Força muscular ventilatória em tabagistas: é realmente menor?
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v16i5.2089Resumo
Introdução: O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo e estima-se que, atualmente, 1,2 bilhão de pessoas sejam fumantes. Já é conhecida a deterioração dos volumes e capacidades pulmonares causadas pelo tabagismo. No entanto, poucos estudos avaliaram o efeito da dependência nicotínica nas pressões inspiratórias e expiratórias máximas pulmonares. Objetivo: Testar a hipótese de que existe diferença nos valores de pressões pulmonares de indivíduos tabagistas em comparação aos valores preditos pela idade e sexo. Método: Estudo comparativo de corte transversal, composto por 22 participantes declaradamente fumantes do Programa Deixando de Fumar sem Mistérios, do núcleo de saúde comunitária do Candeal, Salvador/BA. Foi preenchida uma ficha clínica e em seguida realizada a coleta das Pressões Inspiratória (PImáx) e Expiratória (PEmáx) Máximas. Calculados posteriormente a PImáx e PEmáx preditas de cada voluntário pela equação de Neder. Verificado normalidade na distribuição dos dados e então utilizado o teste t de Student para comparação dos valores preditos e obtidos de PImáx e PEmáx. Adotado como critério de significância p < 0,05. Resultados: Do total de voluntários, 14 (64%) eram mulheres, sendo a média de idade de 47 ± 11 anos. Os valores obtidos e preditos da PImáx foram respectivamente de -87 ± 41 vs -97 ± 19cm H2O (p < 0,01). Os valores obtidos e preditos da PEmáx foram respectivamente de 88 ± 40 vs. 99 ± 24cmH2O (p < 0,01). Conclusão: De acordo com os resultados deste estudo, indivíduos tabagistas apresentaram medidas de PImáx e PEmáx menores que as preditas para a idade.
Palavras-chave: tabagismo, pulmão, pressões respiratórias máximas, força muscular.
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