Rev Bras Fisiol Exerc.
2024;23(3Sup): e235612
IX Congresso de Ortopedia e Medicina Esportiva
Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil
COME UFJF
25 e 26 de outubro
de 2024
Faculdade de
medicina da UFJF, Juiz de Fora, MG
ORGANIZAÇÃO
Rodrigo Hohl
Universidade
Federal de Juiz de Fora
Samuel Lopes
Mendes
Medicina Clínica
e do Esporte - Pro Sport
Daniel Godoy
Martinez
Faculdade de
Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora
Resumos
Impacto dos exames pré-participação em esportes na atividade física: análise
de dados de 2019 a 2023 e relação com sedentarismo adulto
Ana Júlia Ayres Souza1,
Bruno Coutinho de Noronha1,2, Marcos Vinicius Nascimento da Silva3,
João Luiz Ribeiro Caffaro¹, Alan Gonçalves da Cruz1, Mariana Hanna
Fialho Santos1
1Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), Petrópolis, RJ, Brasil
2Professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, RJ, Brasil
3Acadêmico de Medicina da Universidade de
Vassouras (UNIVASSOURAS), Vassouras, RJ, Brasil
Ana Júlia Ayres Souza, anajuliayresouza@gmail.com
Introdução: A promoção da atividade física é um
desafio para a saúde pública em diferentes faixas etárias. Segundo o Ministério
da Saúde, crianças e adolescentes precisam de exames pré-participação
em esportes para garantir segurança, enquanto a inatividade física em adultos
exige intervenções contra o sedentarismo. Estudos sugerem que a prática
esportiva precoce pode influenciar os hábitos na vida adulta. Objetivo:
Realizar um levantamento descritivo dos exames pré-participação
esportiva realizados em crianças e adolescentes e das alegações de falta de
exercício em adultos (2019-2023) no estado do Rio de Janeiro, buscando
identificar padrões que possam indicar uma relação entre estímulo esportivo na
juventude e sedentarismo na vida adulta. Métodos: Estudo quantitativo,
descritivo e transversal, utilizando dados do Sistema de Informações em Saúde
para a Atenção Básica (SISAB) entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023,
analisando dados por faixa etária e sexo. Resultados: Foram
identificados 4.024 exames, com o maior número em 2023 (1.289) e o menor em
2021 (391). Em 2019, a faixa etária predominante foi de 10 a 14 anos (410
exames), com maior participação masculina (665 contra 364 feminina). Em 2020,
foram 399 exames, concentrando-se em 10 a 14 anos (180), com 252 no sexo
masculino e 147 no feminino. Em 2021, foram 391 exames (174 entre 10 a 14
anos), com 275 para meninos e 116 para meninas. Em 2022, registraram-se 916
exames (417 para 10 a 14 anos), e em 2023, 1.289 exames (532 para 10 a 14
anos), com maior número no sexo masculino em todos os anos. Foram registradas
320 alegações de inatividade física em adultos, sendo 250 no sexo feminino.
Discussão: A predominância masculina nos exames infantis/adolescentes e maior relato
de sedentarismo feminino adulto indicam a necessidade de estratégias para
aumentar o estímulo esportivo nas meninas. Conclusão: O estudo reforça a
importância de políticas públicas voltadas para o estímulo esportivo desde a
juventude, embora a relação entre atividade esportiva precoce e sedentarismo
adulto não possa ser firmemente estabelecida com base em dados transversais. Estudos
longitudinais são necessários para esclarecer essa relação.
Palavras-chave: esporte; criança e adolescente;
adultos; exercícios físicos
Incidência de lesões no
treinamento resistido: fatores de risco e áreas corporais mais afetadas
Marcos Vinicius Nascimento
da Silva1, Bruno Coutinho de Noronha2, Ana Júlia Ayres
Souza3, João Luiz Ribeiro Caffaro3, Maria Eduarda Lopes
Cedeçari3, Mariana Hanna Fialho Santos3
1Acadêmico de Medicina da Universidade de
Vassouras (UNIVASSOURAS), RJ, Brasil
2Professor da Faculdade de Medicina de
Petrópolis (FMP), RJ, Brasil
3Acadêmico de Medicina da Faculdade de
Medicina de Petrópolis (FMP), RJ, Brasil
Marcos Vinicius Nascimento
da Silva, marcos.vnasci@outlook.com
Introdução: O treinamento resistido, popularmente
conhecido como musculação, é amplamente reconhecido por seus benefícios na
melhora da força muscular, densidade óssea e controle metabólico. Contudo, o
aumento da sua prática tem levado a um crescimento nas lesões musculoesqueléticas,
especialmente em regiões como ombros, coluna lombar e joelhos, sendo estas
associadas a sobrecarga, técnica inadequada e falta de aquecimento. Objetivo:
Identificar as lesões associadas ao treinamento resistido, focando nos
mecanismos, áreas afetadas e fatores de risco. Método: Foi realizada uma
revisão sistemática da literatura utilizando as bases de dados Medline, BVS e
SciELO, aplicando descritores como “Traumatismos em Atletas” e “Treinamento
Resistido”. Estudos primários publicados entre 2019 e 2023 foram incluídos, e
artigos que não apresentavam texto completo, fora do período ou não
relacionados ao tema foram excluídos. Resultados: A busca resultou em
517 registros, dos quais, após a aplicação dos critérios de exclusão, 4 estudos
foram incluídos. Esses estudos identificaram que as lesões mais comuns no
treinamento resistido ocorrem no ombro, coluna lombar e joelhos. Movimentos como
agachamento e levantamento terra foram os mais associados a lesões. Discussão:
Analisou-se estudos sobre lesões frequentes em praticantes de treinamento
resistido, ocorrendo especialmente quando a técnica é inadequada ou a
reabilitação não é seguida. Sheikh et al. (2021) dizem que a falta de
recuperação adequada pode causar deterioração funcional e sintomas
persistentes. Batterson et al. (2020)
observaram uma alta taxa de lesões em praticantes de HIFT, com destaque para
joelhos e costas, enquanto Teixeira et al. (2020) correlacionaram maior tempo
de prática e competições a maior risco de lesões. Chen et al. (2023)
demonstraram que o treinamento funcional tem menor taxa de lesões em comparação
ao treinamento tradicional de força. Conclusão: A adoção de uma
abordagem preventiva, incluindo correção de técnica e periodização adequada, é
essencial para minimizar o risco de lesões em treinamento resistido. Mais
estudos são necessários para desenvolver diretrizes que promovam a segurança
dos praticantes.
Palavras-chave: treinamento resistido; lesões;
traumatismo em atletas; exercícios de força
Relação entre a amplitude
de movimento passiva de rotadores laterais do quadril e a superfície plantar
Francisco Silveira Pires2,
Diogo Carvalho Felício1,2, Laura Navarro de Moraes1,
Matheus Henrique Nogueira Bogo1, Raphael Oliveira Caetano1
1Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), MG, Brasil
2Programa Pós-Graduação em Ciências da
Reabilitação e Desempenho Físico Funcional (PPGCRDF-UFJF), MG, Brasil
Francisco Silveira Pires, franciscopires.fisio@gmail.com
Introdução: Alterações de prono-supinação
excessivas no complexo tornozelo-pé, podem ser mensuradas utilizando a
baropodometria e, frequentemente, levam a diversas patologias e lesões. A
rigidez articular é uma propriedade mecânica representada pela alteração do torque
de resistência crescente exercida por uma articulação, e, pode ser detectada
através de um teste clínico simples. As análises da relação linear entre essas
variáveis são necessárias para melhorar a compreensão acerca do movimento
humano e propor intervenções fisioterapêuticas mais assertivas, além de
suscitar variáveis que possam compor sistemas complexos não lineares. Objetivos:
Avaliar a correlação da rigidez passiva de quadril com a superfície plantar por
meio da análise da baropodometria estática e dinâmica. Métodos: Foi
realizado um estudo observacional do tipo transversal. O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética da UFJF. A seleção da amostra foi por conveniência. Foram
incluídos no estudo indivíduos hígidos de 18 a 60 anos sem restrição de gênero
e que não apresentassem queixa álgica que inviabilizasse a coleta. Foi
analisado a rigidez passiva de quadril pelo teste de amplitude passiva de
rotadores laterais de quadril e a superfície plantar, utilizando a Plataforma
Modular Baropodométrica. Resultados: Participaram do estudo 34
indivíduos. A média de idade foi de 39,9±2,7 anos, massa corporal de 73,0 ±
15,1 kg, estatura 1,72 ± 0,8 m, Índice de Massa Corporal 24,3 ± 3,6 kg/m2e
número do calçado 39,9 ± 2,7. Observamos que
não foi encontrado valor
significativo nas correlações entre rigidez de quadril e
a superfície plantar
estática (P = 0,42; r = -0,14) e entre a rigidez de quadril e a
superfície
plantar dinâmica (P = 0,53; r = -0,11), ambos utilizando a
correlação de
Pearson. Discussão: As evidências são conflitantes
em relação às correlações,
entretanto, indicam que a cinemática do pé em cadeia
cinética fechada é
multifatorial, não se limitando a uma única
variável. Conclusão: A
relação entre as estruturas do corpo é complexa e dependem da interação de
diferentes fatores, o que dificulta a sua compreensão a partir de abordagens
lineares e reducionistas.
Palavras-chave: amplitude de
movimento articular; articulação do quadril; supinação
Prevalência de lesões em
atletas de basquetebol da categoria de base
Mariana Barbosa Cuconato1,
Francisco Silveira Pires2, Diogo Carvalho Felício1,2,
Bruno Ferraz Simões1, Gian Marques de Oliveira1
1Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), MG, Brasil
2Programa Pós-Graduação em Ciências da
Reabilitação e Desempenho Físico Funcional (PPGCRDF-UFJF), MG, Brasil
Mariana Barbosa Cuconato, marianacuconato@hotmail.com
Introdução: O basquete é um dos esportes mais
praticados no mundo e, devido aos movimentos explosivos, como saltos e mudanças
de direção, possui alta prevalência de lesões. As lesões afetam o desempenho
das equipes e geram custos elevados. Portanto, compreender seus mecanismos e
locais mais acometidos é essencial para implementar programas de prevenção. Objetivos:
Reportar a prevalência das lesões em atletas de basquete da categoria de base
durante uma temporada. Métodos: Trata-se de um estudo observacional,
transversal com atletas de basquetebol do sexo masculino, com idades entre 14 e
18 anos, do time Basquetebol da Universidade Federal de Juiz de Fora, no
período de 2023 a 2024. Os participantes responderam ao questionário OSTRC-BR e
foi utilizado o critério time loss para a
classificação das lesões, que foram analisadas conforme a parte do corpo,
mecanismo e tipo de lesão. Resultados: A pesquisa envolveu 28 atletas do
sexo masculino, com idade média de 16,5 ± 1,2 anos. Durante o acompanhamento,
foram registradas 28 lesões, com o tornozelo/joelho sendo os locais mais
acometidos (35,7%), seguido pela perna (14,3%), ombro (7,1%) e lombar/cotovelo
(3,6%). Das lesões, 20 ocorreram sem contato, 5 por contato direto e 3 por
contato indireto. A maioria das lesões (60,7%) teve um início agudo, enquanto
39,3% foram atribuídas ao uso repetitivo. Quanto ao tipo de tecido afetado, 32%
foram ligamentares/musculares, 25% tendíneos e 3,6%
envolveram tecido fáscial/cartilaginoso. Discussão: O
local comumente mais afetado foram no tornozelo, joelho e perna, com
predominância de lesões com eventos identificáveis e sem contato. Esses achados
corroboram com estudos prévios, no entanto, diferenciou-se no tipo de lesões
por uso excessivo. Conclusão: As lesões mais comuns ao longo da
temporada foram nos membros inferiores, entender sobre essas lesões são de
grande importância para profissionais da saúde reconhecer os locais e tipos das
lesões mais comuns no esporte a fim de implementar programas de prevenção
eficazes.
Palavras-chave: lesões esportivas, prevenção de
lesões, basquetebol
Doença de Osgood-Schlatter: revisão sistemática sobre opções e
desafios do tratamento
Laís Bassoli Rosa Machado,
Carolina Soares de Sá Mendonça Pinto, Helena Faria Mucci,
Júlia Hocayen Titonelli
Ferreira, Rodrigo Gomes El Hadj, Bruno Fajardo do
Nascimento
Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
Laís Bassoli Rosa Machado, bassoli.lais@estudante.ufjf.br
Introdução: A Doença de Osgood-Schlatter
(OSD) é uma osteocondrose marcada por uma apofisite de tração na tuberosidade
tibial pelo esforço repetitivo, gerando dor e disfunção. A OSD é, geralmente,
autolimitada e seu tratamento é conservador. Objetivos: Identificar as
opções de tratamento da OSD, comparar efetividades e evidenciar desafios. Métodos:
Foi realizada uma revisão sistemática através da plataforma PubMed,
onde 159 trabalhos foram encontrados com as palavras-chave "Osgood-Schlatter", "treatment"
e "children", entre 2005 e 2024. Destes, 45
foram selecionados pelos critérios de inclusão, identificando estudos sobre o
tratamento da OSD em jovens de até 17 anos. Foram excluídos aqueles com foco em
adultos e em outros aspectos da doença e, assim, 25 artigos foram selecionados.
Resultados: Observou-se terapias no âmbito comportamental, medicamentoso
e cirúrgico, mas muitas não apresentam efetividade comprovada, como a Dextrose.
Entretanto, foi identificada como base terapêutica a regulação da prática
física guiada pelos sintomas do paciente, o que vai contra o cotidiano de sua
faixa etária, reduzindo sua adesão. Ademais, evidenciou-se a eficácia de
medidas preventivas, como o fortalecimento muscular e a melhora da
flexibilidade. Discussão: Embora não haja um protocolo para o tratamento da doença,
a redução da atividade física é importante para um bom prognóstico e deve ser
acompanhada da conscientização do paciente e seus responsáveis, uma vez que o
curso da patologia vai na contramão do dia a dia ativo deles. Conclusão:
Conclui-se que há a necessidade da criação de um protocolo terapêutico para a
OSD, visando aumentar a adesão ao tratamento e que mais estudos devem ser
realizados para confirmar a eficácia dos diferentes meios de terapia.
Palavras-chave: Osgood-Schlatter,
tratamento; crianças
Programas de prevenção de
lesões de membros inferiores em jogadores de basquete são efetivas? Uma revisão
narrativa
Gustavo Andrade Porphyrio de Souza1, Diogo Carvalho Felício1,2,
Francisco Silveira Pires2, Samuel de Oliveira Leite¹, Gustavo
Carvalho Sant’Ana¹, Henrique Tavares Contim¹
1Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), MG, Brasil
2Programa Pós-Graduação em Ciências da
Reabilitação e Desempenho Físico Funcional (PPGCRDF-UFJF), MG, Brasil
Gustavo Andrade Porphyrio de Souza, gustavoandrade500@gmail.com
Introdução: A prática do basquetebol exige
atividades de alta intensidade e repetitivas, como corrida, saltos, mudança de
direções e arremessos. Os benefícios para a saúde estão claros, porém apresenta
uma alta incidência de lesões. Estima-se 4,03 lesões a cada 1000 horas de
treinos ou jogos, acometendo principalmente os membros inferiores. Nesse
sentido, programas de prevenção de lesões são propostos para minimizar esses
riscos. Objetivos: Examinar a eficácia de programas de prevenção de
lesões musculoesqueléticas em jogadores de basquetebol. Métodos:
Trata-se de uma revisão narrativa. Foi realizada uma busca sensível nas bases
de dados PubMed, Embase e PEDro.
Foram utilizados os descritores basket AND injury prevention e suas
variações. Foram incluídos somente estudos do tipo ensaio clínico randomizado
na língua inglesa, publicados entre os anos de 2014 a 2024, que incluíam
programas de prevenção de lesões especificamente de membros inferiores em
atletas de basquete. Para análise da qualidade metodológica dos estudos, foi
utilizado a escala PEDro. Resultados: De 1.145
estudos identificados, 9 artigos foram incluídos, envolvendo 4.126
participantes. As intervenções foram heterogêneas, mas exercícios de
pliometria, equilíbrio e força foram os mais utilizados. Três estudos
focaram-se no tornozelo e seis no joelho. Observou-se uma redução na razão do
risco de lesões, melhora na dorsiflexão e diminuição de valgo de joelho na
aterrissagem. Também foram encontradas diferenças significativas no equilíbrio
estático e dinâmico. Discussão: Programas de prevenção demonstram ser
eficazes na redução de lesões dos membros inferiores em atletas de basquetebol.
Ademais, os resultados são satisfatórios para correção de padrões biomecânicos
lesivos, principalmente durante a aterrissagem, podendo vir a prevenir futuras
lesões. Conclusão: Lesões no basquete podem ocasionar afastamentos,
custos e sintomas psicossociais. Programas de prevenção sinalizam ser
promissores para redução de lesões nos membros inferiores em atletas de
basquete.
Palavras-chave: lesões esportivas; prevenção de
lesões; aquecimento; membros inferiores
Fomento: O presente trabalho
foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, Brasil (CAPES), Código de Financiamento 001
Impacto da cardiomiopatia
arritmogênica do ventrículo direito: a condição está associada à morte súbita
em atletas?
Gabriel Pannain
Kaufman1, Priscilla de Oliveira Rodrigues Feijó2, Júlia
Gonçalves Huguenim¹, Laura Serqueira Del Rio Navarrete1, Isabelle
Cristina Nunes Ferreira1, Luísa Harumi
Miyamoto Damasceno1
1Acadêmico (a) de Medicina da Faculdade
de Medicina de Petrópolis, RJ, Brasil
2Docente da Faculdade de Medicina de
Petrópolis, RJ, Brasil
Gabriel Pannain Kaufman, gpannain@gmail.com
Introdução: A cardiomiopatia arritmogênica do
ventrículo direito (CAVD) é uma doença hereditária, caracterizada por
substituição fibrogordurosa e estreitamento da parede
do ventrículo direito. Embora exercícios físicos estejam associados a menores
riscos de morte por doenças cardiovasculares, a atividade de alta intensidade
pode precipitar sintomas da CAVD e agravar o prognóstico. Objetivos:
Analisar a relação entre CAVD e morte súbita em atletas. Métodos:
Utilizou-se a base de dados MEDLINE/PubMed para
selecionar estudos que investigaram a associação entre CAVD e morte súbita em
atletas, usando descritores como “arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy”,
“sudden death” e “sports or physical activity”.
Os critérios de inclusão foram estudos publicados nos últimos cinco anos,
disponíveis gratuitamente. Resultados: Exercícios intensos podem
acelerar o estímulo ao fenótipo da CAVD, aumentando o risco de insuficiência
cardíaca e arritmias reentrantes. A síncope é a primeira manifestação em
pacientes assintomáticos, associada à fragmentação de QRS e taquicardia ventricular.
A CAVD é uma das principais causas de morte súbita em atletas jovens.
Discussão: A triagem prévia ao início das atividades esportivas é essencial
para identificar riscos, especialmente em indivíduos com histórico familiar de
distúrbios hereditários. O exercício intenso pode precipitar arritmias e
acelerar a progressão da CAVD. Portanto, o equilíbrio entre atividade física
segura e prevenção de eventos adversos deve ser uma prioridade clínica. Conclusão:
A morte súbita em atletas geralmente está relacionada a doenças cardíacas
hereditárias e sintomas negligenciados. Atletas com diagnóstico de CAVD devem
evitar esportes competitivos, exceto em modalidades de baixa intensidade.
Atletas devem ser sempre assistidos por médicos.
Palavras-chave: cardiomiopatia arritmogênica do
ventrículo direito; medicina do esporte; morte súbita, fatores de risco
O papel do exercício na
reversão da rigidez arterial em pacientes com doença renal crônica
Anael Sá Costa Borges de
Almeida1, Mariana Hippert Gonçalves Silva2,
Henrique Sperandio Ventura Braga¹, Maria Luiza Lima de Castro¹
1Acadêmico de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil 2Médica pela Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF),Juiz de Fora, MG,
Brasil
Anael Sá Costa Borges de
Almeida, anaelsjdr@gmail.com
Introdução: A rigidez vascular é uma complicação
comum em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), contribuindo para o aumento
do risco cardiovascular. O exercício físico é sugerido como uma intervenção não
farmacológica eficaz para melhorar a elasticidade arterial. Objetivos:
Explorar o impacto do exercício físico na reversão da rigidez arterial em
pacientes com DRC, destacando os mecanismos envolvidos e os potenciais
benefícios cardiovasculares. Métodos: Foram realizadas buscas nas
Plataformas PubMed e Scielo,
utilizando os termos "exercício físico", "rigidez vascular"
e "doença renal crônica". Os artigos selecionados incluíram ensaios
clínicos e revisões publicadas nos últimos cinco anos em inglês e português.
Foram considerados estudos que analisaram o efeito do treinamento aeróbico,
resistido ou combinado em pacientes com DRC. Resultados: A maioria dos
estudos revisados mostrou que o exercício, especialmente o treinamento aeróbico
moderado (como ciclismo, cerca de 150 minutos por semana), melhora
significativamente a rigidez arterial em pacientes com DRC. Mecanismos
sugeridos incluem a redução da atividade do Sistema Nervoso Simpático (SNS) em
repouso, redução da pressão arterial, melhora da função endotelial e diminuição
do estresse oxidativo. Além disso, o exercício regular foi associado à melhora
da capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes. Discussão:
Apesar dos estudos mostrarem resultados promissores, ainda falta consenso sobre
a melhor modalidade, intensidade e frequência de exercício para maximizar os
benefícios. Os mecanismos pelos quais o exercício afeta a rigidez arterial,
como a modulação da inflamação e do estresse oxidativo, precisam de maior
investigação. Conclusão: O exercício físico, especialmente o aeróbico, é
uma estratégia eficaz para reduzir a rigidez arterial em pacientes com DRC, mas
são necessários mais estudos para padronizar as intervenções e compreender os
mecanismos envolvidos.
Palavras-chave: doença renal crônica; rigidez
vascular; exercício físico
Atualizações sobre o manejo
clínico da síndrome do estresse tibial
Júlia Gonçalves Huguenim1,
Thayssa Tavares da Silva Cunha2, Laura
Serqueira Del Rio Navarrete1, Gabriel Pannain
Kaufman¹, Isabelle Cristina Nunes Ferreira1, Luísa Harumi Miyamoto Damasceno¹
1Acadêmico (a) de Medicina da Faculdade
de Medicina de Petrópolis, RJ, Brasil
2Docente da Faculdade de Medicina de
Petrópolis, RJ, Brasil
Júlia Gonçalves Huguenim,
juliagh@alu.unifase-rj.edu.br
Introdução: A Síndrome do Estresse Tibial Medial
(SETM) é uma inflamação comum na face póstero-lateral e ântero-posterior
da tíbia, causada por microdanos devido ao estresse
recorrente. Excesso de treino, calçados inadequados, pronação dos pés e
anomalias biomecânicas são causas frequentes. Corredores são os mais
vulneráveis à condição. Objetivo: Examinar as atualizações no manejo da
SETM, visando a prevenção de lesões graves, a individualização do tratamento e
uma melhor adesão. Metodologia: Realizou-se uma revisão narrativa a partir da
base de dados PubMed, utilizando os descritores
"Tibial Stress Syndrome" e "Treatment". Foram incluídas publicações dos últimos
cinco anos, em inglês, disponíveis gratuitamente e relevantes ao objetivo. Resultados:
Ressonância magnética e tomografia computadorizada mostraram-se eficazes para
localizar a SETM. Entre os tratamentos recomendados estão: Anti-inflamatórios
não esteroidais, crioterapia, acupuntura de membrana interóssea, ventosaterapia e órteses. Terapias avançadas, como ondas de
choque extracorpóreas e proloterapia subperiosteal guiada por ultrassom, foram mencionadas por
sua eficácia na redução da dor. Medidas preventivas, como alongamentos,
fortalecimento muscular e progressão gradual de treinos, reduzem o risco de
SETM. Discussão: A abordagem da SETM foca em tratamentos menos invasivos, mais
acessíveis e de baixo risco. Técnicas como proloterapia
de dextrose e ondas de choque são escolhidas conforme a gravidade. Ajuste da
carga de treino e fatores biomecânicos são essenciais para evitar recorrência.
A decisão terapêutica deve ser compartilhada entre atleta e médico. Conclusão:
A principal forma de prevenção dessas lesões é a prática de exercícios com o
volume de carga correto, precedidos de alongamentos. Os atletas devem ser
sempre assistidos por um médico.
Palavras-chave: medicina esportiva; síndrome do
estresse tibial medial, tratamento
Perfil epidemiológico da
Doença de Osgood-Schlatter
Mariana Vitória de Souza
Paulo¹, Bruno Fajardo do Nascimento², Luciana Cirino Pereira¹
1Acadêmica de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
2Hospital Universitário da Universidade
Federal de Juiz de Fora (HUUFJF), MG, Brasil
Mariana Vitória de Souza
Paulo, marianasouza.paulo@estudante.ufjf.br
Introdução: A doença de Osgood-Schlatter
(DOS) é uma osteocondrose comum na tuberosidade anterior da tíbia na
adolescência e está relacionada com indivíduos que exercem alguma atividade
esportiva. As etiologias mais aceitas são os microtraumas
repetitivos e o crescimento desproporcional do osso e tecidos moles. Os
principais sintomas são dor localizada no joelho afetado, claudicação e edema,
o que pode reduzir a performance no esporte. Objetivos: Identificar as
características epidemiológicas da DOS. Metodologia: A literatura foi
consultada por meio das bases de dados PubMed,
Cochrane, LILACS e Medline a partir dos seguintes termos de busca: “Osgood-Schlatter[Title]” AND (“Incidence” OR “Prevalence” OR “Epidemiology”).
Foram incluídos os artigos que abordassem os aspectos epidemiológicos da DOS e
foram excluídos os publicados anteriormente ao ano de 2010, estudos em adultos
e estudos com outras patologias associadas. Resultados: Segundo a
literatura, a faixa etária mais acometida pela DOS é a de 9 a 15 anos, a qual
apresenta uma prevalência geral de 9,8 a 12,9%, já nos atletas dessa idade, a
prevalência varia de 6,5 a 21%. A incidência marca 3,8 por 1000 pessoas-ano na
faixa de 8 a 18 anos. O sexo feminino demonstra início mais precoce e pico de
incidência com um ano de antecedência em relação ao masculino, 6,0 (IC de 95% =
4,1 a 8,6) por 1000 pessoas-ano aos 11 anos nas meninas e 13,8 (IC de 95% =
10,8 a 17,4) por 1000 pessoas-ano aos 12 anos nos meninos. Discussão: Embora o
sexo masculino tenha apresentado maior incidência, há autores que destacam o
aumento de casos no sexo feminino e apontam que a diferença entre os sexos está
se tornando menos expressiva, o que pode ser devido ao maior ingresso de
meninas na prática esportiva. Além disso, a diferença entre o início da doença
entre os sexos ocorre devido ao início tardio da puberdade e da maturação
esquelética em meninos. Conclusão: Conhecer sobre a DOS é importante
para realizar diagnósticos diferenciais em adolescentes, visto que a gonalgia é
uma das queixas musculoesqueléticas mais frequentes nesse grupo, e para fazer
acompanhamento apropriado de jovens atletas e sua performance.
Palavras-chave: Osgood-Schlatter,
epidemiologia, jovens atletas
Uso da oxigenoterapia
hiperbárica na recuperação de lesões em atletas de alto rendimento - uma
revisão narrativa
Luciana Cirino Pereira1,
José Mota Neto2, Mariana Vitória de Souza Paulo1
1Acadêmica de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
2Hospital Universitário da Universidade
Federal de Juiz de Fora (HUUFJF), MG, Brasil
Luciana Cirino Pereira, luciana.cirino@estudante.ufjf.br
Introdução: A recuperação rápida e eficaz de
lesões é um dos principais objetivos na medicina esportiva, devido ao alto
risco de lesões em atletas profissionais. A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é
uma modalidade terapêutica na qual o paciente inala oxigênio em uma câmara
pressurizada, onde a pressão é superior à atmosférica, o que pode ter efeitos
fisiológicos benéficos. Objetivos: Sintetizar as evidências disponíveis
sobre o uso da OHB na recuperação de atletas perante uma lesão esportiva. Métodos:
A busca por artigos foi realizada nas bases de dados PubMed,
LILACS e Cochrane com os seguintes termos de busca: "Hyperbaric
Oxygen Therapy" AND
("Athlete" OR "Sports" OR
"Sports Injuries") AND ("Recovery" or
“Rehabilitation”). Foram encontrados 75 trabalhos e
incluídos 18 no presente estudo. Critério de inclusão: estudos que abordem o
uso da OHB na recuperação de atletas ou tratamento de lesões esportivas.
Critério de exclusão: estudos com foco na OHB aplicada a pacientes não atletas
de alto rendimento ou às condições não relacionadas ao esporte. Resultados:
Estudos indicam que a OHB pode reduzir o tempo de recuperação em lesões
musculares agudas e reduzir o tempo de regeneração óssea. Os mecanismos
envolvidos incluem o aumento da neovascularização e a proliferação de
células-tronco mesenquimais, que são fundamentais para a reparação óssea.
Ademais, o aumento da disponibilidade de oxigênio nos tecidos lesados promove
uma regeneração celular mais eficiente e reduz o tempo de inflamação. Discussão:
Apesar dos efeitos benéficos da OHB observados nos estudos, limitações
relacionadas a pequenas amostras, heterogeneidade nos protocolos de tratamento,
desenhos metodológicos frágeis, ausência de ensaios clínicos robustos e revisão
apenas integrativa da literatura restrita às bases de dados supracitadas,
apontam para necessidade de mais estudos sobre o tema. Conclusão: As
evidências científicas disponíveis nesta revisão da literatura sugerem que a
OHB pode acelerar a recuperação em atletas, principalmente em lesões
musculares, fraturas e lesões de tecidos moles, mas há necessidade de mais
estudos sobre o tema, principalmente, sobre sua utilização na recuperação em
atletas.
Palavras-chave: oxigenoterapia hiperbárica;
recuperação, atletas
Impacto e alterações do
ciclo menstrual na performance feminina
Luiza Pannain
Kaufman¹, Mey Lie Tan Maia de Holanda Cavalcante2,
Júlia Gonçalves Huguenim1, Gabriel Pannain
Kaufman¹, Isabelle Cristina Nunes Ferreira¹
1Acadêmico(a) de Medicina da Faculdade de
Medicina de Petrópolis, RJ, Brasil
2Docente da Faculdade de Medicina de
Petrópolis, RJ, Brasil
Luiza Pannain Kaufman, luizakaufman@gmail.com
Introdução: A prática de atividade física impacta
a saúde populacional e a programação de parâmetros fisiológicos, sobretudo
relacionados ao ciclo menstrual (CM), que é subdividido em fases com alterações
de estrogênio, progesterona, hormônio folículo estimulante e hormônio
luteinizante, promovendo alterações de humor e condição física. A realização de
esportes induz alterações hormonais em mulheres que praticam atividades de alto
impacto (AAI) rotineiramente, gerando CM irregulares, anovulatórios e com
percepção de alteração de força física e performance. Objetivos: Revisar
artigos da literatura sobre o impacto do CM na performance e na força física de
atletas de alto rendimento. Métodos: Utilizou-se a base de dados
MEDLINE/PubMed, com os descritores “sports medicine”, “women” e “menstruation”. Os critérios de inclusão foram: Publicação
nos últimos cinco anos, disponível gratuitamente e resposta ao objetivo da
pesquisa. Resultados: Estudos relataram prejuízo de força e desempenho
aeróbico durante a fase lútea tardia, com redução da capacidade anaeróbica na
fase folicular tardia. Os sintomas variam devido à percepção das pacientes
sobre o CM, com interferência de componente psicológico e presença de vieses
metodológicos e de memória. Discussão: A pesquisa de medidas objetivas de
desempenho ao longo do CM em mulheres eumenorreicas
não fornece uma indicação definitiva de como o desempenho pode flutuar ao longo
do período hormonal. Há variabilidade sobre a percepção de impacto das atletas
por seu ciclo. Conclusão: O CM não modifica diretamente a força e a
performance em AAI, há alterações subjetivas de percepção, sem modificações
laboratoriais. Mais pesquisas são necessárias para compreender como o CM afeta
o desempenho de atletas e os fatores que interferem na saúde desses pacientes.
Palavras-chave: atletas, ciclo menstrual, mulheres,
desempenho atlético
Correção cirúrgica de
fratura por avulsão da tuberosidade anterior da tíbia e platô tibial: um relato
de caso
Henrique Tadeu Resende Silva1,
Leonardo de Castro2
1Acadêmica de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
2Santa Casa de Misericórdia de Juiz de
Fora (SC-JF), MG, Brasil
Henrique Tadeu Resende
Silva, rickesilva@gmail.com
Introdução: Geralmente os traumas no esporte em
adolescentes ocorre por lesões torcionais no joelho ocasionando lesões
ligamentares isoladas ou associadas a lesões meniscais.
As fraturas com avulsão da tuberosidade anterior da Tíbia (TAT) são raras, e
correspondem a menos de 1% de todas as lesões epifisárias e 3% das fraturas
proximais da tíbia. Objetivos: O presente relato tem o intuito de
descrever o resultado da correção da avulsão da TAT com extensão ao platô
tibial. Relato de caso: Paciente, masculino, 14 anos, durante prática
esportiva em 30/07/2024, após hiperextensão do joelho direito, teve uma fratura
proximal de tíbia, com avulsão da TAT com extensão ao platô (tipo 3 -
Classificação de Ogden modificada das fraturas do
tubérculo da tíbia). No mesmo dia, o platô tibial foi reduzido por incisão
percutânea, e em seguida feita a fixação da TAT por incisão aberta sob visão
direta, com o joelho em hiperextensão, usando dois parafusos canulados. No pós-operatório foi imobilizado por 4 semanas,
sem flexo-extensão do joelho, com carga parcial seguido de fisioterapia.
Resultados: O paciente evoluiu bem, com alívio da dor e amplitude de movimento
de 100º no joelho em avaliações. A retirada dos parafusos está programada para
6 meses após o ato cirúrgico. Discussão: A fratura por avulsão da TAT é
uma lesão rara e grave em adolescente, podendo gerar complicações como lesão fisária, meniscal, ligamentar, tendínea e outras. O tratamento cirúrgico imediato é
indicado para garantir a estabilização e prevenir complicações funcionais. No
caso exposto, a abordagem cirúrgica com redução aberta da TAT e redução
percutânea do platô tibial foi eficaz, promovendo uma recuperação positiva e
sem complicações. O manejo adequado do pós-operatório é crucial para a evolução
positiva do tratamento, incluindo a limitação de movimento e carga nas
primeiras quatro semanas, assim como foi feito, o que promove a calcificação
adequada, minimizando a necessidade de reabordagem. Conclusão:
Fraturas por avulsão da TAT, mesmo sendo rara e grave, geralmente tem bons
resultados com tratamento cirúrgico. O caso obteve resultados clínicos e
funcionais conforme esperado na literatura médica.
Palavras-chave: fratura de tíbia, fratura por avulsão,
traumatismo
Benefícios clínicos da
prática de exercícios físicos no tratamento da osteoporose pós-menopausa
Isabelle Cristina Nunes
Ferreira¹, Mey Lie Tan Maia de Holanda Cavalcante2,
Júlia Gonçalves Huguenim1
1Acadêmico(a) de Medicina do Centro
Universitário Arthur Sá Earp Neto/ Faculdade de Medicina de Petrópolis, RJ,
Brasil
2Docente do Centro Universitário Arthur
Sá Earp Neto/ Faculdade de Medicina de Petrópolis, RJ, Brasil
Isabelle Cristina Nunes
Ferreira, isabelle.nunesmed@gmail.com
Introdução: A osteoporose reduz a densidade
mineral óssea (DMO) e aumenta a vulnerabilidade, especialmente em mulheres na
pós-menopausa, que apresentam diminuição da massa muscular magra. É essencial
entender os mecanismos da prática esportiva sobre a composição corporal dessas
mulheres, dada a complexidade da relação. Objetivo: Fornecer uma visão
abrangente sobre o impacto endócrino na saúde óssea de MP e avaliar a prática
esportiva como terapia não farmacológica. Metodologia: Foi realizada uma
revisão bibliográfica com artigos em inglês de 2019 a 2024, gratuitos,
publicados na U. S. National Library of Medicine (PubMed) e na
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com os descritores “osteoporosis”,
“postmenopausal” e “exercises”
ou “sports”. Resultados: A menopausa provoca
mudanças na composição corporal (CC), afetando negativamente os níveis de adipocina e contribuindo para a osteoporose. Melhorias na
CC podem impactar essas adipocinas. O treinamento
multimodal de alta intensidade (HIT-MMEX) tem demonstrado benefícios na
densidade mineral óssea (DMO) e no desempenho muscular em mulheres
pós-menopausa. Além disso, o Pilates se mostrou mais eficaz na redução da
incapacidade em mulheres com osteoporose. Fatores como peso, nutrição e estilo
de vida ativo também influenciam a DMO. Conclusão: Os benefícios do
esporte para mulheres na pós-menopausa com osteoporose são bem estabelecidos,
demonstrando que intervenções não farmacológicas podem mitigar os impactos
negativos da doença no bem-estar feminino. Atividades como HIT-MMEX, pilates, musculação e natação aumentam a densidade mineral
óssea (DMO) e são relevantes para mulheres idosas. Dieta adequada e atividade
física regular também melhoram a saúde óssea. Mais pesquisas são necessárias
para detalhar os efeitos dos exercícios na osteoporose.
Palavras-chave: osteoporose, pós-menopausa, exercício
físico, tratamento
Relação entre síndrome de
Marfan e exercício físico: benefícios, riscos e diretrizes de prescrição segura
Diego Sanson Martins1,
Henrique Tadeu Resende Silva1, Natalya
Gonçalves Pereira2, Kellen Luanny Silva1, Hélio Lima de Brito Junior2,
Marcelle Cristina da Silva Bastos Vasconcelos2
1Acadêmico de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
2Hospital Universitário da Universidade
Federal de Juiz de Fora (HUUFJF), MG, Brasil
Diego Sanson Martins, diegosanson1@gmail.com
Introdução: A Síndrome de Marfan (SM) é uma
condição genética que afeta o tecido conjuntivo e está associada a complicações
cardiovasculares significativas, como dilatação e dissecção da aorta, o que
levanta questões sobre a segurança da prática de exercício físico. Objetivos:
Esta revisão visa explorar a relação entre a SM e exercício físico, abordando
os benefícios e riscos associados à prática de exercício físico em pacientes
com a síndrome. Métodos: A revisão da literatura foi realizada por meio
de pesquisas em bases de dados médicos, além das diretrizes de cardiologia do
esporte, da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de
Medicina do Exercício. Para a pesquisa foram utilizadas as palavras-chave “SM”
e “exercício físico”. A pesquisa se concentrou em avaliar a segurança de
diferentes instruções de exercícios físicos para portadores da SM. Resultados:
Atividades de baixo impacto e supervisionadas por profissionais
mostraram-se
benéficas, no entanto, atividades de alta intensidade e impacto
devem ser
evitadas devido ao aumento do risco de complicações
graves, como a dilatação e
dissecção aórtica. Sendo assim, é
recomendada para portadores da SM a prática
de exercício de no máximo 30 minutos diários, com
intensidade leve a moderada,
correspondendo a 50% a 70% da Frequência Cardíaca
Máxima (FCM). Contudo, é
contra- indicada em pacientes que já possuem
alterações significativas nas
questões cardiovasculares. Discussão: Os resultados
sugerem que o exercício
leve a moderado pode ser benéfico ao paciente com SM,
porém é crucial que a
intensidade, duração e frequência sejam monitorados
por profissionais e adaptado
às limitações individuais, citando a
natação e caminhada como boas opções.
Além
de acompanhamento médico e exames complementares de rotina, a
fim de evitar
complicações. Conclusão: A relação entre a SM e o exercício físico pode
ser considerada positiva em contextos controlados, com orientação adequada. A
avaliação clínica e a personalização das atividades são fundamentais para
garantir a segurança e maximizar os benefícios, minimizando os riscos de
complicações cardiovasculares.
Palavras-chave: síndrome de Marfan, exercício físico,
complicações cardiovasculares
Limites seguros para
exercícios físicos em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica: uma revisão
narrativa
Maria Antônia Costa Cruz
Akabane1, Giovanna Alves de Oliveira2, Victória de
Azevedo Bastos1, Maria Vitória Santos da Silva1, Layse Gonçalves Kistenmacker1
1Acadêmica de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
2Médica pela Universidade Federal de Juiz
de Fora (UFJF), MG, Brasil
Maria Antônia Costa Cruz Akabane, mariaantonia.akabane@estudante.ufjf.br
Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH),
uma das doenças genéticas cardíacas mais comuns, afeta 1 em 500 pessoas.
Caracteriza-se pelo espessamento anormal do ventrículo esquerdo, aumentando o
risco de morte súbita, especialmente em atividades físicas. O estudo equilibra
os benefícios do exercício com os riscos envolvidos. Objetivos: Avaliar
limites seguros de exercício em pacientes com CMH, equilibrando riscos e
benefícios para guiar decisões terapêuticas. Métodos: Foram coletados
estudos publicados entre 2014 e 2024 nas bases de dados PubMed,Cochrane, Embase e Web of
Science. Excluíram-se estudos que não abordaram diretamente exercício
físico-CMH ou que não foram revisados por pares. A estratégia de busca utilizou
descritores específicos, combinados com operadores booleanos: (“Hypertrophic cardiomyopathy”) AND
(“Exercise” OR “Physical activity”) e (“Risk factors”).Extraíram-se dados segundo as variáveis: fator de risco;
diretrizes; intensidade; duração e frequência do exercício, o qual, foi
simplificado e categorizado em leve, moderado e intenso. Por fim, escolheu-se 7
artigos. Resultados: Diretrizes da American Heart Association
e European Association of Preventive Cardiology
sugerem uma abordagem personalizada para pacientes com CMH, avaliando perfis de
risco. A maioria deve praticar exercícios moderados para melhorar a função
cardiorrespiratória. Atletas requerem avaliação periódica dos riscos.
Indivíduos sem fenótipo podem praticar sem restrições, enquanto sintomáticos
devem evitar exercícios longos e intensos. Recomenda-se exames pré-participação, hidratação, uso de dispositivos de monitoramento
e testes remotos para avaliar a resposta ao exercício. Discussão: A restrição
sistemática a esportes é injustificada e recomenda-se uma conduta
individualizada. A ausência de fatores de risco não exclui a vulnerabilidade
desses cardiopatas na prática de determinados exercícios. Conclusão: Os
limites seguros para pacientes com CMH que pratiquem exercícios exigem uma
abordagem específica, ponderando recomendações personalizadas, respaldada por
avaliação cardiológica e constante, para maximizar ganhos terapêuticos e
mitigar complicações.
Palavras-chave: cardiomiopatia hipertrófica; exercício
físico; risco cardiovascular; morte súbita
Impacto das arritmias no
desempenho físico de atletas e protocolos de manejo
Layse Gonçalves Kistenmacker1,
Giovanna Alves Oliveira2, Victória de Azevedo Bastos1,
Maria Vitória Santos da Silva¹, Maria Antônia Costa Cruz Akabane1
1Acadêmica de Medicina da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG, Brasil
2Médica pela Universidade Federal de Juiz
de Fora (UFJF), MG, Brasil
Layse Gonçalves Kistenmacker, laysegkisten12@gmail.com
Introdução: As arritmias cardíacas são distúrbios
rítmicos resultantes de alterações na condução elétrica. Em atletas, o
treinamento intenso pode causar remodelamento cardíaco e elevação de
biomarcadores como troponina 1 (cTn1). Fatores genéticos, etários e de intensidade
do treino influenciam seu desenvolvimento e avaliações previnem complicações,
como morte súbita cardíaca (MSC). O estudo equilibra as benesses do treinamento
atlético com o risco de arritmias e complicações associadas. Objetivos: Avaliar
o impacto das arritmias cardíacas no desempenho de atletas e revisar protocolos
de manejo para diagnóstico, tratamento e retorno às atividades esportivas. Métodos:
Esta revisão narrativa abrangeu estudos publicados entre 2014 e 2024, em
português e inglês, nas bases PubMed, Scielo e Embase. A busca utilizou descritores como "Arrhythmias", "Athletes",
"Exercise performance", "Management protocols", e suas versões em português. Excluíram-se
estudos de caso e pesquisas com não-atletas. Analisaram-se arritmias como
fibrilação atrial (FA), seu impacto no desempenho, diagnósticos (Holter, eletrocardiograma/ECG) e tratamentos (medicamentos,
ablação). Resultados: As arritmias, especialmente associadas a
cardiomiopatias, afetam o desempenho dos atletas e aumentam o risco de MSC.
Essas condições se refletem no ECG com achados como inversão da onda T e ondas
Q patológicas, identificando particularidades do coração atlético. A
intensidade do exercício influencia na liberação de biomarcadores como a cTn, sem dano irreversível ao
miocárdio. Discussão: A FA é 3 a 9 vezes mais prevalente em atletas do
que na população geral, favorecida por alterações estruturais cardíacas típicas
destes. O manejo busca excluir anormalidades, realizar ablação por cateter,
controlar a frequência cardíaca. O destreinamento
pode reduzir a FA, faltando evidências conclusivas. Conclusão: O manejo
das arritmias em atletas exige uma abordagem multidisciplinar e personalizada.
A triagem inicial por ECG é fundamental para identificar anomalias de
predisposição a tais eventos. O tratamento deve incluir medicamentos e, em
casos graves, desfibriladores implantáveis. O retorno ao esporte deve ser
cauteloso, equilibrando a segurança ao desempenho.
Palavras-chave: arritmias cardíacas; exercício físico; atletas, risco