Mortalidade materna em Pernambuco: delineando o perfil epidemiológico (2009-2013)

Authors

  • Luciana Alves Lima de Melo Frutuoso
  • Cândida Correia Pereira Barros
  • Érika Maria Alves da Silva UFPE
  • Gabriela Cunha Schechtman Sette UFPE
  • Ana Paula Esmeraldo Lima UFPE http://orcid.org/0000-0002-8447-4072

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v18i4.2574

Abstract

Introdução: A mortalidade materna é um grave problema de saúde pública e reflete a qualidade da assistência í  saúde das mulheres, sendo suas estatí­sticas uma importante ferramenta de gestão de polí­ticas públicas voltadas para esse público. Objetivo: Delinear o perfil epidemiológico da mortalidade materna, assim como a variação da razão de mortalidade materna no estado de Pernambuco, no perí­odo de 2009 a 2013. Métodos: Trata-se de estudo documental, que utilizou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de Informação de Nascidos Vivos, disponí­veis na Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. Resultados: Foram analisados 433 óbitos, com uma razão de mortalidade materna de 61,5 mortes por cem mil nascidos vivos. 64,4% desses óbitos ocorreram na faixa etária de 20 a 35 anos, 63,5% eram pardas e 56,8% solteiras. Hipertensão, hemorragia, aborto e infecção puerperal foram responsáveis por 2/3 das mortes. Conclusão: A razão de mortalidade materna encontrava-se acima da média nacional, e as principais causas de óbitos foram consideradas evitáveis, apontando para a necessidade de qualificar a atenção obstétrica no estado.

Palavras-chave: mortalidade materna, saúde da mulher, causas de morte, estatí­sticas vitais, epidemiologia.

Author Biographies

Luciana Alves Lima de Melo Frutuoso

Enfermeira, Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Recife/PE

Cândida Correia Pereira Barros

Enfermeira, Mestrado Profissional em Avaliação em Saúde, Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Recife/PE

Érika Maria Alves da Silva, UFPE

Enfermeira, Iniciação Cientí­fica no Núcleo de Telessaúde da UFPE, Universidade Federal de Pernambuco, Recife/PE

Gabriela Cunha Schechtman Sette, UFPE

Enfermeira, Pós-doutora pelo Centre for Health Service Studies na Universidade de Kent, Reino Unido, Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Recife/PE

Ana Paula Esmeraldo Lima, UFPE

D.Sc., Enfermeira, Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Recife/PE

References

Carreno I, Bonilha ALL, Costa JSD. Temporal evolution and spatial distribution of maternal death. Rev Saude Publica 2014;48(4):662–70. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005220

Souza JP. A mortalidade materna e os novos objetivos de desenvolvimento sustentável (2016-2030). Rev Bras Ginecol e Obstetrícia 2015;37(12):549-51. https://doi.org/10.1590/SO100-720320150005526

World Health Organization. Trends in maternal mortality: 1990-2013. Estimates by WHO,UNICEF, UNFPA. Geneva: WHO; 2014;56. [citado 2017 dez 27]. Disponível: https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/18203/879050PUB0Tren00Box385214B00PUBLIC0.pdf?sequence=1

Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde. Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna. [Internet] Brasília: Ministério da Saúde; 2016 [citado 2017 Nov 28]. Disponível em: http://svs.aids.gov.br/dashboard/mortalidade/materna.show.mtw

Organização das Nações Unidas. Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.Centro de Informação Regional das Nações Unidas para a Europa Ocidental. [Internet] 2015 [citado 2017 Nov 29]. Disponível em: http://www.unric.org/pt/images/stories/2016/ods_2edicao_web_pages.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Brasil em Síntese. Pernambuco - Panorama da população. [Internet] 2010 [citado 2018 Mar 6]. Disponível: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/panorama

Organização Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 10. [Internet] Geneva: WHO [citado 2017 Nov 20]. Disponível: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm

Ministério da Saúde. Organização Panamericana de Saúde. Mortalidade materna segundo tipo de causas– C.18. Rede Integrada de Informações para a Saúde. [Internet] Brasília: Ministério da Saúde; 2011. [citado 2017 Nov 27]. Disponível: http://www.ripsa.org.br/fichasIDB/pdf/2011/FichaC18.pdf

Guimarães TA, Rocha AJSC, Rodrigues WB, Pasklan ANP. Mortalidade materna no Brasil entre 2009 e 2013. Rev Pesq Saúde 2017;18(2):81-5. [citado 2018 Mar 24]. Disponível: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahuufma/article/download/8381/5205

Organización Panamericana de la Salud. Reducción mortalidad materna en 11 países de la Región. 2014 [citado 2017 Nov 29]. Disponível em: http://www.paho.org/clap/index.php?option=com_content&view=article&id=220:reduccion-mortalidad-materna-en-11-paises-de-la-region&Itemid=354&limitstart=1&lang=es

Ferraz L, Bordignon M. Mortalidade materna no Brasil: uma realidade que precisa melhorar. Rev Baiana Saúde Pública [Internet] 2012;36(2):527-38. [citado 2017 Nov 28]. Disponível: http://files.bvs.br/upload/S/0100-0233/2012/v36n2/a3253.pdf

Dias JMG, Oliveira APS, Cipolotti R, Monteiro BKSM, Pereira RO. Mortalidade Materna. Rev Méd Minas Gerais 2015;25(2):173-9. https://doi.org/10.5935/2238-3182.20150034

Ãfio ACE, Araújo MAL, Rocha AFB, Andrade RFV, Melo SP. Óbitos maternos: necessidade de repensar estratégias de enfrentamento. Rev Rene 2014;15(4):631-8. https://doi.org/10.15253/2175-6783.2014000400010

Lima DR, Ribeiro CL, Garzon AMM, Henriques TRP, Souza KV. Análise dos fatores intervenientes da mortalidade materna. Enferm Obs 2016;3:e25 [citado 2018 Mar 25]. Disponível: http://www.enfo.com.br/ojs/index.php/EnfObst/article/view/25/31

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo 2010 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010 [citado 2017 Nov 28]. Disponível: https://ww2.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=pe

Brasil. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. (Cadernos de Atenção Básica, 32):318p.

Rattner D. Da saúde materno-infantil ao PAISM. Tempus (Brasília) 2014;8(1):103-8 [citado 2018 Fev 8]. Disponível: http://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/1460

Lopes FBT, Moraes MS, Rodrigues APRA, França AMB. Mortes maternas por causas sensíveis a atenção primária. Cad Grad Ciên Biol e Saúde Unit 2016;3(3):201-14. [citado 2018 Mai 29]. Disponível: http://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/view/3480/2060

World Health Organization. Preventing unsafe abortion. Geneva: WHO; 2018 [citado 2018 Mai 29]. Disponível: http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/preventing-unsafe-abortion

Sedgh G, Bearak J, Singh S, Bankole A, Popinchalk A, Ganatra B et al. Abortion incidence between 1990 and 2014: global, regional and subregional levels and trends. Lancet 2016;388(10041):258-67. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30380-4

Ganatra B, Gerdts C, Rossier C, Johnson Jr BR, Tunçalp Ö, Assifi A et al. Global, regional, and subregional classification of abortions by safety, 2010–14: estimates from a Bayesian hierarchical model. Lancet 2017;390(10110):2372-81. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)31794-4

Benincasa BC, Walker C, Cioba C, Rosa CCS, Martins DE, Dias E et al. Taxas de infecção relacionadas a partos cesáreos e normais no Hospital de clínicas de Porto Alegre. Rev HCPA 2012;32(1):5-9 [citado 2017 Nov 28]. Disponível: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/158789/001014216.pdf?sequence=1

Domingues RMSM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, Torres JA, d'Orsi E, Pereira A et al. Process of decision-making regarding the mode of birth in Brazil: from the initial preference of women to the final mode of birth. Cad Saúde Publica 2014;30:S101-S116. https://doi.org/10.1590/0102-311X00105113

Published

2019-10-02

Issue

Section

Original articles