Enferm
Bras. 2023;22(6):1138-55
REVISÃO
A
integração do profissional de enfermagem diante do cuidado humanizado na UTI
neonatal
Ana Lara
Silva de Oliveira1, Adriely de Lima Silva2,
Bruna de Souza Buarque3, Carlos Eduardo Gomes Farias4,
Cibele Lopes de Santana Ramalho5, Fabíola Andrielle
dos Santos Sena2, João Alberto Soares Bezerra3, Marlon
Chaves Cavalcanti5, Susana Cordeiro de Oliveira5, Thiago
Santos Tavares5,
Vitória Fernanda Rocha Barbosa de Andrade1, Roberto Bezerra da Silva3
1Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA,
Recife, PE, Brasil
2Instituto Superior de Olinda – IESO, PE,
Brasil
3Hospital de Câncer de Pernambuco,
Recife, PE, Brasil
4Universidade Paulista – UNIP, Recife,
PE, Brasil
5DRM – Ensino & Pesquisa, Recife, PE,
Brasil
Recebido
em:15 de março de 2023; Aceito em: 7 de dezembro de 2023.
Correspondência: Thiago Santos Tavares, thiagosantos05@bol.com.br
Como citar
Oliveira ALS, Silva AL, Buarque BS, Farias CEG, Ramalho CLS, Sena FAS, et al. A integração do profissional de enfermagem diante do cuidado humanizado na UTI neonatal. Enferm Bras. 2023;22(6):1138-1155. doi:
1138-55. doi: 10.33233/eb.v22i6.5418
Resumo
Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI)
são ambientes complexos, com aparato de equipamentos e materiais, destinados a manutenção
do cuidado a pacientes em estado grave. Objetivo: Obter um entendimento
mais criterioso sobre o assunto que contemple uma avaliação originária das
evidências dos dados disponíveis diante da perspectiva da atuação do
profissional de enfermagem nas UTIN. Métodos: Realizou-se uma revisão
narrativa da literatura, de modo a obter-se uma síntese sobre as várias
tipologias de revisões sistemáticas, assim como as suas características e funções
no contexto da enfermagem, que teve como objetivo, explorar publicações de
pesquisadores e profissionais da área da saúde, diante do cuidado humanizado na
UTI Neonatal. Resultados: Este estudo visa demonstrar a repercussão ao
cuidado humanizado numa UTI Neonatal, que, diante do contexto saúde e
sociedade, a evolução no cuidado neonatal proporciona inúmeras potencialidades.
Em contrapartida, surgem questões preocupantes, como a qualidade do serviço e a
segurança do paciente nesse cenário inovador, complexo e crítico do cuidado
hospitalar. Conclusão: Em virtude do que foi mencionado pode se dizer que o
papel do profissional de enfermagem é de suma importância, pois é a partir dos
cuidados da enfermagem que é possível obter um melhor método de assistência de
forma mais humanizada ao paciente, já que é a equipe de enfermagem que passa a
maior parte do tempo com o recém-nascido.
Palavras-chave: humanização; tecnologia; cuidados de
enfermagem.
Abstract
The integration of nursing professionals in the face
of humanized care in the neonatal intensive care unit
Introduction: The Intensive
Care Units (ICU) are complex environments, with apparatus of equipment and
materials, intended to maintain the care of patients in serious condition. Objective:
To obtain a more judicious understanding of the subject that contemplates an
original evaluation of the evidence of the available data before the
perspective of the professional of nursing in the NICU’s. Methods: A
narrative review of the literature was carried out in order to obtain a
synthesis of the various types of systematic reviews, as well as their
characteristics and functions in the context of nursing, which aimed to explore
publications of researchers and health professionals, in the face of humanized
care in the Neonatal ICU. Results: This study aims to demonstrate that the
repercussion to humanized care in a Neonatal ICU, in the context of health and
society, the evolution in neonatal care provided numerous potentialities. On
the other hand, worrying issues arise, such as the quality of service and
patient safety in this innovative, complex and critical scenario of hospital
care. Conclusion: Because of what was mentioned can be said that the role
of the nursing professional is of paramount importance, because it is from the
nursing care that it is possible to obtain a better method of care in a more
humanized way to the patient, since it is the nursing team that spends most of
the time with the newborn.
Keywords: humanization; technology; nursing
care.
Resumen
La
integración de los profesionales de enfermería ante los cuidados humanizados en la UCI neonatal
Introducción: Las Unidades
de Terapia Intensiva (UTI) son ambientes complejos, con aparato de equipos
y materiales, destinados a mantener
el cuidado de pacientes en
estado grave. Objetivo: Obtener un entendimiento más juicioso sobre el asunto que contemple una evaluación
originaria de las evidencias de los
datos disponibles ante la perspectiva de la actuación del
profesional de enfermería en las UTIN. Métodos: Se realizó una revisión narrativa de
la literatura, con el fin de obtener
una síntesis sobre las
diversas tipologías de revisiones
sistemáticas, así como sus características y
funciones en el contexto de
la enfermería, que tuvo como objetivo, explorar publicaciones
de investigadores y profesionales del
área de la salud, ante el cuidado humanizado en la UCI Neonatal. Resultados: Este estudio
busca demostrar la repercusión
al cuidado humanizado en una UTI Neonatal, ante el contexto salud y sociedad, la evolución
en el cuidado neonatal proporcionó innumerables
potencialidades. En cambio, surgen
cuestiones preocupantes, como la
calidad del servicio y la seguridad
del paciente en ese escenario innovador,
complejo y crítico del cuidado
hospitalario. Conclusión: En virtud de lo
mencionado se puede decir
que el papel del profesional de enfermería es de
suma importancia, pues es a
partir de los cuidados de enfermería
que es posible obtener un mejor método de asistencia de forma más humanizada al paciente, ya que es el equipo de enfermería que pasa la mayor parte del tiempo con
el recién nacido.
Palabras-clave: humanización; tecnología; cuidados de enfermería.
Segundo
Reis et al. [1], as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), são ambientes complexos,
com aparato de equipamentos e materiais, destinados a manutenção do cuidado a pacientes
em estado grave. As Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) são espaços
destinados a atender bebês prematuros, com baixo peso ao nascer ou mesmo os que
nasceram com algum problema de saúde. Apesar desse ambiente ser cercado de uma
alta demanda de serviços, acaba exigindo rapidez e fluidez dos seus
trabalhadores, por consequência do próprio atendimento se torna mecanizado.
A
humanização na UTIN é uma das principais estratégias para ajudar no
desenvolvimento do recém-nascido, uma vez que visa diminuir os estressores que
causam impacto no processo de melhora. A equipe de enfermagem é um dos
principais responsáveis por propiciar um ambiente agradável, sendo este o
profissional que passa mais tempo junto ao recém-nascido internado,
reconhecendo melhor os sinais de desconforto podendo reduzi-los, atuando de
forma eficaz e humanizada [2].
De
acordo com Ouchiet et al. [3], na prática
assistencial, o enfermeiro deve ter consciência de que a tecnologia deve-se
tornar aliada e não vilã, tornando o cuidado prestado ao paciente o mais
humanizado possível de forma holística, ou seja, tratando-o como um todo, mas
de forma singular.
No
ano de 2007, o Ministério da Saúde brasileiro [4] aprovou a Norma de
Orientação para a Implantação do Método Canguru (MC), instituída na Portaria nº
1.683 de 12 de julho de 2007, passando a ser considerada como política pública
e definida como modelo de assistência perinatal, tendo por princípio
fundamental a atenção humanizada. Por sua vez o Ministério da Saúde relata que
o Método Canguru é voltado para a melhoria na qualidade do cuidado, partindo do
princípio de humanização, buscando reduzir o tempo de separação entre mãe e
recém-nascido, favorecendo assim o vínculo.
Segundo
Donadeli [5], outra forma de humanização é o controle
do ambiente, visto que esse local é o oposto vivenciado pelo recém-nascido,
dentro da barriga da mãe, o ambiente extra-uterino
traz inúmeros desconfortos, como ruídos, procedimentos muitas vezes incômodos e
dolorosos e o intenso manuseio para tais procedimentos.
Ainda
conforme Donadeli, o binômio mãe-bebê, muitas vezes
quando é rompido de forma abrupta, por alguma complicação após o parto, a mãe
se vê em um momento de estresse e angustia extrema. À volta para casa se torna
um momento dificil, e é um dos papeis do profissional
de enfermagem ouvir de forma atenta esses pais, estabelecer um vínculo entre o
recém-nascido e seus familiares da melhor forma e instrui-los de seus direitos
[5].
A
busca pelo melhor desenvolvimento possível com o menor dano estimado ao
neonatal em UTIN, tornou a humanização ao longo dos anos um aspecto fundamental
na assistência neonatal [6].
De
modo geral, a compreensão da humanização em ambientes de cuidados complexos,
parte do significado de acolher a dinamicidade da organização deste enquanto
unidade, gestão, trabalho dos profissionais e usuários, os quais alimentam e
realimentam as relações/interações humanas e profissionais [7].
Este
trabalho tem o intuito de corroborar as discussões já existentes, a respeito da
humanização nas UTIN, provocando um impacto relevante sobre essas realidades,
já que contribui para a comunicação dentro dos ambientes que atendem pelo
sistema de saúde entre os profissionais e pacientes, possibilitando a
democratização dos serviços [8].
A
humanização é um assunto que contribui não só para um novo olhar no que se diz
respeito a alguns procedimentos dentro dos leitos hospitalares, mas também à
efetivação do atendimento e acolhimento dos pacientes de forma mais empática, o
que vai além do direito à assistência em saúde básica [9].
Faz-se
necessário que os profissionais de enfermagem consigam se inserir de forma
humanizada no dia a dia hospitalar, buscando sempre novas formas de cuidados e
técnicas atualizadas para uma melhor oferta na assistência ao paciente e seus
familiares. Tendo em vista que a atualização das boas práticas no cuidado
oferecido pela enfermagem é de grande importância, possibilitando, assim, uma
recuperação muitas vezes por completa por parte do paciente.
Realizou-se
uma revisão narrativa da literatura, de modo a obter-se uma síntese sobre as
várias tipologias de revisões sistemáticas, assim como as suas características
e funções no contexto da enfermagem, que teve como objetivo explorar
publicações de pesquisadores e profissionais da área da saúde, diante do
cuidado humanizado na UTI Neonatal.
Metodologicamente
também foi analisada a Portaria nº 1.683 de 12 de julho de 2007 que promove a
atenção humanizada ao recém-nascido na UTI Neonatal. Desse modo, foram
realizadas pesquisas no período de fevereiro a novembro do ano de 2022, tomando
como orientação artigos científico de base de dados como Scielo,
revista saúde em foco, Instituto Fernando Figueira, Revista Eletrônica Acervo
Saúde, Revista de enfermagem da UFPI e Ministério da Saúde e biblioteca da
UNIBRA.
Como
resultado, foi realizada uma seleção dos artigos relacionados à temática de
acordo com uma leitura criteriosa das publicações. Adotamos uma leitura de
forma a identificar quais tinham mais semelhança com o título de nosso projeto.
Utilizamos critério de exclusão nos textos que, mesmo que dentro da temática,
não agregassem efetivamente para o conteúdo em si deste projeto.Quanto aos critérios de inclusão foram
verificados: Idioma (português, inglês, espanhol); disponibilidade (texto
integral), todos os tipos de artigos.
Este
Trabalho de Conclusão de Curso baseou-se na possibilidade metodológica da
revisão bibliográfica, a metodologia constitui-se, portanto, em etapas
ordenadamente dispostas, de maneira lógica e racional, as quais o pesquisador
deverá conhecê-las para aplicá-las convenientemente.
Foram
feitas pesquisas de estudos que responderam à pergunta norteadora do trabalho e
ao objeto deste estudo, que apontam dados referentes à Integração do
profissional de enfermagem diante dos cuidados humanizados na UTI Neonatal,
entretanto, buscou-se indicadores e subsídios, baseados na evidência
científica, para a reflexão e entendimento dos cuidados de Enfermagem
estabelecidos que possam diminuir a carga de trabalho, buscando sempre a
melhora no cuidado ao paciente, pois as intervenções de enfermagem devem ser
direcionadas para ajudar na transição da vida intra-uterina
para a extra-uterina, mantendo um ótimo
desenvolvimento, prevenindo a estimulação indesejada e o estresse.
O
objetivo deste trabalho foi obter um entendimento mais criterioso sobre o
assunto supracitado, levando em conta estudos anteriores que contemple uma
avaliação originária das evidências dos dados disponíveis diante da perspectiva
da atuação do profissional de enfermagem nas UTIN, identificando fatores que
procuraram preencher as lacunas que direcionaram a evolução, definiram
informações, categorizaram os estudos e analisaram os resultados para facilitar
a compreensão e a organização das informações problematizadas acerca do papel
do enfermeiro neste contexto.
Sendo
assim, todo esse trabalho científico foi organizado perante as normas acadêmica
exigidas, sempre considerando os regulamentos da Resolução de pesquisa nº 466
de 12 de dezembro de 2012 [4].
A
metodologia tem como finalidade a ciência que busca a verdade, no trato da
realidade, de maneira teórica e prática. Assim, tal procedimento metodológico,
de revisão bibliográfica, nos proporcionou condições cognitivas apropriadas
para o desenvolvimento de um estudo em que tivemos a oportunidade de construir
reflexões, problemas e hipóteses de pesquisa, com a ideia de contribuir para um
melhor desenvolvimento do cuidado do profissional de enfermagem, na iniciativa
de elaborar melhorias e avançar nos estudos já existentes, para o aprimoramento
das técnicas no cuidado ao recém-nascido, pela equipe de enfermagem.
Referencial
teórico
Esse
estudo visa demonstrar a repercussão ao cuidado humanizado numa UTI Neonatal,
que, de acordo com Tomazoni et al. [10],
diante do contexto saúde e sociedade, a evolução no cuidado neonatal
proporcionou inúmeras potencialidades. Em contrapartida, surgem questões
preocupantes, como a qualidade do serviço e a segurança do paciente nesse
cenário inovador, complexo e crítico do cuidado hospitalar.
A
Unidade de Terapia Intensiva é um lugar que precisa de uma atenção especial por
parte dos profissionais da saúde, por ser cheia de fortes sentimentos e
conflitos, que envolvem o ambiente e os indivíduos, o recém-nascido (RN)
internado, os familiares e os profissionais. Cada um apresenta grau de
vulnerabilidade e necessidades específicas que podem ser adequadamente
atendidas [10].
Sobre
a UTIN, embora seja um ambiente voltado para os cuidados intensivos com o
objetivo de melhorar o condicionamento do bebê, os mesmos, se não planejados,
podem aumentar o nível do estresse dos neonatos e influenciar negativamente em
sua recuperação, prolongando o período de internação e prejudicando o seu
desenvolvimento [6].
Observa-se
que o entendimento do cuidado humanizado encontra-se
em oposição à assistência mecânica e tecnicista, focada na doença. A
humanização envolve compromisso e responsabilidade, objetivando a qualidade de
vida e bem-estar do paciente, considerando-o como indivíduo. Trata-se de um
cuidado diferente, que busca um tratamento por completo, a partir do trabalho
em equipe [15].
As
preocupações com a assistência de enfermagem humanizada dentro das UTI se
tornam importantes, pois o modelo de assistência e o meio proporcionado para
isso, tem deixado a desejar quanto a humanização oferecida aos pacientes; entre
os aparelhos tecnológicos, a impossibilidade de comunicação direta, o meio frio
e sem presença humana direta são fatores que se configuram como dificuldades
para a assistência de enfermagem humanizada prestada para os hospitalizados em
UTI [14].
Em
continuidade ao pensamento de Tomazoni et al.
[10], tratando-se da segurança do paciente neonatal, cabe destacar que os
recém-nascidos podem estar expostos a maiores riscos devido a fatores particulares
destes pacientes, como a extrema fragilidade fisiológica e sistemas orgânicos
em desenvolvimento, os quais prejudicam sua segurança por demandarem de
cuidados específicos.
Em
torno da assistência humanizada, esses cuidados também são defendidos pelo
Programa Nacional de Humanização (PNH) existente desde 2003, que visa
qualificar de forma solidária os gestores, trabalhadores e usuários do Sistema
Único de SAÚDE.
Ainda sobre o Programa Nacional de
Humanização, segundo Reis et al. [1] a implantação da PNH em
instituições de saúde ainda apresenta fragilidades, contribuindo para a
continuidade dos problemas que incentivaram a sua criação. Dentre os problemas
que interferem na prática da humanização nos serviços de saúde está a
compreensão desta política pelos profissionais.
Em
contexto do que já foi observado, o teórico Sá Neto e Rodrigues [15] explica
que, na prática assistencial, percebemos que a tecnologia revela, por vezes, um
atendimento mecânico, frio e impessoal, um contraponto às questões relacionadas
com a vida e o ser humano. O intervencionismo tecnológico em oposição ao
cuidado ético e humanizado, associados aos valores e princípios morais que
adquirimos no decorrer da nossa formação pessoal e profissional, nos motivou a
sua realização. Ainda segundo Sá Neto e Rodrigues [12], humanizar o cuidado tem
se tornado um grande desafio para os profissionais de saúde, demandando
atitudes às vezes individuais e pessoais contra todo um sistema tecnológico
dominante.
Em
relação à tecnologia, sabemos que é importante para a evolução do cuidado em
enfermagem, mas, segundo Ferreira et al. [16], os efeitos provocados
pelo ruído, barulho dos alarmes e luminosidade interferem na estabilidade
fisiológica e comportamental dos neonatos, em particular nos prematuros. Esses
fatores interferem não na aplicabilidade da assistência humanizada, porém,
muitas vezes, são decorrentes da complexidade das Unidades de Terapia Intensiva
Neonatal.
Segundo
Lino et al. [17] é de conhecimento no âmbito da saúde que o uso das
tecnologias avançadas de terapia intensiva como incubadoras, berços de calor
radiante, equipamentos para assistência ventilatória, alimentação parenteral e antibióticos
de última geração, contribuíram com significativos avanços na área neonatal,
permitindo maior sobrevida de recém-nascidos pré-termos.
Tendo
como outra preocupação o conhecimento teórico e prático, Reis et al. [1]
afirmam que a humanização é uma modalidade assistencial cujo processo resulta
do conhecimento e da prática das várias categorias profissionais atuantes na
produção de cuidados em saúde. Este conhecimento e prática apresentam como foco
principal um olhar mais amplo para o sujeito cuidado.
De
forma geral sabemos que precisamos nos atualizar em relação às tecnologias,
segurança do paciente e humanização, como prossegue Alves et al. [11],
defendendo que a terapia intensiva experimenta grande desenvolvimento nas
últimas décadas o que resulta na necessidade cada vez maior do preparo dos
profissionais de saúde, incluindo o enfermeiro, aprofundando e completando seus
conhecimentos, habilidades e atitudes nesta área específica.
Sobre
a tecnologia ainda, temos o exemplo das videochamadas
que no momento da recente pandemia foi de grande importancia
para a criação do vínculo entre o recém-nascido e seus familiares, como também
a hidroterapia, que se trata de uma terapia aquática [16] que é usada para
aproveitar vantajosamente os efeitos da água aquecida, pois as propriedades
físicas da água em conjunto com o calor são responsáveis por diferentes
respostas fisiológicas, entre elas, a redução da tensão muscular e melhora de
sua ação contrátil, alívio da dor e maior conforto do paciente.
Uma
vez que uma atitude humanizada na UTI necessita de um esforço em relação a um
sistema tecnológico dominante, os profissionais de saúde que atuam nas Unidades
de Terapia Intensiva têm o foco mais técnico do fazer, do que o do cuidar [14],
apresentando-se como algo contraditório.
Os
profissionais de enfermagem permanecem em contato com o paciente de forma
integral, estando aptos a identificar os riscos com maior frequência, além de
oferecer valiosas sugestões de melhoria das estratégias de segurança e,
consequentemente, de redução de erros [19].
Em
torno da humanização com o paciente e a famila
conforme Ferreira et al. [13], o vínculo mãe/bebê, família/ bebê
também é abalado durante esse período de hospitalização. Surge, então, a
problemática com relação aos aspectos psicossociais desta família, acometendo
aqueles que acompanham pais e/ou os próprios responsáveis pelo recém-nascido.
Lino et
al. [17] ainda relatam que os benefícios podem promover efeitos secundários
por vezes negativos. Logo após o nascimento, o recém-nascido (RN) prematuro já
é hospitalizado em uma UTI Neonatal e exposto a estímulos desagradáveis como o
estresse e a dor, além de ruídos e a luz intensa.
Pode-se
compreender que o cuidado da enfermagem vai além do espaço físico da UTIN, suscedendo-se o que diz Roseiro et al. [15] os
aspectos da própria assistência, com atenção às especificidades do atendimento
em UTIN. Os profissionais ressaltaram os cuidados em relação ao conforto do
bebê, seu acolhimento juntamente com a família, além dos cuidados com o
contexto da UTIN, entendido como potencializador de sequelas para o
recém-nascido. Portanto, estudos apontam que o Método Canguru que aumenta o vinculo mãe-bebê, aqui já relatado e a rede terapia que
consiste de redes de balanço no leito do paciente, que tem como resultado uma
melhora nas respostas comportamentais, como o relaxamento, redução da
irritabilidade e na perda de calor, são primordiais para efetivar bons
resultados no cuidado ao paciente [17].
Na
situação da criança hospitalizada na UTI Neonatal e Pediátrica, por ser ainda
um ser dependente do outro, a empatia estende-se a seu familiar. A família é
percebida como parte do cuidado humanizado à criança pela enfermagem. O
relacionamento da equipe multiprofissional com o usuário pode evoluir para o
estreitamento do vínculo a partir do momento em que a família se sente
compreendida e com suas necessidades atendidas. Na UTI Neonatal a interação do
profissional de saúde com os pais deve acontecer de modo a permitir maior
compreensão, por parte dos pais, sobre este mundo, pois isso contribui para o
sucesso do tratamento e o enfrentamento da hospitalização da criança [1].
Em
conformidade com Duarte et al. [19], destaca-se a importância
da comunicação efetiva e segura junto à família, ofertando as orientações
necessárias tanto ao ambiente hospitalar, como após a alta, quando a família
estiver cuidando sozinha do neonato em sua residência.
Trabalhar
em equipe não significa apenas agregar funções para o alcance de um objetivo
comum, no caso, o da humanização. Representa aliar competências, compreender
divergências e estabelecer um processo relacional integrador e problematizador,
capaz de resgatar os sentimentos verdadeiramente humanos [1].
Ainda
de acordo com Reis et al. [1], as ações da humanização no cuidado
neonatal devem voltar-se para o respeito às individualidades, à garantia da
tecnologia que permita a segurança do neonato e o acolhimento ao bebê e sua
família, com destaque ao cuidado voltado para o desenvolvimento e psiquismo,
buscando facilitar o vínculo entre pais e bebês durante sua permanência no
hospital e após a alta.
Em
suma, de acordo com Nascimento et al. [14], o trabalho de
enfermagem em UTI abrange diversas necessidades para qualificar a assistência
prestada ao paciente e familiar com foco na humanização, sendo necessário ao
profissional potencializar o saber técnico-científico para prover um processo
dialógico diante deuma assistência humanizada, segura
e de melhor qualidade.
Enfermagem
é sinônimo do cuidar, fazendo-se necessário que o cuidado e a assistência
prestados sejam eficientes e de forma humanizada. Este aspecto humano do
cuidar, com certeza, é um dos mais difíceis de ser implementado [14].
Nas
últimas décadas se destacam o avanço do atendimento prestado dentro das UTI’s pelo progresso da tecnologia, principalmente dentro
da neonatologia, por conta do surgimento de novos equipamentos, processos
terapêuticos e conhecimentos teóricos e práticos [2].
O
termo “Humanizar” parece amplo quando se propõem estratégias de cuidado.
Considerando as condutas do profissional, a individualidade na atenção ao RN
foi um dos pontos bastante citados nos estudos pesquisados [8].
Implantar
a humanização nos serviços de saúde é um procedimento que deve ser incentivado,
visto que ele propicia melhoras nas práticas das cuidadoras, um cuidado que
compromete a ética, o diálogo e a autonomia do paciente e de sua família, a
maior participação da família no cuidado ao paciente dentro da UTI [18].
Segundo
Coelho et al. [2], o método mãe canguru é um exemplo da implantação do
modelo de cuidado humanizado no campo neonatal. E dando validação a esse
pensamento a portaria nº 1,683, de julho de 2007 do Ministério da Saúde [4],
dispõe queo contato pele-a-pele, no Método Canguru,
começa com o toque evoluindo até a posição canguru. Inicia-se de forma precoce
e crescente, por livre escolha da família, pelo tempo que ambos entenderem ser
prazeroso e suficiente. Esse Método permite uma maior participação dos pais e
da família nos cuidados neonatais.
O
tema “humanização no cuidado” deve ser um investimento necessário, desde o
campo do ensino e da formação profissional, visto a importância que o mesmo
ocupa na esfera da política pública, economia, cultura, ética e da formação
profissional [18].
Ainda
de acordo com Jesus et al. [18], a humanização foi pontuada
mediante a atuação do profissional durante os procedimentos dolorosos, ao se
mostrarem preocupados em gerar conforto e evitar que as crianças tenham
sensações dolorosas. Em continuidade, Jesus et al. [18] dizem que compreende-se que uma excelência na qualidade do cuidado
avaliado sob o ponto de vista técnico, referente aos aspectos da subjetividade
do usuário e do profissional de saúde, é mostrada nas referências culturais e
no direito à saúde.
Em
relação aos familiares, notamos discordância em algumas questões que devem ser
levadas em consideração e que podem ser facilmente resolvidas para melhor
qualidade do serviço na UTIN como questiona Silva et al. [8]. Embora
todas as abordagens valorizem a inclusão da família no cuidado, algumas
desvantagens são levantadas. A presença dos pais nas UTI Neonatal aumenta o
ruído e o risco de infecções dos recém-nascidos, além disso, para alguns
profissionais, representa desconforto e impressão de supervisão ao cuidado
fornecida pela equipe de saúde.
Em
contraponto, no estudo realizado Lelis et
al. [20], evidenciou-se, em quase todos os relatos, o desejo de estar
presente para acompanhar a evolução do filho e assim sentir-se participante
deste processo tão doloroso. Nesse momento tão delicado, o acolhimento e a
disponibilidade de alguém da equipe de saúde mostraram-se como um importante
conforto, a presença efetiva da equipe de enfermagem é tão eficaz quanto ao
procedimento técnico porque este nem sempre funciona tão bem diante de
situações de estresse. A essência do cuidar humano é atendida e compreendida
somente vendo, escutando e sentindo.
Tabela
I - Descrição dos
estudos para revisão integrativa
Em
virtude do que foi mencionado pode se dizer que o papel do profissional de
enfermagem é de suma importância, pois é a partir dos cuidados da enfermagem
que é possível obter um melhor método de assistência de forma mais humanizada
ao paciente, já que é a equipe de enfermagem que passa a maior parte do tempo
com o recém-nascido.
Ao
decorrer do estudo foi possível analisar, também, como a atualização dos
mecanismos que buscam um melhor atendimento ao cliente é importante para
atender as necessidades do recém-nascido de maneira com que garanta uma melhor
qualidade na vivencia do neonato em âmbito hospitalar.
O
cuidado humanizado é fundamental para o tratamento do bebê, por beneficiar a
interação entre mãe, recém-nascido, família e equipe, com isso estimula mais o
desenvolvimento do recém-nascido.
Ainda
sobre a interação do binômio mãe-bebê, foi analisado que faz parte do
significado de acolher e melhor atender o paciente, incentivar o vinculo familiar por ser capaz de potencializar a melhora
do paciente, deixando de lado o atendimento mecanizado e passando a ser um
atendimento humanizado, capaz de contribuir com o progresso do paciente.
Por
fim, este estudo deixa claro que a integração do profissional de enfermagem na
atualização das boas práticas nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal é um
investimento necessário, para obter respostas significativas na recuperação do
paciente, em um ambiente ostil, como o da UTIN.
Conflitos
de interesse
Não houve
conflitos de interesse.
Fontes de
financiamento
Sem fonte
de financiamento.
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa: Oliveira
ALS, Tavares TS, Andrade VFRB; Coleta de dados: Silva AL, Buarque BS, Faris
CEG; Análise e interpretação dos dados: Bezerra JAS, Oliveira SC; Redação
do manuscrito: Ramalho CLS, Sena FAS; Revisão crítica do manuscrito quanto
ao conteúdo intelectual importante: Silva RB, Cavalcanti MC.