Enfermeiro e cuidado: a distância entre a intenção e a prática
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v10i5.3875Resumo
Objetivo: Este estudo objetivou identificar qual o entendimento do enfermeiro sobre a dimensão do cuidado de enfermagem e quanto tempo ele utiliza prestando este cuidado durante seu trabalho. Material e métodos: É um estudo exploratório descritivo, de natureza qualitativa, cuja coleta de dados ocorreu através de entrevistas, observação sistemática e análise documental. Foi realizado em um hospital da região sul do estado de Santa Catarina. Participaram dele enfermeiros responsáveis por unidades de internação do referido hospital. Resultados e discussão: Observou-se que, embora o trabalho da enfermagem envolva três eixos essenciais: o cuidar, o gerenciar e o educar, na prática se evidenciam dois aspectos: o cuidar (assistência e educação em saúde) e o gerenciar (administração e supervisão). O enfermeiro, na rotina de trabalho, dá ênfase í administração e supervisão da execução de tarefas parciais, sem planejamento, e participa pouco das ações de cuidado. Conclusão: Evidencia-se fragilidade do modelo de assistência de enfermagem, que permanece centrado no biológico, fragmentando não só o sujeito cuidado, como também o trabalho em saúde e enfermagem. Para o enfermeiro a dimensão do cuidado confunde-se com outros afazeres do cotidiano, e ele divide as tarefas e as executa conforme a necessidade estabelecida pela instituição, seguindo uma rotina sem muita reflexão sobre quais as prioridades da assistência. Associado a isso, o enfermeiro encontra dificuldades para a realização do seu trabalho devido í sobrecarga de trabalho, deixando novamente o cuidado em segundo plano.
Palavras-chave: cuidados de enfermagem, Enfermagem, educação em saúde, serviços de enfermagem.
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