EDITORIAL
Envelhecimento
ativo e prevenção de quedas
Angelica Castilho
Alonso
Pós-doutora
em Ciência da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP), Professora do programa de pós-graduação em Ciências do Envelhecimento da
Universidade São Judas Tadeu/SP
Correspondência:
angelicacastilho@msn.com
Uma das maiores
conquistas culturais de um povo em seu processo de humanização é o
envelhecimento de sua população, refletido em uma melhoria das condições de
vida. Estima-se que em 2025 o Brasil será o sexto país do mundo em número de
idosos, com aproximadamente 32 milhões de indivíduos acima de 60 anos [1].
Uma importante
questão em saúde pública é o aumento da frequência de quedas com o avanço da
idade. Embora elas não sejam consequências inevitáveis do envelhecimento,
quando ocorrem sinalizam o início de fragilidade ou anunciam uma doença aguda,
causam graves complicações para a saúde, altos custos assistenciais, além de
causarem incapacidades e até mesmo a morte [2].
A meta da Organização
Mundial da Saúde (OMS) preconiza a participação da saúde e segurança como
fatores que devem ser observados para que os idosos participem da sociedade, de
acordo com suas necessidades, desejos e capacidades. Portanto estas mudanças
remetem a debates e reflexões tanto na população em geral quanto no meio
acadêmico, principalmente quanto à forma de proporcionar qualidade de vida a
essa população [3].
A produção científica
na área de gerontologia tem crescido consideravelmente e deixa clara a
importância de envolver os idosos em programas de exercícios e/ou atividades
físicas regulares para a prevenção de várias doenças, bem como para melhorar o
bem-estar e a qualidade de vida [4]. Existe uma variedade de possibilidades de
atividades voltadas para o envelhecimento da população que podem melhorar
claramente a força, resistência, equilíbrio postural e
biomecânica do corpo. Vários ensaios clínicos têm demonstrado redução
significativa nas quedas em idosos que se exercitam regularmente [1,5-12].
O modo de exercício
deve ser aceitável para a população-alvo, ou seja, os participantes devem
encontrar uma atividade agradável e também serem capazes de participar
regularmente dos programas de exercício [5].
Especificamente a
dança tem sido uma atividade bastante procurada pelos idosos. Dentre seus
benefícios podemos citar aumento do condicionamento físico, do ritmo, da
flexibilidade, da força e da leveza, além de ser extremamente prazerosa e bem
aceita por este público [1,5-12].
Outra modalidade é a
água como boa opção para a prática de exercício físico e é certamente um meio
diferenciado e bastante apropriado para pessoas idosas, permitindo o
atendimento em grupos, a socialização e melhora significante da funcionalidade
[13-14].
Portanto o grande
desafio para clínicos e acadêmicos é desenvolver estratégias que reduzam o
risco de quedas no envelhecimento, melhorando o equilíbrio e aumentando o leque
de possibilidades para que se tenha um envelhecimento ativo.