVC realizaram
duas medidas de TMR e duas sessões (teste-reteste) de TMC, consistindo em 3
voltas em um circuito com 10 exercícios resistidos (15 repetições máximas)
intercalados com 45-s de caminhada sobre o solo (intensidade auto selecionada).
Os procedimentos foram monitorados via colorimetria
indireta. O teste de Shapiro-Wilk confirmou a normalidade da distribuição dos
dados. Diferenças entre os valores estimados e medidos para TMR, MET e custo
energético das sessões foram testadas pelo teste-t de
Student. A reprodutibilidade teste-reteste foi
avaliada pelo coeficiente de correlação intraclasse aleatório de duas vias e
medidas únicas (CCI2,1). Resultados: A TMR medida foi significativamente
menor do que a estimada (2,6 vs. 3,5 mL·kg-1·min-1,
respectivamente; P < 0,001). A intensidade e o custo energético calculados a
partir da TMR predita foram subestimados quando comparados à medida (3,4 vs.
4,7 METs; 132 vs. 219 kcal, respectivamente; P <
0,001). A reprodutibilidade teste-reteste foi excelente para a TMR (CCI2,1 =
0,96) e para os METs e custo energético (variação:
0,85-0,97). Conclusão: O valor de 3,5 mL·kg-1·min-1
para determinação da TMR e para a quantificação da intensidade e do custo
energético de sessões de TMC parece não ser acurado em pessoas com histórico de
AVC.
Palavras-chave: exercício, calorimetria indireta,
reabilitação
25 - Efeito do
treinamento de força no transtorno de ansiedade em indivíduos com doença de Parkinson:
uma revisão de escopo
Igor Carvalho1,3,
Louise C. Batista2, Taina S. Oliveira1, Sergio M. Pinto1,
Eduardo Carpinelli3, Carla P. Guimarães3, Dirceu Gama4
1Laboratório de Biomecânica e
Comportamento Motor, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
2Escola de Medicina e Cirurgia,
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
3Laboratório de Tecnologia Assistiva e
Inclusão, Instituto Nacional de Tecnologia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
4Laboratório de Temas Filosóficos em
Conhecimento Aplicado à Educação Física e Desportos, Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Igor Carvalho, igorscarvalho0@gmail.com
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é o segundo
distúrbio neurodegerenativo mais comum, apresentando
sintomas motores e não-motores. A ansiedade é um sintoma não-motor na DP que
afeta aproximadamente entre 25% e 49% desta população. Especialistas sugerem
que a exercitação física, na modalidade “treinamento de força”, pode reduzir
sintomas de ansiedade em adultos e pessoas com doenças crônicas. O objetivo do
estudo é realizar uma revisão de escopo sobre o efeito do treinamento de força
no transtorno de ansiedade em indivíduos com Doença de Parkinson. Métodos:
Uma busca sistematizada da literatura foi operacionalizada, restrita por
artigos em inglês até setembro de 2024. Esta busca foi realizada nas bases de
dados: PubMed, Scopus, ScienceDirect
e Sportdiscus. Termos utilizados: “parkinson's
disease AND anxiety AND (strength training OR resistance training OR
progressive strength training OR weight training OR strengthening programs)”. Foram selecionados artigos produzidos a
partir de estudos de ensaio clínico aleatorizado, nos quais foram investigados
o efeito do treinamento de força em indivíduos com DP. Resultados: Foram
identificados dois estudos elegíveis para a análise qualitativa. O estudo de Kwok et al., (2019) apresentou treinos semanais
supervisionados, duas séries de exercícios com duração de 10 ou 20 segundos.
Não foi identificado resultado positivo significativo. Entretanto, o estudo de
Ferreira et al. (2018) apresentou treinos supervisionados bissemanais, duas
séries de exercícios com 8 a 12 repetições submáximas. Uma redução de 32% nos
sintomas de ansiedade foi identificada. Conclusão: Os resultados obtidos
indicam uma baixa realização de ensaios clínicos sobre o tema. Não obstante, os
escassos resultados obtidos sugerem que o treino de força com intensidade
elevada tende a contribuir com redução nos níveis de ansiedade de indivíduos
com Doença de Parkinson, sendo justificável a realização de mais investigações
para confirmar tal tendência.
Palavras-chave: treinamento de força, doença de
Parkinson, ansiedade
26 - Impacto do exercício
físico na saúde mental de mulheres de meia idade: uma revisão sistemática
Hilene R. S. N. Machado1, Mariana
P. L. de Azevedo2, Maria Izabel F. Batista1, Nádia S. L. da Silva1
1Programa de Pós-Graduação em Ciências do
Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
2Instituto de Educação Física e
Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Hilene R. S. N. Machado,
hilenesantiago@gmail.com
Introdução: Segundo a Associação de Obstetrícia e
Ginecologia de São Paulo (2019), o climatério é um processo natural de
transição entre o período de fertilidade e infertilidade na mulher, divido em
fases: pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa. A
menopausa ocorre, em média, entre os 48 e 50 anos de idade sendo marcada por
alterações fisiológicas que impactam negativamente na qualidade de vida,
inclusive na saúde mental (Galvão et al., 2007). Uma das estratégias não
medicamentosas indicada pela literatura para minimizar as implicações da
menopausa é o exercício físico (avelar et al., 2012),
mas ainda há poucas informações sobre o impacto deste na saúde mental da mulher
menopausada. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo é investigar o impacto do exercício físico na saúde mental de mulheres
de meia idade. Métodos: A presente revisão sistemática foi desenvolvida
com base nas orientações do PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (Liberati et al., 2009) e foram elegidos
estudos experimentais sobre a relação entre exercício físico e saúde mental
(sintomas de depressão e ansiedade) em mulheres menopausadas
nas seguintes bases de dados: “PubMed”, “Scopus” e
“Sport Discus”. Resultados: Foram encontrados
264 artigos e, após a etapa de elegibilidade, 7 estudos foram selecionados.
Cada estudo utilizou um tipo de exercício para a intervenção: treinamento
aeróbio, yoga e alongamento, e na maioria houve redução significativa nos
sintomas de depressão após as intervenções. Conclusão: A presente
revisão sistemática indica que o exercício físico contribuiu para a redução dos
sintomas de depressão e ansiedade em mulheres na menopausa. Entretanto, devido
as diferenças entre o tipo de intervenção, intensidade, duração e frequência
utilizada em cada estudo, não é possível estabelecer a melhor prescrição de
exercício, o que indica a necessidade da realização de novos estudos para a
compreensão do efeito do exercício para este público.
Palavras-chave: exercício, atividade física,
menopausa, depressão, ansiedade
27 - Efeitos da
exercitação no tratamento de algias nociplásticas: o
estado da arte
Louise C. Batista1,
Taina S. Oliveira2, Igor S. Carvalho2, Luiz Alberto
Batista2, José Silvio O. Barbosa3
1Escola de Medicina e Cirurgia,
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
2Laboratório de Biomecânica e
Comportamento Motor, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil
3Laboratório de Fisiologia Aplicada à
Educação Física, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil
Louise C. Batista, louisebatista@edu.unirio.br
Introdução: A fibromialgia é uma síndrome de
etiologia desconhecida, caracterizada por dor nociplástica
musculoesquelética crônica e generalizada que afeta várias áreas do corpo. No
contexto das doenças crônicas não transmissíveis, a dor crônica é a ocorrência
mais prevalente no Brasil, e especialistas propõem que a exercitação física é
efetiva na prevenção do aumento e na redução de sua intensidade. O objetivo do
estudo é verificar se há, no conhecimento científico produzido, informações que
sustentem a proposição de efetividade do efeito da exercitação física na
redução da dor em indivíduos acometidos pela fibromialgia. Métodos: Foi
realizada uma caracterização do estado da arte do conhecimento com base na
produção acadêmica obtida por meio de busca no PubMed,
sendo utilizados como palavras chaves os descritores “Fibromyalgia”,
“Chronic pain” e “Physical Exercise”.
Subsequentemente as metanálises identificadas foram
submetidas a uma análise de conteúdo mais detalhada. Resultados: Foram
encontrados 329 artigos publicados até o ano de 2024, dos quais 14 (4,3%) são metanálises. O exame detalhado das metanálises
demonstrou que apenas 3 trataram, especificamente, o exercício físico como
variável exposição e a dor crônica como desfecho, no contexto do tratamento de
indivíduos acometidos por fibromialgia. Os principais resultados sugerem que a
prática de exercícios físicos tende a reduzir a intensidade da dor, porém ainda
não é possível estimar o grau deste efeito. Também há evidência de que o tipo
de exercício utilizado e sua correta prescrição tendem a contribuir para a
adesão do praticante à exercitação. Conclusão: Ao que parece a prática
regular de exercícios tende de fato a contribuir, no mínimo, para a redução da
intensidade da dor crônica presentes na fibromialgia. No entanto, ainda são
escassas informações que possibilitem tomadas de decisão acerca da escolha de
exercícios mais adequados assim como de sua correta prescrição.
Palavras-chave: exercício físico, dor crônica,
fibromialgia
28 - Nível de dor
musculoesquelética relatada por pacientes com doenças raras e multimorbidade na avaliação inicial e fase de adaptação ao
exercício físico
André L. T. Moreira1,
Bruna D. dos Santos1, Joyce F. Carvalho1, Pedro G.
Coscarelli2,3
1Laboratório de Educação Física
Terapêutica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
2Laboratório de Fisiologia do Exercício,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil
3Hospital Universitário Pedro Ernesto,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
André Luiz T. Moreira, Andre.ltmmoreira@gmail.com
Introdução: A dor musculoesquelética (DOR) é uma importante queixa dos pacientes do Ambulatório de
Doenças Raras (DR) do HUPE, atendidos no “projeto de extensão Educação Física
Terapêutica para melhoria da qualidade de vida e saúde de pacientes com DR e multimorbidade” sendo um dos fatores limitantes para a
prática de exercício físico (EF). Este estudo teve por objetivo apresentar o
nível de DOR em repouso relatado pelos pacientes na avaliação inicial (AI) e na
primeira semana no projeto de extensão (fase de adaptação-FA) do programa de EF
(PEF). Métodos: A DOR foi avaliada através do questionário Q-ADOM. Todos
os valores para DOR foram reportados pelos pacientes (n = 8) a partir da escala
visual analógica 0-10, no repouso e na atividade física. Na FA foi utilizada a
média das duas primeiras aulas. A análise estatística foi realizada no programa
BioEstat 5.0 sendo aplicados os testes Shapiro-Wilk e
Friedman, com p < 0,05. Os resultados são apresentados como média ± desvio
padrão. Resultados: Os resultados demonstraram que na AI a média da DOR
em repouso foi de 19 ± 12, enquanto que na FA a média foi de 2±3, sendo essa
diferença significativa (p < 0,05). A média da DOR relatado na AI em
resposta ao EF foi de 12 ± 10, enquanto que na FA foi de 3 ± 5, sendo este
último significativamente diferente da DOR da AI em repouso (p < 0,05). Conclusão:
Os resultados sugerem haver uma diferença entre a DOR relatada em repouso na AI
e na FA, sendo menor nesta última. Devido ao pequeno número da amostra e a
variação dos resultados, são necessários estudos futuros para analisar se há
divergência na DOR relatada e o impacto da FA.
Palavras-chave: Dor musculoesquelética, doenças raras
e multimorbidade, exercício físico
29 - Respostas hemodinânicas e psicofisiológicas de idosos à marcha
assistida com smart walker
em um cenário imersivo de realidade virtual
Paulo E. M. Rohor1,
Anselmo Frizera2, Carla Zimerer2, Maria E. Franchine2,
Matheus Loureiro2, Ricardo Mello2, Luciana Carletti1
1Laboratório de Fisiologia do Exercício,
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil
2Human Centered
Systems Laboratory, Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Paulo E. M. Rohor, pauloemilio.mr@gmail.com
Introdução: Embora a associação de smart walker e realidade virtual
(RV) seja promissora na reabilitação da marcha, a compreensão dos efeitos
fisiológicos dessas tecnologias é crucial para otimizar os protocolos de
tratamento, minimizando riscos. Portanto, o objetivo desse estudo é comparar as
respostas hemodinâmicas e psicofisiológicas de uma sessão de marcha assistida
com smart walker (SSW) e
com smart walker em cenário
imersivo de RV (SRV) em idosos. Métodos: Treze idosos fisicamente ativos
(66,00 ± 3,96 anos; 1,63 ± 0,09 m; 71,12 ± 10,99 kg) realizaram as SSW e SRV (4
x 90s, 90s de intervalo passivo). O Percentual da Frequência Cardíaca Máxima (%FCmáx) foi estabelecido para as sessões. A
Pressão Arterial (PA) foi aferida com esfigmomanômetro aneroide nos momentos:
basal, intervalos e recuperação. A Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) e Carga
Cognitiva (CC) foram registradas nos intervalos e recuperação. Resultados:
Não houve diferença significativa nas comparações entre as condições SSW e SRV
(p > 0,05). Em relação ao basal, houve aumento significativo (p > 0,05)
da PA sistólica (bloco 2 e 3: ∆% = 6,27 e 7,94), PA média (bloco 3 e 4:
∆%
= 7,41 e 6,45) e duplo produto (bloco 1,2,3 e 4: ∆% = 34,70; 35,71; 41,55 e 42,43) na SSW
e da PA sistólica (bloco 4: ∆% = 6,71) e duplo produto (bloco 1,2,3 e
4: ∆%
= 35,22; 34,87; 38,70 e 43,18) na SRV. As intensidades foram baixas (SSW:
53,0–55,6% FCmáx, PSE = fácil; SRV:
53,9–56,0% FCmáx, PSE= muito, muito fácil)
e CC indicou “muito pouco esforço mental” para ambas as sessões. Conclusão:
A marcha assistida por smart walker
em cenário imersivo de RV provocou baixo estresse hemodinâmico e
psicofisiológico em idosos fisicamente ativos, não elevando a intensidade.
Portanto, a combinação dessas tecnologias parece ser uma estratégia segura para
a reabilitação da marcha.
Palavras-chave: reabilitação física, tecnologia
assistiva, terapia por exercício, saúde digital
30 - É possível minimizar
a cinetose durante o exercício de marcha assistida por smart
walker em um cenário imersivo de realidade virtual?
Carla Zimerer1,
Paulo E. M. Rohor2, Matheus Loureiro1, Maria E. Franchine1,
Ricardo Mello1, Anselmo Frizera1
1Human Centered
Systems Laboratory, Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil
2Laboratório de Fisiologia do Exercício,
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Carla Zimerer,
czimerer@gmail.com
Introdução: A associação entre smart
walker e realidade virtual (RV) é promissora na
reabilitação física. Contudo, a cinetose pode representar um obstáculo para a
segurança e o bem-estar dos usuários. Portanto, o objetivo do presente estudo é
avaliar os efeitos da marcha assistida por smart walker em um cenário imersivo de RV sobre a cinetose de
idosos. Métodos: Treze idosos fisicamente ativos (homens, n = 5;
mulheres, n = 8; idade = 66,77 ± 3,51 anos; estatura = 1,62 ± 0,09 m; massa
corporal = 71,55 ± 10,51 kg) realizaram uma sessão de marcha assistida por smart walker em um cenário do
mundo real (SSW) e em um cenário imersivo de RV (SRV). Os participantes
completaram um protocolo de marcha assistida em linha reta (relação estímulo:descanso de 90:90s; descanso passivo; duração
total de 10,5 minutos). Os sintomas de cinetose foram avaliados através do
Questionário de Cinetose em Simuladores (SSQ – do inglês, Simulator Sickness Questionnaire) nos
momentos basal, imediatamente, 15 e 30 minutos após o término da sessão. O
teste de Friedman foi adotado para análise estatística dos valores do SSQ ao
longo das sessões. O coeficiente W de Kendall foi estabelecido como medida de
tamanho do efeito (TE), conforme os valores de classificação: 0,10 (pequeno),
0,30 (moderado) e 0,50 (grande). Resultados: Não foram observadas
diferenças significativas nos valores de SSQ quando comparados os diferentes
momentos (basal, imediatamente, 15 e 30 minutos após o término da sessão)
durante a SSW (p = 0,194; TE: 0,121) e SRV (p = 0,682; TE: 0,038). Conclusão: A
inserção de um cenário imersivo de RV em sessões de marcha intervalada
assistida por smart walker
não causou cinetose nos participantes idosos. Esses resultados indicam que essa
abordagem parece ser segura e promissora para ser incorporada em programas de
reabilitação física.
Palavras-chave: reabilitação, tecnologia assistiva,
terapia de exposição à realidade virtual, pessoas com deficiência, óculos
inteligentes
31 - Estratégias não
farmacológicas contra a hipertensão arterial: efeito do treinamento resistido e
aclimatação na cardioproteção
Jéssica S. Santos1,2,
Ronaldo A.C.S. Almeida1,2, Letícia S. Amorim1,2, Anderson
L.B. Silveira1,2, Emerson L. Olivares2
1Laboratório de Fisiologia e Desempenho
Humano, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Rio de
Janeiro, Brasil
2Laboratório de Fisiologia e Farmacologia
Cardiovascular, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Rio
de Janeiro, Brasil
Emerson L. Olivares, olivares.el@gmail.com
Introdução: Doenças cardiovasculares são a maior
causa de morte no mundo e no Brasil. Hipertensão arterial (HA) e isquemia (IQ)
são as principais incidências de mortalidade. O tratamento convencional é o
farmacológico. O treinamento resistido (TR) e mais recentemente a aclimatação
ao calor têm potencial não farmacológico contra essas doenças cardiovasculares.
O presente estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos da aclimatação e do TR
sobre a função ventricular e pressão arterial sistólica em ratos espontaneamente
hipertensos (SHR). Métodos: Este protocolo experimental foi autorizado
sob CEUA/ICBS/UFRRJ 14/2022. SHR, machos, adultos, foram divididos em grupos
controle (CTR, n = 7), grupo treinado 3x/semana/10 semanas (TR, n = 8) e
aclimatado em banho aquecido por 11 dias consecutivos (HWI, n = 9). A pressão
arterial sistólica (PAS) foi acessada por pletismografia de cauda. A função
ventricular esquerda (FVE) foi acessada pelo método de coração isolado. A
avaliação de cardioproteção baseou-se na FVE após
30min de IQ global seguida de reperfusão e análise da área de infarto. Resultados:
Comparando os dados ao final do período experimental com o pré-experimental,
CTR teve maior PAS (p < 0,01), enquanto TR e HWI não apresentaram PAS
aumentada (P > 0,05). Após IQ, a pressão desenvolvida pelo ventrículo
esquerdo foi melhor durante a reperfusão nos grupos HWI comparados a CTR (p
< 0,05) e TR (p < 0,05). A área de infarto após IQ foi menor apenas em
HWI (p < 0,05). Conclusão: Os resultados demonstraram efeito direto
da aclimatação reduzindo a PAS in vivo e promovendo cardioproteção
em corações HWI ex vivo. A aclimatação demonstrou
efeito significativo como terapia não medicamentosa de simples aplicação,
barata e acessível no tratamento e mitigação dos efeitos da HA.
Palavras-chave: hipertensão, treinamento resistido,
aclimatação, cardioproteção, saúde
32 - Efeito do
treinamento físico sobre a aterogênese e o
catabolismo do triptofano pela via da quinurenina em
animais com aterosclerose associada ao HIV
Marcus V. dos S. Rangel1,2,
Mohammad Afaque Alam2, Mohammad Islamuddin2,
Zheng Chen2, Xuebin Qin2,
Juliana P. Borges1
1Laboratório de Atividade Física e
Promoção à Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
2Tulane National Primate Research Center and Tulane
University School of Medicine, New Orleans, LA, USA
Juliana Pereira Borges. julipborges@gmail.com
Introdução: O novo modelo animal de aterosclerose
associada ao HIV (Tg26+/-/ApoE-/-)
apresenta aumento da área da placa de ateroma em comparação ao camundongo ApoE-/-, associado à atividade elevada da enzima
indoleamina 2,3-dioxigenase (IDO). A IDO catalisa a
degradação do triptofano (TRP) pela via da quinurenina
(KYN). Como biomarcador pró-inflamatório, a IDO tem sido elencada como fator de
risco cardiovascular. O exercício parece redirecionar essa via nos músculos
esqueléticos através da ativação de fatores transcricionais. O objetivo do
estudo é Investigar o efeito do treinamento aeróbio
sobre a aterogênese e inflamação em camundongos Tg26+/-/ApoE-/-. Métodos: Nove camundongos Tg26+/-/ApoE-/- e 18 ApoE-/-
receberam dieta aterogênica e foram randomizados em grupos de exercício (Ex) ou controle. Os grupos exercitados realizaram
treinamento físico em esteira por 8 semanas (5 vezes por semana a 60% da
velocidade máxima). As concentrações de KYN, TRP e citocinas foram medidas por
meio de ELISA, e imunofenotipagem por citometria de
fluxo. Após a eutanásia, a aorta inteira foi processada e corada para análise en face. Resultados: Os camundongos Tg26+/-/ApoE-/- apresentaram placas ateroscleróticas
aproximadamente 40% maiores do que os camundongos ApoE-/-
(p = 0,01) e ligeira expressão maior de neutrófilos (p = 0,05) e monócitos (p =
0,06). O exercício reduziu a área da placa aterosclerótica em aproximadamente
40% nos camundongos ApoE-/- Ex (p = 0,04), mas apenas em 12% nos camundongos Tg26+/-/ApoE-/- Ex (p = 0,85).
Além disso, os camundongos Tg26+/-/ApoE-/-
Ex apresentaram maior atividade de IDO do que os ApoE-/- Ex (58,57 ± 6,88
vs. -4,62 ± 17,20 %, p = 0,01). Não foram detectadas diferenças nos níveis de
citocinas, exceto por uma correlação negativa entre a área da placa e o TNF-α
em Tg26+/-/ApoE-/- Ex (R = -0,99, p = 0,05). Conclusão: Ao contrário
dos camundongos ApoE-/-, o treinamento
aeróbio não reduziu a área da placa em camundongos com aterosclerose associada
ao HIV. Além disso, foi observado aumento da inflamação em Tg26+/-/ApoE-/-, conforme indicado pela atividade
elevada da IDO.
Palavras-chave: aterosclerose, AIDS, treinamento
físico, metabolismo
33 - Fatores associados à alterações posturais em crianças e adolescentes de uma
escola pública do Rio de Janeiro
Tainá S. Oliveira1,
Glauber R. Pereira2, Louise C. Batista3, Márcia R.
Barroca2, Igor S. Carvalho1, Sérgio M. Pinto1,
Camila L. Silva1, Luiz Alberto Batista1
1Laboratório de Biomecânica e
Comportamento Motor, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil
2Secretaria Municipal de Educação,
Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
3Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Tainá S. Oliveira, tasousa.oliveira@gmail.com
Introdução: Evidências sugerem a existência de
importante valor de prevalência de alterações posturais da coluna vertebral em
populações de crianças e adolescentes. Sabe-se que conhecer tanto a prevalência
deste agravo à saúde, quanto os fatores a ela associados, contribui para o
delineamento de estratégias de prevenção e tratamento efetivas. Não obstante,
essas informações são escassas no que tange aos escolares do Rio de Janeiro. O
objetivo do estudo é identificar a prevalência de desvios posturais em
escolares de uma escola pública do município do Rio de Janeiro e de possíveis
fatores a eles associados. Métodos: 304 sujeitos foram investigados,
sendo 168 do sexo feminino e 136 do sexo masculino, com média de idade de 11,5
± 2,6 anos, massa corporal total de 44,9 ± 15,3 kg e estatura de 150,3 ± 14,6
cm. Para o exame postural, foi utilizada a Técnica de Moiré de Sombra, a qual
permitiu a classificação dos sujeitos examinados em duas categorias: presença
ou ausência de desvio na região dorsal. Um questionário, composto por perguntas
referentes aos hábitos diários adotados pelos escolares, foi aplicado com o
propósito de obterem-se informações acerca de possíveis variáveis associadas à
prevalência dos desvios. Os dados foram modelados por regressão logística, de
forma a identificar as possíveis relações entre as variáveis, por meio do
software estatístico R, sendo adotado um nível de significância α = 0,05. Resultados:
Foi detectada uma prevalência de 74% (225) de indivíduos com presença de desvio
na região dorsal. Identificou-se que as variáveis índice de massa corporal e o
estado de prática de atividade física apresentam associação com a condição de
desvio. Conclusão: A alta prevalência de desvios posturais revela ser
mister a elaboração e implementação de medidas de promoção de saúde no ambiente
escolar e o quadro de variáveis com associação indica que o professor de
Educação Física é competente para assumir o protagonismo nestes processos.
Palavras-chave: prevalência, postura, escolares
34 - Perfil da idade
relativa e somatotipo de jovens atletas de futebol
sub-15 no Rio de Janeiro
Matheus G. de A. Ferreira1,2,
Christian M. Lima2,3,4, Moisés A. de O. Borges2, Carlos
A. Ferreira5, Vicente P. Lima2,3,4
1Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Atividade Física, Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro,
Brasil
2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do
Desempenho, Exercício e Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
3Instituto de Educação Física e
Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
4Programa de Pós-Graduação em Ciências do
Esporte e do Exercício, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
5Laboratório do Exercício e do Esporte,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Matheus G. de A. Ferreira, eugarciamatheus@gmail.com
Introdução: a idade relativa e o somatotipo são fatores importantes no desenvolvimento de
jovens atletas. Diferentes características morfológicas podem influenciar o
desempenho físico e técnico, criando vantagens ou desvantagens entre atletas da
mesma categoria etária. Este estudo busca descrever o perfil da idade relativa
e somatotipo de jogadores de futebol sub-15 de um
clube do Rio de Janeiro durante a pré-temporada. Métodos: estudo foi
realizado com 28 atletas sub-15 de futebol, federados de um clube da série A do
Rio de Janeiro, totalizando 80% de toda a equipe, tendo massa corporal de 56,58
± 7,46 kg e estatura de 169,05 ± 7,26 cm. As datas de nascimento dos atletas
foram agrupadas em 4 trimestres para traçar o perfil de idade relativa e o somatotipo avaliado por um profissional certificado ISAK
nível 3 e calculado pelo método proposto por Heath & Carter. Resultados:
os dados mostram que 39,3% dos atletas nasceram no segundo trimestre, sugerindo
uma possível vantagem dos atletas nascidos nesse período, o primeiro e quarto
trimestres possuem distribuição igual ambos com 21,4%, enquanto o terceiro
apresenta apenas 17,9%. A predominância do somatotipo
dos atletas foi: mesomorfo 60,7%, ectomorfo com 32,1%
e endoformo com 7,1%. Conclusão: com os
resultados pode-se concluir que nos atletas federados que fizeram parte da
amostra, possuem idade relativa predominante de nascimento no segundo trimestre
e que são na maioria mesomorfos. Os resultados confirmam os pressupostos
teóricos para atletas de futebol. As coletas dos dados continuam acontecendo na
equipe, acrescentando testes de potência, velocidade, agilidade, avaliação
antropométrica e de maturação.
Palavras-chave: Futebol, esportes juvenis, efeito da
idade relativa, somatotipo.
35 - Distância percorrida
no Yo-Yo recovery nível 1 associado a potência de
membros inferiores em atletas sub15 de futebol na pré-temporada
Christian M. Lima1, Moisés A.O. Borges2, Vicente P.
Lima1
1Programa de Pós-Graduação em Ciências do
Esporte e do Exercício (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do
Desempenho, Exercício e Saúde
Christian M. Lima, profcmandovani@gmail.com
Introdução: o padrão das demandas físicas de
esportes com características intermitentes, como o futebol, tem sido amplamente
estudado nos últimos anos. É reconhecido que esses esportes exigem grandes
demandas físicas devido a atividades intensas e de curta duração, como saltos,
mudanças de direção e sprints. Por ser um esporte de caráter intermitente, o
futebol exige, ainda, boa capacidade aeróbica para sustentar o esforço durante
toda a partida. Pelo exposto, o presente estudo tem como objetivo correlacionar
a distância percorrida no Yo-YO Recovery 1 com o desempenho no salto vertical. Métodos:
trata-se de um estudo correlacional e de campo, conduzido durante a
pré-temporada de 2024, com 29 jogadores de futebol Sub-15, com 56,58 kg ± 7,46
kg de massa corporal e 169,05 ± 7,26 cm de estatura, representando 82,86% dos
federados de um clube da série A do Rio de Janeiro. O teste Yo-Yo Intermitent Recovery Level 1
(YYIR1) avaliou o tempo e distância percorrida de forma intermitente, orientado
por um sinal sonoro e registrado por uma fotocélula. Para avaliar a potência
dos membros inferiores, foi realizado o Counter Movement Jump (CMJ) utilizando
o equipamento validado Vert Jump. Resultados: foi utilizado o teste de
Shapiro-Wilk, verificando que os dados possuem distribuição normal. Portanto,
foi realizado um teste de correlação de Pearson, que não verificou a existência
de correlação entre as variáveis com r = 0,18 e p = 0,35. Conclusão: com
tais resultados, pode-se concluir que na amostra estudada, na pré-temporada de
2024, não há correlação entre a distância percorrida no YYIR1 e desempenho no
CMJ. Novos estudos estão sendo realizados ao longo da temporada, associando
essas variáveis com velocidade, composição corporal, agilidade e com posição em
jogo.
Palavras-chave: futebol, adolescente, desempenho
físico
36 - Habilidade de
sprints repetidos em atletas de handebol feminino
Zander Bastos1,
Juliana Alcantara2, Emanuel Clemente1, Pedro Sampaio1,
Victor Vieira1, Amanda Borges1, Matheus Bartholomeu2,
Pablo Oliveira1,2
1Grupo de Pesquisa em Fisiologia do
Exercício e Treinamento, Centro Universitário São José, Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
2Curso de Educação Física, Universidade
Castelo Branco, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Pablo R. de O. Silva, pablo_oliveira@ymail.com
Introdução: O handebol é um esporte coletivo com
características intermitentes, alternando estímulos de alta intensidade com
períodos de baixa intensidade. O handebol é caracterizado por uma predominância
aeróbia. No entanto, são estímulos anaeróbios que determinam as ações decisivas
do jogo. Como são realizadas diversas ações anaeróbias durante o jogo, entender
a resistência desse metabolismo em atletas se torna importante. Dessa forma,
entender como a habilidade de sustentar sprints repetidos se torna de grande relevância
para os treinadores de handebol. O objetivo do trabalho foi comparar as
variáveis da resistência anaeróbia em jovens jogadoras de diferentes posições
no handebol. Métodos: Vinte jogadoras do sexo feminino com idade média
de 16,8 ± 0,8 anos participaram deste estudo. Foi realizado o teste de Running Anaerobic Sprint Test (RAST), que consistia em 6 tiros de
35 metros de corrida com 10 segundos de intervalo entre eles. Foram calculadas
potências máxima, média e mínima (absolutas e relativas) e índice de fadiga.
Estatísticas com média, desvio padrão foram utilizadas. Para comparar os
diferentes grupos foi utilizada a ANOVA. Resultados: Foi possível
observar valores sem diferença estatística significativa entre as atletas nas
potências absolutas. Nas potências relativas, foi possível verificar que
armadoras e pontas apresentavam maiores valores do que goleiras e pivôs (p <
0,05). Em relação ao índice de fadiga, pontas (28,1 ± 11,1) e armadoras (30,2 ±
10,0) apresentavam menores valores de goleiras (38,5 ± 4,1) e pivôs (36,3 ±
10,3) (p < 0,05). Conclusão: Tanto nas potências quanto no índice de
fadiga, armadoras e pontas apresentam melhor condicionamento anaeróbio do que
goleias e pivôs. Além disso, pivôs têm melhor capacidade anaeróbia do que
goleiras. O treinamento para as demandas do jogo pode explicar a diferença das
variáveis da resistência anaeróbia entre as posições de jogo.
Palavras-chave: resistência anaeróbia, esporte,
mulheres
37 - Pertinência da fase
de verificação para confirmar o consumo máximo de oxigênio em pessoas com
histórico de acidente vascular cerebral
Paulo C. Couto Junior,
Victor A. B. Costa, Tatiana R. Santos, Guilherme F. Fonseca, Felipe A. Cunha
Laboratório de Atividade
Física e Promoção da Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Paulo C. Couto Junior, paulocarlospl@gmail.com
Introdução: A fase de verificação (FV) tem sido
utilizada para confirmar o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) em
diferentes populações. Entretanto, pouco se sabe sobre a sua relevância em
pessoas com histórico de acidente vascular cerebral (AVC). Portanto,
objetivou-se investigar a pertinência da FV para confirmar o VO2máx
em pessoas com histórico de AVC. Métodos: 10 pessoas com histórico de
AVC realizaram um teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) em rampa e uma FV
(2-min a 50% e 1-min a 70%, e 90% da carga máxima de trabalho atingida no TCPE
até a exaustão). As trocas gasosas foram registradas por meio de um analisador
metabólico. A normalidade da distribuição dos dados foi ratificada pelo teste
Shapiro-Wilk. O maior VO2 atingido no TCPE vs. FV foi comparado pelo teste t
pareado. A concordância entre o VO2 obtido no TCPE vs. FV foi avaliada pelo
coeficiente de correlação intraclasse aleatório de duas vias e medidas únicas
(CCI2,1). O nível de significância estatística de P < 0,05 foi adotado. Para
análises individuais, o limiar de 3% (diferença TCPE vs. FV) foi adotado como
critério. As análises estatísticas foram realizadas pelo software Jamovi (v.2.3.28). Resultados: Não houve diferença
estatística significativa para os maiores valores de VO2 obtidos no
TCPE vs. FV a nível de grupo (valores absolutos: 1470 ± 337 vs. 1440 ± 371
mL.min-1, respectivamente; P = 0,419; valores relativos: 19,5 ± 3,3 vs. 19,1 ±
4,1 mL.kg-1.min-1, respectivamente; P = 0,481). A concordância entre TCPE e FV
foi excelente para valores absolutos (CCI2,1 = 0,976) e relativos
(CCI2,1 = 0,958). Análises individuais (absolutas e relativas)
revelaram que em dois casos o maior VO2 foi obtido durante o TCPE.
Em um caso o maior VO2 foi obtido durante a FV. Em sete casos não
houve diferença entre os valores do TCPE vs. FV (diferença < 3%). Conclusão:
A FV parece pertinente para confirmar o VO2máx em pessoas com
histórico de AVC.
Palavras-chave: teste de exercício, calorimetria
indireta, reabilitação
38 – Correspondência
entre a velocidade de transição caminhada-corrida e o limiar ventilatório em
adultos sedentários com sobrepeso ou obesidade: um estudo piloto
Matheus R. Cidrine, Paulo C. Couto Junior, Victor A. B. Costa, Tatiana
R. Santos, Guilherme F. Fonseca, Felipe A. Cunha
Laboratório de Atividade
Física e Promoção da Saúde, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Matheus R. Cidrine. cidrinematheus@gmail.com
Introdução: Exercícios com intensidades
compatíveis com o primeiro limiar ventilatório (LV1) são recomendados para
pessoas com sobrepeso/obesidade. Acredita-se que a velocidade de transição
caminhada-corrida (VTCC) guarde alguma relação com esse ponto de transição metabólica.
Objetivou-se analisar se é possível determinar o LV1 pelo protocolo de VTCC e o
nível de concordância entre os valores obtidos nos protocolos de VTCC vs. teste
cardiopulmonar de exercício (TCPE) para velocidade, consumo de oxigênio (VO2),
% do VO2 de reserva (%VO2R), frequência cardíaca (FC) e % da FC de
reserva (%FCR) no LV1. Métodos: 7 homens sedentários com
sobrepeso/obesidade (22,4 ± 2,4 anos; 91,1 ± 13,2 kg; 176,8 ± 5,3 cm)
realizaram um TCPE (rampa) e um protocolo de detecção da VTCC (início: 5,5
km.h-1; incrementos: 0,1 km.h-1 a cada 15s). O LV1 foi determinado por análise
dos equivalentes ventilatórios, excesso de produção de dióxido de carbono e V-slope visual (VTCC e TCPE). A normalidade da distribuição
dos dados foi ratificada pelo teste Shapiro-Wilk. As diferenças médias (VTCC
vs. TCPE) para velocidade-LV1, VO2-LV1, %VO2R-LV1, FC-LV1 e %FCR-LV1 foram
analisadas pelo teste t pareado. A concordância entre protocolos foi avaliada
pelo coeficiente de correlação intraclasse aleatório de duas vias e medidas
únicas (CCI2,1). Adotou-se o nível de significância estatística de P < 0,05.
Resultados: Foi possível determinar o LV1 em 100% dos casos. Em média, a
velocidade correspondente a VTCC foi 0,3 km·h-1 acima da VTCC-LV1 com excelente
concordância (CCI2,1 = 0,84). Comparando VTCC vs. TCPE, não houve diferença
significativa para os valores médios de velocidade-LV1, (CCI2,1 = 0,251) e para
os seguintes marcadores fisiológicos: FC-LV1 e %FCR-LV11 (P ≥ 0,05).
Diferenças significativas foram observadas apenas para VO2-LV1 (P = 0,032) e
%VO2R-LV1 (P = 0,043). Contudo, todos os marcadores fisiológicos apresentaram
excelente CCI2,1 (0,79-0,84). Conclusão: Os dados preliminares
apresentados parecem suportar a noção de que a VTCC corresponde uma intensidade
metabólica compatível com o LV1 em homens sedentários com sobrepeso/obesidade.
Palavras-chave: teste de exercício, metabolismo,
calorimetria indireta
39 - A percepção
subjetiva é suficiente para avaliar a capacidade cardiorrespiratória?
Laura Cabral Cruz Lopes da
Silveira, Gustavo Bernardes Fanaro, Helder Guerra de
Resende, Paula Morisco de Sá Peleteiro, Vinicius de
Oliveira Damasceno
Programa de Pós Graduação
Stricto Sensu em Desempenho Humano Operacional, Universidade da Força Aérea,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasil
Vinicius de Oliveira
Damasceno, viniciusvod@fab.mil.br
Introdução: Anualmente, a Força Aérea Brasileira
realiza processo seletivo para profissionais com formação em nível superior
para a prestação de serviço militar voluntário. Todos os voluntários são
submetidos a testes cardiorrespiratórios, porém, alguns autores propõem que a
autopercepção pode ser útil para economizar tempo e esforços. O nosso objetivo
foi verificar se a percepção subjetiva da capacidade cardiorrespiratória pode
ser utilizada como medida válida. Métodos: A amostra foi composta por 72
voluntários (47 do sexo feminino), idade 34,6 ± 4,1 anos, massa corporal 71,6 ±
11,0 kg, estatura 1,68 ± 0,7 m, IMC 25,1 ± 3,0 kg·m-2 e VO2máx
(37,0 ± 6,9 ml·kg-1·min-1). Nós solicitamos aos
voluntários que classificassem sua capacidade cardiorespiratória
a partir de uma escala de 1 a 5, onde 1 – Ruim e 5 – Excelente. Em seguida, os
voluntários foram submetidos a um teste de 12 minutos. Os resultados foram
convertidos em VO2máx a partir da equação (distância (m)-504)/45. Para a análise estatística foi utilizada ANOVA one way, com post hoc Scheffé. Resultados: Os resultados apontam que
VO2máx agrupado a partir da percepção subjetiva da capacidade
cardiorrespiratória apresentou diferenças (F(4, 67) =
11,532, p = 0,000. Conclusão: Os voluntários podem autoavaliar sua
capacidade cardiorrespiratória, tornando a autopercepção uma ferramenta
eficiente para otimizar tempo e recursos.
Palavras-chave: teste de esforço, aptidão
cardiorrespiratória, percepção, autoavaliação, militares
40 - Indicadores
cinemáticos de comprometimento da capacidade de gerar e aplicar força muscular
durante a execução de habilidade motora do timed up and go
Camila L. Silva¹, Thayane S. de Souza¹, Igor da S. Carvalho², Luiz Alberto
Batista³, Joyce F. Carvalho4
1Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
2Instituto Nacional de Tecnologia, Rio de
Janeiro, Brasil
3Laboratório de Biomecânica e
Comportamento Motor, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil
4Laboratório de Educação Física
Terapêutica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Camila L. Silva, camila.loppes@yahoo.com.br
Introdução: No timed up and go (TUG) o tempo de
execução de diferentes habilidades motoras (HM) é tomado como indicador de
risco de queda, porém o teste não indica possíveis causas do evento. Há
evidências que sugerem existir uma associação positiva entre grau de
comprometimento da capacidade de gerar força (GCF) e o grau de risco de quedas.
Em tese, um exame mecânico das HMs, durante a
execução do TUG, viabiliza delinear estimativas acerca do grau de
comprometimento da capacidade de gerar e aplicar força. Por isso, objetivou
verificar a viabilidade do uso de técnicas de análise cinemática no exame de HM
utilizadas na execução do TUG com vistas a estimar possíveis comprometimento da
capacidade de gerar e aplicar força muscular. Métodos: Deste estudo
piloto participaram 10 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 20 e 36
anos. As execuções do TUG foram registradas por meio de técnicas
fotogramétricas, sendo obtidas imagens dos planos frontal e sagital dos
executantes. Os dados cinemáticos das HMs. “levantar
da cadeira” e “sentar na cadeira” foram processados por meio do software Kinovea 0.9.5. Resultados:
Foi identificado que as
variáveis “grau de inclinação do tronco
adiante”, “estado do alinhamento entre
os segmentos pelves e tronco”, “comportamento angular
dinâmico de joelhos no
plano frontal”, “amplitude de elevação de
calcanhares” e “magnitude de aproximação
dos pés à cadeira”, podem funcionar como
possíveis indicadores do grau de
comprometimento da capacidade de gerar e aplicar força muscular.
Conclusão:
Os resultados obtidos por meio da análise cinemática das habilidades motoras
levantar e sentar sugerem ser viável a obtenção de indicadores do estado da
capacidade de gerar e aplicar força muscular no decurso de execução do TUG. Não
obstante, é preciso dar continuidade ao estudo para ratificar a autenticidade
científica dos indicadores identificados e realizar o exame das outras HMs do TUG.
Palavras-chave: TUG, análise qualitativa, habilidade
motora, biomecânica
41 - Impacto de
diferentes regiões de interesse, experiência dos avaliadores e características
das amostras sobre a intensidade do eco muscular
André Luiz C. Soares1,
Bruno R. Arruda1, Diego Augusto N. Santos1, Cláudio
Henrique I. A. Ribeiro Filho2, Roberto Mogami3, Roberta
A. Cobas4, Paulo Sergio C. Gomes1
1Instituto de Educação Física e
Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2Vasco da Gama SAF, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
3Faculdade de Ciências Médicas, Hospital
Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
4Faculdade de Ciências Médicas,
Policlínica Piquet Carneiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Paulo Sergio C. Gomes, paulo.gomes@uerj.br
Introdução: A experiência do ultrassonografista
pode afetar os resultados das medições ao adquirir ou analisar imagens. Carr et
al. (J Funct Morphol Kinesiol 2021;6(4):91) mostraram que a experiência na
análise tem maior impacto do que na aquisição. Outro fator de confundimento é a determinação da região de interesse (ROI)
do músculo (Caresio et al., Clin Physiol Funct Imag
2015;35(5):393-403). Portanto, o objetivo do estudo foi comparar a intensidade
do eco (IE) do músculo reto femoral (RF) usando ROI poligonal ou retangular em
jovens atletas e idosos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2), analisado por
avaliadores com diferentes níveis de experiência. Métodos: Dois
avaliadores novatos foram treinados por um experiente, sendo realizadas
medições em 31 atletas de futebol (idade: 15 ± 2 anos, IMC: 21,2 ± 2,3 kg/m2)
e 37 idosos com DM2 (idade: 75 ± 7 anos, IMC: 26,2 ± 7,4 kg/m2). As
imagens de ultrassonografia no modo B foram coletados com dois aparelhos (GE
LOGIQ e, GE LOGIC e10), sendo codificadas e independentemente analisadas em
cego por três avaliadores (1 experiente e 2 novatos). Resultados: Os
coeficientes de variação e os coeficientes de correlação intraclasse variaram
entre 0,6% e 3,2% e 0,932 a 0,999, respectivamente, com consistência similar
entre os três avaliadores, os dois tipos de ROI e nas duas amostras. A Anova
2x3 (ROI x avaliadores) não mostrou interação significativa, assim como não
detectou efeito principal significativo tanto para ROI como para os
avaliadores, tanto para amostra de jovens atletas (70,2 ± 13,7 u.a.) quanto para idosos com DM2 (131,5 ± 18,4 u.a.). Conclusão: A IE do músculo RF apresentou alta
consistência e baixa variabilidade entre os avaliadores novatos e de
referência, independentemente da ROI utilizada. O resultado das análises foi
semelhante para ambas as amostras, independentemente da qualidade muscular,
sugerindo boa viabilidade para estudos de campo.
Palavras-chave: medicina do esporte, músculo
quadríceps, ultrassom
42 - Estudo do
rastreamento do olhar em atletas de alto rendimento de badminton na execução do
saque
Eduardo Carpinelli,
Igor Carvalho, Carla. P. Guimarães
Laboratório de Tecnologia
Assistiva e Inclusão, Instituto Nacional de Tecnologia, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
Carla P. Guimarães, carla.guimaraes@int.gov.br
Introdução:
A participação de indivíduos no
Badminton, estende-se desde a prática de atividade e/ou
exercício físico até o
alto rendimento. No que diz respeito ao alto rendimento, o
comportamento do
olhar foi analisado em situações específicas.
Evidências sugerem que o número,
a duração das fixações e a
localização são inerentes à tarefa e o
contexto. No
jogo de Badminton, o saque, como tarefa motora, representa
estratégia
importante. O objetivo do estudo é identificar o nível de
associação entre o
número de fixações; tempo de fixação
e a eficiência do saque. Métodos:
Este estudo foi aprovado pelo CEP, parecer 5.816.003. Foram voluntárias neste
estudo 3 atletas da Seleção Nacional (20,75 ± 2,21 anos). As atletas executaram
5 saques em cada uma das 4 áreas da quadra selecionadas como alvo, sendo 20
saques, para cada lado da quadra, totalizando 40 saques em ordem aleatória. O
saque foi considerado eficiente quando a peteca tocava o alvo. Para analisar o
comportamento do olhar a Área de interesse (AOI) determinada foram os alvos e a
variável selecionada, foi o número de fixação do olhar na AOI e o tempo de
fixação. A obtenção dos dados foi por meio do equipamento Tobii
Glasses 2, os dados foram processados no software Tobii Glasses Analyzer.
Para o processamento estatístico foi utilizado o teste de (τ)
Kendall em função da não normalidade dos dados, através do software RStudio. Resultados: A associação entre a eficiência
no saque e o número de fixação na AOI foi τ
= 0,05 e entre a eficiência no saque e o tempo de fixação τ
= 0,03. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo sugerem que não há
uma associação entre a eficiência no saque das atletas participantes e números
de fixação e tempo de fixação.
Palavras-chave: badminton; rastreamento do olhar; comportamento do olhar; saque; eficiência