Nível de desidratação e desempenho físico do árbitro de futebol no Paraná e São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v9i3.3484Resumo
O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar o grau de desidratação no transcorrer de partidas oficiais de futebol em árbitros do estado do Paraná e São Paulo. Foram avaliados 16 árbitros, do sexo masculino, sendo nove da Federação Paranaense e sete pela Federação Paulista de Futebol. A perda total de água no organismo foi determinada a partir da mudança no peso corporal, considerando-se os valores do peso inicial e final, diurese e líquido ingerido no início e intervalo da partida. A distância percorrida durante a partida foi determinada mediante a filmagem dos árbitros. A temperatura ambiente média no Paraná foi de 23,1 ± 2,0 °C, e a umidade relativa do ar de 67,3 ± 21,3%. Já em São Paulofoi de 31,1 ± 7,1 °C, e 56,9 ± 12,8%, respectivamente. A temperatura apresentou diferença estatisticamente significativa (p = 0,029). A perda total de água corporal nos árbitros do Paraná foi de 1,86 ± 0,5 litros, o que equivale a 2,16 ± 0,5% do seu peso corporal inicial. Em São Pauloapresentou desidratação de 2,30 ± 0,6 litros, o que equivaleu a 3,20 ± 0,8% do peso corporal. A porcentagem da perda de peso corporal apresentou diferença estatisticamente significativa (p = 0, 006). A distância total média percorrida pelos árbitros do Paraná foi de 9.131,4 ± 255,8 metros. Já para os árbitros de São Paulo foi de 10.034,1 ± 840,6 metros. A análise estatística demonstrou haver diferenças estatisticamente significativas entre estes valores (p = 0,0083). A diferença na temperatura ambiente observada em cada região foi considerada um fator determinante para a diferença no volume hídrico perdido pelos árbitros no transcorrer da partida.
Palavras-chave: árbitro, futebol, nutrição.
Referências
Catterall C, Reilly T, Atkinson G, Coldwells A. Analysis of the work rates and heart rates of association football referees. Br J Sports Med 1993;27(3):193-96.
Krustrup P, Bangsbo J. Physiological demands of top-class soccer refereeing in relation to physical capacity: effect of intense intermittent exercise training. J Sports Sci 2001;19:881-91.
Helsen W, Bultynck JB. Physical and perceptual-cognitive demands of top-class refereeing in association football. J Sports Sci 2004;22:179-89.
Fuller CW, Junge A, Dvorak J. An assessment of football referees’ decisions in incidents leading to player injuries. Am J Sports Med 2004;32(1):17-21.
McGregor SJ, Nicholas CW, Lakomy HK, Williams C. The influence of intermittent high-intensity shuttle running and fluid ingestion on the performance of a soccer skill. J Sports Sci 1999;17(11):895-903.
Wilmore JH, Costill DL. Fisiologia do esporte e do exercÃcio. 2ª ed. São Paulo: Manole; 2001.
Reilly T, Gregson W. Special populations: The referee and assistant referee. J Sports Sci 2006;24(7):795-801.
Da Silva AI, Fernández R. Dehydration of football referees during a match. Br J Sport Med 2003;37:502-6.
Costill DL, Coté R, Fink W. Muscle water and electrolytes following varied levels of dehydration in man. J Appl Physiol 1976;40:6-10.
Roman ER, Arruda M, Gasparin CEB, Fernadez RP. Da Silva AI. Estudo da desidratação, intensidade da atividade fÃsica do árbitro de futebol durante a partida. Revista Brasileira de Fisiologia do ExercÃcio 2004;3(2):161-71.
Petoski EL. Antropometria: técnicas e padronizações. 2ª ed. Porto Alegre: Pallotti; 2003.
Jackson AS, Pollock ML. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr 1978;40(3):497-504.
Siri WE. Body composition from fluid space and density. In: Brozek J, Hanschel A. Techniques for measuring body composition. Washington, D.C: National Academy of Science; 1961. p .223-4.
Shirreffs SM. Markers of hydration status. J Sports Med Phys Fitness 2000;40:80-84.
Da Silva AI, Rodriguez-Añez CR. Ações motoras do árbitro de futebol durante a partida. Revista Treinamento Desportivo 1999;4(2):5-11.
Da Silva AI, Fernandes LC, Fernandez R. Energy expenditure and intensity of physical activity in soccer referees during match-play. J Sports Sci Med 2008;7:327-34.
Johnston L, Mcnaughton L. The physiological requirements of soccer refereeing. Aust J Sci Med Sport 1994;26(3-4):67-72.
Ceddia RB. Gordura corporal, exercÃcio e emagrecimento. Revista Sprint Magazine 1998;99:10-20.
Barata JLT. Composição corporal. Revista Portuguesa de Medicina Desportiva 1994;12:76-78.
Petroski LE, Pires-Neto CS. Validação de equações antropométricas para a estimação da densidade corporal em homens. Rev Bras Ativ FÃs Saúde 1996;1(3):5-14.
Da Silva AI, Rodriguez-Añez CR. NÃveis de aptidão fÃsica e perfil antropométrico dos árbitros de elite do Paraná credenciados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Rev Port Ciênc Desporto 2003;3(3):18-26.
Rontoyannis GP, Stalikas A, Sarros G, Vlastaris A. Medical, morphological and functional aspects of Greek football referees. J Sports Med Phys Fitness 1998;38:208-14.
Da Silva AI, Rech CR. Somatotipo e composição corporal de árbitros e árbitros assistentes da CBF. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2008;10(2):143-8.
Casajus JA, Castagna C. Aerobic fitness and field test performance in elite Spanish soccer referees of different ages. J Sci Med Sport 2006;133:1-8.
Guerra I, Chaves R, Barros T, Tirapegui J. The influence of fluid ingestion on performance of soccer players during a match. J Sports Sci Med 2004;3:198-202.
Rienzi E, Mazza JC, Carter JEL, Reilly T. Futbolista sudamericano de elite: morfologÃa, análisis del juego y performance. Rosario: Biosystem Servicio Educativo; 1998.
Barr SI. Effects of dehydration on exercise performance. Can J Appl Phys 1999; 24(2):164-72.
Coyle EF. Fluid and fuel intake during exercise. J Sports Sci 2004;22:39-55.
Saltin B, Costill DL. Exercise, nutrition and metabolism. New York: E. S. Horton and R. L. Teejung; 1988.
Gonzalez-Alonso J, Mora-Rodriguez R, Below PR, Coyle EF. Dehydration markedly impairs cardiovascular function in hypertermic endurance athletes during exercise. J Appl Phys 1997;82(4):1229-36.
Gopinathan PM, Pichan G, Sharma VM. Role of dehydration in heat stress-induced variations in mental performance. Arch Environ Health 1988;43(1):15-17.
Asami T, Togari H, Ohashi J. Analysis movement patterns of referees during soccer matches. In: Reilly T, Lees A, Davids K, Murphy WJ. Science and Football. London: E & EN Spon; 1988. p. 341-5.
Castagna C, Abt G, D’Ottavio S. Activity profile of international-level soccer referees during competitive matches. J Strength Cond Res 2004;18(3):486-90.
Oliveira M, Santana CHG, Neto TLB. Análise dos padrões de movimento e dos Ãndices funcionais de árbitros durante uma partida de futebol. Fitness & Performance Journal 2008;7(1):41-47.
Rebelo A, Silva S, Pereira N, Soares J. Stress fÃsico do árbitro de futebol no jogo. Rev Port Ciênc Desporto 2002;2(5):24-30.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2010 Alberto Inácio da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista; Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista; Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).