Cortisol e exercí­cio: efeitos, secreção e metabolismo

Autores

  • Juliano Ribeiro Bueno UNIFAL

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfe.v10i3.3443

Resumo

A prática frequente de exercí­cio fí­sico traz inúmeros benefí­cios. O exercí­cio modula uma série de reações orgânicas, contudo os efeitos do exercí­cio sobre os ní­veis e metabolismo do cortisol ainda não estão totalmente esclarecidos. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sobre os efeitos do cortisol no exercí­cio, de sua secreção e metabolismo. Tem sido demonstrado na literatura que o cortisol age como um antagonista fisiológico da insulina, por promover a quebra das moléculas de carboidratos, lipí­deos e proteí­nas, desta maneira mobilizando as reservas energéticas. Isto aumenta a glicemia e a produção de glicogênio pelo fí­gado. Uma vez que o cortisol estimula a proteólise, seu aumento pode determinar a atrofia muscular e diminuição da força, com consequente efeito negativo no rendimento esportivo. A ação muscular do cortisol é ambí­gua: contribui para o catabolismo e perda muscular, mas, simultaneamente, na ausência deste hormônio a contratilidade dos músculos esquelético e cardí­aco é reduzida. O catabolismo e perda musculares verificam-se na presença de ní­veis elevados de corticosteróides. Embora o aumento de cortisol possa produzir efeitos colaterais, o treinamento fí­sico induz o desenvolvimento de diversos mecanismos para proteger os tecidos de tais efeitos deletérios. Com isto o organismo torna-se menos responsivo ao estresse.

Palavras-chave: exercí­cio, cortisol, estresse.

Biografia do Autor

Juliano Ribeiro Bueno, UNIFAL

Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL, Alfenas/MG

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Publicado

2011-09-10