Avaliação do método Pilates no tratamento de indivíduos com dor lombar crônica inespecífica: ensaio clínico randomizado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfex.v20i1.4426

Palavras-chave:

dor lombar; dor crônica; avaliação da deficiência; fisioterapia; terapia por exercício

Resumo

Introdução: A dor lombar crônica inespecífica (DLCI) é uma sintomatologia dolorosa comum na região inferior da coluna por período superior a doze semanas, podendo ser acompanhada de sintomas neurológicos em membros inferiores. A DLCI apresenta alta prevalência mundial, pode conduzir a limitações de função e o tratamento enfatiza terapias ativas, tais como exercícios de Pilates. Objetivo: Avaliar o efeito de exercícios de Pilates na percepção dolorosa, qualidade de vida, incapacidade funcional e cinesiofobia de indivíduos com DLCI, classificados com baixo e médio riscos de mau prognóstico conforme a versão brasileira do Start Back Screening Tool (SBST-Brasil). Métodos: Ensaio clínico randomizado controlado com 59 pacientes diagnosticados clinicamente com DLCI, divididos em dois grupos: Controle (GC) e Pilates (GP). Durante 12 semanas, o GC recebeu intervenção medicamentosa enquanto o GP foi submetido a um protocolo de exercícios do método Pilates duas vezes na semana. Resultados: O treinamento com Pilates reduziu dor e cinesiofobia em ambos os subgrupos com SBST-Brasil Baixo e Médio. Contrariamente aos participantes de médio risco de mau prognóstico do GC, o GP com médio risco apresentou melhora significativa (P<0,05) da capacidade funcional. A intervenção farmacológica se mostrou eficiente (P<0,05) na redução da catastrofização da dor e cinesiofobia no GC classificados com médio risco de mau prognóstico. Conclusão: A estratificação em baixo e médio riscos para mau prognóstico de incapacidade têm respostas positivas ao tratamento baseado em exercícios do método Pilates, considerando a redução da intensidade dolorosa e da limitação funcional.

Biografia do Autor

Bruna Angela Antonelli, UPE

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife/PE, Brasil, Laboratório de Pesquisas em Desempenho Humano (LAPEDH), UPE, Petrolina/PE, Brasil

Geovani Alves Santos, UNINASSAU

Docente da Faculdade UNINASSAU Petrolina, licenciado em Educação Fí­sica pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Mestre em Educação Fí­sica pela Universidade Federal do Vale do São Francisco,  Grupo de Estudos do Desempenho Humano e das Respostas Fisiológicas ao Exercí­cio - Divisão Nordeste (GEDeRFE - NE/UNIVASF) e o Grupo Interdisciplinar de Estudos e Práticas em Saúde (UNINASSAU) 

Luana Marcela Nascimento Silva, FASJ

Fisioterapeuta, Universidade de Pernambuco, mestrado em Biologia Celular Estrutural pela Universidade Estadual de Campinas e  Formação no Método Pilates, Professora da Faculdade São Francisco de Juazeiro, BA, Brasil

Maria Danielly Alves Vasconcelos, UPE

Fisioterapeuta, graduada pela Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina, e integrante do Laboratório de Pesquisa em Desempenho Humano (LAPEDH) da UPE

Rita di Cássia Oliveira Angelo, UPE

Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Mestre em Anatomia Patológica pela UFPE, Especialista em Morfologia Humana pela UFPE  e Graduada em Fisioterapia pela UFPE, Professora Adjunta no Colegiado de Medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) Campus Serra Talhada e Professora Permanente no Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI) da Universidade de Pernambuco (UPE) Campus Petrolina  

Paulo Adriano Schwingel, UPE

Mestre e Doutor em Medicina e Saúde (PPgMS) pela Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Graduado em Educação Fí­sica pela Escola de Educação Fí­sica, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Professor Associado na UPE, Professor dos Programas de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI) e em Reabilitação e Desempenho Funcional (PPGRDF) da UPE Campus Petrolina e Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da UPE Campus Santo Amaro

Referências

Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A, Louw Q, Ferreira ML, Genevay S et al. What low back pain is and why we need to pay attention. The Lancet 2018;391(10137):2356-67. doi: 10.1016/s0140-6736(18)30480-x

Nascimento PRCD, Costa LOP. Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saúde Pública 2015;31(6):1141-56. doi: 10.1590/0102-311x00046114

Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araújo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. Br J Pain 2018;1(4):331-8. doi: 10.5935/2595-0118.20180063

Vos T, Abajobir AA, Abate KH, Abbafati C, Abbas KM, Abd-Allah F et al. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 328 diseases and injuries for 195 countries, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. Lancet 2017;390(10100):1211-59. doi: 10.3410/f.731220250.793569875

Chenot JF, Greitemann B, Kladny B, Petzke F, Pfingsten M, Schorr SG. Non-specific low back pain. Dtsch Arztebl Int 2017;114(51-52):883-90. doi: 10.3238/arztebl.2017.0883

Foster NE, Anema JR, Cherkin D, Chou R, Cohen SP, Gross DP et al. Prevention and treatment of low back pain: evidence, challenges, and promising directions. Lancet 2018;391(10137):2368-83. doi: 10.1016/s0140-6736(18)30489-6

Stochkendahl MJ, Kjaer P, Hartvigsen J, Kongsted A, Aaboe J, Andersen M et al. National Clinical Guidelines for non-surgical treatment of patients with recent onset low back pain or lumbar radiculopathy. Eur Spine J 2018;27(1):60-75. doi: 10.1007/s00586-017-5099-2

Beneciuk JM, Bishop MD, Fritz JM, Robinson ME, Asal NR, Nisenzon NA et al. The STarT back screening tool and individual psychological measures: evaluation of prognostic capabilities for low back pain clinical outcomes in outpatient physical therapy settings. Phys Ther 2013;93(3):321-33. doi: 10.2522/ptj.20120207

Buchbinder R, van Tulder M, Öberg B, Costa LM, Woolf A, Schoene M et al. Low back pain: a call for action. Lancet 2018;391(10137):2384-88. doi: 10.1016/S0140-6736(18)30488-4

Bier JD, Sandee-Geurts JJ, Ostelo RW, Koes BW, Verhagen AP. Can primary care for back and/or neck pain in the Netherlands benefit from stratification for risk groups according to the STarT back tool classification? Arch Phys Med Rehabil 2018;99(1):65-71. doi: 10.1016/j.apmr.2017.06.011

Pauli, J, Starkweather A, Robins JL. Screening tools to predict the development of chronic low back pain: an integrative review of the literature. Pain Med 2019;20(9):1651-77. doi: 10.1093/pm/pny178

Pilz B, Vasconcelos RA, Marcondes FB, Lodovichi SS, Mello W, Grossi DB. The Brazilian version of STarT Back Screening Tool-translation, cross-cultural adaptation and reliability. Braz J Phys Ther 2014;18(5):453-461. doi: 10.1590/bjpt-rbf.2014.0028

Kamper SJ, Apeldoorn AT, Chiarotto A, Smeets RJEM, Ostelo RWJG, Guzman J et al. Multidisciplinary biopsychosocial rehabilitation for chronic low back pain: Cochrane systematic review and meta-analysis. Cochrane Database Syst Rev 2014;(9):CD000963. doi: 10.1002/14651858.cd000963.pub3

Baillie L, Bacon CJ, Hewitt CM, Moran RW. Predictors of functional improvement in people with chronic low back pain following a graded Pilates-based exercise programme. J Bodyw Mov Ther 2019;23(1):211-8. doi: 10.1016/j.jbmt.2018.06.007

Yamato TP, Maher CG, Saragiotto BT, Hancock MJ, Ostelo RW, Cabral CM et al. Pilates for low back pain. Cochrane Database Syst Rev 2015;(7):CD010265. doi: 10.1002/14651858.cd010265.pub2

Amaral DDV, Miyamoto GC, Franco KFM, Santos FYR, Bastos NTO, Hancock MJ et al. Examination of a subgroup of patients with chronic low back pain likely to benefit more from Pilates-based exercises compared to an educational booklet. J Orthop Sports Phys Ther 2020;50(4):189-97. doi: 10.2519/jospt.2019.8839

Santos FYR, Liebano RE, Moura KF, Oliveira NTB, Miyamoto GC, Santos MO et al. Efficacy of the addition of interferential current to Pilates method in patients with low back pain: a protocol of a randomized controlled trial. BMC Musculoskelet Disord 2014;15:420. doi: 10.1186/1471-2474-15-420

Ford J, Story I, O'Sullivan P, McMeeken J. Classification systems for low back pain: a review of the methodology for development and validation. Phys Ther Rev 2007;12(1):33-42. doi: 10.1179/108331907x174961

Matsudo S, Araújo T, Marsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC et al. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fis Saúde 2001;6(2):5-18. doi: 10.12820/rbafs.v.6n2p5-18

Ware Junior JE. SF-36 health survey update. Spine 2000;25(24):3130-9. doi: 10.1097/00007632-200012150-00008

Roland M, Morris R. A study of the natural history of back pain. Part I: development of a reliable and sensitive measure of disability in low-back pain. Spine;8(2):141-4. doi: 10.1097/00007632-198303000-00004

Siqueira FB, Teixeira-Salmela LF, Magalhães LDC. Análise das propriedades psicométricas da versão brasileira da escala tampa de cinesiofobia. Acta Ortop Bras 2007;15(1):19-24. doi: 10.1590/s1413-78522007000100004

O'Sullivan P. It's time for change with the management of non-specific chronic low back pain. Br J Sports Med 2012;46(4):224-7. doi: 10.1136/bjsm.2010.081638

Balazcs E, Sieper J, Bickham K, Mehta A, Frontera N, Stryszak P et al. A randomized, clinical trial to assess the relative efficacy and tolerability of two doses of etoricoxib versus naproxen in patients with ankylosing spondylitis. BMC Musculoskelet Disord 2016;17(1):426. doi: 10.1186/s12891-016-1275-5

Nissen SE, Yeomans ND, Solomon DH, Lüscher TF, Libby P, Husni ME et al. Cardiovascular safety of celecoxib, naproxen, or ibuprofen for arthritis. N Engl J Med 2016;375(26):2519-29. doi: 10.1056/nejmc1702534

Angiolillo DJ, Weisman SM. Clinical pharmacology and cardiovascular safety of naproxen. Am J Cardiovasc Drugs 2017;17(2):97-107. doi: 10.1007/s40256-016-0200-5

Ho KY, Gwee KA, Cheng YK, Yoon KH, Hee HT, Omar AR. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs in chronic pain: implications of new data for clinical practice. J Pain Res 2018;11:1937-48. doi: 10.2147/jpr.s168188

Cabral LL, Nakamura FY, Stefanello JM, Pessoa LC, Smirmaul BP, Pereira G. Initial validity and reliability of the Portuguese Borg rating of perceived exertion 6-20 scale. Meas Phys Educ Exerc Sci 2020;24(2):103-14. doi: 10.1080/1091367x.2019.1710709

Silva PHBD, Silva DFD, Oliveira JKDS, Oliveira FBD. Efeito do método Pilates no tratamento da lombalgia crônica: estudo clínico, controlado e randomizado. Br J Pain 2018;1(1):21-8. doi: 10.5935/2595-0118.20180006

Toscano JJDO, Egypto EPD. A influência do sedentarismo na prevalência de lombalgia. Rev Soc Bras Med 2001;7(4):132-7. doi: 10.1590/s1517-86922001000400004

Miyamoto GC, Franco KFM, van Dongen JM, Santos FYR, Oliveira NTB, Amaral DDV, et al. Different doses of Pilates-based exercise therapy for chronic low back pain: a randomised controlled trial with economic evaluation. Br J Sports Med 2018;52(13):859-68. doi: 10.1136/bjsports-2017-098825

Eliks M, Zgorzalewicz-Stachowiak M, Zeńczak-Praga K. Application of Pilates-based exercises in the treatment of chronic non-specific low back pain: state of the art. Postgrad Med J 2019;95(1119):41-5. doi: 10.1136/postgradmedj-2018-135920

Wells C, Kolt GS, Marshall P, Hill B, Bialocerkowski A. The effectiveness of Pilates exercise in people with chronic low back pain: a systematic review. Plos One 2014;9(7):e100402. doi: 10.1371/journal.pone.0100402

Fleming KM, Herring MP. The effects of Pilates on mental health outcomes: a meta-analysis of controlled trials. Complement Ther Med 2018;37:80-95. doi: 10.1016/j.ctim.2018.02.003

Barbosa JES, Santos ALP, Oliveira MP, Sacramento MDS, Gomes VA, Petto J, Santos ACN. Influência do músculo diafragma no controle postural, na propriocepção e na dor lombar. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;18(4):236-46. doi: 10.33233/rbfe.v18i4.3111

Jung SH, Hwang UJ, Ahn SH, Kim HA, Kim JH, Kwon OY. Lumbopelvic motor control function between patients with chronic low back pain and healthy controls: a useful distinguishing tool: the STROBE study. Medicine (Baltimore) 2020;99(15):e19621. doi: 10.1097/md.0000000000019621

Riis A, Rathleff MS, Jensen CE, Jensen MB. Predictive ability of the start back tool: an ancillary analysis of a low back pain trial from Danish general practice. BMC Musculoskelet Disord 2017;18(1):360. doi: 10.1186/s12891-017-1727-6

Qaseem A, Wilt TJ, McLean RM, Forciea MA. Noninvasive treatments for acute, subacute, and chronic low back pain: a clinical practice guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med 2017;166(7):514-30. doi: 10.7326/m16-2367

Owen PJ, Miller CT, Mundell NL, Verswijveren SJJM, Tagliaferri SD, Brisby H et al. Which specific modes of exercise training are most effective for treating low back pain? Network meta-analysis. Br J Sports Med 2019;54:1279-87. doi: 10.1136/bjsports-2019-100886

Jack K, McLean SM, Moffett JK, Gardiner E. Barriers to treatment adherence in physiotherapy outpatient clinics: a systematic review. Man Ther 2010;15(3):220-8. doi: 10.1016/j.math.2009.12.004

Publicado

2021-07-25

Edição

Seção

Artigos originais