Efeito da duração da contração isométrica nas respostas hemodinâmicas de mulheres hipertensas
Artigo original - e235584 - Publicado 3 de abril de 2024
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfex.v23i1.5584Palavras-chave:
exercício isométrico, pressão arterial, hipertensãoResumo
Introdução: O exercício isométrico (EI) constitui uma das estratégias não farmacológicas para redução de medidas da pressão arterial após o exercício. Objetivo: Comparar o efeito agudo de dois protocolos com diferentes configurações de prescrição do exercício isométrico sobre parâmetros hemodinâmicos de mulheres hipertensas. Métodos: 10 mulheres hipertensas realizaram 2 sessões de EI a 30% de 1RM no aparelho supino horizontal com barra guiada. Os protocolos foram: 4 séries de 2 minutos de contração isométrica com 2 minutos de descanso (4x2x2); e 16 séries de 30 segundos de contração isométrica com 24 segundos de descanso (16x30x24), com 7 dias de intervalo entre as sessões. A pressão arterial foi medida por esfigmomanômetro digital, pré, imediatamente após o exercício e durante os 60 minutos de recuperação. Resultados: Ambos os protocolos apresentaram elevação dos valores de frequência cardíaca e duplo produto (4x2x2, p = 0,002 e p < 0,001; 16x30x24, p = 0,001 e p = 0,002, respectivamente), o protocolo 4x2x2 aumentou a pressão arterial sistólica e a pressão arterial média (p = 0,014 e p = 0,034, respectivamente), e o 16x30x24 aumentou a pressão de pulso (p < 0,001), quando comparado o repouso com o momento imediatamente após o exercício. A normalização dos valores avaliados foi observada a partir dos 10 min de recuperação em ambos os protocolos. Não houve efeito de interação entre os protocolos. Conclusão: O exercício isométrico para membros superiores com diferentes configurações (4x2x2 e 16x30x24), quando equalizados pela relação esforço:pausa, promove respostas hemodinâmicas agudas semelhantes em mulheres hipertensas controladas.
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