Paciente grave com sepse: concepções e atitudes de enfermeiros intensivistas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v18i5.2757

Resumen

Introdução: A sepse é definida pela presença de disfunção orgânica ameaçadora í  vida decorrente de uma resposta imune desregulada do organismo í  infecção, podendo progredir para choque séptico diante de acentuadas anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas. Objetivo: Conhecer a atuação de enfermeiros intensivistas de uma Unidade de Terapia Intensiva Geral no tocante aos cuidados com o paciente séptico. Métodos: Estudo exploratório com abordagem qualitativa, realizado com 12 enfermeiros de um hospital escola do municí­pio de João Pessoa/PB, Brasil, no perí­odo de outubro a novembro de 2015. Para a apreensão do material empí­rico, utilizou-se um formulário estruturado, sendo o material tratado por meio da técnica de análise de conteúdo temática categorial. Resultados: Da análise qualitativa emergiram duas categorias: compreensão sobre a sepse e cuidados intensivos ao paciente com sepse. Os depoimentos dos enfermeiros intensivistas revelaram adequado conhecimento sobre a sepse, com ações embasadas na Campanha Sobrevivendo í  Sepse e na própria experiência clí­nica. Conclusão: Os cuidados intensivos deixaram transparecer, de modo enfático, que o reconhecimento precoce dos diferentes espectros clí­nicos da sepse por enfermeiros torna-se relevante tanto para o diagnóstico quanto para as definições rápidas dos planos terapêuticos e estratégias de monitorização dos pacientes.

Palavras-chave: sepse, cuidados de enfermagem, unidades de terapia intensiva, assistência centrada no paciente.

Biografía del autor/a

José Melquiades Ramalho Neto, UFPB

Enfermeiro Intensivista na UTI Geral do Hospital Universitário Lauro Wanderley-UFPB. Mestre e Doutorando em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem-UFPB. Presidente do Departamento de Enfermagem da Associação de Medicina Intensiva Brasileira

Aran Rolim Mendes de Almeida, UFPB

Enfermeiro Especialista na Modalidade Residência Multiprofissional em Saúde Hospitalar com Ênfase na Atenção ao Paciente Crí­tico-UFPB. Enfermeiro Assistencial na UTI Adulto do Hospital Memorial São Francisco.

Luí­pa Michele Silva, UFG

Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraí­ba-UFPB. Professora Adjunto do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Goiás-UFG.

Renata Andréa Pietro Pereira Viana, Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

D.Sc., Diretora do Núcleo de Terapia Intensiva do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

Maria Miriam Lima da Nóbrega, UFPB

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo. Professora Titular do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraí­ba. Diretora do Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraí­ba-UFPB. Pesquisadora CNPq.

Citas

Kleinpell R, Aitken L, Schorr CA. Implications of the new international sepsis guidelines for nursing care. Am J Crit Care 2013;22(3):212-22. https://doi.org/10.4037/ajcc2013158

Pedrosa KKA, Oliveira SA, Machado RC. Validation of a care protocol for the septic patient in the Intensive Care Unit. Rev Bras Enferm 2018;71(3):1106-14. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0312

Cardoso Júnior LCM, Silva RR. Sepse em pacientes com traumatismo craniencefálico em unidade de terapia intensiva: fatores relacionados à maior mortalidade. Rev Bras Ter Intensiva 2014;26(2):148-54. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20140022

Ramalho Neto JM, Campos DM, Marques LBA, Ramalho CROC, Nóbrega MML. Conceptions of nurses who work in a general intensive care unit regarding sepsis. Cogitare Enferm 2015;20(4):706-11. https://doi.org/10.5380/ce.v20i4.41963

Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA 2016;315(8):801-10. https://doi.org/10.1001/jama.2016.0287

Machado FR, Assunção MSC, Cavalcanti AB, Japiassú AM, Azevedo LCP, Oliveira MC. Chegando a um consenso: vantagens e desvantagens do Sepsis 3 considerando países de recursos limitados. Rev Bras Ter Intensiva 2016;28(4):361-5. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20160068

Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli M, Ferrer R et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock: 2016. Intensive Care Med 2017;43(3):304-77. https://doi.org/10.1007/s00134-017-4683-6

Silva E, Pedro MA, Sogayar ACB, Mohovic T, Silva CLO, Janiszewski M et al. Brazilian Sepsis Epidemiological Study (BASES study). Crit Care 2004;8(4):R251-60. https://doi.org/10.1186/cc2892

Sales Júnior JAL, David CM, Hatum R, Souza PCSP, Japiassú A, Pinheiro CTS et al. Sepse Brasil: estudo epidemiológico da sepse em unidades de terapia intensiva brasileiras. Rev Bras Ter Intensiva 2006;18(1):9-17. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2006000100003

Machado FR, Cavalcanti AB, Bozza FA, Ferreira EM, Carrara FSA, Sousa JL et al. The epidemiology of sepsis in Brazilian intensive care units (the Sepsis PREvalence Assessment Database, SPREAD): an observational study. Lancet Infect Dis 2017;17(11):1180-9. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(17)30322-5

Neira RAQ, Hamacher S, Japiassú AM. Epidemiology of sepsis in Brazil: Incidence, lethality, costs, and other indicators for Brazilian Unified Health System hospitalizations from 2006 to 2015. PLoS ONE 2018;13(4):e0195873. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0195873

Levy MM, Evans LE, Rhodes A. The Surviving Sepsis Campaign Bundle: 2018 update. Intensive Care Med 2018;44(6):925-8. https://doi.org/10.1007/s00134-018-5085-0

Ministério da Saúde (BR). Resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde. Brasília (DF): Comissão Nacional de Ética em Pesquisa; 2012.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2012.

Instituto Latino Americano de Sepse [Internet]. 2018 ago. [citado 2018 Set 07]. Disponível em: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/protocolo-de-tratamento.pdf

Fitzpatrick D, McKenna M, Rooney K, Beckett D, Pringle N. Improving the management and care of people with sepsis. Emerg Nurse 2014;22(1):18-24. https://doi.org/10.7748/en2014.04.22.1.18.e1294

Torsvik M, Gustad LT, Mehl A, Bangstad IL, Vinje LJ, Damas JK et al. Early identification of sepsis in hospital inpatients by ward nurses increases 30-day survival. Crit Care 2016;20:244. https://doi.org/10.1186/s13054-016-1423-1

Askim A, Moser F, Gustad LT, Stene H, Gundersen M, Asvold BO et al. Poor performance of quick-SOFA (qSOFA) score in predicting severe sepsis and mortality – a prospective study of patients admitted with infection to the emergency department. Scand J Trauma Resusc Emerg Med 2017;25:56. https://doi.org/10.1186/s13049-017-0399-4

Lester D, Hartjes T, Bennett A. A review of the revised sepsis care bundles. Am J Nurs 2018;118(8):40-9. https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000544139.63510.b5

Westphal GA, Gonçalves AR, Caldeira Filho M, Silva E, Salomão R, Bernardo WM et al. Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque séptico - avaliação da perfusão tecidual. Rev Bras Ter Intensiva 2011;23(1):6-12. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2011000100003

Davis A, Henderson J, Langmack G. Development of an e-learning package for sepsis care. Br J Nurs 2016;25(6):292-6. https://doi.org/10.12968/bjon.2016.25.6.292

Back JS, Jin Y, Jin T, Lee SM. Development and validation of an automated sepsis risk assessment system. Res Nurs Health 2016;39(5):317-27. https://doi.org/10.1002/nur.21734

Mello GRD, Erdmann AL, Magalhães ALP. Sepsiscare: avaliação de aplicativo móvel no cuidado de enfermagem ao paciente com sepse. Cogitare Enferm 2018;23(2):e52283. https://doi.org/10.5380/ce.v23i1.52283

Long D, Capan M, Mascioli S, Weldon D, Arnold R, Miller K. Evaluation of user-interface alert displays for Clinical Decision Support Systems for sepsis. Crit Care Nurse 2018;38(4):46-54. https://doi.org/10.4037/ccn2018352

Viana RAPP, Vargas MAO, Carmagnani MIS, Ferreira ML, Luz KR. Desvelando competências do enfermeiro de terapia intensiva. Enferm Foco 2015;6(1/4):46-50. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2015.v6.n1/4.576

Vaughan J, Parry A. Assessment and management of the septic patient: part 2. Br J Nurs 2016;25(21):1196-1200. https://doi.org/10.12968/bjon.2016.25.21.1196

Rivers E, Nguyen B, Havstad S, Ressler J, Muzzin A, Knoblich B et al. Early goal-directed therapy in the treatment of severe sepsis and septic shock. N Engl J Med 2001;345. https://doi.org/10.1056/NEJMoa010307

Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n° 390/2011. Normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva [Internet]. [citado 2017 Jul 01]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3902011_8037.html

Ramalho Neto JM, Bezerra LM, Barros MAA, Nóbrega MML, Fontes WD. Nursing process and septic shock: intensive nursing care. Rev Enferm UFPE Online 2011;5(9):2260-7. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v5i9a7009p2260-2267-2011

Viana RAPP, Machado FR, Souza JLA. Sepse, um problema de saúde pública: a atuação e colaboração da Enfermagem na rápida identificação e tratamento da doença. 2ª ed. São Paulo: COREN-SP; 2017.

Dutra CSK, Silveira LM, Santos AO, Pereira R, Stabile AM. Diagnósticos de enfermagem prevalentes no paciente internado com sepse no Centro de Terapia Intensiva. Cogitare Enferm 2014;19(4):747-54. https://doi.org/10.5380/ce.v19i4.36801

Palleschi MT, Sirianni S, O’Connor N, Dunn D, Hasenau SM. An interprofessional process to improve early identification and treatment for sepsis. J Healthcare Quality 2014;36(4):23-31. https://doi.org/10.1111/jhq.12006

Matthaeus-Kraemer CT, Thomas-Rueddel DO, Schwarzkopf D, Rueddel H, Poidinger B, Reinhart K et al. Crossing the handover chasm: clinicians’ perceptions of barriers to the early detection and timely management of severe sepsis and septic shock. J Crit Care 2016;36:85-91. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2016.06.034

Publicado

2019-11-08

Número

Sección

Artículos originales