É possível que um programa de reabilitação cardíaca reduza o risco cardiovascular em indivíduos com síndrome metabólica?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfex.v20i4.4541

Palavras-chave:

síndrome metabólica; diabetes; reabilitação cardíaca; estilo de vida

Resumo

Introdução: A síndrome metabólica é uma desordem complexa representada por um conjunto de fatores de risco cardiovascular geralmente relacionados à deposição central de gordura, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia. Está associada à aterosclerose acelerada em resposta à inflamação crônica e disfunção endotelial vascular, aumentando a mortalidade geral. Objetivo: O objetivo foi avaliar o efeito de um programa de reabilitação cardíaca sobre os fatores de risco cardiovascular em pacientes com síndrome metabólica. Métodos: Este é um estudo prospectivo de intervenção. Todos os pacientes foram submetidos a um programa de reabilitação cardíaca de 20 sessões com exercícios aeróbicos e resistidos, além de um programa educacional para mudanças no estilo de vida. Resultados: Quarenta e sete pacientes participaram do presente estudo. Após o programa de reabilitação cardíaca, observou-se redução significativa (p = 0,0092) para risco cardiovascular e fadiga (p > 0,001); 78% dos pacientes tiveram efeitos positivos na capacidade física, 72% dos pacientes apresentaram redução do HbA1c, 51% aumentaram o colesterol HDL, 70% reduziram o colesterol total, 63% reduziram os triglicerídeos, 61% reduziram a pressão arterial sistólica e 53% reduziram a pressão arterial diastólica. Conclusão: Programa de reabilitação cardíaca com exercícios aeróbicos e resistidos associado a um programa educacional para mudanças no estilo de vida é uma abordagem eficaz no tratamento de pacientes com síndrome metabólica por redução dos fatores de risco cardiovascular e redução da fadiga, melhora da capacidade física e redução dos componentes da síndrome metabólica.

Biografia do Autor

Ana Denise Brandão, UNASP

Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), São Paulo, SP, Brasil

Keila Larissa Pereira Reis, UNASP

Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), São Paulo, SP, Brasil

Nathalia Moraes Ribeiro, UNASP

Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), São Paulo, SP, Brasil

Patricia Figueiredo, UNASP

Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), São Paulo, SP, Brasil

Daniela Martins de Fausto, UNIPAMPA

Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Uruguaiana, RS, Brasil

Antônio Adolfo Mattos de Castro, UNIPAMPA

Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Uruguaiana, RS, Brasil

Elias Ferreira Porto, UNASP

Doutor em reabiltação cardiopulmonar - UNIFESP, Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), São Paulo, SP, Brasil

Referências

Kuschnir MCC, Bloch KV, Szklo M, Klein CH, Barufaldi LA, Abreu GDA, Moraes AJ PD. ERICA: prevalence of metabolic syndrome in Brazilian adolescents. Rev Saúde Pública 2016;50(11):256-68. doi: 10.1590/S01518-8787.2016050006701

Ford ES, Giles WH, Dietz WH. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA 2002;287(3):356-9. doi: 10.1001/jama.287.3.356

Tjønna AE, Lee SJ, Rognmo Ø, Stølen TO, Bye A, Haram PM, et al. Aerobic interval training versus continuous moderate exercise as a treatment for the metabolic syndrome. Circulation 2008;118(4):346-54. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.772822

Porto EF, Souza AC. Health promotion and lifestyle: limitations and perspectives. Lifesytle Journal 2016;4(2):7-9. doi: 10.19141/2237-3756.lifestyle.v3.n2.p7-10

Takahara M, Shimomura I. Metabolic syndrome and lifestyle modification. Rev Endocr Metab Dis 2014;15(4):317-27. doi: 10.1007/s11154-014-9294-8

Lavie CJ, Milani RV. Cardiac rehabilitation and exercise training programs in metabolic syndrome and diabetes. J Cardiopulm Rehabil 2005;25(2):59-66. doi: 10.1097/00008483-200503000-00001.

Savage PD, Banzer JA, Balady GJ, Ades PA. Prevalence of metabolic syndrome in cardiac rehabilitation/secondary prevention programs. American Heart Journal 2005;149(4):627-31. doi: 10.1016/j.ahj.2004.07.037

Lavie CJ, Morshedi?Meibodi A, Milani RV. Impact of cardiac rehabilitation on coronary risk factors, inflammation, and the metabolic syndrome in obese coronary patients. J Cardiometab Syndr 2008;3(3):136-40. doi: 10.1111/j.1559-4572.2008.00002.x

Galvão TF, Pereira MG. Systematic reviews of the literature: steps for preparation. Epidemiol Serv Saúde 2014;23(1):183-4. doi: 10.5123/S1679-49742014000100018

Santos CMDC, Pimenta, CADM, Nobre MRC. The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Rev Latinoam Enferm 2007;15(3):508-511. doi: 10.1590/s0104-11692007000300023

World Medical Association (WMA). Declaration of Helsinki. [Internet]. 2013 [cited 2021 Jun 12]. Available from: http://www.wma.net/en/ 30publications/10policies/b3/

Castro JBP, Souza Vale RG, Aguiar RS, Silva Mattos R. Perfil do estilo de vida de universitários de Educação Física da cidade do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Ciência e Movimento 2017;25(2):73-83. doi: 10.18511/rbcm.v25i2.6234

Chalder T, Berelowitz G, Pawlikowska T, Watts L, Wessely S, Wright S, Wallace EP. Development of a fatigue scale. Journal of Psychosomatic Research 1993;37(2):147-53. doi: 10.1016/0022-3999(93)90081-P

Karvonen JJ, Kentala E, Mustalam O. The effects of training on heart rate: a “longitudinal” study. Ann Med Exp Biol Fenn 1957;35:307-15. doi: 10.1038/sj.jhh.1002173

Fung TT, Hu FB, Wu K, Chiuve SE, Fuchs CS, Giovannucci E. The Mediterranean and Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) diets and colorectal cancer. Am J Clin Nutr 2010;92(6):1429-35. doi: 10.3945/ajcn.2010.29242

Meira MDD, Abdala GA, Teixeira CA, Ninahuaman MFM, Moraes MCL. Profile of adult lifestyle of São Paulo south zone. Life Style Journal [Internet]. 2015 [cited 2021 Jun 12];2(2):29-45. https://revistas.unasp.edu.br/LifestyleJournal/article/view/607

World Health Organization (WHO). The top 10 causes of death. 2016 [cited 2018 April 15]. Available from: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs310/en/index3.html

Pontes HT, Araujo SP, CorrêA CD, Cerqueira PA, Oliveira NC, Portes LA. Supervised physical activity and metabolic syndrome components of women assisted in primary health care. J Metabolic Synd 2012;1(111):2167-0943. doi: 10.4172/2167-0943.1000111

Fletcher GF, Landolfo C, Niebauer J, Ozemek C, Arena R, Lavie CJ. Promoting physical activity and exercise: JACC health promotion series. J Am Coll Cardiol 2018;72(14):1622-39. doi: 10.1016/j.jacc.2018.08.2141

Ozemek C, Lavie CJ, & Rognmo Ø. Global physical activity levels-Need for intervention. Prog Cardiovasc Dis 2019;62(2):102-7. doi: 10.1016/j.pcad.2019.02.004

Lavie CJ, Ozemek C, Carbone S, Katzmarzyk PT, Blair SN. Sedentary behavior, exercise, and cardiovascular health. Circ Res 2019;124(5):799-815. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.118.312669

Chagas EFB, Bonfim MR, Brondino NCM, Monteiro HL. Physical exercise and cardiovascular risk factors in obese women in the postmenopausal period. Rev Bras Med Esporte 2015;21(1):65-9. doi: 10.1590/1517-86922015210101834

Leon AS, Franklin BA, Costa F, Balady GJ, Berra KA, Stewart KJ, Lauer MS. Cardiac rehabilitation and secondary prevention of coronary heart disease. Circulation 2005;111:369-76. doi: 10.1161/01.CIR.0000151788.08740.5C

Porto EF, Kumpel C, Portes LA, Leite JRO. Comparative study between two methods of supervised and semi-supervised cardiac rehabilitation on maximal oxygen consumption and functional capacity. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo [Internet]. 2007 [cited 2021 Jun 12];17(2):18-24. Available from: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-461835

Ciolac EG, Guimarães GV. Ejercicio físico y síndrome metabólico. Rev Bras Med Esporte 2004;10(4)319-24. doi: 10.1590/S1517-86922004000400009

Pozehl B, Ducan K, Hertzog M. The effects of exercise training on fatigue and dyspnea in heart failure. Eur J Cardiovasc Nurs 2008;7(2):127-132. doi: 10.1016/j.ejcnurse.2007.08.002

Jackson L, Leclerc J, Erskine Y, Linden W. Getting the most out of cardiac rehabilitation: a review of referral and adherence predictors. Heart 2005;91(1):10-14. doi: 10.1136/hrt.2004.045559

Mann DL, Reid MB. Exercise training and skeletal muscle inflammation in chronic heart failure: feeling better about fatigue. J Am Coll Cardiol 2003;42(5):869-72. doi: 10.1016/S0735-1097(03)00847-7

Windthorst P, Mazurak N, Kuske M, Hipp A, Giel KE, Enck P, Nieb A, Zipfel S, Teufel M. Heart rate variability biofeedback therapy and graded exercise training in management of chronic fatigue syndrome: An exploratory pilot study. J Psychosom Res 2017;93:6-13. doi: 10.1016/j.jpsychores.2016.11.014

Pattyn N, Cornelissen VA, Eshghi SRT, Vanhees L. The effect of exercise on the cardiovascular risk factors constituting the metabolic syndrome. Sports Med 2013;43(2):121-33. doi: 10.1007/s40279-012-0003-z

Chagas EFB, Bonfim MR, Brondino NCM, Monteiro HL. Physical exercise and cardiovascular risk factors in obese women in the postmenopausal period. Rev Bras Med Esporte 2015;21(1):65-9. doi: 10.1590/1517-86922015210101834

Milani RV, Lavie CJ. Prevalence and profile of metabolic syndrome in patients following acute coronary events and effects of therapeutic lifestyle change with cardiac rehabilitation. Am J Cardiol 2003;92(1):50-4. doi: 10.1016/s0002-9149(03)00464-8.

Lavie CJ, Milani RV, O'Keefe JH. Dyslipidemia intervention in metabolic syndrome: emphasis on improving lipids and clinical event reduction. Am J Med Sci 2011;341(5):388-93. doi: 10.1097/MAJ.0b013e31821483fa

Rubenfire M, Mollo L, Krishnan S, Finkel S, Weintraub M, Gracik T, Kohn D, Oral EA. The metabolic fitness program lifestyle modification for the metabolic syndrome using the resources of cardiac rehabilitation. J Cardiopulm Rehabil Prev 2011;31:282-9. doi: 10.1097/HCR.0b013e318220a7eb

Rodriguez-Escudero JP, Somers VK, Heath AL, Thomas RJ, Squires RW, Sochor O, Lopez-Jimenez F. Effect of a lifestyle therapy program using cardiac rehabilitation resources on metabolic syndrome components. J Cardiopulm Rehabil Prev 2013;33(6):360-70. doi: 10.1097/HCR.0b013e3182a52762

Publicado

2021-09-09

Edição

Seção

Artigos originais