Associação entre exercí­cio fí­sico e produção de espécies reativas de oxigênio

Autores

  • Albená Nunes da Silva UFMG

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfe.v13i2.3297

Resumo

Atualmente, a importância do exercí­cio fí­sico alcançou ampla aceitação pelo público, pelas organizações profissionais e pela comunidade médica e assim, cada vez mais, as pessoas ao redor do mundo incluí­ram, em seu dia-a-dia, a prática regular de atividades fí­sicas. A atividade fí­sica é entendida como requisito primário para a manutenção e promoção da saúde. Por outro lado e cada vez mais a comunidade cientí­fica tem evidenciado a importância de um estilo de vida fisicamente ativo. Contudo, o exercí­cio fí­sico representa aumento na utilização de substratos pelos músculos em atividade, devido ao aumento na demanda de energia e, consequentemente, na utilização do oxigênio para produzi-la através da via oxidativa. Esse aumento do consumo de oxigênio (O2), assim como a ativação de vias metabólicas especí­ficas durante ou após o exercí­cio, resultam na formação de Espécies Reativas de Oxigênio (ROS). Essas substâncias, também chamadas de radicais livres, são produzidas naturalmente em nosso organismo através de processos metabólicos oxidativos. São altamente reativos e com tempo de vida fugaz, na ordem de milésimos de segundos. Muitas vezes, são de extrema utilidade, como nas situações em que há necessidade de ativação do sistema imunológico, por exemplo, quando os macrófagos utilizam o peróxido de hidrogênio (H2O2) para destruir bactérias e outros elementos estranhos. Essas moléculas têm sua produção aumentada pelos exercí­cios de alta intensidade e, a partir da década de 80, foram relacionadas a um grande número de doenças, como enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, aterosclerose, câncer e envelhecimento. Durante a evolução, os organismos vivos desenvolveram um mecanismo endógeno para minimizar os danos produzidos pelos radicais livres: o sistema de defesa antioxidante. o desequilí­brio entre a produção de ROS, ou seja, os radicais livres, e a remoção destes compostos pelo sistema de defesa antioxidante leva o
organismo a uma situação conhecida como estresse oxidativo. O paradoxo interessante é como o exercí­cio fí­sico que reconhecidamente promove padrões de saúde adequados pode se relacionar com a produção aumentada de ROS que está intimamente relacionada a várias doenças? Trabalhos recentes têm mostrado que o ROS produzido pelo exercí­cio fí­sico, em quantidades adequadas, pode estar associado aos benefí­cios do exercí­cio fí­sico, tanto para a saúde quanto para o desempenho esportivo. Sendo assim, o objetivo deste artigo de revisão é discutir a estreita associação entre o exercí­cio fí­sico e a produção de ROS através de uma extensa revisão de literatura. O foco principal é tentar responder í  pergunta: a produção de ROS durante o exercí­cio fí­sico é benéfica ou maléfica às adaptações induzidas pelo próprio exercí­cio fí­sico.

Palavras-chave: exercí­cio fí­sico, estresse oxidativo, espécies reativas de oxigênio, saúde.

Biografia do Autor

Albená Nunes da Silva, UFMG

D.Sc., Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), Hospital Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte/MG, Laboratório da Resolução da Resposta Inflamatória – LaRRI (ICB/UFMG), Belo Horizonte/MG

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Publicado

2014-04-10