Comparação da autonomia funcional de idosos praticantes e não praticantes de treinamento combinado

Autores

  • Paulo Cesar Nunes Junior UNESA

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfe.v9i1.3462

Resumo

As projeções do IBGE para o ano 2050 são de que a população com mais de 60 anos passará de 14,5 para 64 milhões, com expectativa de vida variando entre 62,97 a73,59 anos. Assim, a avaliação da capacidade funcional vem se tornando um instrumento útil para averiguar o estado de saúde do idoso. Atualmente, houve progressos na qualidade de vida, tendo um declí­nio das incapacidades funcionais, aumentando assim, a perspectiva de longevidade em função de vários fatores, tais como o progresso nas áreas médica, nutricional e na prescrição de exercí­cios fí­sicos, dentre outros. Este estudo teve como objetivo avaliar o ní­vel de autonomia funcional entre idosos praticantes e não praticantes de treinamento combinado, entre contra-resistência e endurance. A população pesquisada foi de idosos, acima de 60 anos, moradores da zona norte e oeste do municí­pio do Rio de Janeiro, sendo 15 praticantes, que deveriam treinar a pelo menos 3 meses e 16 não praticantes. Para a realização da coleta de dados foi utilizado o protocolo de avaliação da autonomia funcional do idoso, desenvolvido pelo Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano (GDLAM), composto pelos testes caminhar10 metros (C10m), levantar-se da posição sentada cinco vezes (LPS), levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV), levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) e vestir e tirar uma camiseta (VTC). Os dados obtidos através dos testes foram analisados a partir de estatí­stica descritiva e tabelas. Verificamos que os dois grupos de idosos conseguiram realizar os testes propostos, sendo que o teste LPDV foi realizado em menor tempo por ambos os grupos. Os resultados de todos os testes apresentaram diferenças significativas nos tempos de execução, diferenciando a classificação entre os grupos. O grupo praticante obteve a classificação "muito bom" nos testes LPDV e VTC, bom no LPS e regular no C10m e LCLC. Os não praticantes apresentaram desempenho muito bom no teste VTC, regular no LPDV e fraco no C10m, LPS e LCLC. De acordo com o í­ndice GDLAM, os praticantes foram classificados como regular e os não praticantes como fraco.

Palavras-chave: envelhecimento, treinamento combinado, autonomia funcional.

Biografia do Autor

Paulo Cesar Nunes Junior, UNESA

Pós-Graduado em Anatomia Humana e Biomecânica, Especialista em Osteopatia, Professor de Pós-Graduação UNESA

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Publicado

2010-03-10

Edição

Seção

Artigos originais