Ansiedade, qualidade de sono e transtornos alimentares em ginastas rítmicas da Seleção Brasileira Juvenil
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfex.v21i1.4945Palavras-chave:
ginástica; comportamento alimentar; adolescência; ansiedade; transtornos do sonoResumo
Introdução: A elevada carga de treinamento associada ao padrão estético exigido pela ginástica rítmica (GR) tem sido considerada um fator estressor para as atletas de alto rendimento, podendo culminar em ansiedade, má qualidade de sono e risco para desenvolvimento de transtornos alimentares. Objetivos: Avaliar o estado de ansiedade, a qualidade do sono e o risco de transtorno alimentar, e suas possíveis correlações, em ginastas rítmicas de alto rendimento em busca de uma vaga na seleção brasileira juvenil. Métodos: Foram avaliadas 21 ginastas do gênero feminino (13,4 ± 0,5 anos, 1,56 ± 0,1 m, 45,6 ± 6,1 kg). As ginastas responderam a três questionários: o Inventário do Estado de Ansiedade Competitiva (CSAI-2) para avaliar ansiedade cognitiva e somática como também a autoconfiança, o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), e o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) para avaliar o risco de transtornos alimentares. Resultados: As ginastas apresentaram predominantemente baixa ansiedade cognitiva e somática, e elevada autoconfiança. No entanto, 23,8% das ginastas rítmicas apresentaram risco para transtornos alimentares, e 23,8% apresentaram má qualidade de sono. Houve correlação estatística significativa entre qualidade de sono e ansiedade somática, porém os transtornos alimentares não se correlacionaram com ansiedade ou qualidade de sono. Conclusão: As ginastas rítmicas juvenis de alto rendimento avaliadas neste estudo apresentaram altas frequências para risco de transtorno alimentar e má qualidade de sono, sendo indicado monitoramento por equipe multidisciplinar.
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