A formação e inserção profissional do enfermeiro no Brasil: questão em debate na atualidade
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v10i1.3833Resumen
Vivemos na era da modernização e globalização mercadológica e verifica-se entre os jovens egressos de cursos de graduação a busca incessante por uma colocação profissional, muitas vezes dificultada por excesso de demanda ou de deficiências na formação profissional. A qualificação profissional tem se revelado como fator determinante para o futuro daqueles que almejam a tão sonhada inserção no mercado de trabalho, destacando-se aqui a situação dos enfermeiros.
Além de abranger os preceitos destacados no Código de Ética, na Lei do Exercício Profissional vigente e outros dispositivos legais relacionados, as diretrizes curriculares da educação nacional de 2001 colocam em foco que a formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de competências (conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoções) para desempenhar: atenção í saúde; tomada de decisões; liderança; administração e gerenciamento, comunicação e educação permanente, entre outros aspectos que lhe permitam atuação profissional de forma autônoma ou compartilhada.
O que fica em destaque é que a qualificação para ser enfermeiro exige contínuo aprender e atualização. O autor Konde [1] relata que a história não é um movimento que vem do passado e chega a nós e para nós. Representa um processo de modificações profissionais que não termina nunca, pois está permanentemente ultrapassando o presente e abrindo caminhos pelos quais se pode avançar e influir sobre o futuro. Deste modo, como classe profissional há muito a unir, lutar e desenvolver na enfermagem, com a finalidade de ter o usuário da saúde e o prestígio da profissão. Essas medidas permitem preservar conquistas e evitar erros que prejudiquem o desenvolvimento e reconhecimento da profissão, particularmente no enfoque da atuação do enfermeiro, como líder da equipe de enfermagem, seja no ensino, na pesquisa, na assistência ou na extensão de serviços í comunidade.
Com tal compromisso, é imprescindível ao enfermeiro uma postura ética, política, humanística, de desenvolvimento de competências que o leve a uma postura de otimismo e consciência da realidade atual. Precisamos de enfermeiros aptos a aprender e comprometidos com o enfrentamento dos graves problemas da nossa sociedade, da atenção em saúde e também da nossa profissão.
O mercado de trabalho hoje é bem mais competitivo, com enfoque na produtividade, e o enfermeiro que quer se inserir e se manter no mercado de trabalho tem que inovar, crescer como pessoa e profissional e não apenas ser mais um enfermeiro. É necessário que os enfermeiros participem de capacitações, cursos de aprimoramentos, aperfeiçoamentos, pós-graduações, em busca de conhecimento e de novas estratégias para adequar seu cotidiano de trabalho às necessidades do usuário da sua assistência e da empresa empregadora, além de ser mais ativo e participante das entidades de classe e associações profissionais.
Apesar do crescente aumento dos cursos de nível médio e de graduação em Enfermagem [2], geralmente vinculadas a regiões mais ricas e a instituições particulares de ensino, o futuro da Enfermagem é promissor. Tal fato se verifica por cargos e funções assumidos e desenvolvidos por enfermeiros em diferentes setores da atenção em saúde, em nível de ministérios, secretarias, instituições hospitalares públicas e privadas, em unidades de saúde, como gestores, no ensino, na pesquisa e no exercício da profissão. Enfim, cada um faz a sua história, mas a história de enfermeiros mais comprometidos em adquirir novas competências em áreas específicas e em lutar pela e com a enfermagem, reconhecendo as transformações do setor saúde e a reestruturação sócio-político-econômica que vivemos, vai permitir maior visibilidade e prestígio í Enfermagem como profissão no Brasil.
Citas
Konder L. Filosofia e educação: De Sócrates a Habermas. Rio de Janeiro: Forma & Ação; 2006. p.13-14.
Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Aderência dos cursos de graduação enfermagem, medicina e odontologia à s diretrizes curriculares nacionais. BrasÃlia, 2006. [citado 2010 Dez 15]. DisponÃvel em URL: http:www.inep.gov.br/dowload/impresso/2006/docsaude.pdf